Governador discursa em inauguração de estação de tratamento em Tremembé

Governador José Serra: Queria dar o meu boa tarde a todos e a todas. Queria cumprimentar as mulheres, porque hoje é o Dia Internacional da Mulher. As mulheres têm tido uma participação […]

seg, 08/03/2010 - 17h19 | Do Portal do Governo

Governador José Serra: Queria dar o meu boa tarde a todos e a todas. Queria cumprimentar as mulheres, porque hoje é o Dia Internacional da Mulher. As mulheres têm tido uma participação crescente na vida pública. E há um setor no qual elas desempenham um papel especialmente relevante, que é a área da Saúde, e agora do Saneamento. A área da Saúde é uma área cada vez mais feminina, não preciso falar das enfermeiras, auxiliares de enfermagem, técnicas de enfermagem, quase todas mulheres. Tem também homens heróicos lá, mas quase todas mulheres. Na área da Medicina, hoje, mais de 50% dos alunos são mulheres. 

E acho, sinceramente, que a área da Saúde ganha com a participação da mulher, porque em tudo é mais constante. As mulheres estão sempre mais próximas daqueles que precisam, que são necessitados, têm sempre um carinho mais especial. Há homens que são exceção, evidentemente, além dos que estão aqui. Mas, sem dúvida nenhuma, nós ganhamos todos com isso. 

A SABESP (Companhia de Saneamento do Estado) está realizando os maiores investimentos da sua história. Nós duplicamos na nossa gestão os investimentos da SABESP. Graças, aliás, ao fato de que o (ex-governador Geraldo) Alckmin entregou a empresa arrumada financeiramente – senão isso não poderia ser possível. Mas hoje, na média dos quatro anos, serão 1,7 bilhão de reais investidos. É muito dinheiro, embora sempre esteja aquém daquilo que a gente gostaria, para correr atrás e resolver os problemas de saneamento. Em quatro anos são 6,8 bilhões de reais, sem contar outros investimentos na área de Saneamento. Aqui no Vale do Paraíba do Sul, nós gastamos até agora em Saneamento cerca de 420 milhões de reais.  Esta estação custa 100 milhões de reais, mas em Taubaté e Tremembé nós gastamos 30 milhões de reais a mais, porque não é só investimento na estação.

Esta é a maior obra, a maior estação de tratamento que eu inauguro no interior do Estado -0 se excluirmos o litoral, que tem o programa Onda Limpa, que teve mais duas estações e eu acho que são maiores do que esta. A de Santos, exatamente, que é uma cidade bastante populosa e tem uma população flutuante de turistas elevadíssima. Mas esta obra aqui, ela tem uma peculiaridade, ela ganhou um prêmio, um prêmio da Agência Nacional de Águas (ANA). Entre 50 projetos que foram apresentados de todo o Brasil, esta foi considerada a melhor obra de saneamento. Não é pouca coisa, entre projetos de todos os Estados brasileiros, feitos ou não, bancados ou não pelo Governo Federal. E tem uma particularidade esse prêmio: não é apenas honorífico, porque a SABESP vai receber 16 milhões de reais. Não, não é para dar para acionista não, é para investir totalmente aqui no Vale também. Não é só o Estado como um todo (que ganha com isso), mas o Vale do Paraíba que ganha 16 milhões de reais. Agora, pode parecer bobagem, mas realmente eu fico muito orgulhoso que a gente tenha apresentado um projeto entre 50 e que esse projeto tem estado em primeiro lugar. Taubaté e Tremembé estão de parabéns. Isso merece ser registrado. 

