Governador discursa em anúncio de expansão do Vila Dignidade

Governador José Serra: Queria dar o meu boa tarde a todos e a todas.O fundamental aqui já foi dito pelo Lair (Krähenbühl, secretário Estadual da Habitação) e pelo (Rogélio) Barcheti (prefeito de Avaré), a respeito […]

sex, 05/03/2010 - 12h34 | Do Portal do Governo

Governador José Serra: Queria dar o meu boa tarde a todos e a todas.O fundamental aqui já foi dito pelo Lair (Krähenbühl, secretário Estadual da Habitação) e pelo (Rogélio) Barcheti (prefeito de Avaré), a respeito do significado desse tipo de obra. Aqui é para pessoas de mais de 60 anos, que não tenham família na prática, estão mais sós. No caso de São Paulo é importante prestar atenção em um número: hoje, 10,3% da nossa população, quer dizer, uma em cada 10 pessoas tem mais de 60 anos. Em 1980 era menos de 7 em cada 100. E agora é mais de 10, aumento do percentual em 50%.

Isso mostra que essa passa a ser uma questão social relevante e a gente está fazendo muita coisa em diferentes áreas para o pessoal dessa idade, mas, não diria mais importante – porque o que é mais importante, às vezes… o pulmão, o coração, tudo é importante dentro de um organismo social… mas, sem dúvida, essa é uma peça fundamental, a da moradia. E não é só a moradia – é a moradia segura. Não é só a moradia segura – é a moradia acessível. E não é só a moradia segura e acessível – é a moradia que estimula também a convivência. A convivência é fundamental, fundamental.

Eu encontro às vezes mulheres – porque as mulheres vivem mais na média. Encontrei uma recentemente lá na periferia de São Paulo, longe, morando em um quartinho, isolada. O filho mora a uns 15 quilômetros de lá, e 15 quilômetros em São Paulo são duas horas. Totalmente isolada, abandonada.

Essa é uma questão que tem que ser enfrentada, pelo menos tem que se apontar um caminho de solução – e a gente está tentando isso com essa iniciativa da Vila Dignidade. É uma iniciativa original, nova no Brasil – e a gente está plantando uma semente, inclusive aqui no Estado de São Paulo, e é uma semente que não é só a mão do Estado, mas é também com a mão da Prefeitura, porque os prefeitos e as prefeitas são os nossos parceiros: dão o terreno, começam a fazer melhorias, o Barcheti aqui fez algumas, está subsidiando outras. Quer dizer, com o tempo vai virando outra coisa. Porque, com a ação da Prefeitura local, o que o Estado pode fazer é apoiar, é dar o pontapé inicial – mas realmente a médio e longo prazo é a Prefeitura que vai cuidar. E eu vejo em São Paulo muitos prefeitos empenhados nisso. Muitos.

E aqui estão 2 das cidades mais importantes. Se pegar as 10 cidades mais importantes de São Paulo, está lá Ribeirão Preto, está lá Rio Preto, que vieram até aqui para fazer esse programa, para mostrar a importância que atribuem a este programa. Agora nós já temos 22 Municípios envolvidos em diferentes etapas. Este aqui, que já foi entregue, outras que estão a caminho e outros que virão, mas que já estão encaminhados. Isso vai pegar no Estado inteiro. Eu queria muito brevemente, até porque nós temos aqui um promotor ligado à área, só mencionar de passagem coisas que a gente tem feito na área do idoso. Desde quando eu era ministro da Saúde eu me fixei muito nessa questão. Muito.

Uma iniciativa que nós tomamos foi a vacinação contra a gripe. A vacinação contra a gripe foi introduzida por mim quando era ministro, pensando nos idosos. Porque gripe para uma criança vai e vem, não tem tanta importância – para uma criança, um jovem, um adolescente. Mas para idoso pode ter. Na época, vacina contra a gripe e a pneumonia também – quer dizer, para o sistema respiratório, que é isso que complica. Nós diminuímos em 25% as internações no SUS (Sistema Único de Saúde) por problemas respiratórios, depois da vacinação da gripe. E aí não é só economia, não. Aí é saúde também.

