Alckmin discursa no lançamento do edital das obras da Linha 6-Laranja do Metrô

São Paulo, 30 de janeiro de 2013

qua, 30/01/2013 - 15h42 | Do Portal do Governo

Governador Geraldo Alckmin: Bom dia a todas e a todos! Estimado senador da República, Aloysio Nunes Ferreira Filho, secretário dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, secretário de Planejamento, deputado Júlio Semeghini, deputado estadual Celino Cardoso, deputado Marcos Zerbini, vereador Claudinho, vereador Dr. Paulo Frange, Dr. José Kalil Neto, presidente do Metrô em exercício, Dr. Reinaldo Perez, delegado titular aqui da Brasilândia, Dr. Luiz Valença, presidente da Via Quatro, Dr. Vicente Abate, presidente da ABIFER, Associação Brasileira da Indústria Ferroviária, professor Edmilson Motta, diretor aqui da nossa escola, que nos recebe nosso anfitrião, Escola Estadual Cacilda Becker, presidente dos CONSEGs, da Freguesia do Ó, o João Batista, da Brasilândia, aqui, o Lúcio das Neves, o Sérgio Brasil, secretário-executivo do Conselho Gestor das PPPs, a Viviane Ferreira Aquino, presidente do Movimento Social Beneficente, em nome de quem quero saudar aqui todas as associações, entidades e lideranças da comunidade, padre Armênio Rodrigues.
Quero lembrar aqui com carinho do nosso monsenhor Noé, professor João Mota, coordenador do Fórum Pró-Metrô região norte, colaboradores do Metrô, professores, amigas e amigos.

Quero dizer que hoje é um dia, como disse aqui o Aloysio, um dia realmente histórico, porque não é um prolongamento, é uma linha nova. A Linha 1, que foi a primeira linha de Metrô de São Paulo, é a Norte-Sul, sai lá de Jabaquara e vem até Tucuruvi. A Linha 2 é a linha da Paulista, ela vai hoje até a Vila Prudente. A Linha 3 é a linha Leste-Oeste, vai até Itaquera. A Linha 4 é a Amarela, para a qual nós vamos entregar mais cinco estações até o ano que vem, é a linha que vai lá da Luz e vai até o Morumbi, Vila Sônia, e irá até Taboão da Serra, primeira linha a sair da Capital. A Linha 5 é a linha do Capão Redondo, passa em Santo Amaro e nós vamos fazer mais 11 estações, ela está toda em obras, vamos entregar a primeira estação este ano, que é a Adolfo Pinheiro, e vai terminar lá em Chácara Klabin. Então, cinco linhas. E hoje nós começamos uma nova linha, que é a Linha 6, tão esperada Linha 6.

Então, serão 13 km, aliás, mais de 13, são 15, porque tem os pátios, então são 15 km, praticamente, de metrô. Começa lá em São Joaquim. Então interliga com a 1, que é a Norte-Sul. Então, lá em São Joaquim ela está integrada com a linha Norte-Sul. Depois em Higienópolis-Mackenzie, na Consolação, ela interliga com a Linha 4, a Linha Amarela. Depois, na Água Branca, interliga com a CPTM, a Linha 7 e a Linha 8. A 7 é a que vem para Jundiaí, e a 8 que vai para Osasco. Passa embaixo do rio Tietê, aí Freguesia do Ó e chega até Brasilândia. Esse é o objeto do contrato, da PPP que está sendo lançada hoje. Há ainda um estudo para ir até Pirituba, para nós irmos até a rodovia dos Bandeirantes. Esse não está no contrato que está sendo licitado hoje, mas também está previsto. Quanto tempo, se eu sair de carro no horário de pico, aqui da Brasilândia, leva para chegar lá em São Joaquim, quanto tempo dá? Dependendo do horário, de ônibus… De ônibus, duas horas. Esse trajeto deve ser feito em até 30 minutos, aqui da Brasilândia até São Joaquim. Então, o ganho realmente de qualidade de vida é fantástico. E o outro aspecto, o caminho é o transporte coletivo. Há dez anos, São Paulo tinha 12 milhões de veículos no Estado de São Paulo, a frota 12 milhões; dez anos depois tem 23,5 milhões. Imagine daqui a dez anos como é que vai estar… Então não há viaduto que chegue.

O caminho é transporte de alta capacidade. Então, o compromisso do governo de São Paulo é trilho, trilho, trilho… É metrô, é trem, é monotrilho, é VLT, é transporte de alta capacidade e de qualidade. E nós crescemos em 24 meses para 1,4 milhão de passageiros por dia, Metrô e CPTM. O maior sistema do Brasil, metro-ferroviário, é São Paulo. Estamos transportando 7,3 milhões de passageiros por dia. O segundo maior sistema metro-ferroviário do Brasil é o Rio de Janeiro, transporta 1,4 milhão por dia. Então, nós crescemos, em 24 meses, um Rio de Janeiro. Aumentou 1,4 milhão. A população gosta do metrô e do trem, o que nós precisamos é expandir a rede e por isso, hoje nós estamos fazendo a Linha 2, a sua… Agora mudou de nome, é a 15. Estamos fazendo, então, vamos começar pela 4. Estamos fazendo as cinco estações da Linha 4, estamos prolongando a 5, que vai do Capão Redondo até Chácara Klabin, chamada “Linha dos Hospitais”, que ali tem o Servidor, a AACD, o Hospital São Paulo, o hospital que eu trabalhei lá, o Edmundo Vasconcellos, ali na beira da Rubem Berta, enfim, a linha dos hospitais.

Aqui é a “Linha das Universidades”, tem ali PUC, Mackenzie, tem FAAP, FMU, enfim. Lá a Linha dos Hospitais, a Linha 5, está totalmente em obra. Depois, temos a Linha 15 totalmente em obra, vai de Vila Prudente até a Cidade Tiradentes, e nós vamos entregar o ano que vem até Sapopemba e São Mateus. Depois, temos a Linha 17, que é o monotrilho do aeroporto Congonhas. Ele vem até o Morumbi. E hoje damos início aqui à Linha 6. Então, como é que vai ser o cronograma? A licença ambiental saiu ontem, aprovada por unanimidade no Consema. O edital, a publicação do edital estará disponível agora, na primeira semana de fevereiro. Aí é uma PPP, não é “Pagão, Pelé e Pepe”, não é? E todos se lembram com um enorme entusiasmo, a melhor “PPP” que o Brasil teve. Mas é uma boa PPP, Parceria Público-Privada. A primeira PPP do Brasil, nós fizemos em 2004, foi a Linha 4, mas aquela foi uma PPP parcial, só de trem e da parte de sinalização e comunicação. A obra física foi obra pública, o governo fez. Então, toda a obra física o governo fez, e os trens, sinalização, comunicação, foi o setor privado. Aqui é a primeira PPP integralmente privada. Quando a gente faz um misto, uma parte privada e uma parte pública… Amanhã diz: “ah, atrasou por culpa do setor público… A desapropriação atrasou… A obra física não ficou pronta”… Agora não, agora a responsabilidade é integral do consórcio que vencer a licitação.

Nós fazemos a DUP, já fizemos, os Decretos de Utilidade Pública. Mas vai desde a desapropriação, túneis, obra física, estações, compra de trem, comunicação e operação. São 25 anos de concessão. Então essa PPP, com estimativa de R$ 7,8 bilhões, ganhará a concorrência quem exigir do governo a menor contraprestação. Então, olha, é evidente que não dá para o setor privado bancar tudo. Então, quem exigir a menor contraprestação, vai ser quem vai vencer a licitação. A gente imagina 90 dias para a entrega das propostas, é uma concorrência pública internacional. Aliás, o Jurandir deve ter chegado agora cedo. Às 8 da manhã, de Londres. Foi feita uma exposição na City de Londres dos projetos de PPP de São Paulo. Veja que o Rodoanel Norte, nós economizamos R$ 1,2 bilhão, economia. R$ 1,2 bilhão a menos. O norte vai começar em 22 dias, a obra. Por que caiu tanto? Concorrência internacional: seis lotes, três só consórcio nacional, três nacionais, junto com estrangeiros, então derruba o preço. Então concorrência pública internacional, maio entrega das propostas, julho assinatura do contrato. Quem ganhar tem que terminar vários projetos executivos. Então nós imaginamos que no primeiro semestre do ano que vem, nós estejamos com as obras iniciadas. E aí vai ficando pronto, vai entregando. São 15 estações. Aqui nós vamos, alguns dados aqui interessantes, 15 estações, as integrações… Passa pela UNIP, PUC, FAAP, Mackenzie, FMU. R$ 7,8 bilhões, 25 anos de concessão, 12 mil empregos são gerados e a mobilidade urbana melhora tudo. Porque melhora a qualidade de vida, melhora a saúde.

Eu estava vendo uma matéria um dia desses, da Venezuela, de Caracas, lá a gasolina é muito barata, porque eles são produtores de petróleo. Então é o carro, é a terra do carro. Todo mundo tem carro, todo mundo usa carro, a gasolina é quase de graça e tal… Então as pessoas, para ir para trabalhar, começavam a sair mais cedo, às 6h30 da manhã, aí não dava mais, congestionamento. Começaram a sair às 6, também não dava mais, começaram a sair às 5h30, aí começaram a sair às 5 da madrugada e chegar em casa à meia-noite. Aí, “stress”, porque o sono recupera o organismo. A pessoa pode ficar sem comer 15 dias, mas ficar quatro dias sem dormir, pifa.

Então, o quanto afeta a saúde a questão da mobilidade urbana. E São Paulo é a terceira megalópole do mundo. Nós temos aqui 8 mil km², 21 milhões de pessoas. É maior que a Cidade do México, Mumbai, na Índia; Xangai, na China, Nova York… Nós só perdemos para a grande Tóquio e Nova Delhi, só. Nós somos a terceira megalópole. E todo o esforço do governo para metrô, trem, VLT e CPTM. Nós vamos entregar as quatro linhas que estão sendo executadas o mais rápido possível, e iniciamos hoje a quinta obra do Metrô simultânea, cinco obras ao mesmo tempo. Isso se deve muito à capacidade de investimento do Estado. O Estado de São Paulo tinha uma dívida de 2,2 vezes a receita corrente líquida, hoje ela é 1,4. O Estado reduziu fortemente o endividamento. Com isso, pode fazer novos financiamentos. O Aloysio tem nos ajudado muito, porque obras desse valor, você não tem no caixa para fazer, você financia em 20 anos, 30 anos, financiamentos externos. O Senado tem aprovado, de forma extremamente rápida, esses novos financiamentos. Aliás, essa obra já tem financiamento garantido, então a parte do governo, que uma parte é privada… A nossa contraprestação já tem financiamento garantido.

