Alckmin discursa no Congresso do Agronegócio

Governador Geraldo Alckmin: Bom dia a todas e a todos. Quero saudar o nosso presidente, Carlo Lovatelli; o senador Blairo Maggi; os deputados federais: Moreira Mendes; Duarte Nogueira; Aldo Rebelo; […]

seg, 08/08/2011 - 16h33 | Do Portal do Governo

Governador Geraldo Alckmin: Bom dia a todas e a todos. Quero saudar o nosso presidente, Carlo Lovatelli; o senador Blairo Maggi; os deputados federais: Moreira Mendes; Duarte Nogueira; Aldo Rebelo; o Mendes Thame; Jerônimo Wervin; Marcos Montes; César Ralun; Luiz Carlos Henzi; secretária Mônica Bergamaschi; secretário de Minas, deputado Carlos Melles; nosso sempre secretário João Sampaio; José Goldemberg Fernando Penteado; João Carlos Meireles; secretário de Política Agrícola José Carlos Vaz; Eduardo Assad do Meio Ambiente; Pedro Arrais, presidente da Embrapa; Osmar Dias, nosso senador, vice-presidente do Banco do Brasil; lideranças do agronegócio; amigas e amigos.

Dizer da alegria, Lovatelli, de vir aqui à abertura do Congresso e dar as boas-vindas aqui a São Paulo, a todos, uma alegria dupla. Alegria pela importância que tem o agronegócio e a ABAG nesse Congresso, a sua importância pro Brasil e alegria por ter, como Secretário da Agricultura, a Dra. Mônica Bergamaschi, que foi diretora aqui da ABAG executiva e responsável lá por Ribeirão Preto, primeira mulher na história da Secretaria da Agricultura, mostrando a forte presença feminina, que também é importante no setor do agronegócio. O Senador Blairo Maggi colocou muito bem alguns desafios, como a questão dos insumos, e também a água que será uma outra questão extremamente relevante.

Aqui em São Paulo nós estamos trabalhando firmemente para a questão, que é o primeiro tema aqui do debate, que é energia, o agronegócio e energia. Nós reduzimos o ICMS no Ethanol Cement meses atrás para a produção de bioeletricidade. Todas as usinas para poder fazer retrofit vão ter a desoneração de ICMS de bens de capital. Zera o ICMS. E nós poderemos produzir, só aqui no Estado de São Paulo, isso vale para os outros Estados, uma Belo Monte a mais de bioeletricidade. Eu acho que esse tema da questão da energia é relevante, como também a questão do combustível. Hoje não há quase investimento por indefinição em relação à política de combustíveis, e nós não podemos colocar em risco uma conquista do Brasil que é o carro Flex Fuel, bicombustível, um exemplo para o mundo de energia limpa como é o etanol, hoje competitivo firmemente só aqui, em São Paulo, porque o estado reduziu o ICMS de 25% para 12% na bomba.

Há muitos discursos sobre meio ambiente, mas poucas políticas efetivas, e essa foi uma política efetiva. Qual é a maior causa de poluição nas grandes cidades? É o combustível fóssil, é escapamento de caminhão, ônibus e automóvel, e nós demos um estímulo forte para ter uma energia mais limpa e uma energia renovável aqui no Estado. Queria destacar também a questão da logística: o Porto de Santos é o maior porto brasileiro, e nós estamos melhorando os acessos. Foi duplicada a Imigrantes e o Rodoanel Blairo Maggi, ele já começa agora mês que vem o trecho leste, e o trecho norte nós vamos licitar ainda este ano para começar em janeiro, aí fechamos o Rodoanel metropolitano ligando o Porto de Santos com as dez auto-estradas que chegam a São Paulo, região metropolitana e o aeroporto de Cumbica.

