Alckmin discursa durante anuncio do Simples Nacional

São Paulo, 11 de outubro de 2012.

qui, 11/10/2012 - 16h52 | Do Portal do Governo

Governador Geraldo Alckmin: Bom dia a todas e a todos. Nosso anfitrião, o José Maria Chapina Alcazar, presidente do Sescon, nosso contabilista. Eu fiquei muito frustrado, porque eu adoro um decreto. Quem manda é a portaria, mas o Calabi disse que hoje mesmo já vai fazer. Deputado federal, contabilista, Arnaldo Faria de Sá; Dr. Andrea Calabi, secretário do Estado da Fazenda; Alencar Burti, presidente do Conselho Deliberativo do SEBRAE; o Roberto Mateus Ordine, vice-presidente da Associação Comercial de São Paulo; Almir da Silva Mota, presidente da Fecontesp; Adelino Dias Pinho, presidente do Ibracon; o Pedro Zidoi, presidente do ABC Farma, representando as entidades do Fórum do Empreendedorismo; José Clovis Cabrera, coordenador do CAT; José Constantino de Bastos Junior, presidente da Junta Comercial, a Jucesp; membros aqui do Sescon, da Ascon, lideranças, amigas, amigos, entidades aqui presentes, nos alegram com a sua presença.

Olha, um grande entusiasmo. Eu acho que quanto mais nós desburocratizarmos, estimularmos a atividade empreendedora, nós estamos ajudando a população. O povo brasileiro é muito trabalhador. Eu ia, Chapina, quando fui candidato em 2010, nas portas das garagens de ônibus, então os motoristas saem as 04h30 da manhã, 4 da manhã, estão todos lá para começar a jornada. Eu cheguei 03h30, 4 da madrugada e via senhoras, aquele frio. Mês de julho, 4 da madrugada, com duas bolsas de café para servir o cafezinho ali, ganhar o seu pão de madrugada ali. Imagina, ela deve preparar o café as 2 da manhã, tomar condução, para ir lá na porta da garagem pra vender o cafezinho e ganhar o pão, então o povo é muito trabalhador. E nós precisamos fortalecer essa cultura empreendedora e trabalhar para formalizá-la, para até que possa florescer mais atividade empreendedora e ter mais segurança as pessoas, os trabalhadores, os empreendedores.

Eu ouvia dizendo o seguinte: “Olha, abrir empresa é difícil, mas fechar é impossível”. Anos e anos e ainda ficava alguma pendência. Então é uma medida de grande significado, porque agora é auto declaratório: fechei, suspendi. Está suspenso e está fechado. Aí é só guardar os documentos por cinco anos e a Fazenda que se quiser vai correr atrás para verificar se tem alguma coisa, enfim. Mas está suspenso e está fechado. Inverteu a situação, porque como tem um número grande, ficava dependendo da Fazenda e a fazenda também não podia dar baixa se faltasse alguma coisa. Eu diria que é uma mudança cultural de grande significado, porque nós estamos começando pelos micros e pequenas empresas, mas que já representam dois terços das empresas. E queremos no menor prazo possível estendê-la a todas as empresas no Estado de São Paulo.

Eu gosto de ranqueamento, não no sentido de ser melhor do que o outro, mas no sentido de avaliar competitividade. E em uma análise do E-business de 183 países, o Brasil é o centésimo vigésimo, é 120. Está lá para trás, de 183, para começar o negócio. Então, nós precisamos realmente fazer um choque aí de desburocratização, de simplificação para estimular a atividade empreendedora, para as pessoas investirem mais, montarem os seus negócios, criar emprego e renda para as pessoas.

Eu fui com a Lu, minha esposa. Hoje é quinta, terça-feira, lá na cratera. Cratera é onde dizem que há milhões de anos caiu um meteorito lá na Vagem Grande do Sul, em Parelheiros. Uma cratera, assim. Um vulcão praticamente, e ali mora uma Pindamonhangaba, mora ali cem mil pessoas. Vargem Grande, na região de Parelheiros. E a Lu for montar lá uma escola, Polo de Escola de Moda. Então, as mulheres, tem homem também. Forma modelista, costureira, bordadeira, pilotista, que instala aquelas máquinas overloque e aprendem a costurar. Mas a fila para estudar e saber é um negócio impressionante. A formatura foram 25, e elas, na formatura, fizeram as suas roupas e desfilaram cada uma com a roupa que fez. Desfile de pessoas de 18 anos até 80. E é fantástica essa capacidade do brasileiro de empreender, de se virar, de trabalhar, de arregaçar a manga, especialmente das mulheres.

Homem, quando tem dificuldade, deprime, bebe um pouco. Mas as mulheres são fantásticas. Aliás, um dia desses, eu ouvi uma boa, viu? Eu fui a Indaiatuba, fomos inaugurar lá uma grande empresa, e aí uma delegada de polícia, disse: “Dr. Geraldo, queria que o senhor fosse à Delegacia de Defesa da Mulher”. Aí eu: “Estou atrasado, tenho que ir ainda a mais cidades”. “Não, não, mas dá uma passadinha. Eu reformei tudo, está tudo brilhando, o senhor vai gostar”. Insistiu, insistiu. “Está bom. Então, passo lá, mas um minuto”. “Está bom, passa lá”. Aí, fui lá, meio fora de mão, passei lá. Cheguei, realmente muito bonito. Reformou tudo, pintura, equipamento. Muito capricho. Tinha lá orquídeas e tal. E fomos andando no corredor, e ela mostrando tudo, entusiasmada. Aí, no fim no corredor, uma cela, assim, uma grade, e ela falou: “E aqui, doutor, é onde os homens choram e ninguém ouve”.

Mas nós queremos igualdade de gênero e queremos empreendedorismo, oportunidade para todos. Diz que a tarefa obra-prima do estado é a felicidade das pessoas, essa é a obra-prima do estado. A melhor maneira da pessoa se sentir feliz é se realizando, através da sua vocação de servir, você se sentir útil, saber que seu trabalho está dando resultado, você está ajudando a melhorar a vida das pessoas. Ter a retribuição daquele esforço, daquele trabalho. E governo não gera emprego e não cria riqueza; governo estabelece regras de convívio social. Se têm duas pessoas, já precisam ter regras de convivência civilizada, de respeito e de convivência. Quem cria emprego e riqueza são os empreendedores. E nós ficamos felizes, Chapina, de estar aqui, na Casa do Empreendedor, que não tem empresa sem saúde financeira, sem contabilidade, sem responsabilidade, sem eficiência, sem todos os critérios da boa gestão.

Então é com grande alegria que portaria no Diário Oficial, o mais rápido. Amanhã é feriado. Você vai ter sorte, que vai ficar para segunda-feira. Portaria no Diário Oficial. O Angarita, no tempo do Mário Covas, que adorava um decreto. Qualquer coisa que surgia lá: “Não, eu preparo o decreto…”. Mas ele foi mais prático, o Arnaldo Faria de Sá. Vamos caprichar na portaria rapidamente. Acho que estamos dando um grande passo, grande passo do ponto de vista de cultura, de economia, de estímulo à atividade do empreendedor, e vamos dar os outros passos aí, não nos esquecendo da substituição tributária. Parabéns a todos.