Entrega de serviço de hemodinâmica do HC de Mogi das Cruzes

Governador discursou na sexta-feira, 16, em Mogi

sex, 16/11/2007 - 18h45 | Do Portal do Governo

O governador José Serra visitou na tarde desta sexta-feira, 16, o município de Mogi das Cruzes onde entregou o setor de hemodinâmica do Hospital de Clínicas Luzia de Pinho Melo, que recebeu investimento do governo paulista que ultrapassou a casa dos R$ 2,5 milhões. Na ocasião, Serra fez o seguinte pronunciamento.Queria dar boa tarde a todos e a todas.

Quando o Junji perguntou, eu não vi nenhuma mão levantando para dizer se era palmeirense. Será que não tem ninguém aqui? Três pessoas, quatro? Vá lá. Tudo corintiano, não é? Mas, olha, eu quero dizer o seguinte: Eu sou palmeirense, mas estou torcendo para o Corinthians não ir para a segunda divisão. Verdade. Bertaiolli, é verdade ou não é? Porque é para ter graça. Para ter graça.

Bem, queria cumprimentar o prefeito, queria cumprimentar o nosso Junji Abe, o prefeito; os deputados Marco Bertaiolli e Luis Carlos Gondim, que eu quero dizer que nos têm apoiado muito na Assembléia Legislativa, principalmente a conseguir o dinheiro para fazer as coisas de que São Paulo precisa, inclusive aqui da região. Nós vamos gastar, até 2010, 1,8 bilhão de reais no trecho leste da CPTM. Se não fosse por eles, junto com outros companheiros, nós não teríamos esse dinheiro que vem de financiamento do Banco Mundial, do Banco Interamericano e de um banco japonês também.

Bem, queria cumprimentar também os prefeitos de Guararema e Poá, que aqui vieram nos ver; o Nassini, que é o encarregado mais geral da área hospitalar. Cadê o Nassini? O problema do Nassini – eu não sei se eu consegui fazer ele largar de fumar já. Você largou de fumar? E emagrecer? Emagrecer agora falta. E o Nassini é um grande parceiro que a gente tem, porque ele toca vários hospitais com a Unifesp. É um homem muito competente, é um companheiro nosso, é alguém a quem a saúde em São Paulodeve muito. Queria cumprimentar também o diretor do hospital; os funcionários, enfim, todos e todas as que estão aqui.

Eu vim hoje inaugurar esta Hemodinâmica com muita satisfação. Tenho fama de hipocondríaco, de mania de ter doença. Não é justo. Eu não sou hipocondríaco. Mas eu fiquei com vontade de fazer um exame desses, fiquei. Para ver como é que é. Só para dar uma conferida para ver se tenho alguma coisa e tal. É demorado ou pode fazer na hora? É demorado? Se não, eu faria um pouquinho agora.

E esse hospital funciona bem. Nós gastamos, com esse hospital, 50 milhões por ano. Se eu tivesse que construir o prédio, ia gastar isso. A saúde tem essa particularidade. O que a gente gasta para construir um hospital, a gente gasta por ano para manter. O negócio mais caro que existe é a saúde. Mas nós temos que dar força para ela, porque as pessoas não têm dinheiro. Boa parte da nossa população não tem dinheiro para ter um plano de saúde. Então, tem que recorrer à saúde pública.  E assim, não pode ter duas saúdes: a boa, a sofisticada, privada; e a pública ruim, como se fosse saúde para pobre que não merece ter um atendimento condigno com a sua condição de ser humano.

Portanto, nós estamos trabalhando para dar um atendimento de primeiro nível a todos aqui em São Paulo. Por isso é que vamos inaugurar um outro hospital aqui na região, em Ferraz de Vasconcelos, agora em dezembro. Teráum novo hospital. Então, nós já teremos hospital em Itaquá, teremos hospital em Mogi, teremos hospital em Ferraz de Vasconcelos. Além, naturalmente, do hospital em Guarulhos, que está um pouco mais para trás. Isto é fundamental.

Agora, tem outro problema que se chama consulta, que atrapalha muito. Uma consulta de ortopedia, uma consulta de nefrologia, às vezes as pessoas ficam meses para conseguir e vão para o hospital. Não é a função do hospital dar consulta. E acaba sobrecarregando o hospital, porque não tem outro lugar para ir. Então, nós criamos, no meu governo, as AMEs – Atendimento Médico de Especialidades – exatamente para marcar consultas.

