Alckmin discursa ao lançar edital das obras do Hospital Regional de Itanhaém

Itanhaém, 10 de novembro de 2012

sáb, 10/11/2012 - 20h05 | Do Portal do Governo

Governador Geraldo Alckmin: Boa tarde a todas e a todos. Estimado prefeito João Carlos Forssell, prefeito de Itanhaém. O Marco Aurélio, presidente da Câmara e prefeito eleito aqui de Itanhaém. Deputado federal Beto Mansur. Nosso sempre constituinte, deputado Koyu Iha, meu colega de Câmara Federal. Deputado Samuel Moreira, líder do Governo na Assembleia. Deputado Luciano Batista. Professor Giovanni Cerri, secretário da Saúde. Clodoaldo Pelissioni, superintendente do DER. Cristiane Andriello, diretora financeira do Consaúde, com quem temos o convênio aqui para a gestão do hospital. O Dr. João Henrique Tergolino, diretor técnico do Hospital Regional aqui de Itanhaém. José Antônio Antosczezem, diretor administrativo. O Júlio Eduardo dos Santos, secretário nacional de Transporte e Mobilidade Urbana, do Ministério das Cidades. Luiz Carlos Rachid, gerente regional da CDHU. Major Diniz. Francisca do Amaral, coordenadora do grupo de voluntários e do projeto Capelania Hospitalar. Grupo de voluntários Doutores da Graça. Amigas, amigos, todos os colaboradores, nossa equipe aqui de funcionários, colegas profissionais de saúde. É uma grande alegria.

Hoje é um dia proveitoso. Cedo foi entregue o aeroporto de Registro. Eu tinha dito ao secretário dos Transportes que se não ficasse pronto o aeroporto, ele desceria nem que fosse de paraquedas. Entregamos lá o aeroporto. Está prontinho o aeroporto de Registro, isso vai ajudar a impulsionar a região do Vale do Ribeira. E 150 casas, também lá em Registro.

Depois, a Rodovia Manoel da Nóbrega, a rodovia SP-55, foi recapeada, acostamentos, que não tinha, trechos de terceira faixa e sinalização entre a Régis Bittencourt, em Miracatu, passando por Pedro de Toledo, Itariri, até Peruíbe. Agora começa, nesse mês de novembro, a recuperação da Manoel da Nóbrega de Peruíbe até Itanhaém, começa a obra já agora. São R$ 30 milhões, a obra são 20 km. Depois, de Itanhaém até Mongaguá. Depois, de Mongaguá até Praia Grande. Em Mongaguá, nós vamos ter cinco passarelas também. Em Praia Grande, um novo viaduto. Em São Vicente, uma nova ponte no Barreiro. E três viadutos novos para eliminar os semáforos. Então, nós vamos ter a Manoel da Nóbrega, a SP-55, totalmente ampliada, recuperada, modernizada. Nós vamos ter trechos em que a pista vai ser ampliada.

Mas o mais importante, e disse bem o Forssell aqui, do aeroporto. E a outra vez que ele foi prefeito, eu fui governador, nós investimos aqui no aeroporto. Aliás, estamos investindo mais R$ 9 milhões aqui no aeroporto. Nós estamos em uma região que é das mais prósperas do Brasil. O que é que dá emprego? Serviços, setor terciário da economia. É turismo, praia, gastronomia, hotéis, restaurante, hospital, educação. Serviços. Pré-sal, petróleo, Petrobras, porto, indústria, polo petroquímico. É óbvio que precisa ter retaguarda de logística, então investimos no aeroporto. Aí, ganhei duas páginas de crítica de um grande jornal de São Paulo, dizendo que o aeroporto era superdimensionado. Hoje, no aeroporto não cabem helicópteros, ele é insuficiente só como base de helicópteros, imaginem aviões, imaginem se a gente não tivesse feito.

Nós precisamos estar pensando para frente e por isso nós estamos aqui. Ontem saiu o edital, ontem, dia 9, para fazer aqui do lado – e quero agradecer o Forssell, que nos arrumou o terreno – um prédio de oito andares. Nós teremos 11.500 m² de área construída. A gente imagina em 90 dias estar aqui cravando as estacas. O terreno já está limpo. Nós vamos ter aqui nesse prédio novo, no hospital novo, toda a área de emergência, cinco salas de cirurgia, vai ser uma grande retaguarda na área cirúrgica. Até eu disse ao Dr. João que guardasse uma vaguinha para mim de anestesista aí no hospital. Vamos ter, a mais, 20 leitos de UTI. Passa de 20 para 40. E mais dez de semi-UTI. Cinquenta leitos de terapia intensiva. Mais 140 leitos operacionais. Então, nós vamos ter 240 leitos ao todo. Heliponto. Se a polícia trouxer alguém rápido, alguém que precise de socorro: heliponto. E vamos reformar o prédio antigo.

