Anúncio de investimento para recuperação de estradas

O governador José Serra anunciou nesta quinta-feira, 15, investimento de R$ 3,9 bilhões para recuperar e pavimentar de vicinais. No evento realizado no Palácio dos Bandeirantes, Serra lançou as fases […]

qui, 15/01/2009 - 17h24 | Do Portal do Governo

O governador José Serra anunciou nesta quinta-feira, 15, investimento de R$ 3,9 bilhões para recuperar e pavimentar de vicinais. No evento realizado no Palácio dos Bandeirantes, Serra lançou as fases 3 e 4 do Pró-Vicinais, que recuperará 7.396 quilômetros de estradas, e o Programa de Pavimentação de vias municipais, que contemplará mais 3.046 quilômetros.

Governador: Queria dar meu boa tarde a todos e a todas. Queria cumprimentar o nosso vice-governador Alberto Goldman. O deputado Vaz de Lima, presidente da Assembléia, que comprou a caneta Montblanc que ele diz que eu roubei no Viaduto do Chá ou no Largo da Concórdia. Secretário Mauro Arce, a quem eu quero expressar aqui o reconhecimento do governo e a gratidão pela qualidade e pela intensidade do trabalho que vem realizando à frente dessa Secretaria. O secretário Sidney Beraldo, também fazendo uma gestão extraordinária na área da Gestão Pública. E o Aloysio Nunes Ferreira, nosso Chefe da Casa Civil.

Queria cumprimentar também os deputados federais Mendes Thame, que aqui falou; Edson Aparecido; Jorginho Maluly; Lobi Neto; Vanderlei Macris; Arnaldo Jardim, que foi embora, está dito aqui. Então, temos que ver os municípios a que ele é ligado para (…). E o deputado José Aníbal. Os deputados federais Ricardo Trípoli, ainda, Roberto Santiago e Guilherme Campos.

E os estaduais: Barros Munhoz, que é o nosso líder na Assembléia. Pedro Tobias, Estevam Galvão, Orlando Morando, João Caramez, Roberto Moraes, Padre Afonso Lobato, Jonas Donizeti, Reinaldo Alguz, Samuel Moreira, Célia Leão, Aldo Demarchi, Said Murad, Rogério Nogueira, Milton Leite Filho, Edson Giriboni, Mauro Bragato, Rita Passos, Geraldo Vinholi, Valdir Agnelo, Uebe Rezek, Marco Porta, Gilmaci Santos, Bruno Covas, Celino Cardoso e Edmir Chedid. E os deputados, ainda, José Bittencourt e Vanessa Gama.

Queria também saudar todos os prefeitos aqui presentes, perto de 500, na pessoa do prefeito de Franca, Sidnei Franco da Rocha, que nos falou aqui. Queria cumprimentar, por último, o Délcio Amador, que é o superintendente do DER, presidente da Dersa. E o Evandro Losacco, que é o coordenador do programa Pró-Vicinais. Devemos também muito das nossas ações a eles dois.  Queria, finalmente, saudar os vice-prefeitos, os vereadores, representantes do DER, de partidos políticos, lideranças comunitárias.

Bem, estamos hoje aqui numa bela reunião. Uma reunião em quantidade, grande, muita gente, e uma reunião de qualidade. E também inaugurando: é o primeiro ato grande que nós fazemos aqui, neste auditório, depois da reforma. Vocês estejam certos de que estaríamos todos aqui nos assando de calor não fosse essa reforma, porque já está quente, ainda com ar condicionado, que nunca teve e foi instalado no ano passado. Vocês imaginem se não tivesse o ar.

Mas eu queria dizer a todos os prefeitos, aos reeleitos e aos eleitos pela primeira vez, que aqui têm sua casa. Considerem este Palácio como sua casa. Temos uma grande jornada de trabalho pela frente, e ninguém governa sozinho. Nós precisamos, para governar bem São Paulo, da parceria com todos os municípios. E precisamos da parceria com a Assembléia Legislativa, com a qual, aliás, temos trabalhado muito bem.

Quero aqui expressar o meu reconhecimento público também à Assembléia, na pessoa do seu presidente, o Vaz de Lima, dos líderes aqui presentes, pelo trabalho produtivo que desenvolveu junto com o governo. Todos os nossos projetos mais importantes foram aprovados. E o mais importante dessa história é que eles foram aprovados com melhoras. A Assembléia sempre realizou um trabalho positivo. Ninguém é dono da verdade – a gente faz um projeto, com freqüência, precisa aperfeiçoar aqui, tem uma falha acolá – e a Assembléia tem sido muito parceira nesse trabalho. Nós não teríamos os recursos para impulsionar programas como esse, não fosse a parceria com a Assembléia.

A nossa linha de governo ou a nossa orientação no governo – eu quero aproveitar essa oportunidade, falando para tantos prefeitos novos – pode ser resumida, eu diria, em cinco ou seis pontos.

Em primeiro lugar, é algo que já é do passado, mas tem muita importância para o presente: é trabalhar desde o primeiro dia. Nós pegamos o governo e não houve, vocês sabem disso, nenhuma solução de continuidade.

