Goldman faz pronunciamento na inauguração do pátio logístico imigrantes

Governador Alberto Goldman: Boa noite a todos. É com muita satisfação que eu participo dessa abertura da exposição 2010, bem como da 21ª edição do Congresso Brasileiro do Aço. Acho que depois […]

qua, 14/04/2010 - 20h09 | Do Portal do Governo

Governador Alberto Goldman: Boa noite a todos. É com muita satisfação que eu participo dessa abertura da exposição 2010, bem como da 21ª edição do Congresso Brasileiro do Aço. Acho que depois dos discursos que foram feitos, pouca coisa teria a dizer. Além do que (ainda há o pronunciamento do) presidente da República (Luiz Inácio Lula da Silva), não vou também tirar todo o restinho que vai sobrar para que ele tenha alguma coisa que dizer. Certamente ele terá. Mas eu queria fazer uma rápida incursão na história, até porque eu convivi muito com essa história. Convivi, acompanhando o crescimento de vários setores da economia nacional, e esse especificamente.

Esse é um setor que nasceu como outros setores nasceram do investimento estatal, puramente do investimento estatal. Foi na base do desenvolvimento brasileiro, apoio do desenvolvimento brasileiro, foi o investimento estatal. Foi o Poder Público, a siderurgia, no petróleo, e tantos e tantos setores da economia. Poderia citar quase todos. Isso foi elemento fundamental para que a gente desse o primeiro passo para que o Brasil se tornasse aquilo que ele é hoje, muito mais do que será amanhã, que a gente pretende.  O setor de siderurgia, quase que nasceu basicamente com a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), pelo menos em termos de dimensão, década de 40, outros setores depois. Este modelo, no entanto, chegou a um certo momento que ele entrou em crise. O modelo de desenvolvimento apoiado simplesmente na capacidade do Estado entrou em crise por várias razões.

O setor, não só siderúrgico, mas em geral, especificamente siderúrgico tornou-se extremamente endividado, extremamente desatualizado no seu setor industrial, com uma capacidade baixa de investimentos; com uma gestão burocrática, quando não política, simplesmente política, que impedia a boa capacidade de funcionamento do sistema; com limitações comerciais; com baixa autonomia de planejamento e de estratégia. Enfim, o setor público chegou em um certo momento que entrou em crise. Válido para praticamente todos os setores, quase (todos). Esse foi um dos primeiros setores que já no início no Governo (José) Sarney e depois no Governo Itamar (Franco), várias empresas foram privatizadas.

E o setor siderúrgico mostrou que esse foi um setor que no aspecto privatização foi o modelo de sucesso. Imagine se nós não tivéssemos isso hoje. Imagino se nós não tivéssemos os senhores aqui, empresários privados investindo, mobilizando, fazendo, e nós tivéssemos, ao invés dos senhores aqui, tivéssemos funcionários públicos estatais, o que nós teríamos nesse setor? Isso se deu em vários setores. Em cada setor existe uma característica, uma situação diferente. Em alguns setores foi necessário se aliar o investimento estatal ao investimento privado. Vou citar um caso específico do petróleo, em que eu presidi a comissão, que levou a flexibilização, ou seja, a quebra do monopólio, não se levou à privatização. Mas não se manteve a estatização como ela era, o monopólio como era. Se permitiu abertura para que outras empresas privadas, setores privados pudessem se aliar, pudessem se juntar, pudessem se reunir ou pudessem atuar isoladamente no setor.

Isso foi também importante para o Brasil. Isso é um setor diferente, o modelo, o sucesso desse modelo não foi da privatização, foi modelo de uma composição entre setor publico e setor privado. Em outros setores, o setor estatal é necessário que se mantenha, até porque tem setores de economia que você não consegue, pelo menos até o momento, condições de rentabilidade, não haveria condições de rentabilidade. Quem se animaria, por exemplo, a levar um metrô como responsabilidade sua, privada nas tarifas que são controladas da forma como elas são controladas, são inevitavelmente controladas em função de uma realidade nacional, da pobreza nacional. Isso significa que em cada caso o que vale é o interesse público, o interesse nacional. Em cada caso estrategicamente é preciso se saber se aquele modelo deve ser de uma forma ou de outra, é uma questão pragmática, não é uma questão ideológica, é uma questão de interesse do país.

Eu acho que nós estamos com vocês aqui dentro de um modelo de sucesso, esse modelo de sucesso pode servir para outros setores, pode não servir. Não se pode reproduzir a mesma coisa para qualquer setor, cada um tem a sua característica. Esse teve a característica de ser privatizado integralmente ou quase integralmente com enorme sucesso. São Paulo tem contribuído, o Governo de São Paulo, com o que pode para que esse setor e outros setores avancem. Os últimos quatro anos desse Governo, Governo Serra, em quatro anos teremos 64 bilhões de investimentos, uma grande parcela deles, a maioria talvez, setores de grande utilização do aço, vide trens, metrôs e todo o tipo.

Portanto, o que nós desejamos a vocês são bons momentos, bem vindos a esse Estado, os que não são daqui. Tenham bons momentos e boas discussões nesse seu congresso. Muito obrigado!