Alckmin discursa sobre investimentos para a região do Vale do Ribeira

Geraldo Alckmin: Bom dia a todas e a todos, queria dizer de satisfação de estarmos juntos aqui em Registro, reunião tão representativa, tão forte como essa, reunindo aqui trabalhadores, empresários, […]

sex, 08/04/2011 - 19h30 | Do Portal do Governo

Geraldo Alckmin: Bom dia a todas e a todos, queria dizer de satisfação de estarmos juntos aqui em Registro, reunião tão representativa, tão forte como essa, reunindo aqui trabalhadores, empresários, sociedade civil. Cumprimentar doutor Guilherme Afif Domingos, vice-governador de Estado, secretario de Desenvolvimento Econômico; prefeita anfitriã, prefeita de Registro a Sandra Kennedy; deputado federal, Alexandre Leite; deputado estadual, Samuel Moreira, que é o líder do Governo na Assembleia; deputado Estadual, Milton Leite Filho; secretário de estados do Planejamento, Emanuel Fernandes; Energia, Jose Aníbal; desenvolvimento Social, Paulo Alexandre; Márcio Aith, de Comunicação. Quero saudar também o prefeito de Ribeira, Gidione Macedo, saudando os demais prefeitos; doutor Milton Luiz Melo Santos, preside a Agência de Fomento, a Nossa Caixa de Desenvolvimento; Sérgio Costa, o diretor da Agência Invest São Paulo; o padre Brandt da paróquia de São Francisco; representante do turismo, o Manoel Chikaoka; o representante da indústria, o Osvaldo Machado; representante do agronegócio, Gilson Fantin; do comércio, Henrique Volpi; prefeitos, vice-prefeitos, quero saudar também o doutor Pagura, que eu vi que chegou aqui agora, o Sidney Beraldo, doutor Pagura do esporte, Beraldo da Casa Civil; dizer da alegria de estarmos juntos aqui.

Nós vamos ficar dois dias aqui na região, tivermos um encontro agora pela manhã com os órgãos do Governo do Estado aqui na região, agora com os trabalhadores, empresários, setor produtivo e depois temos um encontro à tarde com os prefeitos, e temos depois encontro com os bananicultores, amanhã vamos a Pariquera-Açu e se nós verificarmos a região ela tem melhorado, e melhorado… não é isso não, pede para o Beraldo ele localiza… Ela tem melhorado e melhorado bastante. Tem melhorado e melhorado bastante, se a gente for verificar, por exemplo, índices de criminalidade, a região é muito mais segura que o Estado de São Paulo e muito mais segura que o Brasil, tá bem na frente. O Brasil tem 26 homicídios por 100 mil habitantes, 26, algumas capitais brasileiras têm 60, 70, 80. O Rio de Janeiro tem 30, o Estado de São Paulo, 10,4. A cidade de Registro, 5,6 homicídios por 100 mil habitantes. Então absoluta, é uma segurança,o índice de criminalidade é muito melhores que a média do Estado e muito melhores que a média brasileira. Isso, exatamente. Se a gente pegar outros itens, tá aqui o professor Vitor Mirshawka, que é da FAAP, educação, por exemplo, aí nós verificamos que tem cidades cujo o IDESP, e cujo o IDEB é bem melhor que a média do Estado e tem cidades que o IDESP e o IDEB é mais baixo que a média do Estado. Então há uma certa diferença regional. Se for verificar, a mortalidade infantil, tem cidades que estão melhores que a média do Estado e outras em dificuldade. E longevidade, mortalidade perinatal, índice de água tratada, esgoto sanitário. Então eu diria que todos os indicadores estão melhorando na região, mas tem um indicador que é abaixo da média do Estado em quase todas as cidades que é renda per capita. Então o problema é baixa renda. Ou seja, aí o indicador, ele é realmente menor do que a média do Estado. Há exceção de Cajati que já começo a ficar um pouco acima do conjunto da média e um fato interessante, se a gente for pegar a agricultura, Gilvan, Gilson, se a gente for pegar a agricultura, ela é mais rica do que Ribeirão Preto, o hectare de banana vale muito mais do que o hectare de cana é muito mais, o faturamento é muito mais alto. É que a agricultura agrega só 1,2 a mais, em Ribeirão Preto agrega 12 vezes a mais, ou seja, é da porteira para fora, é a agregação de valor, é agroindústria. Quer dizer, como é que nós podemos fazer agregar valor na cadeia produtiva e erguer a renda da região? Então eu diria que a primeira medida que tá aqui o doutor Milton é a questão do crédito que é a agência de fomento que vai ficar aqui fazendo um trabalho. Nós vamos embora amanhã, mas a agência vai continuar pra poder trazer o crédito, seja para o turismo, seja para a indústria, seja para agricultura, seja para comércio e serviços.