Nós entramos, a partir de 1º de janeiro, trabalhando como se já estivéssemos há mais de um ano no governo. Isto é muito fundamental para São Paulo e deveria ser importante para o Brasil – onde, infelizmente, o pessoal ganha eleição e fica aprendendo no governo. Como se o governo fosse um curso de graduação ou de pós-graduação. Aí, quando aprende, já está chegando perto do final do governo e, na verdade, a falta de preparo causou prejuízos.

Quando já tem experiência e maior qualificação, já está terminando o governo, e aí pode ser proveitoso para a área privada, mas não foi para a área pública.

Nós montamos uma equipe experiente, de qualidade, preparada e já tínhamos na cabeça tudo aquilo que deveria ser feito. Tudo o que não deveria ser desativado, tudo o que deveria ser modificado. E encontramos – isso é muito importante – as finanças de São Paulo em ordem. Este é outro aspecto fundamental: São Paulo é um Estado que com o Mário Covas, o Alckmin, depois o Lembo, foi administrado com grande responsabilidade fiscal. Isso facilitou muito a nossa tarefa.

Um segundo aspecto é o de fazer acontecer. Ao contrário do folclore – eu sei que as pessoas até riem quando eu digo isso – eu não sou centralizador. Eu só tenho fama de centralizador. É verdade. Ninguém acredita muito isso, mas o pessoal da equipe do governo sabe disso. A liberdade é muito grande. O que eu faço é controlar e cobrar. Isso é completamente diferente. Mas controlar e cobrar a execução prática das coisas.

Nós temos o espírito prático, de fazer acontecer. Mais fazer acontecer do que fazer discurso, embora, às vezes, os discursos funcionem eleitoralmente, mesmo quando estão desligados da prática. Para mim, realização no governo não é prestígio, não é comemoração, não são cumprimentos. Para mim, é realização, é fazer acontecer. Essa é uma responsabilidade que todo governo tem, especialmente o nosso, que foi eleito pela primeira vez no primeiro turno. Desde que há dois turnos de eleição no Brasil, a primeira vez em houve uma vitória no primeiro turno foi com a nossa eleição: 58% dos votos. Isso aumentou muito a nossa responsabilidade.

Um terceiro aspecto é que nós não trabalhamos no varejo, nós trabalhamos no atacado. Quase todas essas estradas vicinais – as novas e as que estão completamente refeitas – foram levadas a cabo, estamos programando, independentemente do pedido de um deputado ou do pedido de um prefeito. Embora existam os pedidos e a gente sempre atende com muita consideração. Mas nós trabalhamos no atacado.

Era preciso refazer toda a rede de vicinais de São Paulo. Isso nós estamos fazendo. São 12 mil quilômetros, e as estradas vão ficar como novas. Para vocês terem uma idéia, se não me falha a memória, Mauro, o custo desta reforma de uma estrada vicinal é metade de um vicinal nova. Vocês vêem que não é brincadeira. Não se trata de um programa tapa-buraco, de consertar um trecho, não. Trata-se de fazer a estrada de novo. Naturalmente, é mais barato porque não há desapropriação, porque já tem terraplenagem, porque já tem todo o planejamento feito, todas as condições para a estrada ser traçada e executada. Mas é uma obra no atacado.

Há outra coisa que não foi dita aqui e nós já começamos a fazer: são os acessos aos municípios. Não vai ficar nenhum município com acesso precário a estradas. Nós vamos fazer 309 acessos, 1.600 quilômetros até o final do governo, independentemente de qualquer outra coisa.

Todos os nossos programas têm essa característica. Reforma de escolas, nós estamos fazendo todas as reformas. Cobertura de quadras no Interior e na Capital, estamos fazendo para todas as escolas. Ou seja, um governo tem que trabalhar no atacado, ele não pode trabalhar no varejo, porque isso é ineficiente, isso toma tempo inútil, é desgastante. E mesmo do ponto de vista político, eu não acho proveitoso. Portanto, essa é outra característica do nosso trabalho que eu queria sublinhar, porque para nós é muito importante – até como estilo de governo.

Outro aspecto é que nós não fazemos loteamento político. Nenhum secretário, nenhum secretário adjunto, nenhum diretor de empresa foi nomeado em razão de loteamento político, aqui em São Paulo. Eu já fiz isto no Ministério da Saúde, fiz isto na Prefeitura de São Paulo e estamos fazendo no Governo do Estado.

Isso não significa não ter parceria com os partidos ou com os parlamentares, mas a nossa parceria com os parlamentares é feita onde? É feita no orçamento. Nós respeitamos as emendas de parlamentares. Nós aumentamos as emendas a que os parlamentares têm direito. E todos sabem: qualquer que seja sua filiação partidária, o governo cumpre esses compromissos.

Portanto, os parlamentares passam a ser sócios do trabalho do governo. Para que vocês tenham uma idéia, o volume de convênios firmados para municípios é da ordem de R$ 3.570 milhões até agora. Não é brincadeira. E isto nós respeitamos: convênio não resume a todas as emendas de parlamentares, é apenas parte dessas emendas. Mas isso mostra a importância que nós damos a esse tipo de ação.

