Alckmin discursa na ampliação da Santa Casa de Valinhos

Valinhos, 25 de julho de 2012.

qua, 25/07/2012 - 16h23 | Do Portal do Governo

Governador Geraldo Alckmin: Boa tarde a todas e a todos. Estimado presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, deputado Barros Munhoz; prefeito de Valinhos, prefeito anfitrião, o Marcos José da Silva, o Marcão; Dra. Adriana, Presidente do Fundo Social de Solidariedade; deputados federais: o Guilherme Campos e o Salvador Zimbaldi; Dr. José Manuel de Camargo Teixeira, secretário do Estado da Saúde em exercício; Deputado Davi Zaia, secretário do Estado de Gestão Pública; pastor Anips Spina, provedor da nossa Santa Casa de Misericórdia aqui de Valinhos; nossos sempre provedores, provedores que muito se dedicaram ao hospital; Pastor Hiran Pimentel; Oswaldo Dias; Micemar Amorim; prefeito de Vinhedo, Milton Serafim; Louveiro, Valmir Magalhães; Dr. Celso Limone Júnior, diretor Clínico; a Biscardi, Coordenadora de Doações aqui da Santa Casa; Dr. José Carneiro de Campos Rolim Neto, Delegado Seccional; Dr. Eduardo José Bassotin, delegado titular da cidade; Coronel Nelson Vicente Coelho; vereadores e secretários municipais; corpo clínico; colegas profissionais de saúde; amigas e amigos.

Nós estamos vindo de Itapira, terra do presidente da assembleia, o deputado Barros Munhoz, e estamos vindo da área da saúde. Nós assinamos agora com o Hospital Américo Bairral, noventa e cinco leitos para tratamento de dependentes químicos: álcool e droga. Nós já tínhamos um convênio de cento e cinco leitos, com mais noventa e cinco passamos para duzentos leitos, integralmente pagos com recursos do estado; duzentos leitos com o Américo Bairral. Desses noventa e cinco leitos, quinze leitos são pra mulheres gestantes, então mulheres grávidas dependentes químicas. E oitenta leitos do projeto pioneiro no Brasil, que é comunidade terapêutica, são cento e dez alqueires de terra que terá lá agricultura, pecuária, ecoturismo. Então, os nossos dependentes químicos vão aprender uma profissão, vão ser técnico agrícola, vão ser técnicos de turismo, ecoturismo, e uma comunidade autossustentável.

E voltada ao tratamento dos dependentes químicos, já começamos com dez. Chegaremos a oitenta, casos com o maior problema social, de família, reinternação, mais complexos que demandam um tempo maior. Nós já temos hoje 242 leitos, só para tratamento de dependente químico, e vamos chegar a 420 leitos no Estado de São Paulo, para essa questão do tratamento de dependente químico e 1200 leitos de saúde mental no estado. Um foco importante que o governo está fazendo nessa área,

E com grande alegria pastor Espina, nos 50 anos aqui da Santa Casa, quando a ela completa meio século. A Santa Casa se modernizando, reforma de toda a parte, da recepção para os usuários, atendimento ao pronto-socorro, área de ortopedia, raio-X. A Santa Casa avançando para entender quem precisa. Essa é a casa do bom samaritano, de gente que atende que está ferido, atende quem está necessitado, atende quem está doente, atende de graça, atende pelo SUS, não cobra nada de ninguém, atende de forma gratuita e com qualidade.

Pastor Spina falou a pouco que está sendo feito o centro cirúrgico, não é isso? Quantas salas vão ser o centro cirúrgico? Aumentando mais duas salas teremos aqui, então sete salas de cirurgia. Salas grandes que vão permitir até cirurgias de maior complexidade,. Essas duas salas devem ficar no pronto no fim do ano, até novembro, outubro. Então, Dr. José Manuel, nós vamos equipar essas salas aí, com o foco, mesa cirúrgica. A parte do equipamento fica por nossa conta, até porque anestesista entende de foco, não é isso doutor. Você sabe dessa história? O cirurgião não pode por a mão, o foco de luz, aquele grande. Quanto custa um foco? 65 mil reais. É o preço de dois carros ou de um carro de luxo. Só aquele foco de luz sobre a mesa cirúrgica. E ele tem uma espécie de um cabo e você vai meio que guiando o foco, como o cirurgião não pode por a mão no foco ele pede ao anestesista: foco para a direita, você fica ali iluminando o campo cirúrgico, foco para cá, para a esquerda… Não é isso, doutor?

Então contam que numa viagem de avião no meio da viagem, de madrugada um cirurgião chamou aeromoça e falou: por favor, um anestesista urgente. Aí a moça foi lá no microfone: por favor, se tiver abordo um anestesista se apresente imediatamente. Aí o cara lá de atrás levanto o braço, foi lá e falou: pois não. Ela falou: aquele médico ali, o cirurgião está te chamando urgente. Aí ele foi lá e ele falou: olha, eu quero ler, por favor, arruma o foco aqui para mim. Nós vamos caprichar no foco aqui.

Mas tem uma segunda proposta. A primeira está resolvida, é centro cirúrgico, nós vamos ter as sete salas aí, equipadas, funcionando, atendendo bem. Da outra vez que estive aqui nós fizemos um para um, não foi isso? Então vamos fazer aqui um desafio, um para dois. Cada um real que vocês conseguirem, nós colocamos dois reais para ajudar aqui a Santa Casa.