Então, é juro zero, o montante que foi liberado é de R$ 25 milhões, mas se precisar nós vamos colocar mais recursos. O faturamento, nós reduzimos de R$ 240 mil para R$ 120 mil faturamento ano. Então, dá R$ 10 mil faturamento/mês, então reduzimos para a metade, só para a região do Vale do Ribeira. Então, o faturamento R$ 10 mil/mês, juro zero. Nós estamos colocando recurso do Estado para equalizar taxa de juros, só tem a correção, não é isso Milton? E colocando fundo de aval. O grande problema do pequeno é que quando ele tomar o crédito, ele não tem garantia. E aí você tem o crédito, mas ele não consegue ter acesso. Então, nós vamos colocar também o fundo de aval. Então, recurso da agência de fomento, fundo de aval e equalização da taxa de juros e reduzimos o número para poder atender os pequenos empreendedores. Então, essa é uma medida que eu diria, importante, em termos de crédito. Todos vão receber aqui o folhetinho da agência de fomento e vai explicitar bem todas as medidas.

Depois eu vi aqui exposição muito boa, do Manoel, colocando as questões do turismo, as questões das rodovias, a Régis Bittencourt, o licenciamento ambiental é IBAMA, é federal, mas o que nós pudermos, nós vamos ajudar e vamos apoiar. Porque é importantíssimo para região, pra São Paulo e para o Brasil. A SP 55, nós estamos autorizando hoje a sua recuperação, recapeamento, terceiras faixas, acostamento, obras de segurança, passarelas, ligando Peruíbe até Miracatu, vamos deixar… é um grande investimento. A SP 139, entre Sete Barras e São Miguel Arcanjo, eu já passei de carro lá, há muitos anos, Serra da Macaca, não é? Nós vamos fazer uma experiência inovadora que é o pavimento ecológico. Então nós vamos calçar, fazer um pavimento que o meio ambiente aprova, com isso nós vamos garantir o ano inteiro, uma rodovia com segurança, com tranquilidade, ligando o Vale do Ribeira e a região de São Miguel Arcanjo, Alto do Ribeira e a região de Sorocaba.

Depois, ainda o turismo é difícil uma região com tanta vocação turística, vai da praia, história, cavernas, parques, reserva ecológica, Mata Atlântica, turismo de aventura, você tem tudo aqui praticamente na região, então nós vamos fazer, estamos autorizando o melhor caminho da CODASP, para melhorar a ligação Iporanga-Apiaí, então do lado de baixo aqui Iporanga-Apiaí, do lado de cima São Miguel e Sete Barras e para a Baixada Santista, Miracatu-Peruíbe. A questão do turismo também, nós vamos fortalecer a regionalização, estamos liberando hoje também os recursos do DADE, para as estâncias turísticas daqui da região, o aeroporto, a pista eu fiz quando fui governador da outra vez, então nós estamos esperando até setembro, tá tudo resolvido, tem umas árvores que precisam ser resolvidas, mais algumas pequenas obras complementares, então nós esperamos no segundo semestre o aeroporto estar em operação aqui na região.

Foi colocado pelo Osvaldo, a questão dos encargos sobre folha e é impressionante, quer dizer, o Brasil é o vice-campeão do mundo em encargos sobre folhas de salários, nós só perdemos para a Dinamarca. Então o trabalhador ganha pouco, empresário paga muito, porque há uma quantidade de encargos sobre folha extremamente grande. Eu diria que se na reforma tributária, nós ao menos desonerássemos uma parte dos encargos sobre folha, nós já estaríamos dando um grande estimulo à atividade empreendedora e ao salário. O Gilson colocou a questão da titulação, está aqui a secretária da Justiça, o pessoal do ITESP, amanhã nós vamos entregar perto de 2 mil títulos e nós vamos acelerar a questão da titulação e anotei aqui também o geo-referenciamento.

