Anúncio do Programa Mais cultura

Governador discursou na sexta-feira, 21, no Palácio dos Bandeirantes, na Capital

sex, 21/12/2007 - 20h15 | Do Portal do Governo

Os governos do estado e federal vão unir esforços para ampliar o acesso da população à cultura em São Paulo. Nesta sexta-feira, 21, o governador José Serra, o secretário estadual da Cultura, João Sayad, e o ministro da Cultura Gilberto Gil assinaram, no Palácio dos Bandeirantes, acordo de cooperação para a implementação do programa Mais Cultura. Na ocasião, Serra fez o seguinte pronunciamento.

Quero dar o meu boa tarde a todos e a todas, dizer da minha satisfação de mais uma vez receber aqui o ministro Gilberto Gil, de quem eu sou um ardoroso fã há décadas, como artista, como ator. Ator, não.

Foi um ato falho meu – um desejo – e tenho muito prazer de ter agora uma relação institucional com ele que está à frente do Ministério da Cultura, e nós do Governo de São Paulo.

Eu dei a ele de presente, antes – minha idéia era dar também de presente aos jornalistas, que nos cobrem – esta folhinha muito bonita, para o ano que vem, feita a respeito da vinda da família real. Eu dei o meu exemplar, porque não há nenhum outro aqui no palácio, mas nós vamos depois… Ah, já tem?

Queria cumprimentar também o nosso secretário João Sayad; o senador Eduardo Suplicy; o Estêvão Galvão, que foi prefeito de Suzano, grande prefeito, foi nosso subprefeito, depois, na prefeitura em Guaianases, e agora é o líder do DEM na Assembléia Legislativa. Ele nos acompanha hoje porque nós vamos, aliás, inaugurar um grande hospital em Ferraz de Vasconcelos, que é ao lado de Suzano.

Realmente, a nossa satisfação é muito grande, ao assinar um acordo de cooperação para a implementação, em nosso Estado, do Programa Mais Cultura. Na verdade, cultura nunca é demais, e o governo já vem desenvolvendo muitas ações que se enquadram no espírito desse programa.

Por exemplo, a Virada Cultural, que eu comecei quando era prefeito, com a cooperação do Governo do Estado, e que se afirmou tanto na cidade de São Paulo. São cerca de 3,5 milhões de pessoas, ministro, que participam de uma virada de 24 horas, inclusive a noite inteira. Eu sempre tive facilidade de ficar acordado à noite, de maneira que tenho acompanhado a realização desta virada, e no Governo do Estado nós promovemos a virada no conjunto do Estado.

Escolhemos 20 cidades neste ano para estimular, para incentivar. E deu certo – não é, João? – em todas as cidades deu muito certo. O que eu gostaria muito, ministro, é de ter a sua participação na Virada Cultural. Pode ser na da Capital ou pode ser na do Estado, uma vez que nós fazemos associadamente. Você topa? Cantando, lógico. Uma resposta política, mas com viés positivo.

E a Virada é um exemplo, as Fábricas de Cultura são outro exemplo. Sábado passado, eu estive no CEU da Paz, na Brasilândia, onde nós começamos, já, a ação, uma ação experimental em torno da Fábrica de Cultura, com um balé, na linha do Evaldo Bertazzo, feito por outros grandes artistas com crianças, jovens dos bairros mais pobres de São Paulo. Qual é o efeito sobre eles? Não é apenas a beleza do espetáculo, o agrado que traz e o incentivo à participação de outros setores da juventude, mas para eles é o aumento da auto-estima, da confiança, para abrir oportunidades na sua vida. Realmente algo comovente, além de bonito e alegre.

Nós vamos criar nove dessas fábricas, com instalações, inclusive, na periferia da cidade. Quando, às vezes, me perguntam o que foi que eu considero melhor do que eu fiz na Prefeitura de São Paulo, foi o Centro Cultural da Vila Nova Cachoeirinha, Centro Cultural da Juventude, que nós descobrimos.

