Alckmin discursa em inauguração de pronto socorro de Botucatu

Mestre de cerimônia: Palavras do governador do nosso Estado de São Paulo Geraldo Alckmin.Geraldo Alckmin: Boa tarde a todas e a todos. Estimado prefeito de Botucatu, João Cury; professor Caldas, […]

seg, 18/04/2011 - 20h00 | Do Portal do Governo

Mestre de cerimônia: Palavras do governador do nosso Estado de São Paulo Geraldo Alckmin.

Geraldo Alckmin:
Boa tarde a todas e a todos. Estimado prefeito de Botucatu, João Cury; professor Caldas, vice-prefeito; vereador Curumim, presidente da Câmara; secretário de Estado da Saúde, professor Giovanni Cerri; deputado estadual, doutor Pedro Tobias; professora Laura Laganá, superintendente do Centro Paula Souza, de onde estamos chegando; prefeitos de Bauru, o Rodrigo; de Borebi, o Vaca; de Quadra, o Carlos Vieira; de Fartura, o Paulo Amamura; de Arealva, doutor Élson; de Porangaba, o Luiz do Deraldo; de Bofete, o Valdécio; Pardinho, José Francisco; Anhembi, o Ruy; doutor Sérgio Müller, diretor da Faculdade de Medicina da UNESP; doutor Emílio Carlos Curcelli, superintendente do HC; dona Marina Okoshi, diretora do pronto-socorro Doutor Virgílio José Lunardi; Marly Tieghi de Mello, diretora técnica do CAIS; doutor Toninho, Antônio Soares da Costa Neto; doutor Celso Olindo, diretor da DIG; tenente-coronel José Siqueira, comandante aqui do batalhão; e quero dar os parabéns aqui à Polícia Civil, à Polícia Militar e à Polícia Científica.

Nós comemoramos, nesse primeiro trimestre, o Estado de São Paulo, pela primeira vez na série histórica, baixou de 10 o número de homicídios por 100 mil habitantes. A Organização Mundial de Saúde diz que acima de 10 homicídios por 100 mil habitantes é epidemia e a terceira causa de morte no mundo industrial não é doença, é causa externa, é tiro, droga, moto, carro, é causa externa e uma delas homicídio. E o Estado de São Paulo que tinha 35 homicídios por 100 mil habitantes, fomos reduzindo, reduzindo, reduzindo, e, pela primeira vez, chagamos a 9,52 homicídios por 100 mil habitantes. O Brasil é 26. Algumas cidades brasileiras é 50; 70; 90. O Estado de São Paulo 9,5 e Botucatu 1,5. Das cidades com mais de 100 mil habitantes, foi a cidade mais segura, com os melhores índices do Estado de São Paulo, das maiores cidades, as cidades com mais de 100 mil habitantes. Isso se deve a uma ação social importante, uma ação policial e uma ocupação correta do espaço urbano. Parabéns viu João Cury, essa ocupação correta do parcelamento do solo, da ocupação do espaço urbano, ela é extremamente importante também.

Quero cumprimentar a Luciana Lunardi de Campos, filha do doutor Virginio José Lunardi, patrono aqui do Pronto Socorro; Marcos Monte, presidente da Associação Paulista de Municípios; o Roberto Colenci, diretor da FATEC; Djalma Bordignon, lá de Laranjal Paulista. Ontem João, estive aqui em Laranjal, eu venho sempre que posso, todo ano tem leilão de bezerros para Santa Casa e um churrasco. Todo mundo ajuda, e eu ano passado eu vim e ganhei um bezerro, aí doei para a Santa Casa, aí o senhor Djalma criou lá o bezerro. Então já estava um tourinho já, o Geraldão, e ele foi leiloado ontem. Então a maioria dos bezerros saiu na faixa dos R$ 800 R$ 700… o Geraldão pegou quantos? R$ 4 mil para a Santa Casa.

Cumprimentar o Júnior Cury; os nossos secretários municipais, profissionais de saúde; amigas e amigos. Uma palavra breve, mas dizer da alegria de estarmos aqui juntos. Não há nada mais importante do que a emergência. Aliás, é um equivoco isso na saúde, não é isso Pedro? Porque a emergência deve estar sempre os médicos mais preparados, mais experientes. Então a gente fica feliz. O Pronto Socorro aqui será com a Faculdade de Medicina da UNESP, não é isso? Então nós vamos ter aqui não só a grife, a marca, mas a equipe de uma das faculdades de medicina mais respeitadas de São Paulo, da Universidade Estadual Paulista, a UNESP, para prestar um bom serviço aqui, a Botucatu e a região. E como o Pronto Socorro atende também municípios vizinhos, então nós vamos ajudar no custeio. R$ 180 mil da prefeitura e R$ 300 mil do estado por mês, todo mês essa parceria. Essa parceria faz lembrar a história do doutor Lessa viu João? Tinha um médico em Pindamonhangaba, senhor Giovanni, que tinha fama de muito seguro. Aí o paciente de tempo antigo vai ao médico, ao doutor, consulta e na hora de sair ele fala: doutor eu não tenho como pagá-lo, mas eu sou alfaiate, se um dia o senhor precisa que eu pregue um botão, eu estou a seu dispor. Agradeceu, foi embora e tal. Diz que no outro dia o doutor mandou para ele um envelope com um botão dentro e disse: pregue o paletó neste botão. Mas a nossa parceira aqui é boa não é João? Mas, eu quero dizer da alegria de estar aqui em Botucatu, e as parcerias vão mais longe porque nós acabamos de visitar onde vai ser o centro de tratamento de dependentes químicos, que é hoje um grande problema mundial, de saúde mental, dependência de drogas e de álcool, tudo pelo SUS, de graça: 76 leitos, desintoxicação, laborterapia, esporte, internação, homens, mulheres, adolescentes, trabalho de fôlego. Passamos também em frente ao prédio do futuro hospital, nós vamos ter mais um hospital de 80 leitos, aqui para poder atender a cidade e a região. Então vamos ter o AME e ainda vamos ter a rede Lucy Montoro de reabilitação, fisiatria e fisioterapia, tudo para atender o SUS. Atender gratuitamente a população, e com qualidade.