Então, é uma torre nova, de oito andares, 11.500 m² de área construída, um grande hospital, com praticamente 40 leitos de UTI, mais dez de semi-UTI, e grande ampliação da área cirúrgica para atender aqui a população.

É uma grande conquista, o hospital estadual, 100% bancado pelo Governo do Estado. Nós temos uma boa parceria com o Consaúde. O Consaúde administra o nosso hospital de Pariquera-Açu, que é o Hospital Regional do Vale do Ribeira. Vamos inaugurar, no começo do ano, o novo AME lá em Pariquera, no Vale do Ribeira, novo prédio da Lucy Montoro, toda a parte de reabilitação e fisiatria, fisioterapia, para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. Vamos melhorar muito a parte hospitalar lá também do Vale do Ribeira. No litoral sul, esse será o grande hospital regional, pegando aqui Mongaguá, parte de Praia Grande, Peruíbe, até Juquiá, até uma parte do Vale do Ribeira.

Inauguramos o Hospital Emílio Ribas, que é um hospital de moléstia infecciosa, só tinha em São Paulo. Já inauguramos, no Guarujá, o Emílio Ribas II. E o melhor serviço de câncer do Brasil é o Icesp. Aliás, foi eleito o melhor hospital do país, do SUS, pelos pacientes, o Instituto do Câncer de São Paulo, o Icesp. É a ponta da ponta em termos de recursos humanos, tecnologia, humanização. E nós vamos ter o Icesp II, aqui também na Baixada, no Guilherme Álvaro, está bastante adiantado.

Governar é escolher, não é isso? Porque o dinheiro é que nem na casa da gente, nunca dá para tudo, você fica ali escolhendo o que é mais urgente e necessário. A mesma coisa é o governo, porque não tem como aumentar imposto, então você tem limitações e trabalha ali apertado. Então, governar é escolher onde é que você investe.

Não tem bem maior do que saúde, a gente só dá valor para a saúde na hora que perde, não é? Um dia desses, um amigo, arrasado, falou: “Puxa, eu tive uma dor de barriga, desidratação, achei que era gastroenterocolite, fui fazer uma série de exames”. Ele já tinha alguma idade e tal. Câncer no cérebro e no pulmão. Operou o do cérebro e agora vai fazer quimioterapia para o do pulmão. Aí, a gente só tem uma escala de valores adequada na vida quando está doente. Quando a gente não está doente, a gente se preocupa com um monte de coisa pequena. Mas na hora que fica doente, a gente vê aquilo que realmente é importante.

Tem um filme do Michael Moore chamado ‘SOS Saúde’, onde ele mostra o modelo saúde business. Saúde é negócio, é para ganhar dinheiro, modelo americano. Modelo europeu: saúde é direito. Então, nesse filme do Michael Moore, um casal sai de um hospital com uma criança no colo, a mamãe deu à luz e sai o casal com a criança. Aí, pergunta: “Quanto o senhor pagou?”. O cara não entende bem, porque não passa pela cabeça de um francês que se pague para nascer, ele não consegue entender. Aí, está saindo um velório, ele vai lá: “Quantos vocês gastaram aqui?”. Eles não entendem, porque não passa pela cabeça de ninguém que tem que pagar para morrer. Depois ele vê um caixa, falou: “Alguém está te cobrando aqui”. Aí foi lá e “Não, não, é que, para nós, saúde não é só operar, costurar e mandar embora. Não. Saúde é uma visão integral. Essa senhora não tem como ir para casa sem ter um acompanhamento. Então, nós vamos pagar o táxi para ela, para deixá-la com segurança em casa”.

Saúde é direito. Quem pode, faça convênio, pague, mas nós temos que garantir saúde de qualidade e de graça, desde o pré-natal até a melhor idade. Isso é dever do governo. E fazê-lo com o que há de mais moderno em termos de tecnologia. Esse é o nosso compromisso.

