Cerimônia de entrega dos prêmios aos Destaques em Transplantes

O governador José Serra compareceu, na terça-feira, 17, à cerimônia de premiação de oito hospitais paulistas responsáveis por 45% dos transplantes de órgãos e tecidos no Estado de São Paulo […]

ter, 17/02/2009 - 18h36 | Do Portal do Governo

O governador José Serra compareceu, na terça-feira, 17, à cerimônia de premiação de oito hospitais paulistas responsáveis por 45% dos transplantes de órgãos e tecidos no Estado de São Paulo em 2008. A cerimônia aconteceu no auditório “José Ademar Dias” da Secretaria da Saúde, na Av. Doutor Arnaldo, 351, em Cerqueira César, zona oeste de São Paulo.

Governador: Queria, na verdade, cumprimentar tanto a Secretaria da Saúde quanto todos os hospitais, todo o nosso sistema de saúde, pelo avanço que têm promovido nesta área de transplantes.

Em 2008, com relação a 2007, o número de transplantes aumentou perto de 27, de 26, 27%. Isso dá uma idéia do dinamismo que tem esse setor da medicina, que é o mais de ponta, mais avançado, em alguns casos pelo menos, não digo o transplante de córneas, mas em outros casos são cirurgias de imensa complexidade.

Eu quero dizer que tenho uma satisfação especial, porque na minha época do Ministério da Saúde, nós regulamentamos o Sistema Nacional de Transplantes,  organizamos os sistemas estaduais de transplantes e incluímos na tabela do SUS um conjunto de procedimentos que acabaram dando muito certo, especialmente em relação à captação.

Nós triplicamos o pagamento por captação e retirada de órgãos e incluímos, aqui até tinha pedido para fazer uma lista, é uma coisa grande, não vou citar tudo, mas os novos procedimentos que passaram a ser remunerados foram pelo menos uns dez ou doze. Isto trouxe, também, um incentivo material importante.

Ao mesmo tempo, mantivemos, pelo menos até 2002, a tabela de transplantes sempre revisada, com valores considerados bastante razoáveis até para a área privada, nessa matéria. E o esforço, em alguns casos específicos, como foi o convênio com o Einstein para a realização de transplantes de fígado feitos no âmbito do SUS. O Einstein hoje é o primeiro, inclusive, se eu não me engano. Em 2008, foi o primeiro em volume de transplantes.

A medicina brasileira tem esta particularidade: ela anda sobre duas pernas. Ela é uma medicina boa no atendimento à saúde, no que se refere à prevenção, no que se refere à saúde pública, mas é também avançada no que se refere aos procedimentos de ponta. Creio que o trabalho na saúde sempre deve combinar esses dois aspectos.

É da vacinação até a cirurgia mais complexa e São Paulo, talvez, é o Estado onde esta dualidade se materializa de forma mais clara. O fato de que nós tenhamos pouco mais de 1/5 da população e façamos quanto do total de transplantes do País?

Voz: (Inaudível)

Governador: Uma demonstração disso, ou seja, 1/5 da população, mais de metade dos transplantes realizados no País. Nós temos, aliás, uma obrigação nacional. Tenho certeza de que boa parte desses transplantes é de gente que vem de outros Estados. Não sei se você tem o número, seria interessante a gente ter.

Criamos também, em 99, um fundo de financiamento de ações estratégicas que veio dar grande cobertura à área de transplantes, porque passou a dedicar recursos fora, digamos, da distribuição convencional de recursos do SUS. Foi um instrumento, naquela fase teve uma relevância enorme na aceleração desse processo.

Portanto, eu venho mais aqui é me congratular com a Secretaria de Saúde. Queria me congratular com todo o corpo médico, profissionais de saúde de São Paulo. Aliás, aqui se realizou o primeiro transplante de coração, na equipe do Zerbini. O Jatene fazia parte. Hem? Mas ele era seu guru, pelo menos uma vez eu vi um discurso seu falando dele que mostrava que ele era seu guru. Mas você ainda era jovem, não estava na área? E é interessante a gente também fazer esse registro. São quantos anos? Quando foi feito?

Voz: (Inaudível)

Governador: Hem? 41 anos. Imagina tudo o que você percorreu de lá até aqui. É também significativo que, entre as pessoas transplantadas, estejam aquelas que têm os órgãos daquela menina Eloá, que foi assassinada daquela maneira que todos nós acompanhamos.

Foi uma demonstração, por parte da família, de um comportamento que teve repercussão dentro da nossa sociedade junto às demais famílias, por ser um caso conhecido e pelo desprendimento, apesar do drama, que seus familiares tiveram. Eu creio que é um fato também aqui digno de nota. É isso.

Muito obrigado.