Governador apresenta censo agropecuário

Governador: Queria dar o meu boa tarde a todos e a todas. Cumprimentar o nosso secretário João Sampaio (Agricultura e Abastecimento). O Xico Graziano, que hoje é secretário do Meio […]

qua, 22/04/2009 - 23h11 | Do Portal do Governo

Governador: Queria dar o meu boa tarde a todos e a todas. Cumprimentar o nosso secretário João Sampaio (Agricultura e Abastecimento). O Xico Graziano, que hoje é secretário do Meio Ambiente – e fez o primeiro censo. O Alfredo Coli, superintendente da Conab, Companhia Nacional de Abastecimento. O presidente da Sociedade Rural Brasileira, Cesário Ramalho da Silva. O presidente da Organização das Cooperativas de São Paulo, Edivaldo Del Grande. Os prefeitos Roberto Volpe, de Santo Anastácio, e Osvaldo Marchiori, de Santa Cruz da Conceição. O Tirso Meirelles, diretor da Faesp, Federação da Agricultura de São Paulo. O Antonio Torres, engenheiro agrônomo da Secretaria da Agricultura e idealizador do censo na década de 90. Queria também saudar os presidentes de sindicatos, conselhos e associações rurais, diretores das Cati’s (Coordenadorias de Assistência Técnica Integral), os técnicos que participaram do censo de 2008, produtores rurais, a todos e a todas.

Este censo tem uma finalidade essencial, que é a do diagnóstico. É o que permite que nós nos situemos em relação à economia de São Paulo e ao setor agropecuário, que é o mais dinâmico do Brasil – de maior peso, de maior produtividade. Sem o diagnóstico correto, é muito difícil serem formuladas políticas adequadas. O diagnóstico é uma condição necessária, embora não seja suficiente.

Eu queria realmente saudar o pessoal da Secretaria da Agricultura e da Cati pelo trabalho feito. Há um conjunto de informações muito interessantes, que eu gostaria de sublinhar aqui. O censo mostra, em primeiro lugar, que São Paulo é o maior produtor nacional de cana-de-açúcar – 57% da produção nacional, e é o maior produtor mundial. E de laranja, com 80% da produção do Brasil – e é o maior produtor mundial, isoladamente. Borracha natural – esse é um indicador surpreendente, que um Estado do Sudeste do Brasil seja o maior produtor de borracha, cerca de 59%. Nós somos também o terceiro produtor nacional de café, de carne de frango e o maior exportador nacional de carne bovina. São posições de destaque no cenário agropecuário brasileiro. Aqui, na verdade, tem de tudo. Tem até côco e jiló, que também se produz em nosso Estado.

Mas há algumas questões que eu queria destacar a partir do próprio censo. Uma primeira é que caiu a área média das propriedades rurais. Não é a disseminação do minifúndio – o que seria inconveniente, do ponto de vista econômico e até social. Mas é a da propriedade média e pequena. A área média das propriedades rurais em São Paulo, nesses 10 anos, caiu de 72 para 63 hectares.

Ao mesmo tempo, é interessante também citar a expansão da vegetação natural em São Paulo, que aumentou de 10 para 12% no período. É pouco, mas o simples fato de não ter caído já é uma conquista. Ter aumentado 20% é uma façanha, aqui em São Paulo. Ao mesmo tempo, se expandiram as áreas de conservação do solo. As áreas de plantio direto, com aquelas máquinas que fazem todo o trabalho, como as plantadeiras que, segundo os entendidos, ajuda na conservação do solo. E também o combate à erosão: aumentou de 147 mil para 180 mil o número de propriedades onde a erosão é combatida.

Eu acho esses dados muito importantes, do ponto de vista do meio ambiente e da própria sustentabilidade do desenvolvimento rural, a médio e longo prazos. São dados realmente muito bons, e a nossa expectativa é de que melhorem para o futuro, face não só ao aumento da consciência existente, como também a todas as providências que vêm sendo tomadas – algumas que não tem a ver diretamente com isso, mas que são fundamentais, como é o caso do zoneamento agrícola e da limitação das queimadas, que já estão em processo de declínio bastante acentuado, e devem chegar ao seu ponto mais baixo em meados da década que vem.

Esses são requisitos, digamos, de desenvolvimento sustentável. Sem falar da sustentabilidade física, objetiva – e eu diria também política e psicológica do setor, porque isso mostra um setor mais preocupado com as condições naturais. Melhora a auto-estima e a médio e longo prazo tem efeitos na produtividade no setor.

Portanto, são questões que eu acredito que merecem ser ressaltadas junto com outras. Por exemplo, a escolaridade. O número de proprietários sem instrução, ou com instrução incompleta, caiu de 59 mil para 28 mil. São 47% a menos de gente sem escolaridade ou com escolaridade muito inadequada. Portanto, aumentou a qualificação das pessoas ligadas à produção, e dos proprietários rurais. Até o número de computadores aumentou – duplicou de cerca de 10 mil para 21 mil nas propriedades do Estado.

As áreas de lavoura, de plantio direto, de vegetação natural etc, todas tiveram uma performance boa. E houve uma substituição na cultura principal. Naquela época (do primeiro censo), 30% das unidades de produção agrícolas eram ligadas ao milho – e, hoje, 31% à cana-de-açúcar.

