Governador discursa na entrega de UTI Neonatal em Matão

Governador José Serra: Queria cumprimentar a todos e a todas. Uma boa Santa Casa… o que é que faz uma Santa Casa ser boa e outra ruim? Não é o apoio do […]

sex, 12/03/2010 - 19h32 | Do Portal do Governo

Governador José Serra: Queria cumprimentar a todos e a todas. Uma boa Santa Casa… o que é que faz uma Santa Casa ser boa e outra ruim? Não é o apoio do Governo, porque o Governo tem que apoiar todos. O que faz a diferença é o pessoal que toca a Santa Casa.

Eu já tenho essa experiência de há muito tempo. Tem lugares que a Santa Casa naufraga, apesar do apoio. Por quê? Porque não tem envolvimento com gente séria da comunidade local. Onde tem, a Santa Casa funciona. O dado que foi exposto aqui precisa ser valorizado. Nós mandamos 600 mil cartas para usuários do SUS (Sistema Único de Saúde), de hospitais. São 600 hospitais da rede do SUS no Estado de São Paulo, dos quais uns 60, 70 (hospitais), são os maiores, mas esta rede toda é muito importante. E perguntando, inclusive controlando, porque controla-se irregularidades, isso e aquilo, porque as pessoas escrevem.  

Bom, 11% retornaram (as cartas),  66 mil, o que é um bom índice, segundo os “pesquisólogos”. E esses 66 mil deram notas para os hospitais. Só entrou na disputa hospital que teve mais de 30 manifestações, porque, senão, fica atípico um só mandar uma carta dando ideias, não tem significado.  Precisou ter mais e 30 em cada caso. E esta Santa Casa teve 9,26 de nota. Não é brincadeira. Uma unidade da saúde. Isso é um título tremendo, porque quem avaliou foram as pessoas atendidas. E não é pesquisa amostral, no sentido de que pega, faz, entrevista quatro ou cinco num lugar, seis ou sete no outro, porque aí nunca dá para saber direito dos hospitais.

Portanto, é uma nota praticamente de excelência. Então, eu queria valorizar, eu acho que vocês têm que estar aqui presentes, a honra que isso representa. E o incentivo e o estímulo para continuar, para, no ano que vem, igualar ou melhorar a nota, que não é fácil. Na disputa, o primeiro colocado deve ter tido uns 9,4. A primeira nota foi oitenta, até a décima foi 9,2. Vocês tiveram aí por centésimos, 9,6 e 9,2, para efeitos práticos, é a mesma coisa, porque também a pesquisa podia ter pego mais gente, aqui ou acolá e tal.

Então, é um resultado fantástico e é uma conquista, não do Governo, é uma conquista da comunidade de Matão. Isso eu queria que todo mundo estivesse presente, porque a gente ajuda Santa Casa por todo o canto, às vezes, o resultado é excepcional. Um exemplo que não tem nada a ver aqui com a região, Itapetininga, é uma excelente Santa Casa, eu não vou dizer onde é ruim, porque isso seria um desestímulo, cravar uma marca e a gente tem uma atitude mais positiva. Agora, nós aqui, devo dizer, a Santa Casa tem dinheiro de custeio, um 1,8 milhão de reais no que foi até agora, dinheiro do (programa) Pró-Santa Casa, que nós criamos, no nosso Governo, para auxiliar as Santas Casas no Estado inteiro. Aqui, se eu não me engano, são mais de 400 mil reais, emendas dos parlamentares, os parlamentares fazem emendas aqui, os estaduais e os federais, o que ajuda muito o hospital.

E tem ainda, de emendas para assinar, 280 mil reais, que nós vamos liberar. No nosso Governo, aquilo que a gente se compromete, nós fazemos, os deputados sabem disso. Não tem negócio de emenda que segura depois. Emenda é o critério e o critério é a seriedade do projeto. O projeto sendo sério, a gente vai e cumpre, cumpre com a Assembléia Legislativa (do Estado de São Paulo). No nosso Governo deputado não nomeia diretor de empresa, nem secretário e nem adjunto – não porque seria ruim, em princípio, mas não nomeia. O que deputado participa na Assembléia Legislativa é do orçamento, porque eu vou dizer uma coisa para vocês: é muito difícil encontrar uma emenda ruim de um deputado. Esse negócio de que (o deputado) faz fonte luminosa, que faz investimentos supérfluos, é conversa. A maioria vai fazer emenda aonde é necessário, porque é o que a comunidade quer hoje. Deputado é tudo, menos bobo. Quer dizer: eles vão fazer emendas nas coisas que o pessoal está querendo.

Então, isso funciona muito, é uma parceria boa, uma parceria realmente muito boa, muito eficaz. E eu fico contente aqui, inclusive, que tenha uma nova unidade de hemodiálise. Quando eu estava no (ministério da) Saúde, nós fizemos um grande programa de reequipamento nacional, nunca se fez naquela intensidade, de hemodiálise. Porque hemodiálise é um sofrimento, é um sofrimento, a pessoa fica, às vezes, 3 a 4 dias (em tratamento). E, eu não sei se vocês lembram, no passado deu problema, de máquinas que não eram boas.  Nós acabamos com isso, nunca mais se ouviu falar disso, porque nós renovamos todos os equipamentos, inclusive de instituições não-governamentais, de instituições filantrópicas que são parceiras nesse trabalho e essas pessoas merecem apoio.

