Canalização Ribeirão Vermelho – Osasco

Governador fez o pronunciamento após anunciar a verba para canalização

qui, 08/11/2007 - 20h58 | Do Portal do Governo

A mais recente ação do Governo de São Paulo para diminuir os efeitos das chuvas foi entregue nesta quinta-feira, 7, em Osasco. Trata-se da canalização de 1,4 mil metros do Córrrego Ribeirão Vermelho, num investimento de R$ 19,2 milhões que vai beneficiar ao menos 100 mil pessoas dos Jardins Rochdalle, Aliança de Osasco, Comandante Anunciato e Piratininga. A obra integra um pacote de interferências na região. Na ocasião, Serra fez o seguinte pronunciamento.

Queria dar meu boa tarde a todos e a todas. Dizer da minha satisfação de vir aqui a Osasco mais uma vez e para uma inauguração. Melhor coisa que tem na vida pública é a gente poder inaugurar, não é? Poder ver as coisas caminhando.

Queria cumprimentar o prefeito Emídio de Souza. Queria cumprimentar o Oswaldo Virgilio, que é presidente da Câmara e através dele os vereadores aqui presentes; queria cumprimentar o deputado federal João Paulo Cunha; os deputados estaduais Celso Giglio, Marcos Martins, Gilmaci Santos, todos os deputados aqui têm atuado cooperativamente com o Governo do Estado para o beneficio não só de Osasco, como de toda a região.

Queria cumprimentar também o secretário adjunto de Saneamento e Energia do Estado, Ricardo Toledo; a nossa secretária Dilma – a nossa Dilma, que chama Dilma Pena, está em Brasília numa reunião do Conselho Nacional de Energia.

Queria cumprimentar o Ubirajara, que é superintendente do DAEE, Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado, braço executor dessas obras; os secretários municipais, líderes comunitários, presidentes de associações e entidades de classe.

Esta é uma obra que vai ter um beneficio muito grande para a população aqui do Rochdale e vizinhanças. Como já foi dito aqui, a enchente era, vai continuar sendo, mas muito menor problema do que já foi. É uma obra cara. Por 1.400 metros, custou R$ 19 e tanto milhões. É uma obra cara, vocês vêem como a questão urbana é complicada.

Aliás, hoje é o dia mundial do urbanismo e um dia bastante adequado para essa inauguração. Se vocês dividirem R$ 19 milhões por 1.400 metros, nós vamos ter R$ 1,3 milhão, por aí, por trecho. O que mostra bem – por cada 100 metros – o que mostra bem como esta obra é trabalhosa. Mas ela vai ser muito efetiva. A capacidade de vazão aumentando bastante, e vai se beneficiar também, aqui para a região, para Osasco, dos dois piscinões que nós já inauguramos aqui, e que vão ser elementos de retenção de água.

Mais ainda, nós vamos fazer um piscinão a montante, na Capital de São Paulo, mas que tem um beneficio direto para cá. Portanto, estamos caminhando finalmente para uma solução desse problema que é aflitivo há tanto tempo.

Quero dizer também que, do ponto de vista de Osasco, há outras questões que são fundamentais. Uma delas é a Faculdade de Tecnologia. Isto é muito importante. Para vocês terem uma idéia, 92% dos alunos das Fatecs saem com emprego garantido. 92%. É emprego com bom salário, preparando a nossa juventude para ajudar o desenvolvimento do Município, do Estado e do País. O que mais falta no Brasil são empregos. Empregos faltam por todo lugar. Agora, fazendo Escolas Técnicas e Faculdades de Tecnologia, nós estamos contribuindo para enfrentar este problema, porque – está inclusive nos jornais de hoje – às vezes sobram ofertas de emprego de boa qualificação. E não há gente preparada para isso.

Nós vamos fazer também aqui em São Paulo, aqui na região, estamos fazendo uma grande ofensiva nas Etecs, escolas técnicas. Na verdade, nós vamos duplicar o número de alunos de escolas técnicas em São Paulo e duplicar o número de Faculdades de Tecnologia.

Essa é a coisa mais importante – tudo é importante em governo. É a mesma coisa que falar de um organismo humano, o estômago, coração, tudo é relevante. Mas, sem dúvida nenhuma, esta questão do ensino para nós é o coração das nossas ações no Estado de São Paulo. E nas Etecs, nas escolas de tecnologia, o índice de emprego de cara ¾ dos alunos saem empregados. É um curso de um ano e meio que, aliás, só exige o ensino fundamental. Depois, o garoto ou a garota pode continuar estudando, mas só com um ano e meio de curso, já ganha uma oportunidade muito importante na vida.

