Estado entrega prédio da Fatec Pindamonhangaba

Evento aconteceu nesta quarta-feira, 13, quando José Serra visitou as novas dependências da faculdade

qua, 13/08/2008 - 20h06 | Do Portal do Governo

Os alunos da Faculdade de Tecnologia (Fatec) de Pindamonhangaba retomaram as aulas no segundo semestre em um novo campus, entregue oficialmente pelo governador José Serra que visitou o espaço nesta quarta-feira, 13, onde o Estado investiu R$ 1,8 milhão, além da contrapartida de empresas parceiras e da prefeitura. Na ocasião, Serra fez o seguinte pronunciamento.

 

Governador: Queria dar o meu boa tarde a todos e a todas. Cumprimentar Mauro Arce, nosso secretário dos Transportes. O Barradas, que é secretário da Saúde. O João Bosco, que é vice-prefeito de Pindamonhangaba e, além disso, é palmeirense, não é, João Bosco? Tem algum palmeirense aqui? Eu vou embora se não tiver. Pouco para Pindamonhangaba.

Bárbara França, secretária municipal da Educação, que representa a Prefeitura. A Laura Laganá, que é superintendente do Centro Paula Souza. O João Manuel Souza das Neves, que é diretor da Fatec de Pinda. O prefeito da cidade de Roseira, o Marcos Galvão.

Queria, também, cumprimentar os diretores, professores e os alunos, também da Etec, que vieram para cá, se deslocaram até aqui. O que a Laura me dizia é que a Fatec é à noite, e isso implica que o pessoal, agora, está trabalhando, em geral. Graças a Deus, não é? Tem algum aluno de Fatec aqui? Ainda tem. Vocês estão sem emprego?

Queria, também, cumprimentar os empresários parceiros da Fatec aqui em Pindamonhangaba.

Bem, nós estamos inaugurando hoje esta nova instalação. É uma instalação boa, como vocês vêem, muito adequada para uma faculdade. Investimos um bom dinheiro aqui. Quanto foi, Suzana? R$ 1,8 milhão para 240 alunos por enquanto, porque com essas instalações vai poder expandir. E a Etec aqui tem mais de 1.200. É uma das Etecs maiores que eu visitei até agora. Em geral, há 800, 600, por aí.

Este é talvez o principal programa do Governo do Estado: a expansão do ensino técnico e tecnológico. O desemprego é um problema sério no Brasil, em São Paulo e no Vale, mas às vezes se instala uma empresa e não tem mão-de-obra qualificada. É um paradoxo. Falta emprego, tem oportunidade de trabalho – e não há quem empregar.

A gente está vencendo essa diferença. Para vocês terem uma idéia, de alunos de Etecs nós tínhamos 70 e poucos mil, quando eu assumi o governo. Nós vamos deixar de vagas ocupadas até 2012, mais de 170 mil. Ou seja, vai aumentar duas vezes e meia. É a maior expansão do Brasil, mesmo somando governo federal, e é inteiramente feita pelo Estado, paga pelo Estado. O que nós temos é cooperação com as empresas que fornecem equipamentos, gente, estágios, visitas. Enfim, tudo aquilo para preparar melhor a mão-de-obra que as empresas mesmo vão empregar.

Ao mesmo tempo, nas Fatecs, nós encontramos 26 quando eu assumi. Nós vamos fazer mais de 52, e estamos caminhando na meta. Ou melhor, já ultrapassamos, porque não estamos ainda na metade do governo e já fizemos 40. Ou seja, já somamos 40, fizemos 14, o que vai expandir muito. Eu acho que vai ir além de 52. O ideal, aliás, é que os alunos aqui da Etec se preparem para depois entrar na Fatec.

Há um dado muito importante. De cada cinco alunos que se formam nas Etecs, quatro conseguem emprego quando terminam. Isso mostra a importância para a nossa juventude também. Não apenas para o desenvolvimento de São Paulo. Nas Fatecs, é nove em dez que já têm emprego quando terminam.

Agora, na Etec é um curso de ensino médio, digamos. Não precisa ter o ensino médio completo e a Etec proporciona ensino médio quando o aluno não tem. Essa daqui tem quantos alunos?

Voz: 1.200, no total.

Governador: Não, não, de ensino médio.

Voz: 460.