E ainda fomos lá na Paula Souza, temos aqui uma FATEC, que é um das melhores do Estado. O ano passado ganhou bônus máximo, este ano foi pago o mais alto bônus, FATEC top. E vamos fazer dois grandes laboratórios, um laboratório para área industrial, laboratórios para indústria e outro para agronegócio, agricultura. Então, os jovens vão poder fazer a ETEC, de graça, curso técnico, um ano e meio, se quiser fazer a Faculdade. Ou tem duas opções, a faculdade tecnológica três anos ou a universidade através da UNESP. Mas, eu quero é deixar um grande abraço, dizer da alegria de estar aqui com todos. Não há nada mais importante, mais urgente do que a vida das pessoas. Eu tinha um professor na faculdade, Pedro Tobias, que dizia que a gente só tem uma escala de valores correta quando fica doente. A gente dá muita importância para coisas que não são importantes. Quando a gente fica doente, aí a gente tem uma escala de valores adequada, aquilo que é realmente importante é importante, aquilo que não é, não é. Então, não há nada mais urgente para o Governo do que garantir a população saúde de qualidade e gratuita. Tem um filme do Michael Moore chamado “SOS Saúde”, que ele mostra os modelos de saúde no mundo, uma grande critica ao modelo americano. E mostra que na nação mais rica do mundo, 40, 50 milhões de pessoas que não tem direito a nada. Camarada em uma máquina perde um dedo, aliás, perde dois dedos. Aí o seguro saúde diz que não pode cobrir, porque diz que estava dentro da carência. Aí um dedo custava $ 12 mil; o outro $15 mil. Ele opta pelo mais barato, implanta só o dedo de $ 12 mil aquele sofrimento da população e aí, ele vai para a Europa, vai à França. E pergunta a um casal que sai do hospital, o marido, a mulher e uma criança, quanto pagaram pelo parto. Eles não entendem, porque é impossível um europeu imaginar que se tenha que pagar para nascer, pagar quando fica doente, pagar para morrer. Não passa… Saúde é direito das pessoas. Então, ele não entende a pergunta. Aí, ele vê em hospital na França, um guichê, um caixa, falou “Não, alguma coisa aqui estão cobrando. Esse negócio não é bem assim”. Aí, ele vai lá e vê dinheiro, aí ele pergunta “O que é isso aqui?”. “Não, o doente que sai daqui, para nós saúde não é só operar costurar e mandar embora. Nós temos responsabilidade com a vida das pessoas. Essa senhora que está tendo alta não pode ir sozinha para casa, vai uma enfermeira e um táxi colocá-la dentro de casa para ter sua segurança. Nós estamos pagando para poder transportá-la até em casa”. Esse é o que a Constituição brasileira, eu fui constituinte, em 88 estabeleceu: saúde, direito do cidadão. Não precisa nem ser brasileiro. O estrangeiro que estiver de passagem pelo Brasil, caiu, quebrou o braço, ele está em território nacional. Ele tem direito a assistência. O problema é de financiamento, porque ficou caro e o Governo Federal diminuiu o seu financiamento ao ponto de hoje São Paulo ter R$91 milhões de faturamento extra-teto, quer dizer, está tudo fora do teto. A tabelo do SUS é pequena, mas, para São Paulo, é zero. Nós não recebemos nada porque nós estouramos o teto. E estouramos o teto atendendo o Brasil, vem gente do país inteiro. Nós fazemos quantos por cento de transplantes? 70% dos transplantes do país são feitos em São Paulo. Não vem gripe para cá. Só vem… Um dia desses, eu vi uma matéria bonita, muito bonita: as siamesas do sertão. Duas menininhas que nasceram siamesas, emendadas e era uma coisa muito dura porque elas já estavam crescendo, uma olhando na carinha da outra, grudada uma na outra, e aí, elas vieram para cá, Hospital das Clínicas, e foram operadas no HC aqui em São Paulo… Perfeitas as meninas. Saíram as duas bonitinhas. Uma festa. As siamesas do sertão. Voltaram para o Nordeste. Cirurgia caríssima, complexa, difícil, UTI, tudo aqui em São Paulo.

Mas a gente fica feliz. Saber que o dinheiro dos brasileiros de São Paulo está sendo bem aplicado para poder atender a nossa população. E cumprimentar aqui o João Cury, pela sua colocação. Nós não podemos ter essa visão provinciana. Saúde sempre precisa ser vista de forma regionalizada, hierarquizada. Cada município tem o seu programa se saúde de família, sua equipe multiprofissional, referenciada a um ambulatório de especialidades, referenciada a um hospital. Não dá para todo o município ter tudo isso. Você precisa ter referência e contra-referência. Essa é a visão moderna e correta. E o Estado ajuda para a gente poder atender bem a região.

Parabéns a Botucatu!