Entrega do Deutsche Bank Urban Age Award

Evento aconteceu Palácio dos Bandeirantes e contou com a presença de José Serra

qua, 03/12/2008 - 20h12 | Do Portal do Governo

Em cerimônia no Palácio dos Bandeirantes, com a presença do governador José Serra, foi entregue nesta quarta-feira, 3, o II Deutsche Bank Urban Age Award, premiação com o objetivo de despertar o interesse e a criatividade dos paulistanos para resolver os problemas da maior e mais complexa cidade da América do Sul. Na ocasião, Serra fez o seguinte pronunciamento.

Governador:

Queria dar meu boa noite a todos e a todas. Cumprimentar a Fundação Alfred Herrhausen Society, do Deutsche Bank, através do Wolfgang Nowak. O prefeito da cidade de São Paulo Gilberto Kassab. O chefe do escritório do Deutsche Bank no Brasil Bernardo Parnes. O Raí, em nome de quem cumprimento a todos os jurados. A Maria Ruth Sampaio de Amaral, vencedora do Prêmio Urban Age, com projeto Edifício União. Queria cumprimentar também os parlamentares presentes, membros do corpo consular, diretores e pesquisadores do Deutsche Bank, acadêmicos, congressistas.

Bem, é um prazer aqui ver tantos amigos e rostos conhecidos. Um prazer maior ver esses amigos do projeto Urban Age junto amigos de toda vida. Quero estender aos que chegam do exterior para a cidade e ao Estado de São Paulo. Meu desejo é que nos próximos dias possamos dar continuidade à investigação interdisciplinar sobre os destinos das grandes metrópoles, tendo São Paulo, agora, como referência, em face das forças da globalização, do crescimento populacional, da urbanização e de seus impactos sobre a infra-estrutura, sobre o meio-ambiente, sobre os recursos naturais e sobre a sociedade.

O Prêmio Deutsche Bank Urban Age São Paulo é uma iniciativa associada ao projeto Urban Age e envolve uma reflexão multivetorial sobre o futuro das cidades, organizadas conjuntamente pela Alfred Herrhausen Society, pelo Deutsche Bank e pela London School of Economics in Political Science. Meus agradecimentos a essas instituições pela iniciativa e pelos apoios que permitem a realização do projeto, que eu tenho acompanhado como participante já em diferentes reuniões, em diferentes cidades do mundo.

O prêmio que foi, que é de US$100 tem como objetivo incentivar cidadãos, movimentos populares, coletivas, cooperativas, organizações não-governamentais, organizações e empresas a assumirem maior protagonismo na apresentação de propostas para melhorarem a vida das populações urbanas e transformar os espaços físicos e setoriais.

Se o prêmio envolvesse também entidades governamentais, nós teríamos inscrito também a prefeitura de São Paulo para recebê-lo, com o projeto do Centro Cultural da Juventude Ruth Cardoso, da Vila Nova Cachoeirinhas, mas, evidentemente, seria desigual uma entidade governamental competir com uma organização, com organizações não-governamentais. Mas eu convido participantes a visitarem esse centro cultural, feito pela prefeitura num local que era um mercado inacabado, abandonado há 20 anos numa das regiões mais pobres da cidade e que hoje é um centro cultural de produção cultural, de lazer e de congregação da juventude, como não há nenhum paralelo, em São Pauloe no nosso país. Portanto, convido os participantes a fazerem essa visita.Uma das vantagens de realizar essa edição do Urban Age em São Pauloé poder mostrar para os cidadãos e cidadãs especialistas, empreendedores, consultores, formuladores e operadores de políticas públicas têm feito muitos esforços para elevar a qualidade de vida e enfrentar os problemas recorrentes do crescimento acelerado. Eu lembro que São Paulo, em apenas 40 anos, cresceu cerca de 12 vezes em tamanho medido das migrações internas. E também da pressão sobre a infra-estrutura e os recursos das regiões metropolitanas, sempre escassos.

O interesse de população, empresa, governos e entidades representativas de grupos coletivos em contribuir para o progresso de São Paulo pode ser medido aqui pelo alto número de inscritos no prêmio. Foram 133, apenas na região da Grande São Paulo.

