Alckmin anuncia a criação de 20 leitos para tratamento de dependência química no Caism da Água Funda

São Paulo, 26 de fevereiro de 2013

ter, 26/02/2013 - 16h27 | Do Portal do Governo

Governador Geraldo Alckmin: Bom dia a todas e a todos! Quero saudar o nosso secretário de Saúde, o professor Giovanni Guido Cerri, a nossa secretária da Justiça e Defesa da Cidadania, professora Eloísa Arruda, nosso secretário de Esporte, Lazer e Juventude, dr. José Auricchio Junior, a dra. Cláudia Kotait, diretora técnica aqui do Caism Dr. David Capistrano aqui da Água Funda, o dr. Sebastião André De Felice, coordenador de saúde da Secretaria de Estado de Saúde, professor Ronaldo Laranjeira, grande autoridade reconhecida internacionalmente na área de saúde mental, especificamente em dependência química, dr. Marcos da Costa, presidente da OAB seção São Paulo, dr. Cid Vieira de Souza Filho, conselheiro seccional e presidente da Comissão Antidrogas da OAB, dra. Tallulah, também da OAB. A OAB tem sido grande parceira do povo de São Paulo, muito obrigado. Capitão Samir, representando o batalhão aqui da região do Ipiranga, o capitão Sanches também aqui da região, membros do corpo clínico, profissionais da área de saúde, corpo administrativo, pacientes, comunidade aqui da região.

É uma grande alegria vir aqui ao Caism, aqui da Água Funda, um centro especializado na área da saúde, da saúde mental, abrir aqui mais 20 vagas para jovens. Aliás, de todas as idades, a partir de 18 anos de idade, do sexo masculino, mais 20 leitos. Nós chegamos então a 910 leitos públicos ou contratados. Nós criamos, nesses dois anos, 665 leitos, chegamos a 910. E quero assumir aqui um compromisso com vocês, os recursos que precisarem, humanos, materiais, financeiros, vagas, todo esforço vai ser feito! E é uma tarefa coletiva, primeiro, multiprofissional, de médicos, psicólogos, assistentes sociais, terapeutas ocupacionais, enfermagem, farmacêuticos, fisioterapeutas, nutricionistas, técnicos em reabilitação física, cirurgião-dentista, área administrativa, apoio. É o trabalho multiprofissional! Muito mais difícil e complexo do que as outras áreas da saúde. Quando alguém tem apendicite, você anestesia, opera, tira o apêndice, costurou: bye, bye, acabou o problema.

Aqui é diferente, você tem que ter um acompanhamento. Família: é muito importante a sua participação. Reinserção no mercado de trabalho, qualificação profissional. Por isso está aqui o secretário de Esportes, participa o secretário do Trabalho, Emprega São Paulo, tem que viabilizar emprego, crédito, apoio, apoio social, casa transitória, acolhimento, comunidade terapêutica. Então, nós não vamos desistir. Quer dizer, o trabalho não se encerra com a internação, mas ela é uma fase importante. E estamos frente a um fato novo da saúde no mundo, especialmente no Brasil. Se a gente analisar a questão epidemiológica, ela tem momentos da vida. Se pegar no começo do século passado, o grande desafio da saúde pública era a moléstia infectocontagiosa, porque não existia antibiótico. O problema é que as pessoas morriam de gripe. A gripe espanhola matou 300 mil brasileiros, a tuberculose, veja a quantidade… Eu sou do Vale do Paraíba, lá em Campos de Jordão tinha 16 sanatórios só para tratar tuberculose, hoje… E as pessoas morriam de tuberculose. Hoje você trata em casa com antibiótico. A química avançou muito. Mas você vai tendo outros desafios. O desafio do câncer… Há cem anos, pouco se conhecia, pouco também se podia fazer e a incidência era menor, porque o câncer é muito ligado à idade. Como mudou o perfil demográfico no mundo, as pessoas estão vivendo mais, aumentou a incidência de neoplasia: já é a segunda causa de morbimortalidade. E o outro fato novo é o problema da dependência química, que se agravou inclusive com a questão do crack, que é uma droga mais barata e em que a dependência é muito rápida e com grandes transtornos. Por isso o nosso compromisso. Nós viemos aqui, dra. Cláudia, e para vocês aqui do Caism, dizer que nós queremos o Caism aqui da Água Funda mais ampliado ainda, com todas as condições de prestar um bom trabalho, todo o governo está empenhado, todas as secretarias, não é só a Saúde.

Os poderes de São Paulo, Judiciário, Ministério Público, Ordem dos Advogados do Brasil – e quero agradecer aqui a participação cidadã da OAB – a Defensoria Pública, as nossas várias secretarias, nesse esforço permanente para a gente enfrentar o problema, dar a mão a quem precisa e tratar. Há preconceito em relação à saúde mental, preconceito atrasado. Nós temos é que investir, oferecendo possibilidade de tratamento. Há casos que são apenas ambulatoriais, outros casos precisam de internação e todos precisam de um acompanhamento ao longo do tempo, frente a uma doença que é crônica e recidivante. E é um esforço coletivo da sociedade, e principalmente a participação das famílias. Então, contem conosco! Nós hoje estamos dando mais um passo: 20 vagas numa instituição especializada, como é aqui o Caism Dr. David Capistrano, aqui na Água Funda. E estamos chegando aí a 910 vagas no Estado. O Cratod fez uma ampliação, inclusive, com uma unidade social para ter melhores acomodações. Nós queremos todas as prefeituras integradas com os chamados Caps-AD, que são os ambulatórios específicos de álcool e droga. A participação das igrejas também é importante, porque elas trazem, agregam também um valor importante. As casas-abrigo, as casas transitórias, as comunidades terapêuticas, enfim, um trabalho coletivo. A gente quer é trazer um abraço, dizer do nosso compromisso com a saúde da população e especialmente para quem mais precisa. E agradecer a todo esse esforço coletivo, especialmente aqui no Caism da Água Funda. Muito obrigado!