Alckmin discursa no lançamento do programa São Paulo Amigo do Idoso

Palácio dos Bandeirantes, 14 de maio de 2012

seg, 14/05/2012 - 15h30 | Do Portal do Governo

Governador Geraldo Alckmin: Bom dia. Bom dia a todas e a todos. Quero saudar os nossos secretários de Estado aqui presentes: Sidney Beraldo, chefe da Casa Civil; deputado Rodrigo Garcia, secretário de Desenvolvimento Social; professor Giovanni Cerri, secretário da Saúde; deputado Márcio França, secretário de Turismo; Benedito Fernandes, secretário de Esporte; deputado Silvio Torres, secretário da Habitação; deputada… estou te promovendo já a deputada, viu, Eloisa. Eloisa Arruda, secretária da Justiça; nossos deputados federais, que nos alegram aqui com as suas presenças: Arnaldo Faria de Sá; Paulinho da Força, Paulo Pereira da Silva, preside a Força Sindical; Jonas Donizette e o Ricardo Trípoli, que falou aqui em nome dos parlamentares; deputados estaduais Rita Passos, Cauê Macris, Sebastião Santos, Carlos Bezerra Junior, Rodrigo Morais, Itamar Borges; cumprimentar a Teca, Terezinha Rocha, que preside o Conselho Estadual do Idoso; cumprimentar e agradecer a presença da Palmira Onofre, Palmirinha, que foi a nossa garota que fez a propaganda da vacina do idoso. Estivemos na semana retrasada juntos lá no CRI do Mandaqui, o Mandacri.

Agradecer aos nossos prefeitos: de Santo Antônio da Alegria, o Ricardo; Populina, o Sérgio; Torrinha, o Thiago; Urânia, o Saracuza; Itapetininga, o Roberto; Pedro de Toledo, o Sérgio; Braúna, o Heitor. Vereador Tião Farias, da capital. Vejo aqui também o Lourival Gomes, nosso secretário da Administração Penitenciária; secretário Castelo Branco, professor Alexandre Kalache. Professor, fica de pé um pouquinho para o pessoal te conhecer. Dr. Kalache é uma das maiores autoridades, é uma referência internacional na política para os idosos, com consultoria no mundo inteiro, que nos ajudou muito aqui nesse trabalho. Muito obrigado. Professor Jorge Boueri, dirigente da EACH, da USP da Zona Leste; doutor Mário Saad, diretor da Faculdade de Medicina da Unicamp; doutor Manoel Barros Bertolo, superintendente do Hospital das Clínicas da Unicamp; o Edson Rogatti, presidente da Federação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos, nosso parceiro; Serginho Luiz Leite, Federação dos Trabalhadores da Indústria Química; João Batista Inocentini, presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados; o Hélio Herrera Garcia, presidente do Sindicato Estadual dos Aposentados; o Betinho, Cezar Roberto Granieri, presidente do Sindi-Clube, também nosso parceiro; conselheiros do Conselho Estadual do Idoso; os dirigentes do conselho municipal do idoso aqui da capital, nos alegram aqui com a sua presença. Grupos da melhor idade, lideranças, amigas e amigos.

Fico muito feliz nessa ação coletiva aqui. Nós vivemos em um outro mundo. É impressionante a mudança e a velocidade da mudança do nosso tempo. A mudança no mercado de trabalho, mudança na tecnologia de informação, nas redes sociais, computador. Eu, quando fui deputado estadual, um dia lá na Assembleia Legislativa, alguém falou: Olha, tem um deputado que tem um computador. É o escritor Fernando Morais. Nós fomos na sala dele, olhamos o computador… Ele dizia: “Olha, você pode mandar uma carta para alguém”.

Quem tinha celular há 15 anos atrás? Ninguém tinha e quem tivesse, se caísse no pé quebrava o pé, porque era um tijolo. Então, o mundo mudou. E uma das mudanças mais importantes foi a mudança demográfica. Essa foi a mudança mais importante. Há um século atrás as pessoas viviam, no Brasil… a expectativa de vida média, ao nascer, era 40 anos de idade. No Império Romano, as pessoas vivam vinte e poucos anos de idade. No Brasil, século passado, quarenta e poucos anos. Isso deu um salto.

Hoje, acima de 60 anos de idade, aqui no Estado de São Paulo, já tem 4,5 milhões de pessoas, acima de 60 anos. Acima de 80 anos, quanto Rodrigo? Quanto acima de 80 anos? 900 mil pessoas no Estado de São Paulo, acima de 80. Então é normal o sujeito passar de 80. Vamos passar de um milhão rápido. Hoje, 11% do Estado de São Paulo são pessoas com mais de 60 anos. Em 2040, por aí, 2050, um quarto, quase, da população do mundo terá mais de 60 anos. É um outro mundo. E o mais importante, não é só viver mais, mas é viver com qualidade de vida. Envelhecimento não é doença, envelhecimento é normal. Doença é desequilíbrio. A pessoa pode ser jovem e estar doente e o outro pode ser mais idoso e não estar doente. Pode ter algumas limitações, mas não é doença.