Do ponto de vista do Governo do Estado, eu queria sublinhar algumas das políticas que nós temos levado a cabo. Primeiro, os incentivos do Feap, o Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista, por meio da compra de semeadoras de plantio direto com juros de 3% ao ano. O Feap é mantido com recursos do Tesouro do Estado ,que faz o subsídio direto. Nós mais do que quadruplicamos os recursos do Feap para isso. O Programa Pó-Trator – o financiamento para a aquisição de tratores com juros zero, com cinco anos de financiamento e três de carência. São cerca de 6 mil tratores oferecidos. É um programa que está em andamento – o subsidio também diretamente do Tesouro do Estado.

O programa Melhor Caminho, que desde 2007 recuperou 2.400 quilômetros de estradas rurais… são aquelas estradas de terra muito bem arrumadas. Nós chegaremos a 5 mil quilômetros até 2010 nessa atividade.

A modernização da Defesa Sanitária, seguindo exigências dos consumidores e do mercado internacional. Nós investimos fortemente na modernização dos laboratórios da Secretaria da Agricultura. A subvenção do seguro rural – estamos gradativamente desenvolvendo e expandindo em São Paulo, com recursos também do governo. O chamado contrato de opção, que é uma nova modalidade de seguro rural, um seguro atrelado ao crédito de custeio – o cálculo do secretário é de 149 milhões (de reais), basicamente para soja, milho, feijão e boi gordo.

O programa Pró-Vicinais, com investimentos mais de 3 bilhões de reais, está recuperando 12 mil quilômetros de estradas vicinais pelo Estado afora. Não é um programa tapa-buraco, não é um programa de remendo. É um programa que implica em refazer a estrada. Basta dizer que o quilômetro de estrada refeita custa metade daquele da estrada nova. Considerando que não tem desapropriação, e a terraplanagem já está feita, é praticamente fazer uma estrada de novo, em cima de um leito que já existia. Todos sabem que este já é um programa espalhado por todo o Estado de São Paulo e que anda aceleradamente.

Eu acho que vale a pena ainda mencionar o programa estadual de Micro-Bacias Hidrográficas, que tem estimulado o aumento do emprego e das práticas de conservação do solo. O programa de Recuperação das Matas Ciliares, de 1 milhão e 700 (mil reais) em 25 anos. Não é só um programa de vegetação natural. É também de defesa da água – e um programa barato de se fazer e que tem impacto. De fato, a gente olhando pelo Estado afora não dá para ver se está ampliando ou não – porque não dá para ter uma medida exata, mas é uma realidade que existe, de proteção das matas ciliares, e deve se expandir.

Tem ainda o programa de Zoneamento Agroambiental, que delimita as áreas de plantio e de instalação de usinas de álcool e açúcar – e aquilo que eu falei também: o protocolo agroambiental para o fim das queimadas.

Essas são algumas das ações que nós temos desenvolvido. Quero dizer também que melhoramos muito a situação de carreira dentro da Secretaria da Agricultura, o que é importante para efeito do rendimento da produtividade do trabalho. De fato, as bases da industrialização de São Paulo, e das atividades comerciais e financeiras, sempre estiveram, continuam e vão continuar apoiadas no setor agropecuário. Às vezes, quando se fala de indústria, imagina-se que São Paulo é só indústria, mas não é. É uma visão equivocada. Uma visão, digamos, intuitiva, errada e que dificulta, inclusive, as análises a respeito daquilo que acontece no nosso Estado.

Não é por outro motivo, aliás, que o Interior de São Paulo é a região mais desenvolvida do nosso País. De fato, o Estado de São Paulo tem cerca de 42 milhões de habitantes – 20 milhões são da Grande São Paulo e 20 milhões são de fora. Os grandes problemas sociais do Estado, e que exigem muito dinheiro – como, por exemplo, na área de transportes coletivos – estão na Grande São Paulo. Evidentemente, nós estamos também investindo muito na região da Grande São Paulo, porque a ideia não é nivelar por baixo, mas nivelar por cima, para que ela também dê um salto. E tem um tipo de investimento, com óbvias implicações para o setor agropecuário, que é o Rodoanel, que vai tirar caminhões de dentro da cidade, mas vai permitir também que os caminhões que vêm do Interior cheguem mais depressa ao Litoral, e que retornem mais depressa do Litoral. Hoje, todo caminhão que vem para o Porto de Santos, do Interior, passa na avenida dos Bandeirantes. Vocês imaginam o que isso significa para quem mora aqui na cidade – e de custos também para quem mora e para quem está fazendo o transporte. Portanto, esse é um investimento de grande significado, embora feito na Grande São Paulo, para o conjunto do nosso Estado.

Enfim, eram essas as palavras que eu queria dizer aqui, e reiterar que nós estamos permanentemente abertos ao diálogo, a sugestões e às parcerias. Tudo com vista ao nosso desenvolvimento e ao emprego. O emprego é a variável que une trabalhadores, empresários e Governo, pelo menos no Estado de São Paulo.

Muito obrigado!