Agora, na época nós implantamos a vacinação para maiores de 65 anos, porque eu não queria ainda ser considerado idoso para entrar. Mas no ano seguinte baixamos para 60, e aí eu mesmo acabei tomando vacina depois. E isso hoje no Brasil virou um procedimento normal, todo mundo deve se vacinar. Gratuito é para o pessoal de mais de 60 anos, além da experiência com bebês, também que nós começamos a fazer para ver se dá certo. Também os medicamentos… avançamos muito nessa área, e não foram apenas os genéricos, mas também os medicamentos gratuitos, que nós ampliamos muito a distribuição – e aqui em São Paulo, então, nem falar.

Nós pegamos o (programa) Dose Certa com menos de 40 medicamentos, que já era um programa excelente, e vamos deixar com mais de 70, feito através das Prefeituras também. São as Prefeituras que fazem a distribuição. A gente, apenas na Capital, faz a distribuição às vezes direta nas estações de metrô, mas, do contrário, é tudo via Prefeituras.

Mas nós temos em São Paulo dois CRI, Centros de Referência do Idoso, que atendem por ano perto de 350 mil pessoas na parte médica e odontológica. Sem falar da convivência. Um lá na Zona Leste, outro na Zona Norte. Temos um programa no Metrô de embarque preferencial – metrô e onde der na CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), para as pessoas de mais idade. Porque o Metrô está sempre muito cheio e tem vagões reservados, elas têm prioridade a partir do seu cartão de idoso para embarcar. Fizemos os jogos regionais do idoso, espero que Avaré aqui tenha alguém para esses jogos. É um desafio Barcheti, vai ser aqui. Então alguém vai ter que treinar aqui para fazer parte.

Oferecemos, aí através da minha mulher, da Mônica (Serra), no Fundo de Solidariedade, oficinas gratuitas, isso lá em São Paulo e alguns lugares do interior, em parceria com as Prefeituras. Oficinas gratuitas de artes, moda, inglês, teatro, tricô, alfabetização. E também criamos lá uma praça de exercícios no (Parque) Água Branca, porque, olha, eu vou dizer para vocês, a vida cotidiana no interior para um idoso é melhor do que a vida na região metropolitana em São Paulo. Vocês sabem disso. Então, lá a gente tem que atuar mais diretamente, e é impossível ter uma parceria tão direta com os prefeitos, porque eles estão sobrecarregadíssimos, inclusive pelo tamanho que tem as cidades. Mas, de todo modo, também cooperam.

Temos cursos nas universidades, na UNESP (Universidade Estadual Paulista) e na USP (Universidade de São Paulo) para idosos, sobre modalidades diferentes. E repassamos para as Prefeituras 12 milhões de reais para 65 mil idosos, que elas cuidam, dão algum tipo de assistência. E, finalmente, criamos um programa novo, que teve adesão de 42 Municípios logo de cara. Para a criação de Centros de Convivência, um programa chamado “Quero Vida”, que é um nome bem significativo. “Quero Vida” está começando agora, começou neste ano, e é um programa que veio para ficar para sempre, que vai ter em todos os lugares de São Paulo.Logo de cara 42 Prefeituras aderiram.

 Portanto, vocês vêem que nossa preocupação é mais ampla. Agora, eu vou dizer a jóia da coroa. Tudo o que se refere a atendimento médico, é aqui, é Vila Dignidade, porque isso é o mais completo. Inclusive a Prefeitura estando perto facilita a assistência médica, facilita todo o tipo de ação. Queria agradecer muito vocês terem nos recebido aqui. O Barcheti já explicou o que aconteceu no outro dia – a gente estava vindo e o mau tempo não permitiu passar, tentamos, tentamos. Enfim, tivemos que retornar. Mas ficou o compromisso e viemos aqui no dia de hoje.

Muito obrigado, obrigado mesmo. E muita boa sorte, muito boa vida.