Agora, nós precisamos ter políticas públicas para a população mais idosa e, principalmente, oferecer a todos e às pessoas de menor renda aquilo que as famílias de maior renda têm. Então, o que nós estamos fazendo aqui? Começando pela área da saúde. Eu quero aqui agradecer o Professor Giovanni Cerri. Nós temos aqui o CRI, um na Zona Leste e outro na Zona Norte. O que é o CRI, o Centro de Referência do Idoso? Ele tem toda a parte médica, cardiológica, ortopédica, geriátrica, tem toda a assistência médica, exames; odontológica, desde prótese, dentista, tratamento; informática; salão de beleza, manicure, pedicure; salão de baile, que, aliás, é o andar mais frequentado. Tem tudo. É um sucesso. Os Centros de Referência dos Idosos. E nós vamos levar, então, para mais quatro regiões do Estado de São Paulo.

Depois, nós temos pessoas que realmente ficaram doentes e que dependem de cuidados. Então, nós vamos fazer seis hospitais para cuidar das pessoas doentes e acamadas. Aliás, o primeiro nós já vamos inaugurar em Pedregulho, agora no comecinho do segundo semestre. E uma parceria com as Santas Casas. Então, o hospital onde os idosos vão ter um tratamento vip, cuidadores especializados, médicos, enfermagem, para ele dar uma recuperada. Então, seis hospitais vocacionados para esse tipo de trabalho. Não é para fazer cirurgia complexa, não é para fazer grandes procedimentos, é para cuidar das pessoas idosas. E nós vamos distribuí-los pelo Estado de São Paulo.

Depois, com a USP. A USP tem aqui na Zona Leste uma faculdade, na universidade, de gerontologia. Então, nós vamos ter ali Centro Dia, laboratório de Centro Dia e formação de recursos humanos para esse trabalho no Estado de São Paulo. Aliás, isso vai dar muito emprego. Falta mão-de-obra na área de saúde e para trabalho com os idosos.

Depois, 249 Centros de Convivência dos Idosos. O Estado de São Paulo quer ser o primeiro do mundo. Tem cidade, Estado não. Nós queremos ser o primeiro no Guinness Book: Estado Amigo do Idoso. Nós queremos que os 645 municípios tenham CCI, Centro de Convivência do Idoso. Todos. Todos os municípios. O Conselho Municipal do Idoso, o Fundo Municipal do Idoso, para receber o recurso, e o Centro de Convivência do Idoso, não é isso, Teca?

Aí nós vamos ter a melhor idade organizada, vamos ter o Conselho Municipal, vamos ter o Fundo… O Fundo Estadual, nós já estamos mandando a lei para a Assembleia Legislativa, dinheiro de multas, renúncia fiscal, orçamento do Estado, vai tudo lá para o Fundo Estadual. E nós vamos passar o dinheiro para os municípios, mas o município tem que ter o Conselho Municipal instalado, o Fundo Municipal criado, para poder receber o repasse do recurso. Então, levar o CCI para todo o Estado.

Depois, o Centro Dia… Aliás, quero aqui destacar o trabalho da deputada Rita Passos, que foi secretária no governo do Serra e fez um belíssimo trabalho com o Centro Dia. E nós vamos ampliar, levando agora para 100 municípios do nosso Estado o Centro Dia. É a creche do idoso, ele chega cedo e só não dorme lá, passa o dia inteiro lá. Tem alimentação, tem pessoas para cuidar, tem jogos, tem artesanato, tem programa de geração de renda. Ele entra cedo e sai de noite, se precisar. Então, mais 100 Centros Dia. Quero agradecer o Rodrigo pelo trabalho que está fazendo, organizando tudo isso.

