Alckmin anuncia investimentos no Hospital Santa Marcelina em Itaquera

São Paulo, 20 de maio de 2013

seg, 20/05/2013 - 15h46 | Do Portal do Governo

Governador Geraldo Alckmin: Bom dia! Bom dia a todos e a todas! Quero cumprimentar nossa anfitriã, a irmã Rosane Ghedin, diretora-presidente do Hospital Santa Marcelina, nosso querido padre Rosalvino, das obras sociais Dom Bosco, o professor Giovanni Guido Cerri, secretário de Estado da Saúde, vereador Gilson Barreto, o Fabrício Santana, administrador aqui do hospital, a irmã Maria Inez, superiora das irmãs, a irmã Tereza Lorenzoni, diretora aqui do hospital, a irmã doutora Monique Bourget, diretora técnica, coronel Celso Aparecido Monari, o Antônio Gomes dos Santos, presidente do Fórum para o Desenvolvimento da Zona Leste, todas as irmãs aqui do hospital, corpo de voluntariado, corpo clínico, todos os colegas da área de saúde, amigas e amigos. A gente fica muito feliz de vir aqui no Santa Marcelina. Eu estava comentando com a irmã Rosane, o hospital tem 52 anos, né? Foi inaugurado em 1961. Quando foi inaugurado, ele tinha 150 leitos, um pequeno laboratório de análises clínicas, uma sala de parto, duas salas de cirurgias, sete médicos, 20 irmãs e 30 funcionários.

Assim começou o Santa Marcelina. Hoje é um dos quatro maiores hospitais dessa megalópole, terceira maior do mundo, que é a Grande São Paulo e um dos grandes hospitais do Brasil: 706 leitos, 800 médicos, 3,5 mil profissionais trabalham aqui. Banco de sangue próprio, centro de diagnóstico por imagem, ressonância magnética, tomografia, mamografia, medicina nuclear, hemodinâmica, transplantes, referência em transplante de medula óssea e de rim, capacitado para transplante de coração e fígado, 30 mil consultas médicas, 290 mil exames diagnósticos, 1,3 mil cirurgias, entre as quais de transplante e medula. Enfim, um dos grandes hospitais de São Paulo. Eu diria que é uma bênção para a nossa cidade e para a região, a zona leste é maior que o Uruguai, ela é um país, 4,5 milhões de pessoas. E nós precisamos valorizar a parte de emergência. Porque normalmente ocorre o contrário: ninguém quer ficar na emergência. Emergência põe a turma mais nova, residente, o pessoal vai querendo… E a emergência é um dos setores mais importantes, no sentido de salvar vidas, de dar o tratamento mais rápido, eficaz, equipamentos. E hoje, a obra que nós estamos aqui começando, eu quero cumprimentar a todos os trabalhadores e trabalhadoras, é uma grande obra e deve ficar pronta em 11 meses, nós estamos em maio e deve ficar pronta em abril, não é isso Irmã Tereza? Até abril, e nós vamos ganhar tempo, já vamos ver hoje a lista de equipamentos, porque os equipamentos do atual pronto-socorro estão bastante utilizados, gastos, então trazer equipamentos novos, mais modernos, para o novo pronto-socorro, abrir as licitações ainda este ano para a gente, quando estiver pronto o prédio, ele já estar equipado e já poder funcionar e a gente ganhar tempo aí nesse trabalho.

O grande pronto-socorro vai poder atender de 12 a 15 mil pessoas/mês, é um trabalho realmente importante! O convênio que nós assinamos é de R$ 7,5 milhões, fora os equipamentos. Então os equipamentos, nós vamos verificar aquilo que é mais urgente e mais necessário para a gente poder ajudar. Não é para a Copa do Mundo, é para a população aqui da zona leste. Agora, vai ser também, como nós estamos a 10 minutos do Itaquerão, então vai ser também uma referência, porque nós deveremos ter a abertura da Copa do Mundo aqui em São Paulo – um dos jogos intermediários e uma das finais, dos jogos finais – como é do lado aqui então fica como uma referência. Mas o pronto-socorro é para atender à comunidade aqui da zona leste com qualidade, para quem depende do SUS, atender da melhor forma possível.

E quero destacar a importância da questão da saúde, nós… Qual o problema hoje de financiamento? É que a população envelheceu, ótimo! No Brasil antigamente, se viviam 43 anos de idade, expectativa de vida média, isso há 80 anos. Hoje é 75 aqui em São Paulo, 73 no Brasil. Quem passa dos 30 anos sai da vulnerabilidade juvenil e vai para mais de 80. Se for mulher mais uns quatro anos, vive mais do que nós, homens. Um dia desses eu fui aqui na Irmã Tereza, na Vila Prudente, ao Centro da Terceira Idade, estava lá, ia dar a palestra. Tinha umas 200 pessoas, todas acima de 80, só mulher: os homens tinham morrido todos! E o nome do clube da terceira idade era “As Sapecas”. Então… Mas o fato é que o Brasil é um país maduro e caminha para ser um país idoso, o que é muito bom, a gente poder viver mais e com qualidade de vida, é ótimo, não é? Só que isso tem um impacto na saúde, precisa de mais recurso porque você tem mais problemas de saúde, e a medicina ficou muito cara! Eu, quando estudei medicina, não existia tomografia, ressonância, nada disso! Então é preciso mais dinheiro, mais financiamento. E São Paulo precisa aumentar o teto de São Paulo, porque a tabela é pequenininha, paga só metade, mas o problema é que além da tabela ser pequena, nós estouramos o teto R$ 1 bilhão por ano, não recebemos nada, nem essa tabela pequena. E aqui vem um paciente de fora, de São Paulo, Minas, Goiás, Paraná, Rio de Janeiro, do Brasil inteiro, a cada 20 minutos, nós atendemos alguém de fora de São Paulo. E não vem para cá, gripe: vêm para cá transplantes, doentes queimados, grandes traumas, casos complicados, que a gente atende, ninguém volta, mas é preciso subir o teto do Estado, quer dizer, a gente ao menos receber aquela tabela do SUS, porque nós estouramos o teto não porque queremos, nós estouramos o teto porque temos que atender aos pacientes. Em R$ 80 milhões por mês estoura o teto, dá R$ 1 bilhão por ano, que o Estado está arcando sozinho. Mas o fato é que nós precisamos avançar mais.

