Governador discursa em entrega de laboratórios no Hospital Pérola Byington

Geraldo Alckmin: Bom dia. Bom dia a todas e todos. Estimado professor Giovanni Guido Cerri, secretário do Estado da Saúde; professor José Manoel Teixeira, secretário-adjunto da Saúde; professor Luiz Henrique […]

qui, 08/03/2012 - 19h00 | Do Portal do Governo

Geraldo Alckmin: Bom dia. Bom dia a todas e todos. Estimado professor Giovanni Guido Cerri, secretário do Estado da Saúde; professor José Manoel Teixeira, secretário-adjunto da Saúde; professor Luiz Henrique Gebrim, diretor técnico do Hospital Pérola Byington; doutor André Malavasi, diretor médico do hospital; doutor Mário Cavanha, diretor da Divisão de Reprodução Humana; doutora Faride Cohen, diretora do grupo de humanização; doutor Jorge Shida, chefe do setor de mastologia; vereadora Elizabeth Matteucci, presidente da Câmara de Jumirim; Júlio Carvalho, representando o nosso prefeito Gilberto Kassab. Uma saudação especial, aqui, a Nicette Bruno, a Mônica Waldvogel; delegada Rose; a Nancy Thame; a Sara Pels. Um abraço muito afetivo, aqui, a todas as mulheres, no Dia Internacional da Mulher. Saudar, aqui, o corpo clínico, todos os funcionários, colegas da área de saúde, amigas e amigos.

Uma grande alegria, no dia 8, nós estarmos comemorando o Dia Internacional da Mulher nesse centro de excelência que é o Pérola Byington, voltado à saúde das mulheres. Uma referência, hoje, já, para o Brasil. Aqui devem ser capacitados os profissionais, para o Brasil todo, na área de reprodução humana, na área de saúde da mulher. E a ampliação dos serviços. O serviço de reprodução humana praticamente dobra de 300 para 600 atendimentos, e os exames de mama, o seu diagnóstico e o seu tratamento, têm um crescimento, também, significativo. E assinamos, também, a criação do Cravi de Campinas e Santos, porque, lamentavelmente, as mulheres ainda são vítimas de violência, especialmente violência sexual. Aliás, aqui, foi implantado, há alguns anos, o programa Bem-me-quer, que é um programa, exatamente, para atender as mulheres vítimas de violência sexual.

O Pérola Byington, o estudo que o professor Giovanni está comandando, de nós termos um novo Pérola Byington, ainda maior, mais amplo, podendo servir melhor à política de Saúde da Mulher. E estamos estudando com o Instituto Butantan a possibilidade de, pela primeira vez no país, nós termos, como disse o professor Giovanni, a vacina do HPV. Com o exame Papanicolau, houve uma queda importante de câncer de colo de útero, mas ainda é uma causa de mortalidade muito significativa. Então, a vacina, ela terá um papel, um impacto, em termos de saúde da mulher, no Brasil, de grande significado.

Eu sempre sou otimista em relação às questões de saúde. As mulheres vivem, em média, a mais do que nós, homens, uns cinco, seis anos, não é? Um dia desses, eu fui, Nicette, Mônica, a um centro na Vila Prudente, um centro da terceira idade, dar uma palestra. Tinha umas 200 pessoas, mais ou menos. Média de idade: 83, por aí. Só mulheres, os homens tinham morrido todos, e o centro chamava As Sapecas. Então, o fato é que as coisas… Nós vivemos um paradoxo. Se a gente sair aí fora e fizer uma pesquisa, a saúde vai bem ou vai mal? Certamente, muita gente vai dizer que vai mal, ou seja, do Oiapoque ao Chuí, há uma dificuldade, porque a medicina ficou cara, sofisticada.

No meu tempo de estudante, quando eu me formei, não existia ressonância magnética, não existia tomografia, nada disso. Não existia. Era estetoscópio, pulso, pressão, olho, conversa clínica, anamnese. Então, mudou, sofisticou, ficou cara, e há uma crise de financiamento. Mas o fato é que avançou enormemente, não é? A mortalidade infantil, no Brasil, que era de 140 mortos por mil nascidos vivos, hoje, no Brasil, é 22; São Paulo é 12. Grande parte dos nossos municípios é um dígito. É Europa. Mortalidade materna; quantas mulheres, no passado, morreram de parto? Hoje, isso é uma coisa raríssima. Então houve um ganho impressionante. Expectativa de vida… Se morria de gripe. Em 1918, a Gripe Espanhola matou 320.000 brasileiros. Inclusive, o presidente da República, Rodrigues Alves, morreu de Gripe Espanhola, tuberculose. Campos do Jordão tinha 15 sanatórios.

Era comum, a pessoa não tinha antibiótico, então mudou. Mas essa mudança levou a um espetacular aumento de expectativa de vida. Mudou o perfil democrático, mudou totalmente. Eu tenho uma colega de escola que é médica, ela é um ano mais velha do que eu. Tenho 59, então ela fez 60. Sempre foi bonitona, desde a época… Continua, desde a época de escola. Um dia desse encontro, esses encontros de escola de ginásio de Pindamonhangaba e tal. Encontrei e falei: “Fulana, tudo bem?” Falou: “Não, tudo mal”. “Mas por quê?” “Abri o jornal hoje e estava escrito: Idosa atropelada. Eu vou ler a matéria, a menina tem sessentinha, idosa”. Então, mudou.

Mas o fato é que as mulheres, nós precisamos cuidar da saúde delas, porque as mulheres têm múltiplas tarefas. Impressionante a ascensão das mulheres como profissionais em todas as áreas, todas. Não existia mulher na magistratura. Hoje mais de 50% em todos os concursos. Não existia mulher no Ministério Público, hoje mais de 50… Na área de saúde. Essa área de saúde, hoje, é fortemente a presença das mulheres em todas as atividades humanas. E tem ainda as tarefas da família. Então, uma sobrecarga muito grande. E por isso esse trabalho, muito voltado, a questão da saúde da mulher e sua especificidade.

E fico feliz de ver aqui essa forte ampliação da questão do câncer de mama. Esse ano, no Brasil, devem ser diagnosticados 520.000 novos casos de câncer, termo geral. O câncer é ligado diretamente à idade. Vai aumentando a expectativa de vida, vai aumento a incidência, mudança. O Brasil que era um país jovem, hoje é um país maduro e vai ser um país idoso. A boa notícia é que o câncer é uma doença curável, diagnosticou, tratou, curou, vai morrer de velhice. Você cura, mas é preciso ter diagnostico e tratamento. E no caso das mulheres, o mais importante de câncer é o de mama. Embora a pele seja numericamente maior sobre o ponto de vista de morte, mortalidade, ele não é tão relevante. O mais relevante é realmente de mama. E aqui acho que nós vamos poder ampliar muito este trabalho logo, logo apresentar o novo projeto para a gente ter condições de poder ampliar o serviço e ser uma referência para o Brasil, para a América Latina em termos de políticas públicas para a saúde, saúde da mulher lato senso, como bem estar físico, mental e social, ou seja, a sua inserção na sociedade moderna.

Bom trabalho aqui ao Pérola Byington.