Alckmin discursa em jantar beneficente da Santa Casa de Misericórdia de São Carlos

São Carlos, 13 de abril de 2013

sáb, 13/04/2013 - 23h46 | Do Portal do Governo

Governador Geraldo Alckmin: Boa noite! Boa noite a todas e a todos! Estimado prefeito anfitrião, prefeito de São Carlos, Paulo Altomani, dra. Alice Altomani, Antônio Valério Moreira Junior, provedor da nossa Santa Casa aniversariante, estimado Bezinho, vereador Marco Antônio Amaral, presidente da Câmara, saudando todos os vereadores, o Claudio Bissal, vice-prefeito, secretária de Estado da Agricultura e Abastecimento sãocarlense, Mônika Bergamaschi, sua mãe, Cleonice, deputado federal Lobbe Neto, presidente do Cepam, deputado estadual Aldo Demarchi, prefeito de Itirapina, o José Maria Cândido, de Borborema, o Virgílio do Amaral Filho, Gilberto Brina, diretor superintendente da Santa Casa, dr. Edilson Abrantes, diretor clínico da Santa Casa, Maria Lúcia, do grupo de voluntários da Santa Casa.

Quero cumprimentar todo o corpo de voluntários e voluntárias da Santa Casa. O Mario Covas quando chegava num hospital, Bezinho, ele queria saber se tinha voluntariado: “para mim hospital bom não é aquele que tem tomógrafo, ressonância, aparelho, é voluntariado”, isso mostra a participação e a confiança da comunidade, a participação no hospital. Quero cumprimentar o Betinho presidente da Avasc, e uma saudação a todos vocês que participam desse aniversário dos 122 anos da Santa Casa, 1891, é uma bela história. São poucas as instituições que passam de um século e prestando serviço à comunidade e aqui tudo é superlativo. Só o ano passado, a Santa Casa fez 78 mil atendimentos ambulatoriais, 84 mil exames diagnósticos, 7 mil consultas oftalmológicas, nasceram aqui 2.400 crianças, 18.200 internações, 3.900 sessões de quimioterapia, 7.200 tomografias, 20.600 ultrassonografias, 3.300 ressonâncias magnéticas, 7.300 mamografias, 23.500 sessões de hemodiálise e 70% de tudo isso pelo SUS, sem ninguém pagar absolutamente nada.

Procedimentos de alta complexidade, de um hospital que tem quase 400 leitos, um dos grandes hospitais do interior de São Paulo, uma referência aqui para toda a região. E a gente sabe que há muitos anos, quase uma década, que a tabela do SUS não é corrigida, tudo sobe: todo ano tem aumento de salário, dissídio, alimento sobe, remédio sobe, os procedimentos todos sobem e a tabela do SUS não sobe. Então primeiro, quero incorporar aqui não é a questão da Santa Casa de São Carlos, mas é de todos os hospitais do Brasil que atendem o SUS, a necessidade da correção da tabela do SUS, os 100% necessários, para poder cobrir os custos que o hospital tem. Depois quero aqui cumprimentar Paulo Altomani, por ser um parceiro da Santa Casa. A Santa Casa precisa ter o apoio dos três níveis de governo, prefeitura, estado e União e da comunidade e muitas vezes a gente vê o município, muitas cidades não ajudando e aqui pelo contrário o Paulo Altomani, teve a entende a importância do hospital pra população. Quem é rico, a gente não precisa se preocupar, não faltam hospitais e não falta leito, o que falta é para o SUS, que é gratuito, para a população. O financiamento da saúde, o governo federal, que participava com 60% do financiamento do SUS, hoje é 40%, a medicina ficou muito mais cara.

Quando eu fiz medicina, há 30 anos, não existia tomógrafo, não existia ressonância magnética, não existia nada disso, então a medicina ficou muito mais cara. O Brasil, que era um país jovem, hoje é um país maduro, caminha para ser um país idoso, o que é muito bom, nós estamos vivendo mais, vivendo melhor, mas isso tem custo, então é fundamental equacionar a questão do financiamento da saúde. E aqui quero deixar ao Bezinho o nosso compromisso aqui com vocês de ajudar a Santa Casa. E depois dizer da minha honra de ser aqui irmão, junto com vocês, de uma instituição como essa. A Santa Casa é uma boa herança de Portugal, uma herança lusitana, a Santa Casa de Santos é de Brás Cubas, é de 1543, a Santa Casa de São Paulo é de 1560, entidades do século 16. Os hospitais beneficentes e as Santas Casas de Misericórdia nasceram pelo apoio importante de uma rainha de Portugal, na época das grandes navegações que era uma das mulheres mais ricas da Europa, rainha Leonor de Avis e ela tinha uma tal sabedoria… Ela disse que, ela está enterrada num mosteiro em Lisboa e a rainha Leonor de Avis dizia que, quando morresse, ela queria ser enterrada num local de passagem, para que todos pisassem sobre a sua campa, para lembrar a pequenez das coisas materiais frente à grandeza da eternidade.

A gente vive a vida como se a vida tivesse um valor em si própria, a dimensão maior da existência humana. Pois foi uma mulher com esta sabedoria, com esta generosidade de vida que foi a rainha Leonor de Avis, que nasceu uma das instituições básicas, que não é governo. Santa Casa não é do governo, não tem fins lucrativos, não é para ninguém ficar rico, pelo contrário, é trabalho voluntário, desde a mesa provedora até o seu corpo de voluntários, para poder ajudar a aquele que mais precisa, atender àqueles que mais necessitam. Diz que a maior vocação de um homem ou de uma mulher é servir às pessoas, e nós nascemos para servir às pessoas e não há maneira melhor de servir e servir quem mais precisa, quem está com maior fragilidade, quem precisa mais no apoio, da solidariedade, do trabalho das pessoas. Por isso, deixo aqui um abraço muito afetivo, é para mim uma honra participar aqui como um irmão da Santa Casa de São Carlos. E São Paulo é forte, nós temos um Estado com tamanho de país, tem um PIB duas vezes o da Argentina, duas vezes maior, a segunda maior economia da América do Sul, porque os municípios são fortes.

E contem conosco, vamos fazer o AME, um dos maiores AMEs do Estado aqui em São Carlos… Isso vai, de um lado, melhorar a resolutividade das unidades básicas de saúde, em todas as especialidades, e vai desafogar os hospitais. Muita gente procura o hospital porque lá resolve, e às vezes o atendimento primário tem baixa resolutividade. Então ajuda nas duas pontas, no chamado atendimento secundário, que é o atendimento ambulatorial. Nós somos muito otimistas, se a gente verificar, o nosso tempo é o tempo da mudança, da velocidade de mudança. Veja como as coisas mudam e andam depressa, veja quem tinha um celular há 20 anos, ninguém tinha, e quem tinha, se caísse no pé, quebrava o pé porque era um tijolo. Hoje o celular só falta falar, tudo avançou, mas eu diria que o avanço mais espetacular foi na saúde. O Brasil tinha uma expectativa de vida média, na década de 40, de 43 anos de idade. A mortalidade infantil era 140 por mil nascidos vivos. Hoje a mortalidade infantil no Brasil é 18, São Paulo é 11, e a expectativa de vida, de 40 pulou para 75, quem passa dos 30 é mais de 80 e nós vamos rapidamente passar dos 100, e as mulheres não morrerão mais. Quero saudar aqui o deputado Newton Lima, e dizer o seguinte: eu vou encerrar porque o Mario Covas, Paulo Altomani, me ensinou que a gente não deve cometer três pecados: furar fila, interromper partida de futebol e atrasar o jantar. Muito obrigado!