Vamos tocar também o Poupatempo. O Poupatempo foi uma experiência muito bem sucedida, foi começado em São Paulo pelo Covas, há dez anos. Outro dia, nós comemoramos o aniversário do Poupatempo de dez anos. É uma coisa que deu certo, os outros Estados vêm aqui … de vez em quando tem um governador que me diz: – Eu estive lá, nem te avisei para não dar trabalho, mas eu fui ao Poupatempo tal olhar para ver como funciona. É o melhor feito do Brasil, foi o Poupatempo mais eficiente. Nós vamos aumentar, no meu governo, o volume do Poupatempo no Estado de São Paulo em 50%. Quer dizer, nós vamos ter tudo que tinha, mais metade do que tinha a mais. E Osasco vai ser um desses lugares. O Poupatempo funciona, e funciona muito bem.

Quero tocar aqui em um problema, em geral num discurso, num comício como este, vibrante, a tendência é não tratar de problema. Mas eu vou tratar. É a questão do Rodoanel. Nós temos do Rodoanel quatro trechos no Estado de São Paulo.  Pediria um minutinho de atenção para isso que é importante. Tem quatro trechos. O trecho oeste, o leste, o sul e o norte. O Poupatempo, portanto, agora só tem um trechinho. Ele não está potencializado. A importância dele ainda não está aparecendo e ele custa muito caro. Foi iniciado agora por mim o segundo trecho do Rodoanel – é que o Rodoanel poupa tempo também – e foi iniciado o segundo trecho do Rodoanel.

Sabe quando vai custar? R$ 4 bilhões. É uma fortuna. Nós estamos investindo também pesadamente na área de trens para transformar. São Paulo tem 240 quilômetros de trens, que não são metrô. Qual é o projeto do meu governo? Pegar 140 desses 240 e transformar em metrô de superfície, como o que nós inauguramos outro dia para o autódromo. Vocês vão lá, vocês pensam que estão no metrô. Como até Guaianases, por exemplo, de Itaquera até Guaianases, é trem, não é metrô, tecnicamente. Mas vocês vão lá, ninguém percebe, porque é igualzinho ao metrô.

Esta é uma questão fundamental e custa uma fortuna. Nós estamos pegando, estamos fazendo financiamento do Banco Mundial, do Japão, do Banco Interamericano. Vamos gastar uns R$ 5 bilhões na área de metrô e de trem de superfície. Agora, no caso do Rodoanel, são R$ 4 bilhões. O Governo Federal prometeu R$ 1,2 bilhão. R$ 1,2 bilhão são muito bem-vindos, mas são uma parte do total e nós estamos mobilizando recursos para isso. Para que? Para fazer o trecho sul.

E mais: eu quero também começar o trecho leste, ou seja, ficaria pelo menos uma ferradura, porque o trecho norte tem problemas ambientais muito sérios e a gente vai ter que ver como fazer. Na hora em que o Rodoanel estiver pronto, pelo menos essa ferradura, a prosperidade vai dominar toda a região da Grande São Paulo, inclusive aqui. O Rodoanel que passa por aqui não está potencializado. É brincadeira o que tem hoje de movimento em relação ao que vai ter no futuro, porque vocês imaginam. O sujeito que vem lá da zona leste, tudo por fora da cidade.

Hoje, um caminhão de cana-de-açúcar bruto passa pela Avenida dos Bandeirantes. Tudo passa pela Avenida dos Bandeirantes, aquela avenida que leva ao aeroporto. Tudo passa dentro da cidade. Vem um caminhão do Rio de Janeiro e vai para o litoral, ele passa por lá. Vem um caminhão do interior, ele passa por lá, por dentro da cidade e da Grande São Paulo.

Isso congestiona tudo. Por isso, nós vamos fazer a concessão do trecho oeste do Rodoanel para ter dinheiro para poder fazer o trecho sul e o trecho leste. Agora, não vai ter, como saíram na mídia informações que não são exatas. Não vai ter 18 pontos, nada. Vai ter uma vez só, pode ter bloqueios, mas não 18 pedágios, de forma nenhuma.

E tem mais uma coisa muito importante que eu já ao prefeito, já disse ao Celso Giglio, já disse para a Assembléia Legislativa: junto com a concessão, nós vamos construir seis quilômetros de marginais não pedagiadas aqui em Osasco.