O projeto Urban Age é inovador porque não se satisfaz em querer explicar a cidade, embora isso seja muito interessante, ter as explicações, mas também tem por objeto transformar a cidade, de preferência em cidade compacta, de uso diversificado, bem conectada, complexa e democrática. Direções que voa quase sempre na contracorrente do que vem sendo feito no mundo, como tem demonstrado (Inaudível) e Filip (Hold?).

É isto que justifica o formato desse seminário, explica o seu sucesso e explica a sua fecundidade, a fecundidade das suas propostas. Não se limitar a se discutir idéias e teorias, mas juntar perspectivas e interesses. Não apenas idéias e teorias, mas perspectivas e interesses, até mesmo perspectivas e interesses conflitantes, de pesquisadores dos processos urbanos, formuladores de política municipais e consultores.

Por isso mesmo eu pedi à Imprensa Oficial do Estado de São Paulo que tornasse disponível em português os textos dos seminários passados e que serão entregues amanhã na conferência e enviados oportunamente às escolas de arquitetura e urbanismo de todo o Brasil. Quero dizer que são os melhores textos que eu já vi em matéria de discussão e proposta sobre os problemas urbanos. Esta é minha sensação, minha avaliação pessoal.

À frente da prefeitura que eu estive, sucedido pelo prefeito Gilberto Kassab, eleito recentemente com uma grande votação. Foi vencedor das eleições na maioria dos bairros pobres da cidade de São Paulo. Agora, no Governo do Estado, a minha visão do que é o futuro de São Paulo tem se pautado pela noção de uma cidade aberta, democrática, próspera e eficiente no oferecimento dos bens públicos.

Nas suas relações com a comunidade internacional, eu vejo São Paulo, nas palavras da (Sapia Sacem?) como uma cidade global, muito global, a mais global do Brasil e, talvez, da América Latina, que utiliza seu talento e sua cultura para intermediar e contribuir para o fluxo humano do comércio, dos investimentos em território nacional e no exterior. Para consolidar sua posição como uma cidade global bem sucedida, São Paulo deve e precisa investir no capital humano e no capital físico, precisa ser uma cidade bem sucedida na luta nos três planos que afetam a sua governabilidade e que são os problemas essenciais que afetam as grandes metrópoles urbanas do Brasil: a regulamentação da região metropolitana, que tem sido deixado de lado no nosso país, o sistema tributário e fiscal, absolutamente inadequado em matéria de desenvolvimento urbano e o sistema eleitoral para o poder legislativo, também em absoluto inadequado.

Amanhã terei a oportunidade de apresentar algumas idéias sobre essas questões, durante o seminário, mas agora eu queria era reiterar minha satisfação com a ampla participação e o entusiasmo com o qual o prêmio Deutsche Bank Urban Age São Paulo foi acolhido.

Meus agradecimentos ao júri na pessoa do Raí, pelo trabalho de avaliação das propostas. O Raí é uma figura, entre nós, querida. Aliás, ele participou intensamente, lembro aquela visita que nós fizemos lá, quando o Centro da Juventude ainda não existia lá na Vila Nova Cachoeirinha. Na verdade, ele só tem um defeito. Nunca jogou no meu time, mas foi jogador do São Paulo e de outro time da França.

Desde já eu gostaria de me associar, através da Imprensa Oficial do Estado de São Paulo novamente, com o projeto de uma publicação de um livro com todos os projetos paulistanos inscritos neste prêmio, todos farão parte de um livro que nós editaremos.

As boas idéias não só podem como devem ser copiadas. Nós fazemos isso no Brasil. Copia-se as boas idéias em matéria de políticas governamentais, sobretudo em algumas soluções mais simples, às vezes, para grandes problemas urbanos. É uma responsabilidade pública que nós temos, a de difundir ao máximo essas idéias.

Bem-vindos e espero que todos tirarão ainda maior proveito da convivência com os paulistanos de todo Brasil. Esta é a mais brasileira das cidades do país. Por isso nós dizemos paulistanos de todo Brasil e de todo os que nela vivem. Espero que essa convivência seja proveitosa, enriquecedora e que dá diversidade de conhecimento que o Urban Age está proporcionando em matéria de questões urbanas saiam propostas melhores, mais sólidas, mais viáveis para o futuro da urbanização no mundo.

Muito obrigado.