Abertura da exposição sobre os 100 anos da imigração japonesa

O governador José Serra participou da cerimônia no Museu da Língua Portuguesa

seg, 19/05/2008 - 19h39 | Do Portal do Governo

O governador José Serra participou na noite desta segunda-feira, 19, no Museu da Língua Portuguesa, da abertura oficial da exposição O Japão Daqui mostra interativa que homenageia o centenário da imigração japonesa no Brasil. Na ocasião, Serra fez o seguinte pronunciamento.

Governador: Eu queria dar meu boa noite a todos e a todas. Cumprimentar a todos os que já foram cumprimentados aqui, e dar meus parabéns à Editora Abril pela iniciativa que tem a parceria com o Bradesco, com a Sony, com o Metrô de São Paulo. E também com o Museu da Língua Portuguesa, uma instituição cultural que nos orgulha a todos aqui em São Paulo.

De fato, nós temos promovido uma intensa comemoração. Eu diria intensa e extensa. Muito brevemente, para dar uma idéia, a Secretaria da Educação, hoje, leva adiante o projeto Viva Japão, que tem oficinas de cultura japonesa, com cantos, tradições e o histórico da imigração. Isto em cerca de quatrocentas escolas da rede estadual, atingindo 200 mil alunos, em regiões de migração tradicional, como, por exemplo, Registro, e em regiões onde também não houve tradição de imigração.

Nós também, só por curiosidade, temos, no Memorial dos Imigrantes, um trabalho que agora aprontou todos os registros de cerca de 90% dos imigrantes. Nome, lugar de origem, características das bagagens e das pessoas, fazendas onde iriam trabalhar, tudo isso documentado. Realmente é um trabalho, eu estive olhando, que vale a pena.

Exposições de arte no próprio Palácio dos Bandeirantes. No mezanino, há uma exposição de arte que nós inauguramos há uns dois meses, e a edição de livros pela Universidade de São Paulo. Temos até um festival de cinema. Ao todo são cem projetos que o Governo do Estado de alguma maneira promoveu, com diferentes parcerias, inclusive com a Prefeitura de São Paulo, com o Gilberto Kassab.

Hoje, com muita alegria, eu vim aqui para outra programação desenvolvida graças à iniciativa da Editora Abril. Eu estava dizendo ao Roberto que a editora deveria fazer uma edição das principais publicações que foram feitas. A começar pela matéria da Veja, que estava excepcional. Aquela matéria da Veja sobre imigração estava uma coisa de altíssima qualidade e beleza. Eu acho que valia a pena, até para as escolas, para tudo, que a gente tivesse uma síntese. Quais foram as coisas mais importantes numa revista, eu acho que isso seria muito interessante. Desculpe-me, Roberto, colocar publicamente, parece estar emparedando e obrigando. Mas eu acho que valeria a pena.

Bem, eu repito o que eu já disse em outras oportunidades. Há, na minha história pessoal, toda uma tradição de convivência com os descendentes ou os japoneses diretamente. No Mercado Municipal, o meu pai trabalhava, eu o ajudava em alguns períodos, e aprendi a ver os japoneses trabalhando. A disciplina, a discrição, o empenho, a cordialidade nas relações.

E depois, também na escola. Não apenas, nem principalmente até o colégio, mas depois na faculdade. Na Politécnica, na minha turma, eu mudei finalmente para Engenharia Civil, mas no começo era Mecânica, eu diria que 20% dos alunos eram descendentes de japoneses. O que mostra a importância – se for comparar com a população, nada a ver – que as famílias atribuíam à educação, à formação técnica também.

Alias, a meu ver, o principal segredo do desenvolvimento do Japão é na educação, sem dúvida nenhuma. É dos os países no mundo – Japão, Israel, as nações do Sudeste Asiático – onde a educação vem da família. A disciplina, a importância do estudo, nesse sentido para nós também é uma outra contribuição.

Porque o Brasil não é assim, e nós precisamos fazer que o Brasil venha a ser assim.

Muito obrigado.