Outro aspecto importante é que nós não governamos segundo a cor partidária. Nós governamos para todos e para todas. Não tem sentido prejudicar um município porque o prefeito é de outro partido, às vezes até da oposição. Não tem cabimento. Todos sabem que nunca foi feito nenhum trabalho para trocar filiação partidária por obras, por realizações, por gastos. Claro que, se eu sou do PSDB, eu gosto de que meu partido cresça, mas nós não utilizamos o governo para isso. Nós não fazemos um governo para partido, nós fazemos um governo para o povo.

E continuamos fazendo. Tem prefeito da oposição que pega obras dos Estados e bota, não só não diz que não é do Estado, como diz que é do governo federal. Eu nem vou nem dizer aqui, dá até vontade de dizer, mas mesmo assim nós não fazemos nenhum tipo de boicote, porque não podemos deixar de lado as pessoas que moram nesse município.

Um último aspecto que eu queria sublinhar aqui é o da prioridade. Nós governamos segundo grandes e fundamentais prioridades. Nada de desperdício. Batalhamos para reduzir custos, para reduzir gastos, sem diminuir as obras e as realizações. Fizemos avanços enormes nesta matéria, em matéria de redução de preços, redução de preço de contratos. Conseguimos até fazer  outro modelo, ou uma combinação, um modelo misto de concessões que está fazendo os pedágios existentes diminuírem. Por exemplo, na concessão da Ayrton Senna, a empresa vencedora vai cobrar metade do pedágio que é cobrado hoje pela Dersa. Ou seja, o pedágio reduziu, e as novas concessões têm pedágios menores, pelo novo modelo de concorrência.

Quero dizer que nós fizemos, agora, concessões para cinco grandes estradas, depois da eclosão da crise. E a credibilidade do Governo de São Paulo é tal que a concessão deu certo, deu muito certo. São R$ 8,5 bilhões de investimentos que serão feitos nas concessionárias da Rondon, dos dois trechos da Raposo Tavares, da Dom Pedro e da Ayrton Senna-Carvalho Pinto.  8,5 bilhões, fora 3,5 bilhões que estão sendo pagos ao Governo do Estado para investir, também, na área de transporte. Aliás, esse dinheiro, em grande medida, é que nós estamos usando para os nossos programas de vicinais.

O que é anunciado hoje custará R$ 4 bilhões, porque são perto de 7.500 quilômetros de refazimento de estradas vicinais, e mais três mil quilômetros de vicinais novas. Ou seja, serão asfaltadas pela primeira vez. Isso custa muito, e os recursos nós estamos obtendo dessa maneira: por meio das outorgas, com financiamentos do Banco Mundial, do Banco Interamericano; com a venda da conta-salário; com a venda da Nossa Caixa para o Banco do Brasil. Enfim, estamos fazendo uma mudança patrimonial no Estado, aumentando, mesmo, o patrimônio do setor público em toda a nossa infra-estrutura.

Isso para não falar do que nós estamos fazendo na região da Grande São Paulo. No Rodoanel, só esse trecho sul custa R$ 4 bilhões e tem uma importância enorme para o Interior. Um caminhão que venha de Piracicaba – segundo o Thame, é o centro do mundo – ele mediu o tamanho das vicinais com a distância de Piracicaba a Brasília. Nada mais, nada menos que Piracicaba a Brasília. Mas um caminhão que vem de Piracicaba passa por dentro da cidade. Vocês imaginem a ineficiência que isso é, os custos que isto implica. Com o trecho sul do Rodoanel, ele vai contornar. Quer dizer, isso vai melhorar muito as condições de competitividade da economia paulista e beneficiar muito todo o Interior do Estado.

Como eu dizia, este programa está agora bem calçado do ponto de vista financeiro. É um programa que vai acontecer e nós vamos ter, em 2010, estas obras do programa – Pró-Vicinal 3 e Pró-Vicinal 4 – prontas. A Secretaria de Transportes diz que vai ser em abril, mas eu não vou me comprometer com a data de abril. Vai ser em 2010, está certo? Vamos perseguir para que seja até antes de abril. Que seja em março, pelo menos.

Mas, de toda maneira, é um recorde. Eu lembro, no governo Montoro, aquilo que o Sidnei, prefeito de Franca, disse é verdadeiro. Nós fizemos – pela primeira vez – um programa de vicinais aqui em São Paulo. Eu era secretário do Planejamento e coordenei o programa, junto com a Secretaria dos Transportes. Pães duros, mas gastadores também. Quer dizer, não há incompatibilidade entre gastar e ser pão duro, porque a gente tem que ser pão duro com o dinheiro que não é nosso, está certo? Mas gastar direito.

De fato, essa rede de vicinais – não é que depois não se fez mais, claro que se fez – mas essa rede vem basicamente da época do Montoro, e nós encontramos a rede em má situação. Por quê? Porque as Prefeituras têm que fazer a manutenção e os prefeitos tem dificuldade para isso. Não só financeira, de organização também, porque no município há uma ou duas vicinais. Então, não dá para ter máquina, equipamentos, pessoal, não há economia de escala para isso. Em geral, vêm pedir para o Estado e o Estado fica atendendo casuisticamente.

