Goldman discursa na entrega de vias marginais e 21 viadutos da Anhanguera

Governador Alberto Goldman: Bem, eu queria em primeiro lugar cumprimentar todos vocês, dar boa tarde. Eu quero citar especificamente o prefeito e em nome dele cumprimentar todos, o Hélio (de Oliveira Santos). […]

qui, 13/05/2010 - 16h00 | Do Portal do Governo

Governador Alberto Goldman: Bem, eu queria em primeiro lugar cumprimentar todos vocês, dar boa tarde. Eu quero citar especificamente o prefeito e em nome dele cumprimentar todos, o Hélio (de Oliveira Santos). O Hélio é do velho MDB,  foi deputado federal. Convivi com ele na mesma comissão, inclusive no Congresso Nacional, na comissão de Ciência, Tecnologia e Comunicações. E tenho convivência com ele agora como Governador. Evidentemente eu lembro aqui que não temos amigos. Nem o (presidente) Lula é amigo, nem você é amigo, nem ninguém é amigo, amigo tem que ser o povo, o nosso compromisso tem que ser com a população. Eu já fui muito amigo do Lula também. E ele já foi até meu eleitor.  E eu já fui eleitor dele também. Isso não quer dizer nada. Fui do Congresso Nacional, líder do PSDB e oposição ao Lula, e oposição dura. Até porque oposição mole não existe. É ou não é. Eu fui oposição durante o meu último mandato, de 2002 a 2006, fui líder da oposição, líder do PSDB, em 2005. Então nós enfrentamos naquela época, inclusive, a famosa CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do mensalão, que eu tive a honra e o prazer de ser um dos responsáveis pela sua criação. Portanto, (temos) visões diferentes das coisas. Eu tenho uma visão diferente da dele sobre conduta de Governo, conduta ética, conduta de matéria administrativa. Somos diferentes. 

Estamos aqui com o aeroporto de Viracopos, estou cansado de falar com eles (representantes do governo Federal) sobre os aeroportos do Estado de São Paulo. Está virando um gargalo terrível para o Estado de São Paulo. Não é só aqui. Todos os aeroportos nossos estão absolutamente entupidos. E não muda a perspectiva a curto prazo para a gente resolver o problema de aeroportos. Eu não sei o que é que eles pretendem. Não tem nada a ver com Copa (do mundo de futebol), com Olimpíadas (de 2016), nada. O crescimento da demanda dos aeroportos esse ano vai ser de 20%. Eu preciso a cada dois, três anos de um novo aeroporto de Congonhas na região do Estado de São Paulo. Então precisaria ter investimentos enormes já feitos há muitos anos. E nós estamos falando isso, eu tenho brigado com eles. Eu já fui a Brasília, já conversei com o ministro (da Defesa), meu amigo Nelson Jobim, várias vezes e não acontece nada, não acontece nada. Eu disse a ele:  “Jobim, é nossa responsabilidade as rodovias estaduais, veja como estão as rodovias estaduais em São Paulo, um volume imenso de veículos, mas com obras em todas as áreas”. Nós temos o melhor sistema rodoviário do Brasil e um dos melhores da América Latina, um dos melhores do mundo, por quê? Porque é de responsabilidade do Governo do Estado de São Paulo, mas aeroporto não, a responsabilidade é federal, eles podem fazer ou não fazer. 

Nos delegue os aeroportos, porque essas rodovias também eram federais um dia. Foram delegadas no Governo de São Paulo e São Paulo fez. Eu disse a ele, “delegue também os aeroportos para a gente fazer. Nós vamos fazer, ou com recurso próprios, ou através de concessões, como fizemos aqui com as rodovias. (Mas o governo Federal)  Não fez, não faz, não faz e não sai de cima e não fazem nada, e vão terminar o Governo, mas não vão fazer nada, porque essas promessas eu já ouvi não sei quantas vezes. Eu fui em 2007 à INFRAERO (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária), em 2007, e disse para eles “nós estamos chegando em uma situação crítica.” Eles disseram, “nós vamos fazer o que terceiro terminal de Guarulhos agora”. Não começaram, estamos em 2010, não começaram se quer. Disseram “2010 nós terminamos o terceiro terminal de Guarulhos aí resolve”. E eu falei “e depois de 2010?” Já pensando em 2010, e ele disse para mim: “Depois de 2010 é Viracopos, precisamos ampliar a Viracopos”. Eu falei que bom, e como é que agente chega na região Metropolitana de São Paulo, chega a Viracopos? Aí ele disse assim “ah, isso não é problema meu, como é que chega lá não é problema meu”. Como é, você vai fazer um aeroporto sem acesso? Como não é problema seu? O resultado: não tem aeroporto, não tem terminal, não tem coisa nenhuma. Isso é uma advergência concreta, administrativa. Se não querem fazer, não tem condições de fazer por várias razões, nos deixem fazer, nós sabemos fazer isso, sabemos fazer isso.

