Alckmin discursa em reunião do Conselho de Administração da Ambev

São Paulo, 2 de fevereiro de 2013

sáb, 02/02/2013 - 13h41 | Do Portal do Governo

Governador Geraldo Alckmin: Bom dia a todas e a todos. Quero cumprimentar o Kees Storm, presidente da AB Anheuser-Busch InBev, agradecer o convite, o João Castro Neves, presidente da Ambev. Cumprimentar também o Victório Carlos De Marchi, co-presidente do Conselho da Ambev. Uma saudação aqui muito afetiva ao Jorge Paulo Lemann, ao Beto Sicupira, ao Marcel Hermann Telles, conselheiros aqui da AB Anheuser-Busch InBev. Ter conosco aqui o Júlio Semeghini, nosso secretário de Planejamento do Estado de São Paulo e responsável pelo Comitê da Copa do Mundo de 2014 aqui no Estado, Fábio Lepique também, nosso companheiro de trabalho no governo. Conselheiros, amigas e amigos.

Primeiro, destacar aqui a importância da InBev, hoje a maior empresa da América Latina, e como São Paulo, sempre crescendo. A primeira cerveja, a Bohemia, de Petrópolis, do Brasil Império, 1853… Em 1853, a cidade de São Paulo tinha 30 mil habitantes. Hoje, a cidade tem 11 milhões de habitantes, a Grande São Paulo, 21 milhões e o Estado de São Paulo, maior do que a Argentina, 42 milhões de habitantes. Estamos juntos no crescimento, né? E destacar a importância aqui da empresa, sob o ponto de vista econômico, para o Brasil, para a América Latina, social, e a sua importante participação na vida da nossa população. Eu preparei aqui meia dúzia de telas, mostrando um pouco a realidade do Estado de São Paulo. Nós somos, o Estado de São Paulo… A segunda economia da América do Sul, atrás apenas do Brasil, e a terceira economia da América Latina. Somos o maior produtor do mundo de açúcar e álcool, o maior produtor mundial de suco de laranja, o maior produtor brasileiro de borracha, ovos, exportação de carne bovina, o maior processador do país de papel e celulose, 97% da fabricação de aviões, 87% de trens, 72% de higiene pessoal, 71% da indústria farmacêutica, e veículo parte automotiva, peças e acessórios, mais de 60%, e da produção química do Brasil.

Temos uma agência chamada Investe São Paulo para atrair investimentos para o Estado. Temos, hoje, 52 projetos em negociação com expectativa de R$ 12,6 bilhões de investimentos, e 19 mil empregos. Tivemos, no final do ano passado, a inauguração da Toyota, com 12 sistemistas em Sorocaba, e da Hyundai também, um grande pólo automotivo em Piracicaba. E temos aqui 33 investimentos já anunciados no Estado. Aqui, pesquisa e desenvolvimento. Se São Paulo fosse um país, São Paulo investe, incluindo o investimento do Estado, do governo federal, da universidade e, principalmente, da iniciativa privada, o Estado de São Paulo investe mais em pesquisa e desenvolvimento que Espanha, Itália, Rússia, Brasil, África do Sul, Índia… É impressionante o nível de investimento do governo e das empresas em pesquisa e desenvolvimento no Estado. Aqui mostra o apoio que o Estado de São Paulo faz em termos de pesquisa e desenvolvimento. Ele é dez vezes maior que o segundo Estado, que é o Rio de Janeiro, 23 vezes maior que Minas Gerais, então, nós temos grande investimento na área de pesquisa e desenvolvimento. Aqui mostra que 71% do investimento brasileiro é apoio estadual. Aqui, as instituições de ensino superior, a Universidade de São Paulo, a USP, ela é hoje a primeira universidade do país e da América Latina, está entre as melhores universidades do mundo, como também a Unicamp e a Unesp. E nós criamos agora a quarta universidade, a Univesp, a Universidade Virtual do Estado de São Paulo. Hoje, quem quiser assistir a uma aula do MIT, entra na internet e assiste a uma aula. Imagina-se que, em 20 anos, metade do ensino universitário do mundo seja pela internet. Então, nós criamos a quarta universidade, a Universidade Virtual do Estado de São Paulo, com ensino presencial e à distância, começa agora dentro de 30 dias.