Agora, aqui nós vamos ser capazes de tratar 1,8 milhão de litros por hora de esgoto, que hoje ou até ontem – porque já começou a funcionar, eu imagino – ia in natura para o rio Paraíba do Sul. É a maior contribuição isolada para a despoluição do rio e para o meio-ambiente. Porque, vamos ser claros, saneamento é meio ambiente. Em geral, nas discussões sobre meio ambiente, entra o verde, entra o CO2, parques, isto e aquilo. Em geral se deixa Saneamento de lado. E Saneamento é uma obra essencialmente, 100% ambiental. É um investimento em meio ambiente. Com isto, o rio vai ficar mais limpo – não vai estar totalmente limpo, mas vai caminhar nessa direção. Beneficiamos, inclusive, o Rio de Janeiro. Além do que este rio dá água para São Paulo e dá água para o Vale do Paraíba, indiretamente para São Paulo. Portanto, é uma obra de grande significado. O outro grande significado do Saneamento é a Saúde, porque, vejam só, apenas 2% do esgoto aqui era tratado. Agora vai ser a totalidade. 

E nós ampliamos muito a coleta de esgoto. Foram mais de 100 quilômetros de obras subterrâneas, que não se vê, mas que são cruciais para tirar o esgoto das casas – porque mesmo quando tem fossa sanitária, o esgoto da fossa acaba contaminando o subsolo. Não é uma obra. É melhor do que jogar na rua, mas não é uma alternativa, uma opção totalmente sadia. Portanto, isto tem um efeito sobre a saúde, a saúde das crianças e a saúde de todo mundo. Investimento em Saneamento significa, a médio e longo prazo, menor encargo na área da Saúde. Menores despesas e mais saúde para as pessoas, porque quando se gasta em saúde, é porque a pessoa já foi avariada, teve alguma dificuldade e a gente está gastando para compensar. O Saneamento evita que tenha o problema.

Portanto, é uma obra que tem essa outra dimensão. Eu queria destacar também que essa capacidade instalada hoje, ela dura até 2025. Portanto, não vai ter problemas a médio prazo com o crescimento demográfico. A obra vai ser capaz de absorver, ela está pensada para o futuro.

Só quero ainda sublinhar que nós aqui, entre Tremembé e Taubaté, além da ETE (Estação de Tratamento de Esgoto), nós fizemos nove estações elevatórias de esgoto para ele correr, porque isso é fundamental. E no Estado eu já inaugurei 41 estações de tratamento, mas nós fizemos 90, é que aí inclui inclusive estações menores, e temos mais 66 até o fim do ano. Quer dizer, é um avanço extraordinário no Estado de São Paulo, realmente extraordinário.

E quero dizer que saneamento é uma obra invisível, ninguém vai vir passear aqui. O Gesner (Oliveira, presidente da SABESP) me disse que está cheirando pouco, porque eles fizeram um tratamento de desodorização e também porque nós estamos a 200 metros da estação – e provavelmente porque o ventinho está indo daqui para lá. Mas ninguém vai vir passear… “Ah, vamos no fim de semana olhar a estação de tratamento”. Ninguém vai. O que está nas ruas ninguém vê, é embaixo, é uma obra invisível. Não é por coincidência que os políticos no Brasil nunca tiveram paixão por obra de Saneamento.

Nós devemos essas obras aos engenheiros, à competência dos nossos engenheiros e ao pessoal da Saúde, que fica em cima. Agora, é uma obra apesar de invisível, presente no cotidiano das pessoas tanto quanto uma rua ou uma estrada, até mais, porque pega todo mundo, não é só quem está se deslocando de uma cidade para outra, ou quem está em um dia indo para a escola ou para o trabalho, pega nas 24 horas do dia. Portanto é uma obra dessas que ficam, que marcam época.

No futuro, quando o Paraíba do Sul estiver um rio gostoso, limpo, alguém vai fazer uma homenagem aos que hoje trabalharam para isso. E olha, é muita gente que trabalhou, mas é uma gente muito dedicada, começando pelos nossos técnicos, pelos nossos engenheiros, pelos nossos funcionários, pelos trabalhadores da SABESP, que também, junto com Taubaté e Tremembé, estão de parabéns.

Muito obrigado!