É preciso dinheiro, aí falta de dinheiro e não se consegue fazer tudo, é verdade. Mas aqui temos uma concessão, conseguimos dentro da própria concessão fazer com que fosse feito essas marginais, com isso se separa o trânsito local, o trânsito central, era preciso realmente. O Hélio falou aqui dessa separação. Na realidade, a estrada se separou, cortou a cidade que se expandiu para o lado de lá, se expandiu evidentemente a cidade. A estrada cortou, tem que fazer a ligação. Fizemos o viaduto agora, fizemos as marginais. Nós resolvemos, podemos não resolver na hora, as vezes  você não tem recurso na hora para fazer, mas você programa, você vai brigar, você vai encontrar solução. E essas soluções só podem ser dadas realmente pelo Governo do Estado, porque ele é que está com a realidade na mão. Eu chego aqui e estou inaugurando uma obra, em qualquer lugar que eu inauguro uma obra, ninguém lembra mais da obra, o cara já está reivindicando uma outra. Porque nós estamos aqui, agora o Governo Federal está onde? Está lá em Brasília, e de vez em quando aparece por aqui, muito rapidamente. Não dá, vai tratar do que é essencial, trata de fazer economia funcionar, trata de dar financiamento para as empresas, para as empresas se instalarem; trata de fazer política monetária e cambial correta; trata de fazer política externa correta; trata de fazer as coisas que são do Governo Federal; deixa o Governo Estadual fazer o que é do Governo Estadual, como o Governo Estadual tem que deixar o Governo Municipal, fazer aquilo que é municipal. 

Não adianta o Governo Estadual querer fazer aquilo que é do município, o município sabe melhor. O prefeito que é cidadão sabe onde ele mora. (O cidadão) vai lá bate na porta da casa dele para saber “escuta o prefeito está faltando não sei o que… tem um buraco na rua da minha casa” E vai lá brigar com ele.  Não é o Governo do Estado que vai fazer, é o município. Tem coisas que o Estado tem que fazer, infraestrutura, estradas é o Estado que tem que fazer. Aeroportos, o Estado que tem que fazer, também é infraestrutura, de transporte é o Estado que tem que fazer, o Governo Federal não faz. Quer fazer? Então tudo bem faz, mas não faz, não acontece. Agora o anuncio é o seguinte: 2011 vamos fazer não sei o que… 2011 vai ter não sei quantos bilhões para fazer. Em 2011 eu não sei nem quem vai ser o presidente da República, alguém sabe? Vocês Vão decidir quem vai ser, cada um tem a sua opinião, tem seu voto, eu já tenho o meu, mas todo mundo decidir democraticamente quem vai ser o presidente da República. Pode ser que o presidente ache que tem que ser diferente, tem que ser de outra forma. 

Bem, eu espero que essas coisas mudem um dia, não é? Eu espero que mudem um dia, eu espero que a gente possa fazer. E quando eu digo “vou fazer” eu vou e faço. Acabei de sair de uma entrevista, fizeram uma série de perguntas “o senhor vai fazer isso aqui, não sei o que?” Eu digo “não, não vou fazer, não posso fazer, não vou fazer” digo “não vou fazer, não dá para fazer”. Agora, se eu digo “vou fazer, posso fazer”, pode estar certo de quer vai acontecer. Não é só lábia, não é só trololó, não é só conversa, não é só discurso. Então essa é a expectativa nossa, eu sou seguidor eu estou aqui como vice-governador que assumi no lugar do governador do Estado que é o (José) Serra, saiu para outros desafios, para outras campanhas. Quero cumprir bem esse mandato até o final, fazer direitinho o que tem que se fazer. Quero deixar meu Estado arrumadinho para quem chegar no dia 1º de janeiro do ano que vem, chegar aqui no Estado e dizer o seguinte “Está arrumado, está controlado, não tem promessa falsa, não tem a cobrança de vai chegar lá… “ah, o governador, o Goldman que estava lá ele disse que iria fazer isso, iria fazer aquilo e não fez”. Não vai acontecer isso aqui não, não vai acontecer, ele vai receber o Estado equilibrado, o que for eleito. Quem vai ser eleito vocês que vão decidir, é o povo que vai votar que vai decidir. 

Então esse é o meu papel, esse papel eu vou continuar fazendo, fazendo tudo o que nós podemos fazer. Isso daqui não somos nós não. Olha que vocês sabem que o Estado de São Paulo não começou com o Governo Serra, já existia antes do Governo Serra. E esse convênio que foi feito aqui não é o… O Estado não começou hoje. Assim como o Brasil também não começou hoje, o Estado também não começou hoje. Isso foi até acertado em 2006. Se eu não me engano, foi no final de 2006 que foi feita a revisão aqui da concessão para fazer essa obra. O Governo não era o Serra, era ainda o Claudio Lembo (que substitui o governador Geraldo Alckmin). Está feito! Tem outras coisas que vão ser feitas, a vida continua? Continua.  E o que é (mais) importante? Nós também não descriminamos partido político não. Não é o fato do Hélio ser de um partido que não está com a gente, que não vai estar com a gente provavelmente na disputa presidencial. Não muda absolutamente nada. Claro que se conseguir convencê-lo a votar no meu candidato, vou convencer. Ele vai, eu sei que ele tem juízo, chega uma certa hora que o juízo vai baixar. Se não tem, chega. 

Mas de qualquer forma é um direito que ele tem, é um direito que eu tenho, mas nós não discriminamos ninguém. Ele é prova de quando eu fui fazer, como secretário de escolas técnicas, quantas vezes eu falei com ele: “quero fazer. Me dá condições de fazer. Eu estou fazendo em um monte de lugares. Escolas, estamos fazendo, queremos fazer mais, ampliar o Ensino Técnico, o Ensino Tecnológico, as Fatecs, (Faculdades) de tecnologia.” Não perguntei para ele se ele estava conosco, se ele era da oposição, com que partido ele estava, porque a minha obrigação não é com nenhum partido político. É a obrigação com o meu partido político sim, mas acima de tudo é a minha obrigação com o meu povo, com o cidadão e cada um deste Estado. Muito obrigado a todos vocês!