Alckmin discursa em entrega de ampliação do Hospital do Mandaqui

Geraldo Alckimin: Bom dia! Bom dia a todas e a todos! Cumprimentar o Dr. José Manoel de Camargo Teixeira, secretário de Estado Adjunto da Saúde; Drª Magali Vicente Proença, diretora […]

ter, 07/02/2012 - 17h00 | Do Portal do Governo

Geraldo Alckimin: Bom dia! Bom dia a todas e a todos! Cumprimentar o Dr. José Manoel de Camargo Teixeira, secretário de Estado Adjunto da Saúde; Drª Magali Vicente Proença, diretora técnica do departamento de Saúde, aqui do conjunto hospitalar do Mandaqui; o deputado estadual aqui da região, Celino Cardoso; os vereadores aqui também da Zona Norte, o Claudinho e o Anibal de Freitas; a Drª Flávia Maria Porto, superintendente da Autarquia Hospitalar, representando o prefeito da nossa capital; a Edilma Gonçalves, presidente da Associação do Voluntariado aqui do hospital, saudando todas as nossas voluntárias e voluntários; o Marco Antônio Nunes Cabral, presidente do Conselho Gestor; os membros do Conselho Gestor, o corpo clínico, administrativo, profissionais de saúde, amigas e amigos.

Uma grande alegria, voltar aqui ao Mandaqui. Eu estive aqui no Carnaval de 2004, cedinho, uma segunda-feira, e peguei toda a ressaca do Carnaval aqui, parece uma frente de guerra, não é? E observei o seguinte: que as pessoas elogiavam muito depois que eram internadas. “Olha, fui bem atendido. Minha mãe foi operada, correu tudo bem”. Muitos elogios! Mas, o pessoal sofria muito até conseguir a internação. Então, numa quarta-feira de cinzas chamei lá o Drº Barratos, eu visitei três hospitais naquele dia. Chamei lá o Barratos: “Barratos, nós precisamos fazer um trabalho de humanização”. Aí, nasceu o “Conte comigo” e “Eu posso te ajudar”, aqueles estagiários de faculdade que a gente paga a faculdade para eles, eles fazem a faculdade de graça e nos ajudam nesse trabalho de primeiro contato na chegada dos pacientes e das famílias no hospital. E ficamos felizes de ver que esse trabalho de humanização.

Agora nós vamos ter um novo passo, que eu acho que é um desafio importante a humanização do trabalho. O Hospital do Mandaqui é um hospital antigo, de 1938, um hospital da época da tuberculose, quando você internava o paciente de tuberculose e operava, impressionante, as lobectomias, tirava-se aqueles pedaços de pulmão. Campos do Jordão tinha dezoito sanatórios-hospitais, aquele tempo não tinha antibiótico, então a pessoa contraia o bacilo de Koch, tinha que ir para um lugar alto, mais frio, e torcer para microbactéria, tuberculose Koch ficar quietinho lá, e morria moço. A causa de morbi-mortalidade no passado eram as doenças infectocontagiosas: em 1918, a Gripe Espanhola matou 300 mil brasileiros. Gripe! Vírus, não é? O Presidente da República, o Rodrigues Alves morreu de Gripe Espanhola, que nem o Tancredo, ele tinha sido eleito, mas entre a eleição e a posse, [pegou] Gripe Espanhola. O antibiótico mudou tudo, então, hoje em dia, trata tuberculose em casa, não precisa mais fazer aquelas lobectomias. Mudou.

E o hospital foi se transformando em um Hospital Geral, aqui de Mandaqui, depois o complexo, Conjunto Hospitalar, e uma grande referência em trauma. E hoje, as causa externas de morbi-mortalidade são a terceira causa de doença de morte no mundo moderno, é trauma, a primeira é coração e grande vasos; a segunda é câncer, neoplasias crescentes, que é ligado diretamente à idade; e a terceira não é a doença, é traumatismo, carro, motocicleta, tiro, violência, enfim, são as chamadas causas externas, especialmente nas regiões metropolitanas, especialmente nos finais de semana e especialmente envolvendo jovens. Os nossos jovens, sexta à noite, sábado à noite, correm risco de vida nas grandes cidades, e aqui está esse grande complexo, esse conjunto de anjos de guarda para ajudar a nossa população. Nós estamos entregando um novo hospital, praticamente, porque passa de 300 para 450 leitos. O Conjunto Hospitalar aqui do Mandaqui é hoje o maior hospital da Zona Norte, uns dos grandes hospitais de São Paulo, então nós estamos em um novo hospital que se incorpora praticamente, esse bloco todo novo e a reforma do prédio antigo, bloco novo, inclusive com heliporto, para descer helicóptero, socorro mais rápido para alguém precisa; aumento de 67% na capacidade de cirurgias, de leitos de terapia intensiva, é o caso de mais alta complexidade; uma referência importantíssima aqui pra região toda, aumento de leito de UTI, sala de cirurgia, sala de enfermaria… Todo um conjunto.

Hospital escola, aqui tem internado e residência médica. É importante você ter um hospital que tem excelência, porque ele é um centro de formação de recursos humanos, além dele atender a população. Então a gente fica muito feliz de hoje, juntos aqui, darmos mais um passo, recuperando o prédio antigo e inaugurando as novas instalações do novo bloco, novas salas de cirurgia, terapia intensiva, área de pediatria, toda uma retaguarda aqui para a região e para o hospital.