Governador: 460 de ensino médio. E é o melhor ensino médio público de São Paulo e do Brasil. O aproveitamento é muito maior nas Etecs, quando há o ensino medi,o e o jovem ou a jovem ficam praticamente em tempo integral. Ou seja, num período o ensino técnico; no outro, o ensino médio. Isso motiva muito, porque se vê a utilidade concreta da coisa.

Eu fico, às vezes, aflito quando vejo famílias fazerem tanto sacrifício para pagar um ensino particular universitário, pagam a Faculdade de Direito e depois não há emprego. Às vezes, não passa nem na OAB. Porque não tem motivação, a faculdade não é grande coisa. Gasta-se uma fortuna nesse período. O ensino técnico e o tecnológico são o contrário porque eles estão ligados às necessidades do crescimento, do desenvolvimento. Ter uma utilidade prática motiva melhor os alunos.

Não tenho dada contra ninguém estudar Direito, Filosofia, Pedagogia. Pelo contrário. Apenas a gente tem que oferecer mais opções e mostrar que, para ter oportunidade na vida, não precisa só fazer uma universidade. Às vezes, um bom ensino médio e técnico resolve. Às vezes, não precisa fazer Engenharia. Uma boa Fatec, com três anos, resolve, porque forma mão-de-obra altamente especializada.

Mais ainda: a gente tem feito as escolas adaptadas às necessidades regionais.  Não há currículo padronizado para tudo, não. Existem escolas que atendem às demandas de emprego da região, às ofertas de emprego da região, e por isso trabalhamos em cooperação. É muito variável no Estado de São Paulo. Há umas que estão adaptadas ao trabalho portuário, ao petróleo, a cana, a têxtil, a vestuário. Quer dizer, são muito variáveis segundo as diferentes regiões, como esta de metalurgia. Esta é uma região, inclusive Pinda, que tem uma boa indústria. E ela precisa continuar se desenvolvendo. Isto é o fundamental.

Nós estamos, também hoje, inaugurando estradas, um investimento que nós fizemos na SP 62. Nós construímos e pavimentamos a segunda pista num trecho importante, ligando Pindamonhangaba a Moreira César, e restauramos e recapeamos a pista já existente no mesmo trecho. São nove quilômetros e, para vocês verem como estrada custa caro, R$ 19 milhões. Muito mais do que o que nós gastamos aqui para instalar a Fatec. Em compensação, a estrada, na manutenção, é mais barata.

Mas o que vale na Fatec é o custeio, que é bastante alto, embora seja muito econômico. Uma Etec custa por aluno – vocês vão se surpreender – pouco menos do que o ensino médio público oficial da Secretaria da Educação, porque é administrada com economia e com austeridade. Mas, de todo modo, são coisas significativas e a gente tem que trabalhar para arranjar dinheiro para toda essa expansão.

Há poucas semanas, inauguramos aqui um Fórum em Pindamonhangaba, que era uma coisa muito demandada. Trabalhamos junto com a Justiça. É um Fórum que realmente melhorou bastante as condições de atendimento da Justiça, e, embora já esteja operando a pleno vapor, daqui a pouco vai precisar ampliar. A gente tem sempre que estar correndo atrás.      

Quero lembrar que aqui em Pinda, além do mais, nós demos recursos para a Prefeitura fazer pavimentação urbana – mais de R$ 1 milhão. Isso permitiu pavimentar o terceiro trecho do Anel Viário. Construímos também a sede da Segunda Companhia do Quinto Batalhão da Polícia Militar. E em andamento nós estamos fazendo um trevo, um entroncamento da SP 123 com a SP 46.

Quero dizer uma coisa a vocês: eu não tenho idéia de que estradas são essas. Eu não sou capaz de me lembrar por número, e em todo o Interior é numero pra cá, numero pra lá. Às vezes, é melhor ter um nome. 123 é a que vai para Campos do Jordão, que é federal. É no entroncamento, mas a gente mantém também a federal.      

Na educação, construímos escolas no terreno residencial da Mantiqueira, com mil e duzentas e sessenta vagas. Em habitação, cento e cinqüenta e duas unidades habitacionais, para setecentas e sessenta pessoas. Construímos duas unidades para o programa de Saúde da Família, nos bairros de Feital e Triângulo, gastando aí R$ 300 mil. Eu nem vou falar aqui de toda a região, mas nós estamos investindo muito no Vale do Paraíba.

