Alckmin discursa na comemoração dos 100 anos da Faculdade de Medicina da USP

São Paulo, 2 de abril de 2013

ter, 02/04/2013 - 23h35 | Do Portal do Governo

Governador Geraldo Alckmin: Boa noite a todos. Cumprimentar o dr. Hélio Nogueira da Cruz, vice-reitor da Universidade de São Paulo, professor José Otávio Costa Auler Junior, diretor da Faculdade de Medicina, professor Flavio Fava de Moraes, diretor da Fundação Faculdade de Medicina, ministro Adib Jatene, professor emérito da faculdade, professora Angelita Habr-Gama, titular emérita de cirurgia, dra. Eloísa Bonfá, diretora clínica do HC, professor Marcos Fumio Koyama, superintendente do Hospital das Clínicas, o HC, Mauro Aranha, vice-presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo, Eduardo Moacyr Krieger, vice-presidente da Fapesp, professor Samir Rasslan, chefe do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina, dr. Kalil Rocha Abdala, provedor da Santa Casa, hoje, aqui, homenageada a instituição e ele, seu provedor, Jurandir Godoy Duarte, presidente da Associação dos Antigos Alunos da Faculdade de Medicina da USP, Lucas de Oliveira Hortêncio, representante dos alunos na Comissão Especial do Centenário, vice-reitores, pró-reitores, diretores das unidades da Universidade de São Paulo, professores eméritos, professores, alunos, corpo administrativo, presidentes de federações, conselhos e entidades de classe, amigas e amigos.

Essa é uma noite superlativa, porque une aqui várias paixões. A medicina é apaixonante, não é? Não há nenhuma atividade humana tão desafiadora, que traga tanta alegria, tanto sacrifício, desafio científico e profissional. Das atividades humanas, certamente, a mais bela. E, junto a ela, o magistério, a educação, a formação profissional, a academia, a universidade com todos os seus desafios. E nós celebramos aqui uma bela história: 100 anos! Quando nasceu a faculdade, em 1912, ela representava a transformação da nossa cidade, de pequena vila já para o início de uma metrópole. Em 1890, São Paulo tinha 65 mil habitantes; em 1912, tinha quase meio milhão de habitantes. E a Faculdade de Medicina representava essa transformação e as necessidades da grande metrópole, já em ebulição. E que bela história, não é? Em 100 anos, se transformou no orgulho justo paulista e brasileiro: primeiro transplante de coração, primeiro transplante de fígado, primeiro transplante de rim, os mais renomados centros da ciência brasileira. A Universidade de São Paulo, que nasceu bem depois, em 1934, é, hoje, a melhor universidade brasileira e latino-americana. E, dentro da Universidade de São Paulo, a Faculdade de Medicina é o top do top, é a excelência dentro da universidade. Então, é motivo de grande alegria.

Nós confiamos tanto na ciência e na faculdade que quero convidar a todos para a gente abrir, em 2063, a cápsula, tal a nossa confiança, não é, na Faculdade de Medicina e no meu cirurgião, lá, o Rasslan. Mas quero dizer da alegria de estarmos aqui, de abraçá-los e dizer que os desafios são manter essas conquistas. Então, lembrou bem o professor Giovanni Cerri, nós viemos buscar o diretor da escola para secretário da Saúde, para ter a universidade muito junto da vida, do atendimento à saúde no Estado e dos novos desafios. Dizer que a primeira PPP do país de hospital público, nós estamos lançando agora, em 15 dias, e vamos fazer quatro hospitais por parceria público-privada e um deles vai ser o hospital de oftalmo e otorrino, de olhos, ouvidos, nariz e garganta no Hospital das Clínicas, e também teremos, logo, logo, o Hospital de Cotoxó, que esse é… Esse grande desafio que é o problema da dependência química.

Vejam como o nosso mundo é rápido, e, às vezes, tristemente rápido. Até 1990, portanto, 23 anos atrás, o Brasil não sabia o que era crack. Hoje, o Brasil é o maior consumidor de crack do mundo e o segundo maior consumidor de cocaína do mundo, uma coisa que, há 23 anos, não tinha nem discussão do tema, e, em duas décadas, passamos a ter essa verdadeira chaga e esse desafio social. Mas quero aqui me associar à homenagem à Santa Casa de São Paulo, uma instituição um pouco mais antiga, 1560, é isso, Kalil? De 1560. Aliás, a Santa Casa, é nosso dever apoiá-la, estimulá-la, ajudá-la. Pode cobrar à vontade, viu, Kalil, porque essa é uma instituição maravilhosa. Essa é uma herança de Portugal, a rainha Leonor de Aviz, no século XVI, uma das mulheres mais ricas da Europa, ela que deu um passo importante na instituição, de entidades que não são estatais, a Santa Casa não é do governo, mas também não visa lucro. Ela é uma instituição da comunidade, para servir à comunidade, de 1560. A Santa Casa de Santos é Brás Cubas, 1543. A rainha Leonor de Aviz era uma mulher tão sábia que dizem que ela pediu para ser enterrada em um convento, em Lisboa, em um local de passagem, porque ela dizia que queria ser enterrada em um local de passagem, para lembrar a todos a pequenez das coisas materiais frente à grandeza da eternidade. Foram esses valores que criaram esse modelo de entidades filantrópicas beneficentes e para servir à população, e aqui estamos colhendo um dos seus frutos, nessa belíssima Faculdade de Medicina. Aliás, a primeira aula é na Poli, que mostra a boa parceria da Medicina com a Engenharia, tecnologia, inovação, avanços científicos.

De outro lado, nasceu em uma casa de misericórdia, de valores, de princípios que norteiam a existência humana, e esse maravilhoso centro de excelência. Só há uma tradição na Faculdade de Medicina, é a tradição da excelência. Por isso, é com alegria que quero trazer aqui um abraço muito afetivo a todos que construíram essa instituição. O Brasil precisa de instituições fortes, e essa é uma instituição que orgulha o nosso Estado e o nosso país. Dizem que, ao término da Segunda Grande Guerra Mundial, José Otávio, Churchill teria dito sobre os heroicos pilotos da RAF, a Força Aérea Inglesa: “Nunca tantos deveram tanto a tão poucos”, se referindo aos heroicos pilotos da RAF. Pois nós podemos dizer com orgulho: brasileiros e paulistas, nunca devemos tanto a tão poucos, erguendo uma instituição que tantos frutos bons trouxe ao Brasil. Bandeirante, porque espalhou pelo País os seus melhores recursos humanos para salvar vidas, consolar, melhorar e curar as pessoas. Parabéns! Viva a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo!