Alckmin discursa em reunião dos gestores de assistência social

Palácio dos Bandeirantes, 7 de março de 2013

qui, 07/03/2013 - 14h04 | Do Portal do Governo

Governador Geraldo Alckmin: Bom dia a todas e a todos! Quero saudar o nosso deputado Rodrigo Garcia, secretário de Estado do Desenvolvimento Social, os deputados aqui presentes, deputado Welson Gasparini, deputado Roberto Engler, deputado Dilador Borges, prefeito da Franca, o Alexandre Ferreira, em nome de quem quero saudar aqui todos os prefeitos, vice-prefeitos, vereadores, aqui de todo o Estado de São Paulo. Quero cumprimentar o Airton Sandoval, deputado suplente de senador da República, amigo muito querido. É uma alegria, Sandoval, revê-lo! Cumprimentar o prefeito de Nuporanga, Cerquilho, Avaí, São João das Duas Pontes, Turiúba, Serra Azul, Dolcinópolis, Brodósqui, Barrinha, Patrocínio Paulista, Ubarana, Sud Mennucci, Guará, Santópolis do Aguapeí, Barra Bonita, Canitar, Guariba, Santa Fé, Ribeirão Bonito, Fernandópolis, Santa Cruz da Esperança, Borborema, Itirapuã, Palmeira do Oeste, Nova Luzitânia, Nova Canaã Paulista, Nova Castilho, Pirajuí, Serrana, Analândia, a presidente da Artesp, a Karla Bertocco, a Eliane Buciman de Lima Rossi, presidente interina da Frente Paulista de Gestores Municipais de Assistência Social, todos e todas as gestoras da assistência social, diretoria das nossas Drads.

Dizer da alegria de recebê-los, e do meu entusiasmo com o trabalho na área social. Eu acho que isso faz toda a diferença. Dizem que a verdadeira vocação de cada homem e de cada mulher é servir às pessoas. Nós nascemos para servir e não há maneira melhor de servir do que de forma coletiva, que é o que nós fazemos. Eu sou filho de funcionário público, meu pai trabalhou 40 anos servindo na Secretaria da Agricultura do Estado de São Paulo. O trabalho na iniciativa privada é importante, mas a gente trabalha para alguém ganhar dinheiro, não é? O trabalho na atividade pública, seja ela federal, estadual ou municipal, nós trabalhamos para o bem comum. Espírito público, é o abraço coletivo para melhorar a vida das pessoas. E o trabalho na área social ainda é mais relevante porque é para melhorar a vida dos que mais precisam, dos que mais necessitam da rede de proteção social e do trabalho do Estado. Sejam as crianças através do Creche-Escola, dos programas com as crianças, sejam os idosos, através do Centro de Convivência do Idoso, o centro-dia, dos programas todos com os idosos, seja o programa de complementação de renda, através do Renda Cidadã e unido à Bolsa Família. Nós estamos fazendo a busca ativa para erradicação da miséria no Estado, seja com as pessoas com deficiência. E nós já tínhamos em São Paulo a isenção do ICMS para a pessoa que dirige o carro, a pessoa com deficiência. Então, a pessoa com deficiência que podia dirigir, ela já tinha isenção de ICMS, 12% mais barato. Agora, nós estendemos às pessoas com deficiência que não podem dirigir. Então nós estamos, primeiro… Quem não pode ter carro, melhorando toda a acessibilidade: metrô, trem, todos os equipamentos, transporte coletivo. E quem puder ter, nós estamos tirando o ICMS. Então, uma pessoa autista não vai poder dirigir, mas se alguém da família dirigir, ela não paga o ICMS. Uma pessoa tetraplégica, só mexe a cabeça, tetraplégica, alguém pode dirigir para ela e vai ter a isenção do ICMS. Então, acabamos de assinar o decreto agora, na semana passada, mais um passo importante para São Paulo, para a inclusão social. Aliás, tivemos aqui, anteontem à noite, estava lotado aqui, tinha 1.400 pessoas à noite. Passamos um filme chamado “Colegas”. Assistam a esse filme, foi premiado em Gramado, filme nacional, cinema nacional, cinema paulista. Filme premiadíssimo. A história de três jovens com síndrome de Down: Ariel, Rita e Breno. Dois meninos e uma menina. Premiadíssimo. Não percam! É um dos filmes mais bonitos a que eu já assisti. E que trata da inclusão social e do quanto a sociedade se beneficia em termos de uma sociedade melhor através de todo esse trabalho.

E também o governo não pode fazer tudo sozinho, nós precisamos ter bons parceiros, que é a sociedade civil organizada, as creches, asilos, entidades com idosos, pessoas com deficiência, entidades sociais, de saúde. Por isso nós aumentamos o repasse para os fundos municipais, para as prefeituras poderem apoiar mais as entidades parceiras que trabalham conosco. E quero aqui destacar um fato novo, que nós temos um desafio comum, que se chama dependência química. A epidemia do crack. E que nós não vamos resolver só com médico, porque muitos dos problemas são da família, sociais, são mais complexos. E que não terminam… Acabou a hospitalização! Não: aí começa o trabalho, porque é uma doença crônica e recidivante. O Brasil é hoje o maior consumidor de crack do mundo. Não tem cidade hoje que não tenha lá a questão do tráfico de droga e da dependência química. Nós precisamos agir juntos. Equipes multiprofissionais. Atendimento ambulatorial, atendimento hospitalar, comunidades terapêuticas, abrigamento, casas transitórias, trabalho junto com as famílias. Teve um caso que nós internamos um morador de rua, dependente químico, se recuperou, aí vai ter alta: a família não quer receber. Então aí começa o drama… A maioria desses casos, dos jovens vítimas de dependência química, é de famílias de pessoas jovens, menor poder aquisitivo, menor escolaridade e famílias desestruturadas. Essa é a grande vítima da questão da dependência química. E nós precisamos fazer um trabalho grande, principalmente social. Não é só de saúde, é de saúde e social.