Temos uma grande rede, estamos fazendo uma expansão importante, especialmente nas engenharias. A USP, com engenharia de petróleo e gás, a Politécnica na Baixada Santista, engenharia de computação, aqui na USP-Leste, engenharia química, em Lorena, a Unicamp também, com uma importante expansão das engenharias ambiental, física e telecomunicações, e a Unesp, com 11 novos cursos de engenharia. Estão todas elas ampliando as áreas de engenharia e tecnologia. Aqui, as Fatecs e Etecs. A Fatec é curso de três anos, de tecnólogo. Então é um curso mais rápido de três anos e com grande empregabilidade. Empregabilidade muito alta, o tecnólogo. E o curso técnico, que nós temos a maior rede do país. Curso de um ano e meio de nível médio ou pós-médio. Aqui saúde, nós tínhamos em 1990, então é um período curto, 31 mortes por mil nascidos vivos, reduzimos pra 11,5. São Paulo junto com Santa Catarina tem o melhor índice de mortalidade infantil. Esse é o mais importante índice pela Organização Mundial de Saúde. Expectativa de vida, um aumento espetacular. Pulamos pra 74,8 anos no Estado de São Paulo. Sendo que quem passa dos 30 vai para bem mais de 80, porque sai da vulnerabilidade juvenil. Então essa é a expectativa de vida média ao nascer. Mas passou dos 30, aí vai para bem mais de 80. E a curva continua a subir. Eu sempre defendo a tese de em que 20, 30 anos, nós vamos passar dos 100 anos e as mulheres não morrerão mais.

Aqui, nós tínhamos, em 1999, 35,2 homicídios por 100 mil habitantes. A Organização Mundial de Saúde diz que acima de 10 é epidemia, caráter epidêmico. Então nós tínhamos 35 por 100 mil habitantes. Viemos reduzindo, reduzindo, reduzindo. O Brasil está aqui, no Brasil é 23, nós estamos aqui nos 10, tivemos uma curvinha aqui. Mas agora já verifiquei, em janeiro já caiu de novo. Então a tendência é… A redução aqui é mais lenta, mas a tendência é de uma redução ainda maior. O Estado de São Paulo, que era no ano 2000 o quarto Estado mais violento do Brasil, no ano 2000… Hoje é o vigésimo quinto Estado em número de homicídios. Passamos de quatro para 25. E a cidade de São Paulo é a de menor número de homicídios por 100 mil habitantes do país. A capital, São Paulo, que era a quarta, passou a ser a vigésima sétima. Isso ainda com treze, porque se refere a 2010. O número ainda é mais baixo. Das grandes metrópoles do hemisfério Sul, não do hemisfério Norte. Mas do hemisfério Sul, São Paulo é a que tem menor homicídio. Aqui o esforço que foi feito. Nós temos 23% da população brasileira, 23%, e 40% da população carcerária. É quase… E esse número rapidamente chegará aqui a 200 mil presos, ou seja, uma ação ininterrupta no sentido de tirar os criminosos.