O que dizer então, quando (o tratamento da hemodiálise) é 4 vezes por semana, que tem que ir para outra cidade. Tem uma televisão para o pessoal ficar olhando, é fundamental. Eu já vi hemodiálise que o sujeito não tem nada para fazer, fica lá 3, 4 horas. Agora, isso me emociona, realmente, porque mostra que vocês estão na linha, inclusive, de atender aqueles que mais sofrem. Isso é uma coisa muito importante. Agora facilita.

Mas já que eu estou em Matão, deixe-me dizer algumas coisas. Queria dizer ao prefeito: nós decidimos encaminhar para Matão 800 mil reais para o Distrito Industrial aqui – o Estado vai passar a fundo perdido. O que nós queremos é aprontar logo a papelada, porque depois de junho, não pode passar, porque é lei eleitoral. Então, tendo tudo pronto, você vai ter o dinheiro para o Distrito Industrial. (São) 6 alqueires, é uma área imensa. Isso não vai resolver todo o problema, mas vai dar uma mão, permitir o pontapé inicial em outra área, que é de geração e atração de investimentos.

Quero dizer aqui também, mais como prestação de contas, que Matão tem 7 vicinais contempladas no (programa) Pró-vicinais. Quatro já foram entregues, tem 3 pendentes, que estão a caminho. O prefeito, inclusive, me disse que uma delas já falta pouco (para ser concluída). E foram as vicinais que vão para (as cidades de) Tabatinga, Mutuca, Dobrada e até a SP 310, a (rodovia)  Washington Luís. No (programa) Melhor Caminho, questões de estradas de terra, que é feito pela CODASP (Companhia de Desenvolvimento Agrícola de São Paulo) – se eu não me engano fizemos 13 quilômetros aqui, são as estradas de produção, muito boas estradas de terra, são realmente excelentes.

Fizemos também dois acessos, no sentido de recapear acessos ao Município. E é o dado que eu tenho. Eu tenho a impressão que nós quadruplicamos as vagas na ETEC (Escola de Tecnologia). A ETEC aqui recebeu investimentos e ampliou a ETEC de Matão. Porque nós estamos aumentando o número de alunos no ensino técnico, de pouco mais de 70 mil para mais de 170 mil nesses quatro anos – é uma enormidade. Agora, não é só criando ETECs. Nós não chegamos a duplicar o número de ETECs, nós estamos ampliando as vagas onde tem ETEC, junto com construir também.

E nas FATECs (Faculdades de Tecnologia), nós estamos mais do que duplicando, na prática. Já tem 50, 52, era para duplicar, vai acabar ultrapassando esse limite. E aqui, a região está excepcionalmente bem atendida, eu não vou dar os números, senão fica uma numeração sem fim, mas nós estamos aí apontando para o futuro. ETEC é Escola Técnica para a garotada que está no Ensino Médio, que também tem pessoas mais velhas, que faz um curso de um ano e meio e adquire uma profissão. Estamos dando a eles um futuro, que não exclui universidade. E, ao mesmo tempo, alavancando a economia paulista, inclusive, os centros mais importantes – e Matão é um deles. Apesar das dificuldades que as empresas aqui tiveram, Matão era um setor, é uma área muito importante na produção de equipamentos, inclusive, para a agricultura. Eu tive a oportunidade de acompanhar isso muito bem. Mas, enfim, este é um pequeno resumo daqui.

Bem, eu me lembro… No governo (Franco) Montoro nós estávamos criando as regiões de governo – eu nem era muito a favor, mas, no final, foi criado, aqueles ERGs (Escritórios Regionais de Governo), porque tinha o EPLANs (Escritórios de Planejamento), que era do Planejamento, que era uma coisa mais racional. O ERG tinha também uma racionalidade, mas tinha também um componente político. Tivemos que criar um em Araraquara e outro em São Carlos. Não fazia sentido, do ponto de vista econômico, administrativo, mas a política mandou e tivemos que fazer nas duas.

Mas, e agora inclusive uma escola nós acabamos fazendo em Ibaté. Ibaté é no meio das duas. Pra ir atender as duas. Uma ETEC. Mas a gente vai administrando, é um dado da realidade, eu não quero fazer o jogo do contente, positivo. Mas, agora, particularmente em São Carlos, o que me dá gosto é que lá tem dois Pólos Tecnológicos em andamento e, para um deles, chamado Science Park, nós já demos recursos do Estado, da ordem de 1,6 milhão de reais. A gente está fomentando Parque Tecnológico por todo canto. E, olha, não tem cor de camisa partidária, como o prefeito deu a entender, como todo mundo sabe disso, não tem cor de camisa partidária. Pra mim só tem cor de camisa de time, aí o problema fica sério. 

Mas, enfim, quando estava vindo para cá, curiosamente o nosso assessor, que me faz os briefings, muito competente, colocou na primeira página a letra de Saudades de Matão, que é uma valsa extraordinária. Fiquem tranqüilos, que eu não vou cantar. Por dois motivos: porque os repórteres vão achar que isso é campanha, porque eu nunca cantei. Segundo: porque, se vocês me virem cantar, vão achar que eu sou tão bom governador quanto cantor, e aí estou perdido.

Muito obrigado!