As Santas Casas por mais bem administradas que sejam, aperta, ajusta, elas tem um déficit. Por quê? Porque hoje a tabela do SUS, não é corrigida pelo Ministério da Saúde há muitos anos, então aumenta todo ano. Tem dissídio, aumenta salário, luz, água, remédio, alimento, segurança, limpeza, tudo. E como é que paga a conta? Então hoje a tabela do SUS cobre em alguns procedimentos metade do custo que o hospital tem. Aí quem está em uma região rica o convênio cobre o déficit do SUS, quem não tem tanto convênio acaba carregando um déficit mensal. Nós estamos procurando ajudar, mas a gente tem que conscientizar a necessidade da correção da tabela do SUS. E conscientizar o seguinte: o Brasil não é mais um país jovem, o Brasil é um pai maduro e caminha rapidamente para ser um país idoso. Então, é óbvio que a saúde precisa de mais recurso porque a população envelhece. A medicina ficou mais cara. Eu quando estudei não tenha tomógrafo, não tinha ressonância magnética nada disso, era estetoscópio, aparelhinho de pressão, conversa e olho. Hoje veja a sofisticação do sistema de imagens, não é, a sofisticação, tudo isso tem custo, custos elevados, e a população com uma expectativa de vida maior.

Aqui foi lembrado pelo Pastor Spina da Revolução Constitucionalista de 32, ela fez oitenta anos esse ano, 1932. Quem participou da revolução no mínimo tinha dezoito anos. Então, o caçulinha da revolução tem noventa e oito. Nós temos quarenta e um heróis, eu sei porque aumentei o valor da pensão. Quarenta e um heróis da revolução de 32, entre noventa e oito e cento e três anos de idade. Na Assembleia Legislativa, na homenagem aos heróis da revolução de 32, tinham quatro com noventa e nove anos, perfeitos, sobe escada, desce escada, foi lá, recebeu homenagem. Vivemos num outro mundo. Ótimo! Maravilhoso! As pessoas vivem mais e com qualidade de vida. Agora, não tem milagre, é preciso colocar mais recurso. Nós precisamos fazer uma campanha, não é para São Paulo, mas pro Brasil inteiro, para corrigir a tabela do SUS, porque senão quem atende as pessoas vão deixar de atender.

Antigamente, era uma luta para conseguir um convênio do INAMPS. Hoje quem pode sai fora do SUS. Difícil é você conseguir quem atenda, ou é o Governo, ou são Santas Casas de Misericórdia. Quero também dizer ao Barros que vamos mandar aqui a sua delegada. Nós fizemos um concurso e já nomeamos novecentos investigadores e escrivãs de polícia. Para cá vieram cinco investigadores. Na semana que vem, nós vamos nomear duzentos delegados. Fizemos um concurso, duzentos delegados, homens e mulheres.

Aliás, eu formei sexta-feira, Barros, novecentos e vinte novos soldados para Polícia Militar. É uma formatura muito bonita, porque vão os pais, mães, tinham três mil pessoas no Vale do Anhangabaú. A gente sempre homenageia o primeiro lugar, segundo e terceiro. Primeiro lugar, nota 9,87, Escola Superior de Soldados; segundo lugar, 9,85; terceiro lugar, 9,82. Impressionante! Primeiro lugar, mulher; segundo lugar, mulher; terceiro lugar, mulher; até o oitavo lugar, todas mulheres. Nós vamos ter que criar, Barros, o dia dos homens. Eu até já escolhi a data, vai ser o dia de Todos os Santos, né? Mas está resolvido. A nomeação vai ser essa semana, mas têm três meses de academia, então fim de outubro, começo de novembro está nomeada aí a delegada.

Mas eu quero é cumprimentar aqui a Santa Casa. Destacar o trabalho da deputada Célia Leão, que está em viagem com a família, mas muito dedicada aqui a Santa Casa. Saudoso deputado Ary Fossen, que nos deixou semana passada, mas também ajudava a Santa Casa. Agradecer aos nossos deputados federais que nos representam lá em Brasília trabalhando por São Paulo, o Zimbalde e o Guilherme Campos. Agradecer ao José Manoel, toda equipe aí da saúde, ao Barros Munhoz, esse grande parceiro para o desenvolvimento de são Paulo. E especialmente deixar um abraço a vocês da Santa Casa, aqui.

A Santa Casa de Santos foi a primeira, 1543, Brás Cubas, 1543. Santa Casa são instituições seculares. A daqui já está fazendo 50 anos atendendo quem precisa. Ninguém é barrado porque não tem dinheiro. Cada vez vai ser mais importante, porque nós vivemos em um mundo onde a expectativa de vida deu um salto espetacular. Eu estive na abertura do Festival de Inverno em Campos do Jordão, e uma senhorinha, uma freira, estava me contando. Antigamente, se morria de tuberculose, e não existia remédio, não existia antibiótico. Antes de fazer a estrada de ferro de Pinda para Campos do Jordão, tinha uma profissão chamada maqueiros. Quatro pessoas punham a maca, o paciente com tuberculose em cima da maca, e eles subiam a serra para pessoa poder, lá em cima, ter ar mais puro e mais frio, para o bacilo de Koch, se proliferar mais devagar e ele ter alguma sobrevida.

O avanço da química, da farmacologia, mudou o mundo. No Império Romano as pessoas viviam 22 anos, expectativa de vida média. Hoje já é 75. Quem passa dos 30 já vai para mais de 80, média. Antigamente 100 anos era uma efeméride, hoje é comum você ter pessoas chegando, se aproximando de 100 anos. As mulheres então, não morrerão mais, porque elas vivem, em média, cinco anos a mais do que nós. Um dia desses eu fui na Vila Prudente dar uma palestra em um encontro de terceira idade. Duzentas pessoas, tudo acima de 80, só mulheres, os homens já tinham morrido todos. E o nome do clube, As Sapecas. Parabéns!
Bom trabalho a todos.