E aqui fica outra reflexão na questão de logística: o governo não é um bom executor e provedor, o governo deve ser mais regulador e fiscalizador. A Rodovia dos Imigrantes foi feita sem um centavo de dinheiro público, e entregue em trinta e dois meses pelo setor privado. O Rodoanel leste que começa o mês que vem, não terá um centavo de dinheiro público. Como é que o Governo vai administrar estrada lá de Brasília num país continental como é o Brasil? Eu acho que na questão de logística nós temos é que chamar a iniciativa privada. Aliás, em ferrovia, uma boa notícia: nesses últimos 30 dias, – não vou fazer propaganda das empresas – mas uma delas, de logística, anunciou 1,1 bilhão de investimentos e locomotivas, investimentos na área ferroviária, além dos terminais, e outra, R$ 3,4 bilhões envolvendo o Porto de Santos, e também a questão ferroviária. E nós estamos trabalhando com o governo federal. A presidente Dilma deve estar vindo aqui a São Paulo esse mês ainda para assinar dois convênios: o rodoanel norte, para fechar o rodoanel, e a hidrovia Tietê/Paraná integrada com a ferrovia. Nós podemos ter uma grande melhoria de logística na Hidrovia Tietê-Paraná beneficiando muito os estados. Queria também trazer uma palavra sob qualificação, nós temos uma lei de mudanças climáticas que é importante, e fica proibida a queimada de cana, e aí passa para a mecanização, e veja como é rápido, Lovatelli, o nosso tempo em termos de formação profissional! Cortador de cana aqui em São Paulo desaparece, porque está proibida a queimada, está tudo mecanizado. Em compensação criamos uma Fatec com a Fundação Shunji Nishimura em Pompéia, uma Fatec cujo curso só existe em Oklahoma, nos Estados Unidos. Tecnólogo em Mecânica de Agricultura de Precisão.

Então some uma profissão cortador de cana, e surge uma profissão nova que é o Tecnólogo em Mecânica de Agricultura de Precisão. E esse cortador de cana, nós lançamos um programa, Mendes Thame, de 30 mil vagas, chamado Via Rápida para o Emprego: cursos de 80hs, 100hs, 200hs, 300hs de operador de máquina, motorista, pedreiro, carpinteiro, eletricista, chapeiro, pizzaiolo, jardineiro, enfim, cursos rápidos, são 130 cursos e, quem estiver desempregado e não tiver recebendo Seguro Desemprego, nós ainda damos uma bolsa de R$ 210,00 enquanto faz o curso, mais R$ 120,00 de transporte, ou seja, um grande esforço na questão da qualificação profissional no mundo em que some emprego e aparece emprego todo dia. Aliás, podíamos ter duas placas, né? Uma placa ‘faltam empregos’, quanta gente… A gente sai na rua, volta com o bolso cheio de bilhetes: meu filho está desempregado, a minha filha está despregada, e de outro lado uma outra placa: ‘sobram vagas’. Hoje no Emprega são Paulo tem 34.000 vagas sobrando por falta de que? Qualificação.

Mas eu quero é dizer aqui do nosso empenho com vocês, no setor central da economia brasileira, todos os Estados, da importância aqui desse encontro da Abag. Estive na Colômbia no encontro Brasil – Colômbia, e o Brasil está muito caro! Muito imposto, muitos juros, moeda sobrevalorizada. E é caro pra tudo e vai perdendo competitividade. E a situação do câmbio é muito cômoda porque ele segura a inflação, não mexe na questão do gasto público, que é a questão central, não mexe no gasto público, o câmbio dá uma segurada na inflação, vai entrando produto importado e você vai caminhando meio que sem enfrentar os problemas e fazer as reformas que realmente são necessárias. Eu acho que essa é uma questão. Nós precisamos ir até a origem dos nossos problemas, senão nós não vamos melhorar o quanto devemos na questão de deficiência, competitividade e avanços que o país precisa. Mas eu tenho certeza absoluta, não é, de que vocês vão ter um debate muito proveitoso trazendo aí boas luzes para o setor avançar mais em benefício do Brasil. Sou agro. Boa noite.