Quero agradecer ao professor Giovanni Cerri. Qual é a melhor universidade do país? Aliás, do país e da América Latina, uma das melhores do mundo. Chama-se USP, Universidade de São Paulo. Bancada pelo dinheirinho dos paulistas, nenhum dinheiro aqui federal, tudo do Estado. Qual é o melhor, o curso de ponta da USP? O top lá? Medicina, Dr. Arnaldo. Quem é o diretor da Faculdade de Medicina? Professor Giovanni Cerri. Nós fomos buscar o top do top lá para a gente fazer um trabalho para valer.

O que é que nós estamos fazendo? Regionalização e humanização. Diminui a política da ambulância, então, regionalização. Vale do Ribeira, vamos melhorar a resolutividade. Litoral sul, melhorar a resolutividade. Baixada. Litoral Norte é o próximo passo. Vale do Paraíba, Alto Ribeira. Então, regionalização e humanização.

E saúde dá muito emprego, saúde tem uma grande importância social, socioeconômica, porque o hospital é muita gente trabalhando, se abrem muitos postos de trabalho. Agradecer ao professor Giovanni e a toda a equipe da Secretaria da Saúde. Aos nossos parlamentares. O deputado federal Beto Mansur já está nos ajudando aqui. Porque nós estamos encerrando a licitação do VLT, que é o Veículo Leve sobre Trilho, é o trem. Vai ligar Santos, São Vicente, Praia Grande, vem vindo aqui para o litoral sul. Está nos ajudando no financiamento lá no Ministério das Cidades. Nós já licitamos a obra. Já licitamos o trem, o VLT, e estamos acelerando aí as obras. Agradecer ao Samuel e ao Luciano, dois bons deputados estaduais. E ao Luciano, quero agradecer pelo bom gosto do Neymar. Eu sou do tempo do Dorval, Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe. Você não tinha nascido… Olha aí, vou ter que ouvir essa, não é?

Eu fiz agora, há dois dias, fiz 60 anos, agora no dia 7. E tem uma colega de escola, foi minha colega de ginásio, científico e medicina, sempre foi bonitona e continua, viu? Então, um dia desses eu encontrei com ela, é de Pinda, colega pessoal, amiga de infância, aí falei: “Doutora, e está tudo bem?”. Ela falou: “Não, não, eu estou revoltada”. “Por que é que está revoltada?” “Eu abri o jornal hoje e estava lá escrito: Idosa atropelada. Aí, fui ler a matéria. A menina tem 60 anos!”

Quem é idoso? Idoso é quem tem pelo menos dez anos a mais do que nós. Se você tem 30, é quem tem mais de 40. Quando você chegar aos 40, é quem tem mais de 50. Quando chegar aos 50, é quem tem mais de 60, e vai empurrando. A medicina chinesa, que tem 4 mil anos, diz o seguinte: envelhecimento é normal, não é doença. Doença é desequilíbrio. Se a gente conseguir ter uma boa visão de mundo, com bons hábitos… A maioria das doenças são maus hábitos. A educação para a saúde pode fazer mais do que um hospital. Não é fácil ficar doente. O sujeito come errado 30 anos, bebe 40 anos, fuma… Um dia desses eu fui na Rua 7 de Abril, em São Paulo, gosto de tomar um cafezinho… Fui pagar o café e tinha uma parede de cigarros ali no caixa, não é? Aí eu olhei o primeiro maço, uma cinza caindo assim, escrito “Cigarro dá impotência”. Aí, olhei o maço do lado, uma caveira, “cigarro mata”. Aí, eu perguntei para a mocinha do caixa: “O pessoal lê isso aqui e compra o cigarro?” “Ah, doutor, compra. Mas todos querem o que mata.”

Mas eu quero dizer da alegria… deixar um grande abraço para o Forssell. Vocês têm um grande prefeito aqui, viu, não só na altura. Eu estava vendo aqui qual é o principal indicador da Organização Mundial de Saúde: mortalidade infantil. Mortalidade infantil é o número de mortes no primeiro ano de vida de cada mil nascidos vivos. Então, de cada mil crianças nascidas vivas, no primeiro ano, quantos mortos. Esse é o índice da OMS. O município de Itanhaém tinha, há dez anos, 21,92… 22, o índice de mortalidade infantil. O ano passado foi 14,02, caiu quase 40%. Foi de 22 para 14 e vai baixar mais ainda. O Marco Aurélio aqui, que é mais jovem, vai suar mais a camisa. Mas eu quero deixar um grande abraço. Preparem o café que daqui a 90 dias a gente vem cravar a primeira estaca, aqui, do grande hospital. Parabéns a todos.