O pronunciamento do governador José Serra aconteceu nesta segunda-feira, 16, na biblioteca Mário de Andrade após assinatura de contrato para reforma do órgão. A primeira etapa das obras, com valor estimado de R$ 13 milhões, tem financiamento do BID.
Eu queria cumprimentar o prefeito Kassab; o nosso líder na Assembléia, o deputado Barros Munhoz; o vereador Juscelino Gadelha, os Secretários Municipais, o Calil e o Marcelo Branco; o Luís Francisco Carvalho que é o diretor da Biblioteca; o José Mindlin que é o nosso maior bibliófilo e bibliotecário também; os presidentes e representantes aqui de associações e entidades de classes, funcionários e colaboradores da Biblioteca Municipal Mário de Andrade.
O Calil citava uma notícia de 1957. Em 56, foi o ano que eu comecei a freqüentar aqui, a biblioteca. Na época, a biblioteca circulante era aqui mesmo no edifício redondo; pelo menos era redondo por dentro, e também na biblioteca para a leitura durante o dia. É possível até que estivesse em uma dessas filas; eu não me lembro, o jornal tem uma memória melhor.
Realmente, quando eu voltei ao Brasil depois de 14 anos, um dos aspectos entre vários outros que mais me deprimiu aqui na cidade, aqui no estado foi o estado da biblioteca, a decadência da biblioteca.
O Paulo Emílio dizia que havia alguma alma danada, o diabo torto. Eu não tenho dúvida que existiu e tem existido. Acho que seria interessante fazermos uma análise sociológica do porque isso aconteceu, não vou fazer aqui, mas de fato, isso persegue as questões da cultura no Brasil e no nosso estado.
Mas, eu acho que hoje nós estamos já no fim do começo, não é nem mais no começo do começo. Estamos no fim do começo da mudança, da recuperação desta biblioteca, porque conseguimos vencer a barreira dos projetos e a barreira burocrática.
Eu queria, aliás, ressaltar aqui a importância do trabalho do Biazotto, quando coordenou o projeto, ainda na Prefeitura, coordenou o projeto do BID.
De fato, nós encontramos aqui um projeto encaminhado, dentro do BID pela gestão anterior; mas um projeto muito mal feito. Realmente, uma coisa que pode ser usado em cursos de arquitetura para mostrar o que não deve ser feito para recuperar uma biblioteca; porque ela basicamente construiu um outro auditório, aqui tem um auditório satisfatório e um restaurante. Eu imagino um bife a cavalo, o cheiro penetrando nas estantes, no prédio, etc.
Aqui, nós conseguimos na época ainda do governador Alckmin, na prática a doação do prédio do Ipesp; não foi fácil, não por resistência do governador, mas do Ipesp. Depois, toda a batalha para refazer o projeto e aprovar o projeto nas diferentes instâncias e finalmente, ele vai começar. Me dizia o Calil que pode demorar 14 meses; 14 meses significaria Outubro do ano que vem. Mas eu acho que a construtora pode se empenhar as duas, no sentido de antecipar, se não terminar antes, nós já sabemos de quem vai ser a culpa.
Quero dizer também, fazer aqui um reconhecimento, ao Villa, ao Marco Villa, porque ele fez um artigo sobre a biblioteca; não que eu não tivesse o problema na cabeça, mas fez um artigo bastante veemente na época a respeito da biblioteca. Eu até pedi ao Chico assim que o nomearmos, que conversasse com o Villa para mostrar os problemas existentes e a batalha que iria ser dada. Mas, se Deus quiser, estamos no fim do começo.
A obra não vai representar o fim da batalha, porque depois a obra; ou paralelamente, nós temos que cuidar do acervo, da informatização. Se eu não me engano, o acervo aqui está atrasado 30 anos; sem falar dos novos métodos de uso de biblioteca, de informatização. Enfim, toda a modernidade para efeito do funcionamento desta casa.
Mas, o importante é que nós já saímos do fim do começo e vamos agora já para uma segunda etapa, que eu tenho certeza que vai dar certo.
Eu queria me congratular comigo mesmo, por ter escolhido o Chico para tocar a biblioteca e congratular com o Kassab por ter mantido o Chico, porque ele vai ficar aqui até percorrermos todas as etapas necessárias. Eu acho que todos estão de acordo comigo!