Depois, o esporte. Sessenta por cento do corpo humano é água e água parada estraga, não pode parar. Então, nós precisamos mexer o corpo, ter uma cultura, alongamento. Dar uma esticada. Todo mundo vai crescer uns dois, três centímetros, viu? Porque cresce mesmo, é impressionante. Então, alongamento. Musculação. Não é só ter 80 anos, não. Passou dos 30 já começa a perder massa muscular. Precisa fazer uma ginástica, precisa fazer uma pequena musculação. Então, além das academias ao ar livre, que nós já estamos acelerando para todos os municípios terem academia ao livre, nós vamos dar uma carteirinha, que está lá o totem, uma carteirinha para a pessoa poder, em uma academia de ginástica, fazer ginástica monitorada com professor, gratuitamente, e melhorar a sua saúde. Aliás, é interessante, viu? A própria pessoa pode fazer mais pela sua saúde do que todos os médicos juntos. Porque se a pessoa fizer ginástica, alimentação correta, pouquinho e várias vezes ao dia, mastiga, mastiga, mastiga, mastiga, come devagar e tal; sono adequado, baixar o estresse, vida mais tranquila e tal, ela vai ter muito menos problema. Então, uma das coisas fundamentais para a saúde é mexer o corpo. Então, ginástica. O Programa Melhor Idade Ativa e a carteirinha.

Lazer. Quero aqui agradecer o secretário Benedito Fernandes. E Lazer. Paulinho está aqui, Paulinho é deputado federal, preside a Força Sindical. Nós fomos juntos inaugurar, na semana retrasada, mais uma colônia de férias do Sindicato dos Metalúrgicos lá em Praia Grande. É um espetáculo, é um hotel chiquérrimo, com toda a estrutura. A pessoa toma café da manhã, almoça, janta, tem os quartos todos, para a família toda, todas as instalações. Mas não usa o ano inteiro, então na baixa temporada nós fizemos licitação, nós contratamos e nós garantimos às famílias, garantimos aos idosos a possibilidade de umas férias na praia. Até 30 mil habitantes, primeiro projeto, até 30 mil habitantes o início do projeto, mas nós pretendemos ampliar. Nós podemos conseguir recurso de renúncia fiscal nesses programas sociais e com o dinheiro da renúncia fiscal no fundo, ir ampliando. A prefeitura dá o ônibus, dá o transporte. Nós garantimos a hotelaria e a alimentação. E a pessoa vai poder passar uma semana na praia, poder viajar, distrair. E isso, como disse muito bem o deputado Márcio França, faz bem para a alma.

Aliás, está chegando aqui um casal. Vocês são de onde? Tabatinga. Quem sabe onde fica Tabatinga? Perto de Ibitinga. E onde é que fica Ibitinga? Perto de Araraquara. Tabatinga é a terra do bicho de pelúcia, é a capital do bicho de pelúcia, Tabatinga, uma bela cidade. Eu já estou preparado para a viagem. Mas eu queria também colocar o seguinte, é um programa que é um conjunto.

E não para aqui. Não para aqui. Esse é o primeiro módulo, mas nós vamos ampliar. Por exemplo, Giovanni, nós vamos trazer a Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência ou Mobilidade Reduzida, a Linamara Battistella, para a gente incorporar a Rede Lucy Montoro em todo esse trabalho. O Silvio Torres está aqui, Habitação, a gente incorporar toda a parte habitacional, Vila Dignidade, para as pessoas poderem ter, quem não tem casa, ter acesso à moradia, uma espécie de um… ela fica até enquanto viver, está lá a garantia à moradia, Vila Dignidade, tem um apoio social importante. Eloísa, a parte da Justiça é importante, os direitos das pessoas, enfim, um programa bonito.

Eu quero aqui agradecer… O José Saramago dizia que uma grande obra é fruto de muitas mãos. Então, muita gente ajudou aqui para a gente formatar esse programa. São R$ 118 milhões. São Paulo não quer ser só o primeiro na força econômica, um Estado que tem tamanho de país, cuja PIB é quase duas vezes o PIB da Argentina, que é o segundo maior país da América do Sul. Nós queremos ser o primeiro em acolhimento, o primeiro em amor às pessoas, o primeiro Estado que não deixa ninguém para trás, um Estado que é atento às questões sociais, que ajuda as pessoas, que reconhece.

E quero, ao encerrar, dizer que meu pai viveu 85 anos de idade. E eu sinto muita falta, porque foi o meu melhor professor. Eu, quando era estudante de medicina, fui fazer Projeto Rondon em Itauçu, uma cidade de Goiás. E lá, em um fim de semana, era perto, fui a Goiás Velho – antiga capital, antes de ser Goiânia – conhecer a poetisa Cora Coralina, na cabeceira do Rio Vermelho. E tomando um cafezinho com ela, ela me disse: “Olha, guarde o seguinte: todos nós estamos matriculados na escola da vida, onde o professor é o tempo”. Então, vocês aprenderam muito e, por isso, tem muito a ensinar. São os nossos professores. Quem viveu mais, aprendeu mais. A escola da vida, essa escola em que todos estamos matriculados, todo dia errando, corrigindo, caindo, levantando e melhorando. E por isso tem muito a nos ensinar. Parabéns e bom trabalho a todos.