Agora, o que o Mauro Arce disse é muito importante. Os prefeitos têm que ficar em cima, agora, para cuidar das estradas, porque nós não vamos conseguir ter uma visão microscópica em todo o Estado de São Paulo. Vocês vejam todas essas cobrinhas aí, isso é tudo vicinal. Imaginem controlar a situação de cada uma delas. É muito difícil, principalmente com caminhão pesado. A velocidade põe em risco a vida, provoca acidentes e o caminhão pesado destrói o leito das estradas.

Então, nós temos agora que caprichar. A pior coisa que tem é fazer uma estrada nova, dali três meses vem na imprensa. Pode fazer mil estradas, se tiver uma em má situação, é manchete, dizendo: “Estrada nova já está esburacada”. Portanto, temos que trabalhar bem nessa direção.

Nós fizemos uma inovação, que foi incluir – nas novas concessões – a manutenção das vicinais próximas. Então, perto de mil quilômetros de vicinais vão ser mantidos pelas concessionárias. Para elas, é um trabalho quase de graça, está certo? Por quê? Porque elas já têm os equipamentos, já têm as pessoas. Pegam a vicinal que desemboca na estrada ou que passa pertinho, dão uma espiada e fazem a manutenção. Manutenção, quando é bem organizada e permanente, é barata. O grande problema é quando começa um buraquinho: se isso não é cuidado, vira uma cratera.

Portanto, nós estamos de olho também nesse assunto da manutenção. É minha intenção – já pedi ao Mauro Arce – que começasse as fazer isso: renegociar as concessões anteriores para incluir também a manutenção das vicinais próximas. É que já tem contrato e isso não estava previsto, mas nós vamos procurar fazer e vamos também fazer licitação – não é, Mauro? – em regiões, para contratar empresas que trabalhem na manutenção. Coisa que nós estamos fazendo também com as escolas.

Nós estamos, realmente, avançando muito nos métodos de gestão aqui em São Paulo. A imprensa dá mais ênfase e tem toda a razão, porque é muito importante, nos salários variáveis, que nós estamos criando na administração. A partir do salário que é o piso, concedendo incentivos segundo o desempenho. Isso é uma coisa que até as Prefeituras – se me permitem sugerir – deveriam fazer. É para ter uma parte variável e dar incentivo material, como ocorre com o trabalho no mundo inteiro. Melhora a qualidade do trabalho, ganha mais. Piora, ganha menos. Esta é uma inovação, São Paulo está fazendo no Brasil.

Agora, estamos fazendo outras coisas que são relevantes em matéria de gestão. Por exemplo, no caso das escolas, nós estamos também fazendo licitação para a manutenção das escolas. Entendeu, Vaz? Ou seja, quebra uma lâmpada, apaga uma lâmpada, quebra uma torneira, um encanamento no banheiro, uma parede que racha, não vai ser mais necessário que a diretora da escola fazer um pedido para a diretoria regional, que faz outro pedido, e aí a coisa fica deteriorando e se estragando. Nós vamos ter empresas contratadas para a manutenção permanente. Estamos fazendo isso, também, com os computadores das escolas.

A manutenção permanente é altamente vantajosa e é uma coisa que eu vou dizer a vocês, com toda a franqueza: o governo não faz bem, não consegue fazer direito. É muito melhor, no caso, contratar, fazer uma boa concorrência, com custos baixos para fazer a manutenção, que tem um efeito enorme a médio e longo prazo sobre as condições de funcionamento do setor público e sobre a economia também.

Portanto, estamos avançando bastante em todas essas áreas. O Beraldo fez também, agora, uma racionalização, que está em andamento, de toda a estrutura da administração pública no Estado de São Paulo, por todo o Interior. Isso está a caminho. Às vezes, provoca um descontentamento aqui, outro acolá, mas paciência. Do ponto de vista da economia de recursos, é significativo. Do ponto de vista do aumento da eficiência, é relevante.  Portanto, todos saem ganhando.

Bem, eu já disse sobre a questão dos acessos, mas é importante também ter presente que nós não estamos começando uma ação maciça na área de estradas – como, às vezes, o noticiário dá a entender – nem competindo com o governo federal ou com outros governos. Nós estamos fazendo um programa de governo que faríamos em qualquer situação.

Se eu fosse largar a vida pública em 2010; se eu fosse me candidatar à reeleição; se eu fosse me candidatar a presidente; qualquer que seja a hipótese, a gente não sabe, qualquer que seja o futuro, estaríamos fazendo exatamente o que estamos fazendo.

Pelo menos na vida pública, eu sempre fui assim: sempre dei o máximo de mim e sempre procurei fazer o melhor time possível para realizar, cumprir as obrigações que a gente tem em cada momento. Fiz isso como parlamentar, como deputado. Fiz isso como secretário, fiz isso como prefeito. Fiz isso como ministro do Planejamento. Fiz isso como ministro da Saúde e estou fazendo como governador.

