O governador José Serra participou nesta segunda-feira, 28, no Palácio dos Bandeirantes, da cerimônia de entrega de dois caminhões Scania para o Programa Itinerante de Prevenção de Câncer no Brasil realizado pelo Hospital do Câncer de Barretos (HCâncer). Na ocasião, Serra fez o seguinte pronunciamento.
Boa tarde a todos e a todas. Queria cumprimentar o senhor Christopher Podgorski, que é diretor de vendas e marketing da Scania. O Henrique Prata, que é diretor-geral do Hospital do Câncer de Barretos. Deputado Vadão Gomes, aqui presente, deputado federal. Nosso secretário da Saúde, doutor Barradas, e dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Linamara Battistella.
Queria também aproveitar para cumprimentar o prefeito de Mogi Mirim, Carlos Nelson. A Márcia Góes, presidente do Conselho Estadual para Assuntos das Pessoas com Deficiência. Os integrantes aqui da diretoria da Scania e também da Fundação Pio XII.
Bem, essa cerimônia, para nós, tem um significado simbólico, que é de apoio ao Hospital de Câncer de Barretos, a essa Fundação. Nós damos apoio material. Neste último ano, foram 13,7 bilhões de reais para o hospital, fora a ajuda que demos – menor, no caso – a todas as Santas Casas, entre as quais incluímos esse hospital.
E ele vale pena. É um hospital de primeira classe, em matéria de atendimento. 98% SUS. Realmente uma coisa incrível o que nós temos no Interior de São Paulo. Além do mais, atende mais de 1.200 municípios brasileiros que mandam seus doentes para cá, para São Paulo, para Barretos, para o Pio XII.
É uma coisa realmente incrível da qual tomei conhecimento quando era ministro da Saúde. A partir de então, ao longo da minha vida pública, eu venho sempre dando força. Lembro que fui quem abriu para o Henrique a possibilidade das emendas no orçamento, coisa em que ele já é especialista. Foi com a ajuda do Vadão, do então deputado Jair Meneghelli. Olha lá, o Meneguelli está lá. Não é, Meneguelli?
E todo ano agora, ele recebe também de uma bancada de deputados que usam bem do seu poder de fazer emendas. A gente sabe que o dinheiro é bem utilizado. E o Henrique consegue também fazer uma mobilização extraordinária de artistas, principalmente, que doam espetáculos para a causa do hospital. Consegue, como ninguém, fazer essa mobilização de artistas do Brasil inteiro.
Uma vez, eu consegui para ele até a temporada do Caetano Veloso no Bar Baretto. Uma temporada toda no Bar Baretto. Toda a arrecadação foi para o Henrique Prata. E ele, aliás, circula por todo o espectro da música popular. Da mais elitizada à mais popular de verdade.
Enfim, quando nós fizemos o Instituto do Câncer aqui em São Paulo, esse que vai ser inaugurado agora em maio, eu até pensei em trazer o Henrique para dirigi-lo. Ia ter muita briga, porque ele é briguento. Mas valeria a pena. Só que seria desvestir um santo de Barretos, que funciona bem, para poder vestir o outro. Não era e não seria o melhor método. E ele estava me dizendo, agora, da importância que vai ter esse nosso instituto que vai ser o maior do Brasil e da América Latina. Até para diminuir as filas para radioterapia, não é, Henrique? Vai ter uma grande capacidade de tratamento, não é apenas cirurgia.
Mas de aplicações radioterápicas e quimioterápicas. Eu sempre disse que o Pio XII, mais o de Jaú, eram referências no Interior do Estado. E nós vamos ter agora a grande referência também na Capital – e atuando como rede – pois essa é a idéia. Queria cumprimentar a Scania pela doação. Uma doação importante, que vai para a sustentação de um trabalho de prevenção.
No fundo, trata-se de prevenção. Descobrir antes os problemas. Pelo Interior, o Henrique fez uma coisa a pedido do Barradas, foi no ano passado, e funcionou muito. Fez exame de mamografia para todas a presas, prisioneiras em São Paulo. Até fiquei curioso. Descobriu muitos casos? Você lembra? 60 casos.
Vocês imaginem que trabalho, se não fosse por unidade móvel. A dificuldade que seria deslocar todas essas presas para um hospital para fazer mamografia. Eles foram lá e fizeram. Esse é um exemplo do tipo de ação que podem desenvolver e que desenvolvem conosco, a título de parceria.
O Pio XII é o caso mais acabado, em minha opinião, de hospital público, que é público não porque é de propriedade governamental. É público pela gratuidade e pelo acesso universal. Pelo empenho pela saúde pública. Público é isso. Público não é só o que é do governo.
São Paulo sabe disso muito bem porque metade do atendimento do SUS em São Paulo é feita por entidades filantrópicas. Nós sabemos bem o valor que elas têm. Dentro delas, destaque merece o Pio XII. Por isso, é que nós – com muita satisfação – abrigamos aqui hoje esta cerimônia, dando meus parabéns ao Henrique pelo que conquistou e à Scania, pela iniciativa. Meus parabéns à Scania por isso tudo.
Muito obrigado.