Mortalidade infantil caiu, é o mais importante índice da Organização Mundial de Saúde, hoje São Paulo é 11, é o menor índice do Brasil, a expectativa de vida média subiu, o que também é ótimo, nós criamos uma Rede Paulista de Combate ao Câncer, integramos 70 hospitais com call center. Então se precisar o paciente com câncer ou com diagnóstico lá na beira do rio Paraná, o posto de saúde entra em contato com a nossa central de vagas, de oncologia aqui no Icesp, no Instituto de Câncer, e ele já localiza o serviço mais preparado de acordo com a complexidade do caso, mais perto da casa dele, o mais preparado, o mais equipado para atendê-lo mais rápido. Então estamos integrando 70 hospitais na Rede Paulista de Combate ao Câncer. Lançamos também um grande programa chamado Recomeço, porque tem muito jovem que acaba se envolvendo com droga. Então um trabalho grande, o Brasil é hoje o maior consumidor de crack do mundo e o segundo maior consumidor de cocaína, é uma realidade isso! Então nós temos que ajudar esses jovens, temos que dar a mão para eles. Então estamos triplicando as vagas nos hospitais e fizemos o Cartão Recomeço. Não é para o dependente, mas é para a entidade que vai atendê-lo nas comunidades terapêuticas e nas casas de abrigamento, para ele poder recomeçar a sua vida, arrumar profissão, arrumar um emprego e poder se reencaminhar. E aqui na zona leste as irmãs marcelinas administram conosco através de contrato de gestão, o hospital do Itaim Paulista, o Hospital de Itaquaquecetuba e o AME, o ambulatório médico que é uma referencia importante também. Mas o principal é aqui o Santa Marcelina.

A irmã Tereza tem uma oração que eu gosto muito que é: “Jesus, o que você quer, eu também quero!”. E a saudosa e querida irmã Diva, que está no céu, ela emendava, dizia: “Jesus, o que eu quero, o senhor também queira, viu”? Então, temos as duas orações aqui para ter bastante fé! Mas quero é deixar um abraço muito carinhoso a todos, à equipe, essa grande família de 3.500 pessoas aqui trabalhando para ajudar a vida. Tolstói dizia que a verdadeira vocação de cada homem e de cada mulher é servir às pessoas, servir às pessoas. Eu fui à missa no Dia das Mães, na cracolândia e o Padre Gianpietro, ele tirou lá das ruas 400 jovens, 400, na Missão Belém, trabalho maravilhoso, agora estamos ajudando lá Jarinu. Aí, ele chamou durante a missa um jovem, um rapaz, uns 30 anos. Aí foram ele, a mulher e dois menininhos. Aí ele contou, irmã Rosane, que ele, padre Rosalvino, que ele estava lá na cracolândia e dois jovens se aproximaram dele, vieram andando e falaram: “você é um abençoado! Você é um abençoado”! Aí ele falou: “ah, estão gozando da minha cara, não é? Eu, morador de rua, nessa dureza aqui, droga, e o sujeito dizer que eu sou abençoado?” Foi lá tirar satisfação com os dois, os dois, ex-dependentes, sentaram com ele na calçada, conversa, conversa, conversa, convenceram a ele a acompanhá-los. Entrou na perua, foi para a casa de abrigo, de lá foi pra comunidade terapêutica em Jarinu e se recuperou totalmente, totalmente! Aí, o padre pergunta para ele, o padre Gianpietro: “por que é que você foi para o Haiti, ficar três meses no Haiti”? Ele falou: “olha, eu fui pela seguinte razão: eu só dei trabalho para todo mundo, dei trabalho para o meu pai, para a minha mãe, para a minha mulher que está aqui, para os meus filhos…Só dei aborrecimento, nunca ajudei ninguém, só atrapalhei a vida dos outros, só prejudiquei, só dei trabalho para todo mundo, então, eu me conscientizei de que eu tinha que ajudar alguém. Então eu fui ajudar o país mais pobre, a região mais pobre, afetada lá!” Ele especializou em Workframe, esse tipo de construção rápida, construção com ferro, muito rápida. Então ele falou: “eu fui lá, fiquei três meses trabalhando para erguer o prédio lá, da Missão Belém lá no Haiti, porque eu achava que eu tinha que ajudar alguém”.

As irmãs estão aqui, há quase… Mais de meio século, meio século, ajudando, ajudando, ajudando. E, sempre que a gente trabalha com o público, às vezes a gente não é bem compreendido. Por mais que faça, se esforce, pode cometer algum erro, ou não consegue atender tudo. Então, às vezes passa, inclusive, por dificuldade, mas é uma luta impressionante! Então, eu quero aqui deixar um abraço muito carinhoso! E dizer que a gente também tem falta de recurso, mas o que nós pudermos ajudar, nós vamos ajudar aqui o Santa Marcelina. E já pode ver os equipamentos aí, para gente ganhar tempo. Bom trabalho!