Aqui a lei brasileira estabelece que os Estados não podem ter dívida superior a duas vezes a receita corrente líquida. Você não pode passar de duas vezes. É a Lei de Responsabilidade Fiscal. O Brasil tem uma lei muito avançada, exigindo responsabilidade fiscal. Nós estávamos em 2,27; e hoje 1,44. Queda muito forte do endividamento do Estado. E a tendência é reduzir mais. Estamos bem abaixo da lei. Aqui nós estamos… O governo recuperou a sua capacidade de investimento. Nós vamos investir no nosso período de quatro anos, R$ 93,6 bilhões de investimento e temos uma expectativa de R$ 25 bilhões de parceria público-privada, de PPPs. Algumas já em andamento na área de metrô e água. E outras em licitação. Aqui mostra a forte ampliação dos investimentos no Estado de São Paulo. A região metropolitana é a terceira maior do mundo, a Grande São Paulo. Atrás apenas de Tóquio, a Grande Tóquio, e de Nova Délhi, na Índia. Temos uma população maior do que a Grande Mumbai, Shangai, Nova York, Cidade do México. E precisamos investir fortemente em metrô e trem. Então, a prioridade é trilho, trilho, trem e metrô. Nós temos apenas 74 km de metrô, mas iremos para mais de 100 km até o ano que vem. E 94 km de canteiro, teremos até o ano que vem, ou seja, nós podemos ir, até 2020, a 200 km de metrô. E já temos 260 km de trem, a CPTM. No trem, nós temos 260 km. Se somar trem com metrô dá 330 km. Então toda prioridade. Nós transportamos hoje 7,5 milhões de passageirosdia, em metrô e trem. Aqui são ampliações que nós vamos ter. Nós vamos ter todos os aeroportos ligados com trem, então essa é uma linha nova ligando com o aeroporto de Cumbica, Guarulhos. Essa é uma linha nova também, ligando aqui da Linha 5 até o Jardim Aeroporto. Então aqui está o aeroporto de Congonhas. Congonhas com monotrilho, está em obra a Linha 17. Cumbica com trem começa em 30 dias. A obra já está licitada e contratada. Tudo isso aqui são ampliações que hoje estão ocorrendo em São Paulo, trem, metrô e EMTU.

Aqui é o litoral de São Paulo e aqui São José dos Campos. Em Caraguatatuba a grande base de gás do pré-sal. Vai ser o maior terminal de gás do pré-sal. Então nós estamos duplicando. Até dezembro fica pronta a duplicação da rodovia dos Tamoios. E começaremos o contorno com túneis até São Sebastião para ampliar o porto de São Sebastião, que será supply-boat para a Petrobras, para o pré-sal. O pré-sal é Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio e Espírito Santo. A chamada bacia de Santos são cinco Estados, mas as jazidas estão 90% em São Paulo e Rio de Janeiro. Então, o litoral cresce numa proporção muito forte, crescimento da população e da economia, Baixada Santista e litoral de São Paulo. Aqui o Rodoanel, aqui está pronto, o Rodoanel Oeste, da Bandeirantes, Anhanguera, Castelo Branco, Raposo Tavares até Régis Bittencourt, está pronto o Rodoanel Sul aqui… Imigrantes, Anchieta até Mauá. Então, interligando o sistema Anchieta/Imigrantes até o porto de Santos. Está em obras, fica pronto em março do ano que vem. Está bem adiantada a obra. E o Rodoanel Leste, de Mauá, Suzano, Mogi, Itaquá até Guarulhos. E começa em março o Rodoanel Norte, interligando Ayrton Senna, Dutra, aeroporto de Cumbica, Fernão Dias e fecha: 178 km do Rodoanel Metropolitano de São Paulo. Aí tira todo o trânsito de passagem da Grande São Paulo. Liga o maior aeroporto do país, que é Cumbica, com o maior porto, que é Santos. Essa é a maior travessia marítima, uma das maiores do mundo, entre Santos e Guarujá. Aqui está o maior porto da América Latina, que é o porto de Santos. A margem direita e a margem esquerda. Então, essa travessia de carros por ferry boat, de pessoas por lancha, é um problemão, porque o canal tem cada vez mais navios. Então, nós vamos fazer um túnel ligando Santos até Guarujá. Essa é uma das grandes obras de engenharia do país, já está em fase de projeto executivo para ser feita.