A Secretaria da Agricultura, nós vamos dar um grande reforço. Eu sou filho de veterinário, meu pai era funcionário, foi 40 anos funcionário da Secretaria da Agricultura do Estado de São Paulo, e eu lembro a dedicação do meu pai, sábado, domingo, feriado, era a vida inteira dedicada à Estação de Piscicultura. Eu nasci em Pindamonhangaba porque meu pai foi pra dirigir a estação de piscicultura lá na cidade. Nós vamos reforçar essa questão de agrônomos, de técnicos agrícolas, dá um bom incremento aí, a CAT. Estamos liberado hoje pros 23 municípios, uma parte do melhor caminho para que o município veja qual estrada rural está em pior condição e o melhor caminho da CODASP vai ajudar os 23 municípios a fazer uma recuperação das estradas rurais.

A questão do código florestal está aqui o deputado federal Alexandre Leite, eu acho que o Congresso vai aprovar um bom texto que preserve o meio ambiente, mas não inviabilize especialmente a pequena atividade rural, senão a pequena propriedade fica quase que inviável. O Henrique colocou a preocupação com o CDP, mas pode ficar totalmente despreocupado, nós não pretendemos trazer nenhum preso de fora para região, nenhum, o que nós temos são… O que nós temos são presos em cadeia, nós temos aqui em Barra do Turvo 9 presos, em Cananéia 68 presos em cadeia, em Eldorado 36 presos em cadeia, em Iguape 40 presos em cadeia, em Jacupiranga 48 presos em cadeia, em Miracatu 44 presos em cadeia, em Registro 102 presos em cadeia. Isso é como morar num elevador lotado, o negócio mais desumano que existe. Algumas pessoas deviam ler a bíblia, quando cristo disse: estive preso, e não me visitastes! Nós precisamos enxergar nas pessoas a imagem e a semelhança de Deus, não é? A vida só se justifica com essa visão de caráter, das razões da existência humana precisamos ser solidário, então aqui a unidade… A unidade, o centro de detenção provisório é pra zerar preso em cadeia, nós vamos derrubar todas as grades, está aqui o doutor João Barbosa. Uma vez, eu reuni a segurança… A Polícia Civil, qual é a melhor contribuição que o governo do estado poderia dá a Polícia Civil? Foi unânime, é tirar preso de cadeia, porque daí nós vamos deixar de ficar tomando conta de preso para poder nos dedicarmos a Polícia Investigativa e a Polícia Judiciária, zerar! Tinha 30 mil presos em cadeia, hoje tem oito mil a minha meta é zerar em quatro anos. Segunda-feira estamos inaugurando uma penitenciária em Tremembé que é a primeira do país, só pra mulheres e fechar todas, nós esperamos até dezembro, não ter uma presa mais em cadeia no Estado e em quatro anos zerar preso em cadeia, com isso ganha a Polícia Civil, que não vai mais tomar conta de preso, e eles vão aguardar julgamento nos modernos centros de detenção provisória. E aquele que está, que é da região e está cumprindo pena longe, longe da família, vai ficar perto da família, exclusivamente para a região. Quem sabe um dia no futuro, a gente possa junto derrubar todas as unidades prisionais, mas enquanto isso só temos um caminho é zelar pela segurança das pessoas. Estado de São Paulo tinha 35 homicídios por 100 mil habitantes, 34, 32, 30, 25, 20, 15… 10! Como milagre? Não. Tinha 50 mil presos, hoje tem 175 mil presos. Só tem um caminho para melhorar a segurança, é não ter impunidade. Por que a pessoa assalta, rouba um carro, latrocínio, mata para roubar? Por que ela acha que não vai ser pega. É a impunidade que estimula o crime. O crime do colarinho branco. Por que tem político ladrão? Porque ele acha que não vai dar em nada. Isso aqui é o país da impunidade. A hora que você prende, aí você corrige. Então, nós saímos de 50 mil para 175 mil presos. E temos que ter responsabilidade, porque fomos eleitos para ser responsáveis com a segurança e a proteção da população e do Estado de São Paulo.