Osascovai ganhar seis quilômetros. Então, nós vamos evitar os problemas, eu estou muito ligado no seguinte: a gente faz o Rodoanel e aí gente para desviar do pedágio entra na cidade. Ou, então, passa a sobrecarregar o trânsito local.

O problema não é só aqui, em toda cidade há mais ou menos esse problema. Nós estamos ligadíssimos nesse assunto e isto vai ser tratado – o que eu estou dizendo não é uma promessa – é um compromisso de trabalho que nós estamos desenvolvendo. Portanto, queria dizer isso para tranqüilizar.

Vamos ter na cabeça que o Rodoanel vai ser o pulo definitivo da Grande São Paulo no rumo do emprego e do progresso. Porque, hoje, nós vivemos em uma Grande São Paulo congestionada, paralisada e com dificuldades de acesso. Isso para mim é uma questão fundamental.

Como foi dito aqui, esta obra teve dinheiro do Governo Federal – R$ 9 milhões e tanto – e teve mais do governo estadual. Nós queremos mais parcerias, mais parcerias com o Governo Federal, agradeço o esforço. A bancada de São Paulo, quero dizer a vocês, tem gente de todos os partidos na Câmara Federal. Mas a bancada tem trabalhado entrosadamente. É um testemunho que eu quero dar: os deputados, alguns nos seus lugares disputam e isso e aquilo. Mas está todo mundo trabalhando por São Paulo e pelos seus municípios. É magnífico isso, eu não estava aqui, o Aloysio, que é o chefe da casa Civil, foi lá. Nós estamos preparando os projetos, trabalhando juntos por São Paulo. Nos outros Estados é assim.

São Paulo sempre teve dificuldade para trabalhar unido em razão dos recursos de que a gente precisa. Porque, às vezes, falam: – São Paulo é rico. São Paulo não é um Estado rico. É um Estado que prosperou, mas tem muita pobreza, muita carência, muita desigualdade, precisa de muito investimento e aqui tem gente de todo o Brasil.

Eu dou aula toda semana nas escolas. Eu dou aula para a quarta série, garotada de dez anos. Eu vou lá e dou uma aula. Muda, cada semana uma escola diferente. Eu vou lá e dou aula, ensino coisas, de fazer gráfico, fazer tabela, e fico testando também o que o pessoal sabe de tabuada, leitura, etc. Ontem, eu fui dar uma aula na zona leste, em Sapopemba, e perguntei aos alunos a origem social, a origem geográfica dos pais: 2/3 de fora de São Paulo. A Bahia à frente. Eu não sei aqui se tem muito descendente de baiano, mas na zona leste é puro baiano. E Pernambuco. Minas Gerais é o segundo Estado, é incrível, não é? Paraná…

Quer dizer, São Paulo é um Estado brasileiro, está certo? Aqui tem gente de todo o País. E é muito importante que as pessoas que moram aqui digam para suas famílias, que ficaram nos outros lugares, como São Paulo é um Estado – e a nossa região metropolitana, principalmente – aberto a todo o Brasil. Nesse sentido, tem muita carência, tem muita necessidade, muita dificuldade. E a gente precisa juntar forças para nos defender, não contra ninguém, mas a favor. A favor da gente, do nosso povo desse Estado que tanto contribui para o Brasil.

O prefeito mencionou um assunto que eu mesmo mencionei a ele na hora de chegar aqui. Que é a questão da limpeza. Não vai adiantar nada este córrego – ouçam o que eu estou dizendo – não vai adiantar nada se forem atirados pneus, sofás, cortinas, tudo, guarda-roupa, etc. Esse é o problema número um que nós temos na cidade de São Paulo. E tem mais: não é só atirar dentro do córrego, basta jogar perto, basta jogar na rua sem recolher isso adequadamente, porque acaba indo para o córrego.

Eu fui prefeito da cidade de São Paulo e é um inferno a questão da sujeira. E isso nós temos que … é um comportamento das pessoas. Não depende do prefeito, não depende do governador, não depende dos deputados, não depende do presidente da República. Depende de as famílias – está certo? – terem consciência que isso tem que ser adequadamente preservado.

Bem, muito obrigado, muito obrigado pela acolhida calorosa já num dia de calor. Portanto, temos calor ao quadrado aqui, o que é uma boa.

E quero dizer o seguinte: contem conosco, contem comigo, contem com o Governo do Estado. Da mesma maneira que a gente conta com Osasco para o nosso progresso, para o futuro de São Paulo.

Muito obrigado.