É cumprir as nossas obrigações. Na verdade, não tem nada demais. É que, no Brasil, cumprir obrigação acabou sendo uma coisa meio fora do comum. Mas, de fato, o que estamos fazendo é isso. Cumprimento de obrigações.

Eu dizia que, em dezembro de 2008, a Dersa e o DER já tinham obras em andamento da ordem de R$ 8,2 bilhões. O dobro do que vai ser gasto agora com esse programa de vicinais. 138 quilômetros de duplicações, quase 1.600 quilômetros de repavimentação, recapeamento de rodovias.  Além dos 4.500 quilômetros das vicinais, nem todos eles estão prontos ainda, do Pró-Vicinal 1 tem 90% pronto, não é, Mauro? E do Pró-Vicinal 2 tem 40% pronto. E o trecho sul do Rodoanel, que é a maior obra viária do País, neste momento.

Mas os investimentos não param aí. As concessionárias já entregaram 114 quilômetros de duplicações. Portanto, a gente tem que somar as duplicações que fizemos com as que fizemos indiretamente, por meio das concessionárias. Mais de 1.100 quilômetros de recapeamento por parte das concessionárias. Isso desde janeiro de 2007. E estão previstos mais 1.800   quilômetros de recapeamento até 2010.

São Paulo tem o melhor sistema de estradas do Brasil. Isso o pessoal de fora diz, não somos nós. Quem vem, diz: Realmente, as estradas daqui são outra coisa e são seguras, têm um índice de segurança muito elevado. Mas o fato é que nós temos que continuar investindo, porque aquilo que está, se deteriora, e ainda falta muita coisa. A boa qualidade de hoje deve estimular a qualidade de amanhã. Nós criamos aí um círculo virtuoso de boa administração e de bons governos, o Governo do Estado e as Prefeituras.

Mas, enfim, nós vamos entregar, até 2010, somando concessionárias e o investimento direto, cerca de 400 quilômetros de estradas duplicadas, praticamente a distância daqui ao Rio de Janeiro.

Outra ação na área de estradas que tem pouca visibilidade, mas uma importância econômica enorme para São Paulo. É a recuperação de cinco mil quilômetros das estradas rurais. São estradas de terra, muito bem feitas, com drenagem, uma coisa arrumada. É o programa Melhor Caminho que, se eu não me engano, foi começado pelo Mário Covas. Já recuperamos 2.300 quilômetros, não é brincadeira, e vamos fazer cinco mil até o final do governo. Vocês sabem a importância que isso tem para a produção no Interior.

Quero dizer – o pessoal tinha preparado aqui um vasto relatório, a respeito de tudo o que estamos fazendo. Seria demasiado eu me ater a isto agora aqui. Mas quero só citar alguns números globais.

Até o final de 2008, desde janeiro de 2007, nós investimos cerca de R$ 22 bilhões, em todo o Estado de São Paulo. Não é brincadeira: R$ 22 bilhões. A previsão para 2009 é da ordem de R$ 19 bilhões. Ou seja, vamos investir, em 2009, pouco menos do que investimos nos dois anos anteriores. Isto, naturalmente, inclui as empresas como Metrô e Sabesp, por exemplo.

No caso da Sabesp, nós estamos duplicando o nível de investimentos. Pudemos fazer isso, estamos duplicando em relação à gestão anterior, do Alckmin. Mas também pudemos fazer isso porque a Sabesp foi entregue em ordem  financeiramente, porque senão teríamos que passar esses dois anos consertando estradas, como aconteceu na época do Montoro, quando a Sabesp foi entregue semi-destruída pelo governo anterior. Aí tivemos que passar dois anos só para refazer as condições da empresa. Mas esse é um investimento muito alto e tem uma importância enorme para São Paulo, sob três pontos de vista.

Em primeiro lugar, na melhora da infra-estrutura econômica e social. Não é só infra-estrutura econômica, diretamente. Digamos que uma estrada seja infra-estrutura econômica. Tem um papel social importante, mas digamos que seja econômica. Mas nós estamos fazendo isso também na área da educação e na área da saúde.

Na saúde, já temos vários hospitais novos em andamento e estamos fazendo um tipo de hospital que vai ser uma grande novidade, em São Paulo e no Brasil: a Rede Lucy Montoro de hospitais de reabilitação, para pessoas que têm problemas de mobilidade física, algum tipo de deficiência. Nós vamos fazer seis unidades no Estado de São Paulo. Vai ser a Rede Lucy Montoro. Já temos dois em andamento, um aqui na Rua Vergueiro, na Capital, e outro em Campinas, no Instituto Boldrini, que é de câncer, não é de reabilitação. Mas estamos fazendo na mesma área porque as condições físicas lá foram favoráveis.

Isto vai mudar a face do atendimento ao deficiente físico no nosso Estado. Este é um trabalho – eu queria chamar a atenção dos prefeitos para isso – é um trabalho que tem um rendimento social enorme, porque a ação de fisioterapeutas, psicólogos, médicos fisiatras, enfermeiras especializadas tem um efeito incrível, no sentido de melhora da vida das pessoas tratadas. Eu queria que cada Prefeitura de São Paulo, dependendo do seu tamanho, tivesse uma área para cuidar dos deficientes. Pode ser uma Prefeitura de cinco mil habitantes, pode ter uma pessoa.

