Goldman discursa na inauguração do Centro de Reabilitação do Hospital de Itapecerica

Governador Alberto Goldman: Bom dia a todos vocês. Para mim, é muito honroso estar aqui, porque isso aqui faz parte da minha vida. Não de hoje, desde a década de […]

seg, 03/05/2010 - 16h30 | Do Portal do Governo

Governador Alberto Goldman: Bom dia a todos vocês. Para mim, é muito honroso estar aqui, porque isso aqui faz parte da minha vida. Não de hoje, desde a década de 80. Porque naquela época eu tinha o prazer, como deputado federal, de ser o mais votado aqui em Itapecerica e nós lutávamos para ter um Hospital Regional. Naquela época, o prefeito (de Itapecerica da Serra) era o Hélio (Rubens), e a gente brigou junto para que se pudesse instalar aqui um hospital.

Vários hospitais começaram, em vários lugares do Estado, acho, que inclusive, no Embu e no Pirajussara. Aqui no Embu e Itapecerica conseguimos fazer com que fosse feito o projeto, fosse feita a licitação e começasse a obra. Só que a obra começou no final da década de 80, mas parou porque simplesmente não tinha dinheiro. Naquela época se fazia licitação, começava uma obra e tchau e bênção, não tem mais nada. Era uma coisa absurda, porque acho que era mais de uma dezena de hospitais – o (secretário estadual da Saúde, Luiz Roberto) Barradas deve estar lembrado, mais de uma dezena de hospitais em todo o Estado, que simplesmente começaram e não tinham dinheiro para dar um passo adiante.

Por que é que faz 10, então? Por que que não faz 1, faz 2, faz 3? Quando termina o dinheiro, vai ter mais dinheiro, faz os outros. Não. Bacana é fazer hospital para todo lado – só que não tem dinheiro para fazer. Quando o (Mário) Covas assumiu o Governo (de São Paulo), e o Covas assumiu em (19)95, pegando aquele negócio na mão conseguiu viabilizar recursos e tocou todos os hospitais adiante. E esse foi até um dos primeiros – esse, o Pirajussara – a terminar, um dos primeiros a serem entregues naquela época.

Bom, mas qual é a história? A história é que fazer um hospital só não é suficiente. A construção de um hospital, o que custa a construção do hospital custa a manutenção desse hospital em um ano. E aquilo que você gastou naquele hospital (na construção), você tem que gastar em custeio, e aí é o outro ano e todos os anos subseqüentes – o mais caro é o custeio. E nós tínhamos dificuldades, o Governo tinha muita dificuldade, inclusive dificuldade de gestão. A gestão é muito difícil de ser feita, da forma como é feita, com as estruturas que nós temos. Com a estrutura de… faz concurso público, é inamovível, é irremovível, uma série de dificuldades que a gente sabe.

Qual foi a solução? De alguns anos para cá, particularmente o (ex-governador José) Serra aqui no Estado de São Paulo, implementou, através de um Projeto de Lei, a possibilidade de as organizações sociais, que são entidades não-estatais, mas também não são privadas, são entidades sem finalidade lucrativa… que passaram a administrar vários hospitais do Estado de São Paulo. E não só hoje os hospitais, mas inclusive algumas outras áreas, com resultados, na grande maioria, muito favoráveis. E hoje nós temos as coisas funcionando como vocês estão vendo. Com todas as dificuldades que tem – e tem sempre dificuldades, sempre tem necessidade de mais do que tem – particularmente na área da Saúde, porque na Saúde a mudança dos equipamentos, a mudança da tecnologia toda, as novas invenções, as inovações, os medicamentos, é tudo coisa nova, todo dia você tem coisa nova, e todo dia tem coisa nova e cara. Medicamentos são, em geral, e quando são novos, são patenteados – portanto, cada vez mais caros. E a necessidade de recursos é cada vez maior.