Toda obra grande, importante, é fruto de muitas mãos. Eu acho que a primeira mão é a da comunidade, essa é uma conquista. Nós passamos, o governo passa… A comunidade, é a ela que se destina a obra. Então vitória, conquista importante da população, daqueles que nos antecederam: o Mario Covas que está super feliz lá em cima, porque ele lutou muito para pôr São Paulo nos trilhos, o Serra que lançou aqui, o Kassab que ajudou no financiamento do projeto, o Goldman, o Aloysio lá no Senado, nos financiamentos, os nossos secretários, o Júlio, o Afif, o Sérgio Brasil… Não é fácil você montar o funding de uma PPP. É um projeto complexo, grande. O Bruno Covas aprovou ontem, por unidade, e hoje essas questões ambientais não são fáceis, por que é uma trabalheira tremenda. O Jurandir e toda a equipe do Metrô, o pessoal craque, nós temos, o povo tem enorme carinho, o Poupatempo, Bom Prato, Bombeiros, Metrô, Correios, são siglas que conquistaram a confiança de população, então agradecer aqui ao Jurandir e a todo o time do Metrô, aos nossos deputados, ao Marcos Zerbini, tenho um enorme carinho pelo Marcos Zerbini, pela Cleuza, mulher dele, que é uma mulher guerreira. O Marcos Zerbini é um excelente deputado, é aqui da região, tem feito um ótimo trabalho, o Celino Cardoso, que desde o início vem lutando aqui pela Linha 6, pelo Metrô. O Claudinho, o Paulo Frange, grande médico. O Claudinho eu encontrava com ele e já perguntava aqui da Linha 6, mas enfim, agora é trabalho, ou seja, é correr atrás dos prazos e nós não queremos perder um dia, tanto é que foi aprovada ontem a licença ambiental, hoje está lançado… Podem confiar, nós estamos em cima para fazer o mais rápido possível, então uma concorrência grande, complexa, contratos complexos, mas nós estamos todo dia fiscalizando.

O Júlio montou lá uma folha, um sistema de computação que tem verde… Amarelo é atenção, verde está tudo bem, verde, azul… O verde está tranquilo, o azul está indo bem, o amarelo é atenção, o vermelho deu problema; o preto, o secretário é ameaçado de ser jogado do último andar do prédio, crise total, aí é emergência, então nós estamos ali com a sequência.

O Aloysio brincou aqui com o Diário Oficial aqui, só para encerrar, para descontrair, uma historinha aqui, deixar um abraço para todos vocês. Diz que o Juscelino era governador de Minas e o Zé Maria Alckmin, parente antigo dos meus antepassados, era secretário da Fazenda, naquele tempo o secretário da Fazenda, o ministro da Fazenda, era tudo advogado, não tinha essa história de economês. O Zé Maria Alckmin era secretário da Fazenda, e naquele tempo havia uma disputa muito forte em Minas, entre o PSD e a UDN, e aí o PL… Não esse atual, o PL, o Partido Libertador, do Raul Pilla, o PL parlamentarista oscilava ali entre a UDN e o PSD, resolveu apoiar o PSD. Então fizeram o entendimento de que onde o PL fosse o mais votado, o deputado podia indicar lá alguém, naquele tempo não tinha negócio de concurso público, era tudo nomeado. Aí, perto de Bocaiúva, terra do Zé Maria Alckmin, o PL é o mais votado e indica o coletor estadual, da secretaria da Fazenda, e o Zé Maria Alckmin, secretário de Fazenda, não queria trocar o coletor, então foi levando, foi levando, e o PL reclamando, reclamando… Aí um dia o PL pediu uma audiência ao Juscelino, governador de Minas, para reclamar. Juscelino já estava bravo com a história, e aí ligou para o secretário, o Zé Maria: “secretário aqui é o governador de Minas Gerais, quero saber da nomeação do coletor estadual de Bocaiúva”. Aí o Zé Maria, todo jeitoso, falou: “olha, governador, fique despreocupado, fique despreocupado, não se preocupe mais com isso, está resolvido, amanhã está no Diário Oficial. Tenho alertado ao senhor que esse pessoal do Diário Oficial não é de muita confiança viu, amanhã está no Diário Oficial, não se preocupe mais com isso”. Aí chegou no outro dia, o Juscelino chamou a secretária: “traz o Diário Oficial”. Aí leu, ninguém acha nada, liga para o Zé Maria. “Secretário Zé Maria, eu estou com o Diário Oficial na mão, onde é que está a nomeação?” Ele falou: “que tristeza governador, que tristeza, 30 anos de amizade, 30 anos de lealdade minha para com Vossa Excelência, e Vossa Excelência acredita mais no Diário Oficial do que em mim?”… Grande abraço a todos!