Se for um município rico, como é Piracicaba, por exemplo, como é Cordeirópolis, cadê Cordeirópolis, está aqui o prefeito de Cordeirópolis? Outro dia eu vi a arrecadação per capita. É uma fortuna, talvez por isso é que ele nem tenha vindo, não sei se está aqui. Mas nós temos que ter, em cada município, um serviço organizado. Um município de dois mil habitantes tem que ter uma pessoa que cuida disso, vai fazer um levantamento no município: quem tem problemas, como encaminhar para tratamento, ter uma ligação com a nossa secretária. Nós criamos uma Secretaria Especial para atenção dos Direitos das Pessoas Portadoras de Deficiência.

Então, eu queria sugerir como programa de governo, e devo dizer aos novos prefeitos e a todos que politicamente é algo que dá muita força também. E é legítimo fazer uma coisa que é boa para a sociedade e que dê força política. Portanto, queria fazer aqui esta conclamação. Nós temos aqui uma secretária que está para fazer. Ela é livre-docente na Universidade de São Paulo, no Hospital das Clínicas, na área de reabilitação. É, na hierarquia, quem cuida da reabilitação no Hospital das Clínicas. É uma pessoa especializada que está dedicando o melhor do seu tempo e do seu conhecimento a este trabalho. Nós já fizemos uma Secretaria Especial também aqui em São Paulo, na Capital, quando eu fui prefeito, que teve resultados excelentes.

Agora, estava fixada mais na acessibilidade, para que o equipamento urbano seja acessível. Ora, se o prefeito tiver alguém que só está preocupado com isso – ou um grupo, dependendo do tamanho – toda a questão da acessibilidade vai estar presente, porque é o que a pessoa tem que fazer: ver se todos os equipamentos estão acessíveis. Ou mesmo na área privada, com salões de festa e coisas dessa natureza. Hospitais, unidades de saúde e tudo mais.

Eu não sei se vocês visitaram já o Museu do Futebol. Quem visitou aqui? É um vexame. Puxa vida. Vamos dar uma medalhinha para aqueles que foram. O Museu do Futebol, modéstia à parte, é uma coisa extraordinária, que nós fizemos lá no Pacaembu, em cooperação com a Prefeitura, que deu o local. São 7 mil metros o Museu do Futebol, uma coisa extraordinária. Eu sugiro que vocês organizem visitas. Até é uma boa, politicamente, trazer um ônibus para visitar, e tudo o mais.

No Museu do Futebol, a acessibilidade é total. Para vocês terem uma idéia, há atividades para as pessoas que não enxergam, pessoas cegas. Nós vamos inaugurar em março, eu acredito, ou final de fevereiro, o Museu da Criança, em São Paulo, chamado Catavento. Na verdade, o nome é impróprio, Museu da Criança, mas no mundo inteiro são chamados Museu da Criança. É uma rede mundial e o Brasil não tem. Nós estamos fazendo o primeiro aqui em São Paulo, lá no Parque Dom Pedro, onde era a sede da Prefeitura, onde foi a Assembléia Legislativa, no Palácio das Indústrias, ficou maravilhoso.

Fizemos o museu barato, com as nossas universidades. Não precisamos trazer nenhum equipamento, praticamente, de fora. É o Museu de Ciência e de Tecnologia, que pega crianças de dois anos até 17 anos. Vocês, quando forem lá, vão ver a obra prima que se fez em matéria de acessibilidade. Vaz de Lima, eu nunca vi coisa igual, tem tudo previsto. Tem até – viu, Célia? – mecanismos para a pessoa, para o cadeirante, na sua cadeira, subir escada. Se a gente vai olhar quanto gastou, não é muita coisa, porque quando faz do início, quando planeja, sai barato. Se é uma construção nova, o preço praticamente não se altera. Se é uma construção já feita, custa mais. Caso a gente está reformando e fizer, sai muito mais em conta.

Bem, mas eu estava dizendo, o investimento não é apenas em estradas, o investimento não é apenas da infra-estrutura econômica. Eu dei exemplos aqui muito importantes do investimento social, mas há um mais que queria mencionar, que é a área de ensino técnico e tecnológico. Algo que agora tem dado dor de cabeça política para nós, porque antes de as Fatecs e Etecs se multiplicarem do jeito que estão se multiplicando, o pessoal vinha, em geral, prefeitos do Interior, uma cidade, mais de 50, 60 mil habitantes, já queria campus da Unesp. Quem não tem Unesp, quer um campus da Unesp. Quem tem Unesp, quer ampliar a Unesp. Todo mundo, o que, evidentemente, é impossível.

Agora, o assunto passou para Fatec e para as Etecs. Nas Etecs tem mais, então agora todo mundo quer Fatec. Nós encontramos 26, já temos 40 e vamos para além de 52. Ou seja, estamos duplicando o número de faculdades de tecnologia. Sem falar do aumento de vagas nas escolas existentes.