E aqui o VLT, o Veículo Leve sobre Trilhos, ligando Santos, aliás, Vicente de Carvalho que é Guarujá, Santos, São Vicente até Praia Grande. O VLT já está sendo construído. Aqui o porto de São Sebastião, que é um porto natural, comparado a Antuérpia, na Bélgica. Porto de grande calado, por isso está aqui a Petrobras. Ela está lá por causa da grande profundidade do calado, mas não tem ferrovia. Então, ele se destina mais a supply-boat, granel líquido, granel sólido, exportação de álcool. Mas teremos uma grande ampliação no porto de São Sebastião. Aqui os projetos de PPP. Mobilidade urbana, metrô, trem, monotrilho, VLT, sistema de arrecadação de Bilhete Único. Tudo isso com a iniciativa privada. Rodovias, estradas, ferrovia, aqui vai ser feito o Ferro Norte, Ferroanel Norte com o Ferroanel, com o governo federal, porto, aeroportos, estão crescendo muito.

O Brasil só perdeu para a China em crescimento de movimentação dos aeroportos. O segundo país do mundo no ano passado em crescimento de aeroportos. O primeiro foi a China, o segundo o Brasil. O aeroporto de Cumbica, um aeroporto de São Paulo, fechou o ano passado com 36 milhões de passageiros. O segundo foi Congonhas, com 12 milhões de passageiros. Travessias marítimas, PPP também. Água e esgoto, produção de água para São Paulo, porque nós estamos a 700 m de altitude, tem que buscar água muito longe. Saneamento, reservatórios, combate a enchentes. O Tietê já está há dois anos sem problema. E nós achamos que, com o aprofundamento da calha que fizemos, dificilmente teremos problema.

Habitação: voltar a ter habitação na aérea do centro expandido de São Paulo, ter uma PPP, esse número deve dobrar aqui de unidades habitacionais. Segurança pública, complexos prisionais. São 10.500 vagas de penitenciárias, PPPs privadas, esgotamento sanitário de presídio. Depois tem energia, a área de aterros sanitários, de geração de energia, saúde, hospitais e fábrica de remédio, educação, parques tecnológicos. O Centro de Exposição Imigrantes, também esse já publica na semana que vem o edital. E a parte de justiça e segurança. Aqui as oportunidades para a iniciativa privada. Semana passada, na City de Londres, foi feita uma exposição, houve grande interesse. No Rodoanel Norte, todas as nossas concorrências são internacionais. No Rodoanel Norte economizamos R$ 1,2 bilhão só no Rodoanel Norte; concorrência internacional. Seis lotes: três lotes de consórcios brasileiros, três lotes de consórcios europeus com brasileiros. Como falta obra no mundo, então nós estamos fazendo uma grande economia aí, sempre concorrência internacional. Financiamento do Bid, do Bird, BNDES e recursos próprios do Estado.

Aqui, para encerrar, e quero dizer que a Ambev marcou um gol, um grande gol. Porque a abertura da Copa do Mundo vai ser em São Paulo; o encerramento, com a vitória brasileira no Rio de Janeiro, no Maracanã. Mas a abertura em São Paulo. E o estádio do Itaquerão tem 48 mil lugares, mas para a abertura da Copa precisa ter 65 mil. Então, essa ampliação para a abertura, a parte móvel, o setor privado está nos ajudando e a Ambev tem sido grande parceira. E queremos aqui agradecer e dizer que foi um grande gol. Porque esse é o evento maior do mundo em termos de mídia, paixão nacional e mundial. E a nossa parte nós estamos fazendo, as obras aqui na região de Itaquera. A zona leste de São Paulo, só da cidade, é maior do que o Uruguai, tem cinco milhões de pessoas. Só esse pedaço da cidade, cinco milhões. Então, aqui está a Radial Leste, Radial Leste, aqui metrô. Então, o estádio terá, ele tem metrô e trem na porta. Ele tem a estação Itaquera do metrô, então nós teremos um metrô a cada 85 segundos no pico. E tem a estação de trem, é a Linha 3 do Metrô e a Linha 11 da CPTM, que tem estação. E um trem a cada três minutos. Esvazia-se o estádio em 45 minutos só usando o trem e metrô. As nossas obras são todas viárias, todas contratadas e dentro do cronograma. E quero aqui reiterar o nosso agradecimento a essa boa parceria. E esse grande gol que, se fosse no passado, poderíamos dizer que seria um gol do Pelé. No presente, do Neymar. Muito obrigado.