Há uma emenda Constitucional, que nós aprovamos, inclusive quando eu era deputado federal, apresentada pelo ex-ministro da Saúde, o Serra na época, que exigia que os Estados despendessem 12% da sua arrecadação em Saúde, no mínimo 12%. E vinha se gastando um pouco menos até do que 12%. No ano passado já ultrapassou os 12% e neste ano vai ultrapassar bastante os 12%, porque é exatamente o desenvolvimento todo dessa área e o esforço que o governador Serra fez nessa direção – instituindo, por exemplo, os Ambulatórios Médicos de Especialidades, os AMEs, em todo o Estado, e isso custa, custa construir e custa manter. O Centro de Reabilitação Lucy Montoro (Rede de Reabilitação Lucy Montoro), que é também algo novo, que foi criado pelo Serra, também tem custo elevado, vários já estão funcionando, e a ampliação em cada uma dessas unidades, necessidade de ampliação que você tem, são custos de investimento. Disse aí o Barradas que foi investimentos… são 600 metros quadrados a mais este Centro de Referência, que custou, você diz, 3 milhões de reais de investimento a mais para ser feito.

Bem, isso é uma necessidade, e é bom que seja feito assim, eu acho que nós demos um grande avanço na área da Saúde – de fato, um grande avanço no Estado de São Paulo. Eu acho que é uma referência nacional. Você vai comparar o que existe aqui com o que existe no Brasil inteiro é absolutamente incomparável, do ponto de vista de atendimento, de gestão. Ainda com todas as dificuldades que nós temos é absolutamente incomparável. E quando, às vezes, a gente ouve críticas assim: “Mas vocês não estão fazendo políticas sociais?”. Meu Deus, se isso não é política social, é o quê?

Quando você faz uma Escola Técnica… ah, não é política social. Quando você faz uma escola de primeiro grau, não é política social. O que é política social? Política social é dar só o cheque? O dinheiro direto para o cidadão? Sim, às vezes é necessário, porque às vezes não tem nem o que comer, você tem que dar. Nós temos, inclusive, programas também de complementação de renda – mas isso é a urgência, a emergência que você faz, não é a política do dia-a-dia, não é a política do presente, política do futuro. Política do presente e do futuro é você dar condições do sujeito ser atendido. Atendimento médico correto, de poder ter a escola que ele precisa, poder ter qualificação profissional, ter segurança pública… Isso que são políticas sociais. As grandes políticas sociais são essas.

Quando você é obrigado a fazer uma complementação de renda, é obrigado a fazer pela carência total, às vezes, das pessoas, tudo bem, deve-se fazer. Mas isso não é para cantar loas, não. Isso aí é uma necessidade emergencial que tem que fazer. Então, para mim é uma satisfação quando eu vejo um Centro de Reabilitação no hospital. Naquela época, e hoje, nós vamos fazer quanto? Ah, 11 anos da inauguração, 20 anos de quando se começou a luta pela implantação. E a ampliação, e a forma pela qual vem sendo dirigida, cumprimento aqui o Seconci (Serviço Social da Construção Civil do Estado de São Paulo), também pelo trabalho de gestão, e a Secretaria (Estadual) da Saúde pelo trabalho de gestão que vem fazendo. E a todos vocês, que são funcionários, que estão aqui, são aqueles que movimentam isso, porque sem esses recursos humanos nada disso se faz.

Você pode botar tijolo, pode botar pedra, pode botar terreno, você pode botar o que você quiser, carro, ambulância, faz tudo isso. Se você não tiver o recurso humano para tocar a coisa, nada funciona. Não é só aqui, é em qualquer coisa. Recurso humano é recurso fundamental. Por isso, inclusive, o investimento em recursos humanos e a ampliação em qualificação de recursos humanos estão sendo feitos de uma forma tão expressiva. Inclusive, a Fundap (Fundação do Desenvolvimento Administrativo), junto com o Centro Paula Souza, tem um curso de formação de 100.000 técnicos de enfermagem, que vão passar de auxiliares para técnicos de enfermagem. Cem mil não é uma coisa pequena, não – é 100.000, um volume bastante grande de pessoas, com investimento bastante expressivo, feito pela Fundap, organizado e dirigido pela Secretaria (Estadual da Saúde), mas montado pela Fundap, junto com o Centro Paula Souza, para que se possa transformar aqueles que são auxiliares de enfermagem em técnicos de enfermagem – porque essa é a mão-de-obra, junto com os médicos, evidentemente com os enfermeiros, é a mão-de-obra mais importante que nós precisamos ter dentro de um hospital.

Portanto, parabéns a todos vocês que contribuíram para se chegar ao dia de hoje, e parabéns a todos vocês que continuam fazendo a manutenção disso para que a gente possa ter um Estado onde o nosso povo possa ser atendido como ele merece.

Parabéns a todos. Obrigado!