Mas queria colocar que este quadro aqui, depois eu vou dar uma cópia para todos, mostra o nosso desafio. Todas as áreas da região, ou tá na frente do Estado de São Paulo, ou algumas cidades estão na frente e outras estão atrás. Mas tem um item que é tudo cinza, todos estão atrás do Estado de São Paulo, é renda, é economia. E aí não tem uma alternativa só, o conjunto de alternativas para a gente poder avançar. Recursos humanos, política fiscal, infraestrutura, programas de complementação de renda. Nós estamos hoje aumentando o Renda Cidadã em 51% na região e o Ação Jovem dobrando o número de jovens atendidos na região. Crédito, seguro, enfim, um conjunto de medidas. Eu estou otimista. Eu acho que nós vamos ter um ciclo de desenvolvimento econômico positivo, agricultura hoje, vive um bom momento, não é senhor Gilson. A agricultura vive um momento bom. O setor de serviços, comércio também vive um bom momento. O turismo também tem tudo para crescer. A indústria sofre por causa do câmbio. Esse que é o problema, quer dizer, a moeda tá muito valorizada, a moeda brasileira. Então a indústria perde competitividade, fica mais fácil você importar, importar, importar. Mas, enfim, isso pode ser transitório. Quanto tá o câmbio? Ontem tava R$ 1,58. É uma coisa extremamente preocupante. Mas não tenho dúvida de que nós vamos ter um forte crescimento da economia e a região que vem avançando, vamos trabalhar juntos aí. Nós queremos ter um diálogo permanente aí com vocês, comércio, indústria, turismo, agricultura, todos os setores aqui. E nos empenharmos aqui para dar uma corrida mais rápida. Os prefeitos também, Sandra, todos os prefeitos. O que a gente puder fazer de parceria, trabalhar junto, nos esforçarmos, e a área social. Amanhã vamos a Pariquera-Açu, vamos ter grandes investimentos no Hospital Regional do Estado aqui, dando boa resolutividade, UTI, UTI neonatal, UTI adulto, UTI de criança, tratamento de câncer. Toda a parte de atendimento, Ambulatório de Especialidades, rede Lucy Montoro, toda a parte de reabilitação e ainda mais com esse ar puro aqui.

No Brasil, para gente ver como a gente avança, em 1940, a expectativa de vida no Brasil era 43 anos de idade, eu já teria morrido há 15 anos atrás, 43. Expectativa de vida média, hoje é 73. Quem passa dos 30, vai para 80, porque passou da vulnerabilidade juvenil os jovens nas grandes cidades brasileiras correm risco de vida quinta à noite, sexta à noite, sábado à noite, e tiro, droga, motocicleta, automóvel, desastre, não é doença, é causa externa e a curva tá subindo. Quem vive mais, homem ou mulher?

Locutor desconhecido: Mulher

Geraldo Alckmin: Por quê?

Locutor desconhecido: Se cuida mais.

Geraldo Alckmin: Tem várias causas, a primeira causa de mortalidade, a primeira causa é coração e grandes vasos. As mulheres, o hormônio feminino, o estrógeno e progesterona protege o sistema cardiovascular. Se for no INCOR agora, de cada 10 leitos, 7 são homens. Depois da menopausa a proteção cai, mas ainda continua por um bom tempo. Segunda causa de mortalidade é? Câncer, aí é igual, homem e mulher. Um dia desses eu fui tomar um café, professor Vitor, eu gosto de tomar um cafezinho no bar, tal, na padaria, eu fui pagar o café e aí a mocinha tava lá no caixa, e aquela parede de cigarro, aquele monte de maço de cigarro e aí tinha lá um maço de cigarro, uma cinza caindo assim: “Cigarro dá impotência”, aí o outro maço do lado, uma caveira, “O cigarro, mata”. Aí eu perguntei para moça: “O pessoal lê isso aqui e compra o cigarro?”. Falou: “Ah, doutor, compra, mas todos querem o que mata, não é?”. Então a terceira causa é externa, não é doença, a terceira causa é acidentes, não é doença, é o jovem que moto, carro, tiro, droga e aí vem. Quem morre mais de acidente? Homem ou mulher? População carcerária, nós temos 177 mil presos no Estado de São Paulo. Quantos por cento de homem e quanto de mulher? Quanto? 94% de homem. Tem 6% de mulher e esse pouquinho ainda é a má companhia dos homens, não é? Mas o fato é o seguinte… Faz a conta: era 43, a expectativa de vida, agora é 73. Passou dos 30 é 80; 2050, 100 anos, e as mulheres não morrerão mais.