Governador discursa em anúncio de pagamento de bônus por resultado

Governador José Serra: Quando cruzei aqui com o Paulo (Renato Souza, secretário estadual da Educação) perguntei: e o pessoal que está na Secretaria, que não tem escola, também vai ter bônus? […]

seg, 22/03/2010 - 17h00 | Do Portal do Governo

Governador José Serra: Quando cruzei aqui com o Paulo (Renato Souza, secretário estadual da Educação) perguntei: e o pessoal que está na Secretaria, que não tem escola, também vai ter bônus? Segundo o Paulo, sim, de acordo com a média do Estado. Então, é sem risco, porque a média é positiva. Mas, na verdade, é uma enorme responsabilidade mover esse transatlântico, ou melhor, esse porta-aviões… são vários porta-aviões juntos, para a frente, em matéria de tamanho, em matéria de toda a energia que tem que ser mobilizada para que a Educação vá para adiante. E os resultados do IDESP (Índice de Desenvolvimento da Educação do Estado de São Paulo) e do SARESP (Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo), referentes ao ano passado, mostram a progressão.

Eu estou convencido que nós estamos fazendo uma revolução silenciosa, mas eficaz, no sistema de ensino estadual em São Paulo. Eu vou dizer uma coisa para vocês: é daquelas mudanças das quais nós vamos nos orgulhar no futuro, porque vai marcar época, vai ser estudada, vai ser analisada. Vai marcar época. E eu queria aqui cumprimentar o Paulo Renato e a sua equipe, a Maria Helena (Guimarães), nossa anterior secretária (estadual da Educação) que deu início às propostas tais como estão agora. E a Maria Lúcia (Vasconcelos, antecessora de Maria Helena na secretaria estadual da Educação), que nos entregou a Secretaria da Educação arrumada e pronta para essas mudanças. Eu estou convencido de que realmente estamos promovendo transformações profundas e que correspondem – quero dizer também – à minha aspiração maior. Eu me formei em duas escolas: a escola da vida e a escola pública. Eu sei o valor que isso tem. E a melhora da escola pública traz uma melhora para o conjunto da sociedade, como provavelmente nenhuma outra mudança traz.

E nós estamos focalizando tudo agora – pegando as principais medidas adotadas – na sala de aula, um aprendizado na sala de aula. Eu já disse, e repeti aqui várias vezes, em matéria de prédios escolares, em matéria de merenda, em matéria de material, em matéria de transporte, o nosso sistema de ensino é bastante satisfatório. Quantas escolas são?5.300 escolas. Um por cento de prédios que tenham problema é 53, dá quase um por semana (durante um ano). Daria um programa de televisão por semana, dizendo que toda a rede está com os prédios caindo aos pedaços, etc. Na verdade, seria 1%. A rede, mesmo, tem um equipamento, um material absolutamente satisfatório.

Há outras medidas, que não são estritamente da sala de aula, que a gente vem adotando. Como, por exemplo, a cobertura de todas as quadras, que fomenta a atividade esportiva dos jovens, que é muito importante. O Acessa Escola, que na verdade está ligado também à sala de aula – pelo papel que o computador e que a internet têm. Nós conseguimos montar um programa que funciona, que está se disseminando em toda a rede, que funciona porque uma das coisas mais desesperadoras é chegar em uma escola com a sala de computador fechada – ou por causa do horário, ou de quem devia cuidar, ou porque o computador quebrou e não conserta. Enfim, mil razões. Nós fizemos um programa com monitores, com licitação para manutenção, com computadores, inclusive alugados em parte. Montamos um programa que funciona. Mas o foco, sem dúvida nenhuma, é a sala de aula.

Começou com o Ler e Escrever, com o material docente e discente, material para professores e para aluno. Coisas que os sindicatos têm horror, porque o material, o guia, material padronizado para os alunos poderem estudar… e, aliás, que vem sendo até copiado em outros Estados, como é o caso da cidade do Rio de Janeiro, por exemplo. Isso permite dar um salto já, porque eu, pelo menos em toda a minha vida, sempre precisei ter material, aquelas apostilas, hoje não chama mais apostila… Mas a gente sempre tem que ter o material para poder seguir, poder estudar e tudo mais.

Mas, desde o Ler e Escrever, com tudo o que ele envolve, o São Paulo Faz Escola, nós caminhamos nesta direção. E todas as medidas em relação ao Magistério são medidas na direção de valorizar o Magistério. E valorizar o mérito, dar o incentivo material necessário para o grande desempenho profissional. E isto nós estamos fazendo, inclusive resolvendo questões seculares. Desde que eu passei a ficar ligado na questão do sistema estadual da Educação, desde o Governo (Franco) Montoro que a questão do leque salarial, por exemplo, é uma questão chave. A carreira, do jeito que foi sendo estruturada, eliminou o incentivo da progressão, com uma progressão pequena, uma dispersão, um leque muito estreito salarial do início ao final da carreira. Até para isso nós encontramos uma fórmula, que é de dar reajustes de 25% a um quinto dos professores a cada ano – o que significa que, em 5 anos, tendo bom desempenho, todos poderão ter. É uma maneira gradual de resolver um problema secular, uma maneira eficaz, além do mais, porque está contemplado isso, está em lei, isso está estabelecido.

As questões referentes à formação, a Escola de Professores, exames de temporários, enfim, tudo isso está voltado à melhora da qualidade, da qual o bônus do rendimento foi a primeira das medidas e, sem dúvida nenhuma, tem uma importância enorme, porque é um incentivo por escola. E é importante também dizer que não são apenas os professores e as professoras, são os profissionais da Educação de cada escola. E o montante, o Paulo Renato mencionou aqui… neste ano o Governo vai aplicar 655 milhões de reais apenas em relação a estes bônus, mais de 10% a mais do que no ano passado, o que mostra também uma progressão, o volume, digamos, desse sistema.

E, ao mesmo tempo, devo dizer, o sistema todo incentiva a formação, incentiva a qualidade, incentiva o conhecimento. É um bom sistema, portanto, e ninguém poderia ser contra isso, sobretudo os pais de alunos e a garotada. E eu sempre disse isso: é a parte mais inocente e de maior boa vontade. Todas as aulas que eu dei na quarta série, na Prefeitura (de São Paulo) e no Estado mostravam sempre isso: uma garotada muito sedenta de aprender, com muita boa vontade. É a parte mais inocente de toda a história – e é a maior beneficiária dessas mudanças, e a principal vítima da estagnação de um sistema de ensino.

Portanto, estamos fazendo isso para eles, estamos fazendo isso para o futuro. E eu queria realmente aqui me congratular, dar os meus parabéns, o meu agradecimento em nome do povo de São Paulo, à turma da Secretaria da Educação. Não só da Praça da República, mas de todo o Estado – as direções maiores e as direções intermediárias, que estão lá na base.

Profundo agradecimento em nome de São Paulo.