Mas tem uma cidade no Interior que é grande, muito grande. E vizinha a um bairro, como daqui até minha casa, no Alto de Pinheiros, tem outra cidade. Então, nós olhamos, Goldman, e falamos: Não, vamos fazer nessa outra cidade, que não tem nada, essa outra está entupida de universidade. E quem quer vai de ônibus ou vai a pé, fazendo jogging e tal, porque é grudado, é um bairro. A gente não pode nem falar, senão pega mal nas cidades pequenas, dizer que é um bairro da grande.

Pois bem, a partir daí foi uma onda da cidade grande por que nós não fizemos a Fatec nela. E virou uma questão, agora de honra, embora a que tem na cidade pequena preencha todos os requisitos da região. Vocês sabem que Fatecs e Etecs estão reguladas pelas necessidades regionais. Eu estava dizendo outro dia na feira da Couromoda, com muito orgulho, eu pude citar exemplos, a de Franca vai formar 80 alunos especializados na gestão da produção de calçados. Vocês percebem o salto qualitativo que a gente está dando, que São Paulo pode dar, fazendo essas especializações.

Eu queria aqui, publicamente, agradecer ao vice-governador Alberto Goldman, que é o secretário que tocou esse programa, na área. Vocês sabem, naturalmente, que eu sou a favor de fazer Fatec e Etec em todos os lugares. Quem não deixa é ele, está certo? As reclamações para ele. Para mim, a interação positiva, porque, agora, quando não tem, vocês já sabem que é o responsável.

Este é um programa muito importante para São Paulo. Nós encontramos 70 mil alunos nas Etecs. Vocês perceberam que eu mudei o nome de ETEs para Etecs, porque ETE sempre me chamou atenção porque é estação de tratamento de esgoto. Além de que não é sonoro para falar. Então, finalmente, eliminamos isso, embora em alguns lugares ainda esteja escrito ETE. Mas é muito melhor Etec. Eu me lembro de que, quando houve aqui a invasão da Universidade de São Paulo, em 2007, se criou um movimento. Pegaram o Alckmin, que foi, já não era mais governador, nada, que foi não sei aonde, a uma unidade de saúde, e disseram a ele que eu estava mudando o nome de ETE para Etec porque ETE é escola técnica estadual e Etec fica escola técnica. Que eu estava tirando São Paulo do nome porque queria privatizar as Etecs.

Vocês vejam a criatividade que a loucura, às vezes, possibilita. Mas a mudança, efetivamente, foi só por uma questão sonora, e por uma questão também de diferenciar de algo que não tem nada a ver e que é importante – mas ninguém gosta de visitar – que é uma estação de tratamento de esgoto.

No caso das Etecs, nós estamos expandindo para ter vagas até o número de 170 mil. Cem mil vagas mais. E ainda eu quero rever a meta, para que nós possamos, talvez, triplicar a oferta de vagas, até o final do governo. Isto tem um impacto enorme. Oito de cada dez alunos, quatro de cada cinco formados numa Etec, que tem o nível médio, conseguem emprego quando termina a  escola.

Além disso, estamos turbinando o ensino médio dentro das Etecs, que é o melhor de São Paulo e um dos melhores do Brasil, público. Não é o da rede estadual, mas é o melhor em matéria de qualidade.

Quanto às Fatecs, provavelmente nós vamos ultrapassar o limite de 52. Mas aí vai ser uma ultrapassagem muito benigna para o nosso Estado. Quero dizer também que é um programa econômico. Fazemos isso com economia, com sentido prático e também com parceria com as Prefeituras.

Outro exemplo que eu vou dar de ação na área social é o da saúde: os AMEs, Ambulatórios Médicos de Especialidades. Nós estamos fazendo 40 deles em São Paulo. E vejam: o primeiro eu inaugurei é o que fixei em matéria de números, mas, na verdade, há números impressionantes para outros. Mesmo no que inauguramos agora, em Rio Claro, o número de exames vai ultrapassar 30 mil por mês. O de Votuporanga, que eu tomei como modelo, faz 15 mil consultas/mês e cinco mil exames, administrado pela Santa Casa, em parceria com o Estado. É uma boa Santa Casa, a de Votuporanga.

E aí, o que acontece? Nós desafogamos o sistema hospitalar, porque um grande problema que tem hoje com hospital é o pessoal ter que ir ao hospital porque não tem onde fazer consulta. Não tem sentido. Nem pronto socorro, nem hospital são feitos para consultas médicas.

Então, nós estamos criando unidades que são de consultas, para eliminar as filas existentes e desafogar a rede de saúde existente. A localização é decidida do ponto de vista regional, porque o que queremos é ter – em todo o território paulista – uma distribuição harmônica, de forma que ninguém precisa viajar muito. Já estamos, acho que com 12 ou 14 AMEs funcionando. Até o fim do ano, já teremos a maior parte em andamento.