Escolhemos 35 lugares do Estado de São Paulo para novas AMEs. E mais dez que nós vamos reformar. Portanto, serão 45 novas unidades para atendimento médico de especialidades. E escolhemos Mogi como um município que vai ter uma AME. Não é só para atender Mogi. É para atender a região. O pessoal da região é que vai vir para cá.

Barradas, quantos médicos você calcula que vão ter? Uns 40 médicos. Vocês imaginem como isso poderá ser um desafogo para as consultas. Aqui nós vamos fazer as AMEs junto com quem? Junto com a Unifesp. Vai ser o nosso Nassini também que vai cuidar disso. E a AME – vocês vão ver, a hora que chegar vocês vão ver. Nós tivemos aí um problema, não do Estado, quanto à cessão do local. Mas o Junji viu isso muito bem e resolveu o assunto.

Outra coisa que nós vamos trazer para cá – que o Bertaiolli já disse – é uma Fatec, uma Faculdade de Tecnologia. Vocês sabem qual é o emprego daqueles que terminam uma Fatec? 94%. O estudante termina, é três anos, 94% já têm emprego ao sair. Vocês imaginam o que isso representa para emprego e para progresso.

Quando estava na Prefeitura da Capital de São Paulo, eu criei uma coisa nova chamada CAT – Centro de Atendimento ao Trabalhador. Tinha até um Centro de Solidariedade da Força Sindical, do Sindicato dos Metalúrgicos lá na Rua Galvão Bueno, no bairro japonês, do pessoal do Junge lá de São Paulo. E lá, nós pegamos – isto não é mais da Força Sindical, é da Prefeitura – e criamos mais umas quatro ou cinco – eu não sei se o Kassab já fez mais, se estava fazendo, se já terminou – para emprego, para pegar. A pessoa chega lá, diz: – Olha, eu quero trabalhar tenho essa qualificação e tal”. Vai também a empresa e diz: – Estou precisando de gente assim e tal. Vocês sabem quanto está sobrando de vagas que a gente não consegue ocupar porque tem gente que não tem qualificação lá nos CATs? Barradas, Dez mil. E falta emprego.

Então, nós temos que melhorar. Por isso, aliás, é que estamos fazendo Escolas Técnicas. Escola Técnica é um ano e meio. Basta ter o ensino fundamental completo, não precisa ter o ensino médio. Pode fazer até junto. E por isso, nós estamos criando, aqui na região, e dando realmente, essa vai ser talvez a região melhor equipada de ensino técnico e tecnológico do Estado.

Vejam só. Uma Fatec aqui em Suzano e Poá – aqui está o prefeito de Poá – nós vamos fazer Etecs no ano que vem e no outro ano. Inauguramos uma Fatec em Itaquaquecetuba, além de uma Etec também em Ferraz de Vasconcelos. Ou seja, nós vamos ter aqui uma rede de ensino técnico e tecnológico para emprego para os nossos jovens. O emprego produtivo que ajuda a economia de São Paulo e ajuda as famílias com renda para os seus jovens. E são especialidades que nós adaptamos às regiões. Eu não decido, nem o Centro de Paula Souza, que é do Estado e faz essas escolas, nem ele decide. Ele vem à região, como vai discutir aqui com o Junji. O Junji é um homem que vem da produção, produzia legumes, não é?  Produzia legumes, verduras e vai discutir com ele, com a comunidade aqui, com os vereadores, tudo, o que é mais importante para fazer. Ninguém quer fazer nada de fora mal feito. É preciso fazer junto com o local, bem feito.

Bem, quero dizer também que na área da saúde, até o fim do ano, nós vamos ter mais 16 leitos de UTIs aqui na região, que são uma coisa muito importante. Doze em Ferraz e quatro em Suzano. Quandoos municípios estão perto, uma pessoa precisa de uma UTI e o Hospital local está cheio, vai para lá que é rapidinho. Não precisa ir até São Paulo, até o Hospital das Clínicas, até a Santa Casa que é uma loucura. Chega lá, e às vezes nem tem lugar.

Agora, quero dizer também, na área de infra-estrutura, que nós vamos fazer – isso já está anunciado, licitação em andamento – sete trechos de estradas vicinais aqui na região. Nós vamos fazer, até o final do governo, 13 mil quilômetros de estradas vicinais que vão ser reformadas para ficar como novas.

Só neste ano, nós anunciamos sete trechos com 54 quilômetros, e estamos preparando licitação para projetos e obras de melhoria: Mogi – Bertioga, que vamos investir em volta. E Mogi Bertioga – como disse o Junji – tem problemas ambientais gravíssimos, mas muito graves. Não dá para chegar. Eu não encontrei nenhum projeto, nenhum estudo a esse respeito. É impossível, no mundo de hoje, fazer qualquer coisa que não tenha aprovação ambiental.