Eu tinha descoberto, durante a campanha, um mercado inacabado, que vinha da época do Jânio Quadros. Uma obra deteriorada, cheia de ratos, enfim, um verdadeiro entulho de construção civil na Vila Nova Cachoeirinha. Graças ao talento dos arquitetos da Prefeitura, nós conseguimos transformar aquilo em um centro cultural maravilhoso, em um lugar da cidade que não tem praças. Os jovens não têm onde se encontrar. Eu gostaria muito, aliás, de que um dia o ministro pudesse visitar. Queria convidar também o senador Suplicy para visitar aquele lugar, ver a programação, o ponto de encontro em que se transformou.

Ainda nessa linha, criamos o programa Vá ao Cinema, que distribui gratuitamente ingressos para filmes nacionais de 35 mm aos alunos da rede estadual de ensino, que muitas vezes não têm acesso ao cinema em razão do preço das entradas. É um programa que, evidentemente, tem efeitos colaterais muito benéficos para estimular a atividade de exibição cinematográfica por meio de uma cota de ingressos e de incentivar a difusão do cinema nacional, principalmente nos municípios menos populosos de São Paulo, onde eles raramente eles são exibidos.

Outra questão digna de menção, que tem encontrado muito apoio do nosso secretário da Cultura, é toda atividade no sentido das nossas bibliotecas em São Paulo, bibliotecas nas escolas. Ontem mesmo, eu visitei o Antônio Firmino de Proença, que foi o colégio em que estudei, para onde canalizamos uma doação da Imesp – Imprensa Oficial do Estado, que tem uma atividade muito importante na área editorial não lucrativa para essa doação. Com a idéia de nós reorganizarmos todo o sistema de bibliotecas das escolas do Estado de São Paulo inteiro, e cada município tem uma escola.

As Fábricas de Cultura eu já disse, nós vamos construir nove centros culturais na periferia de São Paulo. Não tem nenhum – ministro – previsto para a Freguesia do Ó, mas pode ficar sossegado que tem dois em volta, um na Brasilândia, e outro na própria Vila Nova Cachoeirinha.

Bem, quero aproveitar também essa oportunidade para falar de uma iniciativa que estamos tomando agora no fim do ano, que foi uma proposta do João Sayad, que o governo incorporou: a criação de uma grande escola de balé em São Paulo. Balé e o Teatro do Balé e de Ópera da Cidade de São Paulo e do Estado, que vai ser feito no lugar da antiga estação rodoviária. Neste fim de ano, eu vou assinar o decreto de desapropriação da estação rodoviária antiga, que fica em frente à Sala São Paulo. E vamos assinar agora – creio que hoje ou até segunda-feira – o decreto desapropriando. Vamos ter uma grande sala e uma grande escola de balé, que está faltando em São Paulo. Esta vai ser uma iniciativa muito importante, até pelas formas de organização, que oportunamente traremos a público, desse centro de balé e de ópera também. Porque falta uma grande sala com muitos lugares, com três mil, quatro mil lugares em São Paulo, para a ópera.

Quero mencionar também a expansão, na linha do próprio programa do Ministério da Cultura, do Projeto Guri em São Paulo. O secretário Sayad encontrou, aliás, novas parcerias para o projeto. 

Surpreendam-se: as irmãs marcelinas são muito conhecidas em São Paulo pela ação que fazem na área da saúde. Elas têm um hospital extraordinário, que é o Hospital Santa Marcelina, tocam dois outros hospitais do Estado, ou melhor, um do Estado e outro da Prefeitura – na Cidade Tiradentes, da Prefeitura, e no Itaim Paulista, do Estado. Pois as irmãs também estão ligadas à música, estão ligadas  à arte e vão fazer uma parceria, já está a caminho, muito importante no Projeto Guri, que é de aprendizado da música.

Nós vamos expandir o projeto Guri, até o término deste mandato, em cerca de 50%. Hoje são 30 mil crianças, jovens, e nós vamos levar para 45 mil. Isso, ministro, é um programa que realmente vale a pena que a gente possa continuar impulsionando, agora com parceria do Ministério da Cultura. Enfim, eu aproveito a oportunidade deste grato, para nós, acordo de cooperação, e também para mostrar outros aspectos do nosso trabalho que estão integrados no espírito deste programa do ministro Gil.

Vamos ter fé na cultura e, como o Gil diz, a fé não costuma falhar.