Hoje eu fui a um hospital, que para nós é um motivo de enorme satisfação: o Hospital Regional do Vale do Paraíba. Esse era um hospital particular, que na gestão do Alckmin foi estatizado, não é isso? Hein, Barradas? Foi estadualizado. O Alckmin já começava a investir e nós aceleramos os investimentos. Hoje eu inaugurei lá uma coisa que tem uma implicação direta aqui para Pinda – não é tão longe – que é uma unidade de diálise. Diálise é uma atividade que as pessoas precisam fazer quando o rim não funciona. Então para limpar o sangue, tem que fazer, três vezes por semana. É uma coisa muito penosa. Até, eventualmente, poder fazer um transplante.

Nós inauguramos uma unidade que é única internacionalmente. Disseram-me que é a única do mundo. Eu não sei se é do mundo, mas é uma das poucas do mundo, se existir, porque tem prevenção também. O que leva à falência dos rins é a diabetes e a pressão alta. Então lá vai ter tratamento preventivo para, no mínimo, postergar a necessidade da hemodiálise.

Agora, instalamos vinte novas máquinas. Isso significa mil e quinhentas sessões de limpeza de sangue, por mês, a mais. Portanto, aumenta o acesso para toda a região.

Quando eu estava no Ministério da Saúde, nós aumentamos muito os equipamentos do Brasil inteiro. São Paulo nem se compara com o resto. Aqui é muito mais amplo o atendimento. Mas nós aumentamos tudo. Hoje um médico lá estava me dizendo que infelizmente aqueles equipamentos que nós compramos já estão todos com defeito, com problemas, porque duram, em média, sete anos. E não houve essa troca de equipamentos. É um setor que está tendo problemas. Aí, o Estado está entrando diretamente.

Inauguramos também outra coisa importante para Pinda e toda a região, que é o setor pediátrico do hospital. Já tem quarenta leitos. Dá gosto de ver: uma coisa arrumadinha, até bonita, para melhorar o astral dos doentes, das crianças e até dos médicos e das enfermeiras, e de todo mundo que trabalha lá. Vai ter dez leitos de UTI pediátrica, incluindo UTI de trauma, porque aqui tem muita estrada, ocorrem muitos acidentes, crianças sofrem traumas. E também o que me disse o diretor lá é que está se difundindo a prática de esportes perigosos. Eu acho uma tragédia isso, com problemas de traumatologia graves. Então nós investimos lá, e isso atende a região. É um esforço que estamos fazendo nesta direção e muitas outras coisas. Mas eu não vou me esticar aqui mais.  

Queria apenas dizer que o Vale do Paraíba é uma região muito importante para São Paulo e, portanto, para o Brasil. É das regiões que mais se desenvolvem, talvez a mais dinâmica do Estado. O Estado precisa do Vale e o Estado, por isso, está contribuindo também para o vale, para romper diversos  estrangulamentos que existem para o seu desenvolvimento. Incluindo o litoral norte, que não é Vale, mas é da região, onde nós estamos investindo agora no programa Onda Limpa.

Não sei se vocês sabiam, o recolhimento e tratamento de esgoto nessas cidades, Caraguá, São Sebastião, Ubatuba é da ordem de quarenta e poucos por cento só. Nós vamos elevar para 65% e programar para 2012, para 85%. É um programa caríssimo e que não se vê. Só isso vai custar R$ 200 milhões. É uma coisa que fica por baixo, mas vai melhorar muito as praias e, portanto, o turismo e as condições de saúde, principalmente das crianças.

Então, eu dizia, a gente está dando apoio para o Vale se desenvolver porque ele se expande sozinho, agora.

E nós contamos com vocês, contamos com a região, contamos com Pindamonhangaba. Quero dizer também que vocês contem com o Governo do Estado e contem comigo pessoalmente.

Muito obrigado.

Queria dar aqui um abraço muito especial aos alunos da ETEC. Eu vejo que a maioria são mulheres, não? Vocês sabem que neste hospital ao qual eu fui, 85% não, acho que 92% são mulheres que trabalham lá. 92. É impressionante. E eu estou vendo que no ensino técnico também, porque as mulheres são mais precavidas, homem reclama muito, está sempre insatisfeito e tal. A mulher agarra a oportunidade e vai para diante. Portanto, queria dar um abraço especial. Sem naturalmente ninguém vai achar que eu estou falando mal de homem, porque até segunda ordem eu sou homem também. Mas, de toda maneira, cabe esse registro.

Muito obrigado.