É um investimento caro, não é um investimento em obra. Por exemplo, esse de Rio Claro tem um prédio que foi feito, uma verba federal, que não era para nada, o prédio está vazio. Então, nós estamos ocupando. O investimento é quase nada. Agora, por ano, vai custar 10 milhões. Com dez milhões eu construiria uma sede por ano. Na saúde é assim. O que a gente gasta por ano é, em geral, o que gasta para montar todo o equipamento. É muito caro. Portanto, não pode ser medido, o investimento, pelo critério tradicional.

Essas são as muitas coisas que nós estamos encaminhando, e eu creio que há um elemento muito relevante para ser mostrado aqui: a questão do emprego. Esse refazimento, essas estradas vicinais novas vão permitir gerar, em São Paulo, 36.400 empregos diretos – não é brincadeira – num contexto de crise, e 108 mil empregos indiretos. Porque uma coisa é estar trabalhando na obra e outra são os insumos, as máquinas produzidas, tudo o que é necessário para se fazer uma obra.

Se formos somar diretos e indiretos, dá uns 145 mil, mais ou menos, empregos. É, realmente, uma coisa incrível. Dos 3,7 milhões de empregos criados no Brasil desde janeiro de 2007, 1,4 milhão – ou seja, perto de 40% – foram gerados em São Paulo, que tem 22, 23% da população. Isto não está separado dos nossos investimentos, que têm um peso enorme nesta geração de empregos.

Portanto, a estrada vicinal e as estradas, em geral, diminuem os custos, deslocamentos de pessoas e de mercadorias. Geram empregos, no momento de crise, especialmente relevantes. Terceiro, melhoram a confiança na economia, porque se o governo está bancando, o governo está enfrentando a situação, isso favorece o clima de confiança no País.

E boa parte dessa crise está ligada à confiança. As pessoas comprarem, os bancos emprestarem, os agentes econômicos decidirem investir, isto depende de confiança, pode fazer a análise econômica que fizer. Se o sujeito está na retranca, aí cria um círculo vicioso para baixo, porque se eu não compro, o outro não vende. Se o outro não vende, ele despede gente. É menos renda e menos gente comprando, e aí o outro que não está vendendo vai vender menos. É um círculo vicioso que envolve toda e qualquer crise no mundo. No sistema capitalista, é assim.

Assim, o elemento confiança é fundamental. E estamos desempenhando a nossa parte, de acordo com as nossas possibilidades. O Governo de São Paulo não tem política monetária, não tem política cambial. Nem sequer política fiscal, no sentido de que não podemos emitir papéis para obter recursos para a dívida. Nós temos uma área de atuação restrita e estamos cooperando em tudo o que for necessário com o Governo Federal nesse enfrentamento da crise.

Aliás, vocês recordam, nós criamos uma linha de financiamento na Nossa Caixa para compra de automóveis. Se essa linha não tivesse sido criada, a situação que hoje é ruim estaria pior. Isso é o que fizemos dentro das nossas possibilidades. O programa de tratores, que são seis mil tratores a preços 20% menores, sem juros, que nós fizemos pela nossa Caixa. O programa de computadores, agora, para professores, já temos 80 mil inscritos, vamos pagar metade do preço e vamos subsidiar os juros, oferecendo dinheiro para isso, para as professoras. Isso vai significar metade do preço e uma prestação de R$ 60 a R$ 70 por mês, para quem comprar a crédito.

Enfim, estamos fazendo tudo aquilo que está dentro das nossas possibilidades.

Há coisas que não estão. Como, por exemplo, a questão dos juros que, sem dúvida, é o fator mais perverso da economia brasileira. O que mais contribuiu para que essa crise chegasse ao que chegou, e está mais contribuindo para que o Brasil não adquira a confiança necessária para sair da crise. Nós temos os maiores juros do mundo, por anos e anos.

Agora mesmo, eu estava olhando uma tabela. Todos os países do mundo reduziram o juro. Menos o Brasil e a Rússia, que tem uma situação muito peculiar, porque a Rússia vive de exportação de petróleo, é um mono-exportador, praticamente, de petróleo e gás. Então, ela é naturalmente mais afetada. O Brasil é um país mais diversificado.

Portanto, estamos dando uma contribuição muito importante. Não como concorrência. Ninguém está querendo concorrer, mostrar que é melhor do que os outros, nem nada parecido. Nós estamos fazendo isso por obrigação,  porque o emprego é o que tem de mais valioso para condição social, para a vida das pessoas. Não há – eu não sou contra programas de transferência de renda, nós até temos em São Paulo – mas temos que ter presente o seguinte: não há nada que substitua o emprego, em matéria social.

Bem, eram essas as palavras. Em geral, eu não sou de falar muito, e hoje falei bastante, porque tinha que fazer um relatório, praticamente uma conversa. Mas eu não vou me alongar nisso agora. Eu dizia que aproveitei a oportunidade para fazer uma espécie de balanço e para fazer este primeiro encontro.

Quero dizer a vocês todos que nós contamos muito com os prefeitos e as prefeitas. Muito. Tem muita prefeita ou não? Menos do que agente gostaria, não é? Contamos muito com vocês e vocês também podem contar muito conosco. Podem contar com os nossos secretários, podem contar comigo, pessoalmente. Pelo bem de São Paulo e pelo bem do nosso País.

Muito obrigado.