Alckmin discursa durante abertura da 68ª edição da Assembléia Geral da SIP

São Paulo, 15 de outubro de 2012.

seg, 15/10/2012 - 13h00 | Do Portal do Governo

Governador Geraldo Alckmin: Boa tarde a todas e a todos. Quero saudar o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab; o Milton Coleman, presidente da Sociedade Interamericana da Imprensa; Scout Schurz, presidente honorário vitalício da SIP; Júlio César Mesquita, presidente do Comitê Anfitrião; Juan Luis Correa. Saudar todos os jornalistas, palestrantes, participantes, autoridades aqui nomeadas, amigas e amigos.

É com muito prazer que o Brasil recebe pela terceira em sua história uma Assembleia Geral da SIP. Como lembrou o Júlio Cesar Mesquita, a primeira delas em 1975, em plena Ditadura Militar, a segunda em 1991, encontrou o Brasil que reencontrava a sua democracia, mas afundava no caos econômico e na desorganizando dos meios de produção. O Brasil de hoje vive um momento singular: estabilidade econômica, com liberdade de imprensa, ambas conquistadas à duras penas dos últimos vinte anos. Mudamos muito, mudamos para melhor, mas a história recente mostra a que liberdade de expressão não é um ativo, cuja conquista podemos imaginar irreversível, pelo contrário, deve ser defendo ida dia após dia, de sua ameaça. Por exemplo, é como oxigênio que respiramos, só recebemos seu valor quando sentimos a sua falta, de ameaça que estamos falando?

Creio que o populismo, com viés autoridade, representa hoje nas América a maior ameaça, não só a liberdade imprensa, quanto a sua raiz mais ampla, que é a liberdade de expressão, direito individual, base de fundamental para o ser humano; executada sob lemas grandiosos como democratização dos meios de comunicação, ou controle social da mídia. Essa ameaça tem sempre a mesma receita, o poder esmagador do estado e dose variadas de truculência, sobre ela tenho opinião, é obrigação do Estado, oferecer educação pública e gratuita a crianças e jovens. É papel do estado formar cidadãos com juízo críticos, capazes de produzir cultura e informação, capazes de defenderem-se por si próprios, mas pode o estado sob a bandeira da democracia usar dinheiro público, dinheiro do contribuinte para proteger expressão de uns contra a expressão de outros.

O estado não pode imaginar-se como juiz da imprensa, como conquista civilizatória a liberdade de expressão não pertence ao universo oficial. Não pode porque a liberdade podendo ser um bem fornecido pelo estado, não é um bem, que possa ser usurpado pelo estado. Abusos da imprensa, e eles ocorrem, se combatem com mais liberdade, e não com menos. Combatem-se quando de fato existem com juízes de verdade, no judiciário.

Vivemos um período de mudanças tecnológicas profundas no mercado de comunicação. Hoje, entrevistas nas rádios são filmadas, vê-se TV pelo telefone celular, os jornais estão na internet, o conteúdo jornalístico se espalha como poeira ao vento, às vezes atingindo sua missão, às vezes perdendo sua alma no meio do caminho. Tudo mudou. Mas algumas coisas não se perdem. O diâmetro da imprensa, por exemplo, é e sempre será o mesmo da civilização, como afirmava Victor Hugo. Não tenham dúvida, quanto mais liberdade cultural, artística e jornalística existir em um determinado país, maior é seu grau civilizatório, mais avançado seu patamar de desenvolvimento, maior o bem-estar de sua população. Cabe a nós definirmos o diâmetro de nossa civilização. Muito obrigado.