Alckmin discursa ao entregar mega-ambulatório de oncologia do Hospital Heliópolis

São Paulo, 22 de março de 2013

sex, 22/03/2013 - 15h42 | Do Portal do Governo

Governador Geraldo Alckmin: Bom dia a todas e a todos! Cumprimentar o professor Giovanni Guido Cerri, secretário de Estado da Saúde, o deputado Jooji Hato, médico, cirurgião. Sou anestesista, nós podemos fazer uma clínica, né? Só falta um doente corajoso, não é? Cumprimentar o Dr. Abrão Rapoport, diretor aqui do Hospital Heliópolis, saudando todos os nossos diretores de hospitais do estado. O dr. José Manuel de Camargo Teixeira, secretário de Estado-Adjunto da Saúde. dra. Marisa Madi, coordenadora da Rede Hebe Camargo de Combate ao Câncer. Colegas todos da área da saúde, profissionais vários da área da saúde, amigas e amigos.

É uma grande alegria, hoje é o dia de comemoração. São Paulo ganha no Hospital Heliópolis, que é um grande hospital, hospital tradicional, de qualidade, cirúrgico, ganha uma ala voltada à oncologia, ao tratamento do câncer. Já funcionando com a quimioterapia. São 19 poltronas, 19 leitos, a parte de quimioterapia injetável. Nós vamos poder atender 1.200 pacientes em quimioterapia. E 40 consultórios para também a oncologia aqui na região sul da cidade, da região metropolitana. Foram investidos R$ 47 milhões e agora começam a chegar os equipamentos para a parte de radioterapia. Então nós teremos um tratamento completo: cirurgia, quimio e radioterapia. Aqui terá o PET-CT, que é tomografia computadorizada por emissão pósitrons. A mais moderna tecnologia para rastreamento de tumores. Dois tomógrafos, raio-x telecomandado, mamógrafo, aparelho radiodiagnóstico odontológico, densitometria óssea. Teremos também ressonância magnética, enfim, todo o que há de mais moderno na parte de radioterapia.

Chegaremos a 30 mil pacientes/mês aqui neste serviço, nesse trabalho. E nós estamos fazendo um trabalho para recuperar e modernizar os grandes hospitais. Aqui tem residência não tem? Inclusive, principalmente os hospitais universitários. Ontem esteve em São Paulo, o presidente do BID, que é o Banco Interamericano de Desenvolvimento, que é um bom parceiro. Que nós rolamos a nossa dívida já antiga contratual e mobiliária com o governo federal. E ela é rolada e reduzida, era 2,2 vezes a Receita do Estado, hoje é 1,4. A dívida está caindo fortemente à dívida do Estado. Mas ela é rolada, a IGP-DI mais 6% ou 9%. Na maioria dos casos nos Estados, é 9%. O IGP-DI o ano passado deu 8%, inflação. 8% mais 9%, 17% ao ano. O BID nos empresta a 1,4% ao ano, 1,4%. E nós fizemos um pedido de financiamento para saúde de US$ 270 milhões. E ele estava na prioridade B, e agora passou para prioridade A. Embora a gente deva assinar no fim do ano esse financiamento, o Estado já pode começar, se tiver recursos, a investir antecipadamente e depois o BID restitui o recurso. Digo isso porque o Hospital Heliópolis está dentro do nosso programa de investimentos. Então é um hospital de 1969, hospital que tem mais de 40 anos. A área de saúde é muito rápida, o avanço tecnológico, então precisa ser modernizado. Então, nós vamos fazer uma torre nova, uma torre novinha, com a melhor e mais moderna tecnologia e depois reformar o prédio antigo.

Então, dois investimentos, ganha uma torre nova e reforma o prédio antigo. Então, o professor Giovanni e o Abrão Rapoport já vão correr o projeto executivo para gente poder licitar aí a torre nova e poder dar um grande avanço aqui no Hospital de Heliópolis. E o serviço de oncologia. Nós temos uma boa retaguarda na área de cardiologia, que é a primeira causa de doença e morte no mundo. Temos os melhores institutos, aqui o Incor. Eu estou fazendo um prefácio para o livro do professor Rui Vaz Gomide do Amaral, o grande anestesista; que foi o anestesista do primeiro transplante do Brasil de coração, do primeiro transplante de fígado, do primeiro transplante de rim e ele relata muito a parceria dele com o professor Zerbini. Então é impressionante o avanço da cardiologia, não é? Então, a rede paulista já existe, Incor, Dante, agora estamos ampliando para todo o Estado. A segunda causa de doença e morte é câncer. Então, a Rede Hebe Camargo terá 71 hospitais integrados com uma regulação oncológica 24 horas. Paciente lá na barranca do Rio Paraná, ele tem um problema, é comunicado à regulação oncológica, localiza mais perto da casa dele o serviço para ele ser atendido de acordo com a complexidade do caso.