Aqui temos do lado também um trabalho bonito é o MandaCRI (Centro Referência do Idoso), aqui do Mandaqui, que é o MandaCRI e isso que vai atender tudo aqui, na nossa região. Queria agradecer ao doutor José Manuel, o professor Giovanni Cerri, que tá lá na inauguração do Centro Oncológico, do outro lado da cidade. Nós assinamos hoje aqui a nomeação de mais 26 médicos e dentistas, inauguramos há três meses, a dois quilômetros daqui, o hospital de retaguarda no Imirim, que é o hospital São José. É importante para abrir leitos mais depressa, então você tem um hospital de retaguarda que não precisa da complexidade que tem aqui o Mandaqui que é mais caro. Você tem os hospitais de retaguarda que ajuda a atender a população e melhora o atendimento do Mandaqui. Agradecer a nossa diretora, doutora Magali, e em seu nome, todos os funcionários, todo o Corpo Clínico, colegas, os profissionais de saúde… Como é um hospital de trauma, se no futuro precisar de um anestesista, não esqueçam aqui do doutor Geraldo.

Agradecer aqui os nossos parlamentares: Celino Cardoso, deputado aqui da região, muito aplicado aqui na região; o Claudinho; senhor Aníbal de Freitas; aqui também os vereadores. Eu quando era estudante… para ver como a medicina avançou… estudante gosta de cirurgia, gosta de ficar perto do Centro Cirúrgico. Então, eu fazia medicina em Taubaté, era estudante, e lá em Pinda [Pindamonhangaba] grudava no Drº Caio, que era cirurgião para ir lá ajudar, tal, a Santa Casa. Aí um dia fui lá, Zé Manoel, e naquele tempo não tinha gás na parede, canalizado, era torpedo de oxigênio. Então, tinha um torpedo de oxigênio do lado da mesa de cirurgia, aquele torpedo, e ligava lá na cebolinha, lá no ‘Tacaoquinha’, e ventilava e operava o paciente. E não sei se foi enfermeiro, médico, quem foi, deu um esbarrão no torpedo, e o torpedo caiu. E aquilo faz um barulho espetacular. E não acontece nada, porque tem válvula de segurança. Mas o barulho é impressionante. Todo mundo apavorado, tal, explode, não explode, não sei o que…. Aí na hora que acalmou tudo, cadê o doente? O doente tinha se mandado. Aí eu que era o estudante, não é? Então, “vai atrás dele lá. Vai atrás, você que é estudante e tal”. Aí vou eu trocar de roupa, tal. E fui atrás. Cheguei no jardinzinho da Santa Casa… Santa Casa antiga tinha aquele jardinzinho ali, uns bancos, tal. Estava lá o camarada com o soro na mão, avental. Eu: “Não, volta. Não tem perigo, tal”. Quando eu fiz medicina… No seu tempo também. Não existia tomografia. Não existia ressonância magnética. Isso tudo tem menos de 30 anos. É impressionante o avanço que nós tivemos. Impressionante.

A expectativa de vida do homem primitivo, expectativa de vida média era 18 anos de idade. No Império Romano, era 24 anos de idade, a expectativa de vida média. No Brasil rural do século passado, a expectativa de vida média era 43 anos de idade, porque a mortalidade infantil era mais de 140, hoje a mortalidade infantil é 11 em São Paulo, 11. Em muitos municípios é de um dígito. A expectativa de vida pulou para 74 anos, as mulheres, cinco, seis anos a mais do que nós homens. Um dia desses, eu fui em um clube da terceira idade na Vila Prudente dar uma palestra lá, 200 pessoas, média de idade mais de 80. Só mulheres, os homens tinham morrido todos. E o nome do clube era “As Sapecas”.  É espetacular o aumento de expectativa de vida. Castelo Branco, que trabalha comigo, a mãe dele vai fazer o mês que vem 103 anos, toma cervejinha todo domingo. 103. Impressionante, não é? 

Agora, em razão disso, a saúde vai ser o grande empregador do futuro, cuidadores de idosos, profissionais, pesquisa, indústria, equipamentos, eletrônica, ciência, farmacêutica, química. Então o grande PIB do mundo, o grande emprego do mundo, grande serviços é impressionante como vai crescer, e aí nós temos que cuidar do financiamento, temos que preocupar com isso, eu tenho alertado isso permanentemente, porque a Educação diminui 2% de alunos por ano. Nasce menos criança. Minha esposa, a Lú, é a sétima filha de 11 irmãos, minha sogra teve 11 filhos, hoje qual família tem três, não é? Então você tem menos criança. Então, o Brasil que era um país jovem, é hoje um país maduro e vai ser um país idoso. Então você tem menos crianças, sobram prédios escolares, porque diminuiu… nós tínhamos seis milhões de alunos, hoje tem 5,5 milhões, daqui alguns anos vai ter menos ainda. Então, o per capita fica maior, porque você vai ter mais dinheiro per capita por aluno. Em compensação, na Saúde, nós temos um problema de financiamento, porque a população envelheceu e você tem maior demanda. A medicina ficou mais cara e mais sofisticada. Esse é um outro lado e, por isso a gente tem sempre alertado: Olha, precisamos colocar mais dinheiro, mais recurso para a Saúde, porque há um mundo em mudança, que é um mundo que, demograficamente, tende a ficar a população mais idosa e com qualidade de vida. É impressionante, não é? A pessoa vive mais e com boa qualidade de vida. Mas eu quero deixar um abraço, agradecer muitíssimo aqui todos vocês, parabéns aqui ao conjunto, a toda a equipe do Conjunto Hospitalar aqui do Mandaqui.Muito obrigado!