Então, precisa ser um projeto muito sofisticado para isso, porque é uma região muito protegida. Para vocês terem uma idéia, agora, aquela estrada que eu anunciei, que comunicava a Ayrton Senna com Poá, Suzano e Itaquá, eu anunciei em junho. Aícomeçamos, mas só agora vai poder pisar no acelerador, porque tinha negócio ambiental para aprovar. E vamos tocá-la.

Como eu disse, melhoras: Índio Tibiriçá; Mogi – Salesópolis; Estrada das Varinhas; alça de acesso ao Jardim Aracy, na Mogi-Dutra. Essas são obras que nós estamos tocando para diante.

A questão do trem, o Expresso Leste. O Expresso Leste vai chegar até Jundiapeba. Falar Jundiapeba é um perigo, porque em São Paulotem Jurubatuba e tem uns dez nomes parecidos, no Estado de São Paulo. Cada lugar eu preciso olhar direito. Mas, como eu disse no início, nós vamos investir 1,8 bilhão de reais.

Estamos comprando, só para o ramal leste da CPTM, que aqui inclui Linha E e Linha F, cerca de 20 novos trens. Agora, um trem não é nem sequer como um automóvel – que a gente vai lá, compra e depois de um mês tem. Um trem é feito sob encomenda, a gente encomenda e eles têm que fazer.  Demora de um a três anos para entregar os trens.

Vão ser três com ar condicionado, de maior capacidade de transporte e mais rápidos. Vamos, para vocês terem uma idéia, no caso da linha E, nós estamos gastando 387 milhões, e vai reduzir de nove para seis minutos a freqüência. Vocês sabem que hoje tem trens – eu recentemente fui ver trens na França – que não têm condutor. É tudo automatizado. Então, dá para afinar bem questão de horários, porque é um perigo bater um trem no outro.

Agora, tem uma questão que depende do Governo Federal: é o Ferroanel. O que é o Ferroanel? É tirar o trem de carga de dentro da Grande São Paulo, botar em uma linha externa. Ganham os dois lados: quem tem carga, vai fazer mais rápido, não precisa ficar amarrado por causa do trem de passageiro. E quem tem trem passageiro vai poder circular melhor sem o trem de carga.

Eu acabei de agora ficar uns cinco, dez minutos em uma porteira, que é uma verdadeira maluquice. E Mogi precisa tomar cuidado com isso, porque ela é atravessada, vão ficar duas Mogis. Não dá para fazer passagem de nível ou viaduto para passar carro em cada rua. Isso virtualmente é impossível. Então, a gente tem que trabalhar isso com cuidado, para não resolver um problema e criar outro maior ainda.

Lembro, quando eu era criança, que tinha porteira na Rua da Mooca, eu morava lá perto. O meu pai, eu garanto, morreu cedo em grande parte por causa dessa porteira. Porque ele era italiano, calabrês nervoso, e cada vez que ficava ele começava a xingar, ficava furioso com a porteira. Não há nada mais irritante do que uma porteira. Nove porteiras. Em geral, eu sou impaciente, é um defeito que eu tenho: fila de elevador, coisas assim. Agora, porteira me põe maluco simplesmente. Então, nós temos que ver isso com muito cuidado. Mas haverá uma melhora, como já está havendo. Dos 15 trens que vêm para cá, seis já foram reformados. Mas o reformado quebra o galho. O importante é quando chegar trem novo m folha. Vocês vão ver como isso vai acontecer.   

Bem, essas são as questões que eu queria dizer aqui. Queria agradecer. Fiz questão de vir hoje aqui. Hoje é um feriado de Proclamação da República, mas no Brasil os feriados viram um dia só de descanso. Ninguém comemora nada, mas é um Dia da República, da nossa República.  E para mim… Não. Isso foi ontem, o Dia da República, mas aí teve toda essa emenda. Mas eu não emendei. Como eu não dei o feriado, aquele ponto facultativo, eu também estou trabalhando. Vim aqui, agora volto para o Palácio para fazer despachos.

Bem, muito obrigado por toda essa atenção. E quero dizer uma coisa para vocês: eu conto muito com Mogi, com Poá, com toda esta região para o nosso trabalho. E quero dizer que vocês podem contar comigo e podem contar com o Governo de São Paulo para o progresso da região, que significará progresso para São Paulo e para o Brasil.

Muito obrigado.