Formação dos Jovens Acolhedores

Serra acompanhou a formatura de 600 integrantes do programa nesta quinta, 13

qui, 13/09/2007 - 14h52 | Do Portal do Governo

O governador José Serra acompanhou a formatura de 600 integrantes do Programa Jovens Acolhedores nesta quinta-feira, 13. O programa, de iniciativa da Secretaria Estadual da Saúde, capacita universitários para fazer a orientação e o acolhimento de pacientes em unidades de saúde de todo o Estado.

Bom, eu não vou dar o boa tarde, porque vocês não vão conseguir fazer mais alto do que já foi feito aqui agora. Eu queria cumprimentar a todos e a todas, dizer da minha alegria de vir aqui hoje a esta formatura.

Eu, quando fui ministro da Saúde quatro anos, nós fazíamos muitas pesquisas para saber como a situação da saúde andava no País, quais eram os principais problemas.

Por incrível que pareça, o item mais destacado pela população como insatisfatório no atendimento no serviço de saúde era a falta de humanização no atendimento.

O que aparece é sempre demora no atendimento, ou falta de médico, que eram os problemas apontados. Mas o número um era a falta de acolhimento adequado.

Isto envolve não apenas o médico – como se pode imaginar às vezes – mas envolve as instituições de saúde como um todo e todo o pessoal: administrativo, secretárias, o conjunto das instituições.

A importância desse fator humano, de relacionamento, é muito maior na saúde que qualquer outra coisa. Porque quem precisa de atendimento médico, em geral, está mais vulnerável. Está inseguro, não tem informação, não sabe direito como são as coisas. Ou tem um problema grave, urgente para ser diagnosticado, para receber tratamento.

Enfim, as pessoas estão mais vulneráveis e particularmente suscetíveis a um tratamento rude, a uma desatenção, a ficar andando de um lado para o outro sem saber o que fazer, enfrentando demora e tudo o mais.

Nesse sentido, a idéia dos Jovens Acolhedores eu achei brilhante, porque, se soma, em primeiro lugar, ao trabalho dos voluntários e voluntárias, que são principalmente mulheres, no Brasil inteiro.

Eu, quando estava no Ministério, também estimulei muito a participação das voluntárias. Fizemos até livros sobre voluntariado, recolhendo experiências importantes do Brasil inteiro, que servissem como exemplo do voluntariado. E, ao lado dessa tradição do voluntariado, São Paulo fez, ainda no governo do Alckmin, com o Barradas secretário, o programa dos Jovens Acolhedoresque vão receber as pessoas, encaminhar, dar informação; melhorar muito o atendimento nas unidades de saúde.

Isso, por um lado. E por outro, pessoalmente, também enriquece a experiência e a vida de cada um: esse tratamento, essa socialização, essa oportunidade de fazer o bem. E, paralelamente, também tem uma espécie de bolsa para a sua faculdade. Já são – se nós contarmos todos os que já fizeram concurso, fizeram cursos e trabalharam desde 2004 – são mais de dois mil. E agora, são 670 no Interior e na Capital.

É uma iniciativa que eu encontrei em andamento no governo e que nós vamos manter e reforçar, porque neste ano nós fizemos aproximadamente 1/3 desse total de um programa que começou há três anos. Portanto, estamos turbinando o programa.

E eu queria aqui me congratular com o secretário, o Paulo Seixas, que organiza mais diretamente; com o reitor José Vicente, que representa aqui as faculdades que cooperam conosco. Mas – acima de tudo – com vocês, que são agora os jovens acolhedores e as jovens acolhedoras, porque a maioria – pelo que eu vejo – são mulheres. Ou estou enganado? Sim ou não?

E as voluntárias, 90% são mulheres. A saúde, aliás, é uma atividade cada vez mais feminina; o que eu acho um ganho para o Brasil.

Eu, quando ia fazer palestra em faculdades de Medicina, já mais de metade dos alunos eram mulheres. Odontologia, mais ainda. Enfermagem, mais de 90%. Auxiliar de enfermagem, a mesma coisa.

Acho que só temos a ganhar com a ampliação da participação das mulheres na área da saúde, dada a sensibilidade maior – eu estou à vontade para falar porque eu sou homem – a sensibilidade maior que elas têm com os problemas dos outros. Começando pela questão da família. São elas que cuidam da saúde da família, das crianças, da educação e de tudo mais.

Portanto, eu queria me congratular com todos. E especialmente com todas.

Obrigado.