Então, nós vamos inaugurar em abril. A Baixada Santista hoje sobe para São Paulo, vai ficar tudo lá no hospital Guilherme Álvaro, toda a parte de oncologia. Região sudoeste do Estado vai toda para Sorocaba. Vai ficar toda a referência em Itapeva. Então todas as regiões do Estado vão ter uma referência regional. A terceira causa de doença e morte, não é doença, é trauma. Aqui é um hospital cirúrgico, tem muita questão de trauma, todos nós estamos ampliando o GRAU, que é a chamada “tropa de elite do resgate”. É com quase 300 profissionais de enfermagem e médicos anestesistas, cirurgiões, intensivistas para a questão do trauma, inclusive com a parte de socorro e transporte terrestre e aéreo, integrando os 26 helicópteros. E vamos levar o GRAU para o interior. Nós vamos ter o GRAU, além de São Paulo, em nove regiões do Estado de São Paulo. E essa é a terceira causa de morbimortalidade.

Mas quero é trazer um abraço aqui muito afetivo a todos os profissionais, aos colegas aqui do hospital. Quero dizer que inauguramos um serviço novo, né, uma ala nova, e vamos investir no que já existe, que às vezes a gente faz muita coisa nova, mas deixa o que já tem ficando para trás, né? Nós vamos modernizar e investir em todos os hospitais universitários: Hospital das Clínicas, Rio Preto, Marília, Presidente Prudente, Heliópolis. Então, toda a rede de hospitais universitários recuperados. Com isso quero deixar um abraço, cumprimentar o deputado Jooji Hato que na Assembleia Legislativa tem sido um grande parceiro do governo do Estado, e dedicado à área da saúde. Cumprimentar o Rapoport, eu sempre, me corrija porque eu tendo a falar Leão Rapoport, é seu irmão, né? E tinha, o Leão é genro? Genro. Mario Covas que dizia: “a salvação do governo são os engenheiros”. Ele via que eu ficava meio frustrado, ele dizia: “os médicos também”. Mas assim, meio. O Leão Rapoport, irmão dele, fez um grande trabalho no governo Montoro, na área do departamento hidroviário do porto de São Sebastião, a hidrovia Tietê/Paraná, e o dr. Abraão Rapoport faz um trabalho aqui muito bonito, numa retaguarda aqui importante pra região. Agradecer ao professor Giovanni, o Giovanni é bom porque esse pessoal fotógrafo, né, os radiologistas, eles enxergam bem, hoje essa área de imagem ela avançou extraordinariamente bem e a radioterapia hoje é um avanço maravilhoso.

A medicina ela se transformou, mudou até o conceito demográfico, né? Eu tenho uma colega de escola que foi minha colega de ginásio, de científico naquela época e de medicina, endocrinologista. E sempre foi bonita a menina, e continua bonitona e tal. Aí, a turma da escola, um dia desses nós nos encontramos, aí ela tem a minha idade, aí eu perguntei: “Está tudo bem”? “Estou nada, eu estou revoltada”. “Mas, por que você está revoltada”? “Abri o jornal hoje e está lá: idosa atropelada”. Aí eu vou ler a matéria, a menina tem 60 anos, idosa! Então mudou, hoje em dia, o conceito e esse aumento espetacular de expectativa de vida e de qualidade de vida. A nossa tarefa hoje é oferecer esse avanço da ciência a todos de forma gratuita, gratuita, e com qualidade a todos.

Há um filme do Michael Moore chamado “SOS Saúde”, ele mostra os modelos do mundo. Estados Unidos, saúde, business, negócio. Então o cara perde dois dedos numa máquina, aí tinha que falar: um dedo, US$ 20 mil, o outro, US$ 22 mil e tal, aquelas confusões todas. Aí, vai para a Europa: saúde, direito. Então, na França, um casal sai de um hospital com uma criança, a senhora deu à luz, aí alguém pergunta quanto pagou e ele não entende bem, porque não passa pela cabeça de um francês que precise pagar para nascer, para morrer, para ser atendido, ele não consegue entender a pergunta. Aí ele encontra um caixa dentro do hospital, aí o Michael Moore está lá, aquele jeito gozador dele: “ah, agora eu peguei, alguma coisa estão pagando”. Aí vai lá, tem dinheiro, tal. O que é? “Não, a senhora foi operada, ficou de cama, e saúde não é só pôr um parafuso e mandar embora. Não, saúde é uma visão integral. Como é que ela vai voltar para casa? Então, nós estamos pagando o táxi e a pessoa para ir junto até levar em casa”. Esse é o conceito de saúde. Então, nós brasileiros, na Constituição de 88, tivemos a ousadia, na Constituição, de dizer: saúde é direito das pessoas. É diferente da Previdência Social, para aposentar precisa pagar, é contributivo, senão não aposenta na seguridade social brasileira. Mas a saúde não precisa pagar, acabou carteirinha, ninguém precisa ser empregado, registrado, basta ser cidadão brasileiro. Só que ela ficou cara, e a população envelhece, o Brasil que era jovem, hoje é um país maduro, caminha pra ser um país idoso. Então é uma grande falta de financiamento, então é uma crise de falta de recurso, mas nós estamos raspando aí o fundo do tacho para poder expandir os bons serviços de São Paulo para toda a nossa população oferecendo gratuitamente, com qualidade, com a melhor tecnologia, recursos humanos, essa assistência à nossa população. E essa é uma tarefa de todos e o Heliópolis está de parabéns!