Estado cria a São Paulo Companhia de Dança

Primeira apresentação pública da SPCD já está prevista para novembro deste ano

seg, 28/01/2008 - 16h10 | Do Portal do Governo

O governador José Serra lançou uma série de ações destinadas a revigorar a dança no Estado. Entre as iniciativas, a criação da São Paulo Companhia de Dança (SPCD), a construção de um teatro para abrigá-la e a liberação de recursos, por meio do Programa de Ação Cultural (PAC), para grupos de dança de São Paulo.

Bom dia a todos e a todas.

Cumprimentar o prefeito Gilberto Kassab; os secretários João Sayad e Francisco  Luna, que aqui estão; o secretário Andrea Matarazzo, da Prefeitura, que é o braço direito do Gilberto Kassab em toda a recuperação do Centro de São Paulo e muito especialmente, aqui da região da Luz; a Iracity Cardoso, diretora da nossa Companhia de Dança; a Inês Bogeá, diretora adjunta.

Eu queria cumprimentar também o secretário dos Transportes, Alexandre Moraes; presidentes de associações; sindicatos da dança; companhias de dança; a todos e a todas.

Eu estou muito feliz hoje e fiquei aqui olhando lá a Estação Rodoviária de frente. Está lá – ninguém olhou. Eu fiz assim e achei que todo mundo ia olhar para ver. Porque lá é que vai ser o Teatro da Dança de São Paulo. Nós, no final do ano, desapropriamos o local, gastamos cerca de 34 milhões de reais para desapropriar a antiga rodoviária, e lá construir o Teatro da Dança.

Isto vai ser feito o antes possível. O problema é que tem muitas lojas, então vai haver alguma demora nas desapropriações localizadas dentro da área. Mas vamos fazer isto o mais depressa possível. E será uma peça também, uma parte a mais da recuperação de toda a área aqui da Luz, da antiga Cracolândia.

Aqui já tem a Pinacoteca, que foi recuperada na época do Mário Covas. Tem a Estação Pinacoteca, que foi inaugurada na época do Alckmin. Tem o Museu de Arte Sacra, que eu não sei quando foi feito. Tem o Museu da Língua Portuguesa – que todos nós já conhecemos – tem a Oficina Cultural, na Três Rios, e agora, a Oswald de Andrade, que foi feita na época do Montoro.

Quero dizer modestamente que foi idéia minha na época de se fazer isto. Nós trocamos. Eu propus para a Faculdade de Odontologia construir para eles um prédio na Cidade Universitária. Em troca, pegar o prédio da antiga Faculdade de Odontologia e Farmácia, construímos essa Oficina Cultural. 

Enfim, aqui há também o Taib, o antigo Teatro Israelita Brasileiro, que a Secretaria Municipal da Cultura quer transformar em uma oficina de teatro. Não sei nem se já foi desapropriado, Gilberto. Mas havia a idéia que foi exposta pelo Calil, de fazê-lo. Portanto, nós vamos ter aqui – já temos – o maior centro cultural e artístico. Sem falar, naturalmente, aqui da Sala São Paulo e da Osesp (Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo), o prédio em que nós estamos, Escola Tom Jobim.

Portanto, é um passo a mais na recuperação do Centro de São Paulo, e desta região especificamente. E é um passo de dança.

 Havia um poeta grego da antiguidade que dizia que a dança é a poesia muda, é a poesia pelo movimento. Desde logo, quero dizer, sem depreciar as demais artes cênicas, que é a que eu prefiro. Por menos, que eu casei com uma bailarina – que era bailarina profissional na época.

E quero dizer também que nós não temos aqui em São Paulo – apesar de que temos mais do dobro da população chilena – uma Companhia Estadual de Dança. Existe o Balé Municipal, que é muito bom, que é da Cidade de São Paulo. Mas não temos uma companhia estadual que, além de proporcionar espetáculos, represente um centro de formação, de estímulo e de incentivo à difusão da dança.

Como disse o João Sayad, o nome será São Paulo Companhia de Dança. É um anglicismo no nome, porque deveria ser Companhia da Dança do Estado de São Paulo. Eu vinha pensando isso quando vinha para cá, e sugeri para inverter e ficar com o nome Companhia da Dança de São Paulo. Mas aqui, ele me deu um bom argumento: vai se confundir com outras coisas: com Cosesp (Companhia de Seguros do Estado de São Paulo), Codasp (Companhia de Desenvolvimento Agrícola de São Paulo), Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo) e vai por aí. Então, é a primeira vez que nós vamos inverter colocando o SP na frente. No caso, é um anglicismo bastante bem-vindo.

Nós estamos proporcionando também um incentivo à dança que vai além desta iniciativa. É um incentivo que vem se expressando na Virada Cultural, em uma série de ações dessa natureza e, também, nas Fábricas de Dança. Tive oportunidade, outro dia, de assistir a um espetáculo introdutório às atividades das Fábricas de Cultura lá na Zona Norte. Realmente, algo que me encantou, porque a dança – como outras atividades cênicas também, mas a dança especialmente – dá auto-estima aos jovens. Faz parte do seu processo de educação, de formação cultural. Ela é um lance, do ponto de vista do desenvolvimento social. Além do espetáculo em si mesmo.

Eu não sou daqueles que acha que a arte tem obrigatoriamente que ter um papel social de desenvolvimento. Tem também um papel de algo gostoso para se desfrutar, não é? Acho que é uma combinação, uma espécie de pas de deux que nós queremos com essa companhia e com todas as ações do Governo do Estado nessa área.

Onde há cultura, há inteligência, há sensibilidade, há beleza, há auto-estima que é fundamental para a vida e para o futuro dos nossos jovens. E há também – não custa lembrar – turismo e geração de empregos. Por isso é que São Paulo agora vai dançar. Cada vez mais. E no melhor sentido, que é o da dança como expressão artística, mas também como indutora do desenvolvimento cultural, educacional e social.

Eu estou certo de que nós vamos assistir a esse pas de deux. E vamos assistir aqui, bem em frente à Sala São Paulo.

Se Deus quiser, vamos tocar logo esta obra, escolhendo um projeto arquitetônico adequado ao local. Não se trata apenas de construir algo em abstrato, mas integrado aqui ao clima da Nova Luz.

Portanto, esse vai ser um trabalho delicado. Não podemos construir algo que tenha alguma dissonância aqui com o bairro. Nem uma obra de autor, como às vezes se gosta de fazer, porque serve ao autor, à classe, ganha prêmios, mas não serve à finalidade que se deseja.

Portanto, vamos ter que caprichar bastante nisso. E contamos, aliás, com a participação de vocês.

É isso.

Muito obrigado.