E o Rodrigo foi um grande parceiro da Secretaria do Desenvolvimento Social, aqui no CRATOD, aqui em São Paulo. Nós fizemos em 40 dias… É impressionante a demanda: 340 internações e 2 mil abrigamentos. E vamos ampliar, nós não vamos fugir do problema, nós vamos enfrentar o problema. Sabemos que é difícil, mas vamos dar a mão para quem precisa, ajudar as famílias. A demanda é impressionante porque acendeu uma esperança. Todo mundo que estava meio desanimado, “opa, tem uma esperança de recuperação”. Coisa recente, o crack não existia no Brasil até 1990. Não existia. Isso é coisa que tem 23 anos. O tráfico de drogas, uma coisa gravíssima. O Brasil tem fronteiras muito grandes, então a entrada de droga é muito forte e nós vivemos aí uma epidemia que temos o dever de trabalhar de manga arregaçada, juntos aí nesse trabalho. Mas quero é deixar um abraço. Pedir licença para vocês, que nós estamos indo agora… Estamos terminando a Asa Leste do Rodoanel de São Paulo. O Rodoanel está pronto a Asa Oeste, que vai Bandeirantes, Anhanguera, Castelo Branco, Raposo Tavares, até a Régis Bittencourt. Está pronta a Asa Sul, vai até Imigrantes, Anchieta, chega ao porto de Santos até ABC, Mauá. Aí estamos fazendo a Asa Leste, começa em Mauá, Ribeirão Pires, Suzano, Itaquaquecetuba, Poá até Guarulhos. Interliga com a Ayrton Senna e a Dutra. E aí fica faltando a Norte, que nós vamos começar terça-feira, aeroporto de Cumbica, Fernão Dias, chega de novo na Bandeirantes, e fechou os 178km do Rodoanel Metropolitano.

Vamos tirar 17 mil caminhões por dia de passagem por São Paulo. Estou indo lá a Ribeirão Pires porque nós vamos fazer o encontro dos túneis. Você cavoca de um lado, do outro, depois tem o dia que os dois se encontram. Diz que antigamente era um estresse, porque teve caso de um túnel estar aqui, o outro estar aqui. Agora com computação, tal… Mas eles deram uma checada lá para a gente não passar vexame, né? Você sabe que quando implodiu o Carandiru… O Carandiru tinha oito mil presos aqui em São Paulo, Santana, oito mil num lugar só. O prédio caindo aos pedaços. Então nós fizemos 11 penitenciárias novas e acabamos com a casa de detenção. Não existe mais Carandiru, só em filme. Tem dois filmes até: “Carandiru”, que é do Hector Babenco, e um outro chamado “Os prisioneiros da grade de ferro”. Mas o Carandiru, nós fomos, depois que estava tudo pronto, transferimos todos os presos, hoje é o Parque da Juventude. Até vou dar o nome de Chorão para a pista de skate. Porque ele que lutou muito pra fazer a pista de skate lá no Parque da Juventude.

Então nós fomos, oito anos atrás, implodir a casa de detenção. Todas as televisões, fato nacional, a derrubada do Carandiru. Morreram 111 presos naquela rebelião lá atrás, tal. Então fomos lá. Aí tudo preparado: “Um, dois, três, já”! Eu: pá! apertei o botão. Boom, aquele estouro. E não aconteceu nada. Falei: “nossa, não caiu, falhou aqui o negócio”. Mas não, depois que me explicaram. É um protocolo. Você quando faz uma implosão, você aperta o botão, dá um estouro, mas ainda não é a dinamite, é uma bomba para que os pássaros possam voar. A hora que faz aquele boom, aquele estouro, os pássaros voam e aí, 30 segundos depois estoura e a dinamite e cai. Mas tem um espaço que você aperta, faz o barulho e não acontece nada. Você dá um frio na barriga. Mas hoje os túneis vão se encontrar lá no Rodoanel. Mas eu quero deixar um grande abraço, agradecer e dizer que somos parceiros aí de todos os gestores, agentes, toda a equipe social aqui do Estado de São Paulo. Que é um Estado de coração grande, cuja marca, o DNA de São Paulo é uma terra de todos. Aqui tem um pindamonhangabense, caipira como eu, tem gente de Minas, Nordeste, Sul, África, Ásia, Europa. São Paulo é a terra mais cosmopolita do Brasil. Impressionante! E todo mundo… Essa miscigenação de raças. Por isso que as mulheres de São Paulo são tão bonitas, né? Essa miscigenação racial. Mas quero é deixar um grande abraço! Bom trabalho a todas e a todos. Muito obrigado!