Abertura da 35ª Couromoda

Serra participou da abertura da feira no Parque de Convenções do Anhembi, zona norte de SP

seg, 14/01/2008 - 20h57 | Do Portal do Governo

O governador José Serra participou no final da manhã desta segunda-feira, 14, da abertura da 35ª edição da Couromoda (Feira Internacional de Calçados, Artigos Esportivos e Artefatos de Couro), no Parque Anhembi, zona norte da Capital. Na ocasião, Serra fez o seguinte pronunciamento.

… aqui pelas reformas, pela modernização do Anhembi, que está em pleno processo, em pleno caminho; o Francisco dos Santos, que é fundador e presidente da Couromoda; queria cumprimentar também o Vito Artioli, que é presidente da Associação Italiana da Indústria do Calçado (ANCI) e do Mican, que é maior feira setorial do mundo; o ministro interino do Desenvolvimento,  Indústria e Comércio Exterior, Ivan Ramalho; senador Romeu Tuma; deputados Arnaldo Faria de Sá; Tarcísio Zimmermann, Renato Molling; Nelson Marquezan Júnior; José Paulo Tóffano.

Queria cumprimentar também o nosso secretário do Estado do Turismo, Claury  Alves da Silva; o Milton Cardoso, presidente da Abicalçados; o Marconi Matias, presidente da Ablac (Associação Brasileira de Lojistas de Artefatos e Calçados); e a todos os empresários; lojistas; importadores; exportadores e autoridades.

Bem, eu venho aqui já há vários anos consecutivos, e sempre me assombro com a capacidade desse setor de sobreviver a políticas macroeconômicas adversas – como é o caso da política cambial – e até de se fortalecer ao longo dos anos.

É uma grande alegria acompanhar novamente esta Couromoda. Já chegamos aqui – eu acredito – à 35ª edição. Trinta e cinco anos. O que prova que entra ano, sai ano e a Couromoda está sempre na moda. Ela está sempre crescendo, se renovando, divulgando novas tecnologias que decorrem da força industrial do País, do Estado de São Paulo e de outros grandes pólos. Ela demonstra a inventividade dos nossos designers e chama atenção pelo potencial criativo nas mais diversas áreas. E isto afirma a qualidade dos nossos produtos.

Nesses quatro dias de eventos, estima-se que 70 mil pessoas vão poder conferir de perto o que há de melhor em calçados, artigos esportivos, confecções e acessórios. O Anhembi, neste período, será a maior vitrine do mundo para os produtos de couro: o couro do sofá da casa, o couro do banco do carro, o couro que protege do frio, o couro da bola de futebol, o couro dos calçados.

Com uma infinidade de artigos, o setor coureiro calçadista vem crescendo e marcando seu papel no nosso País. Basta dizer que, no ano passado, ele deve ter contribuído com cerca de 50 bilhões de reais para a formação do PIB brasileiro e mais de cinco bilhões de reais das nossas exportações. Além do mais, como já foi dito aqui, responde por cerca de um milhão de empregos diretos e indiretos no Brasil: 600 mil na indústria, 400 mil no varejo.

Aqui em São Paulo, nós não poupamos esforços para  impulsionar ainda mais o setor. Não aumentamos impostos. Pelo contrário, temos feito redução de impostos para o conjunto da economia paulista e para este setor. A alíquota do ICMS foi diminuída de 18% para 12%, em razão da redução da base de cálculo do tributo, no caso das saídas do couro do atacadista com destino aos fabricantes paulistas. A mesma redução do ICMS, de 18% para 12%, também tem os fabricantes de produtos de couro – sapatos, bolsas, cintos, carteiras e outros acessórios – um benefício, neste caso válido por tempo indeterminado.

E para fortalecer ainda mais o setor, também estamos devolvendo o crédito do ICMS das exportações.

Outra novidade é que, agora em janeiro, nós mandamos para o Senado Federal o pedido de autorização para contratação de crédito externo com o BID, o Banco Interamericano de Desenvolvimento. É um financiamento do BID para o programa de fortalecimento da competitividade das empresas, dos arranjos produtivos de São Paulo. Esse arranjo produtivo vale a pena dar algum detalhe a mais … corresponde a uma das reivindicações mais fortes do setor nos municípios de Franca e de Jaú. Franca tem 13 mil empregos na indústria calçadista e 600 empresas; Jaú, seis mil empregos e 251 empresas.

E também, nessa mesma região, está em fase de implantação o projeto de promoção internacional do pólo calçadista – especificamente de Franca – em uma parceria entre o Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Governo do Estado, a Apex, o Sebrae São Paulo e o Ciesp de Franca, além da Associação dos Pequenos e Médios Fabricantes de Calçados de Franca. Tem por objetivo potencializar as empresas para exportação e definir uma identidade internacional para o pólo de Franca, além de criar um entreposto de calçados dessa cidade de Franca lá em Dubai, nos Emirados Árabes.

Temos também outro projeto chamado Prumo, Projeto de Unidades Móveis e Atendimento Tecnológico às Micro e Pequenas Empresas, em parceria entre o Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado; a FAPESP, que é uma fundação de amparo à pesquisa mantida com mais de 1% da arrecadação tributária do Estado; pelo SEBRAE, e além disso, as empresas do setor. É um laboratório instalado em veículo utilitário com aparelhagem de última geração. Esse veículo leva tecnologia ao setor realizando análises e incorporando inovações para a confecção do produto, do calçado com mais qualidade e competitividade.

Isso sem falar de outras ações de assessoria tecnológica do IPT e das ações do Centro Paula Souza, uma fundação do Estado que oferece o curso de tecnologia de nível médio e de nível superior para a nossa juventude, e especificamente na área de calçados através de uma Faculdade de Tecnologia de 40 vagas em Jaú; da Etec, Escola Técnica de Birigui, e da Escola Técnica de Franca. Todas elas voltadas para o calçado. Isto é apenas uma demonstração, algumas amostras daquilo que nós estamos considerando prioritário dentro da política estadual de desenvolvimento.

Bem, hoje em São Paulo, o setor gera cerca de 55 mil empregos. Na verdade, encolheu nos últimos anos, como encolheu no Brasil inteiro, por causa das adversidades da política econômica. Mas sobreviveu e continua forte.

Somente nos pólos que eu já mencionei de Franca, Jaú e Birigui, existem mais de 1.000 indústrias de calçados, e o mercado paulista consome cerca de 40% da produção brasileira do setor. Ou seja, quase perto da metade da produção brasileira. Embora aqui seja mais predominante a produção para o mercado interno.

São Paulo tem 40% da produção, mas menos de 10% das exportações. Em 2007, o Brasil produziu 800 milhões de calçados, e eu quero dizer com muita clareza que o melhor lugar para os brasileiros fabricarem calçados não fica na China – como tem acontecido recentemente – mas é no Brasil mesmo. E esta é a nossa luta para que os nossos empresários e os nossos técnicos produzam sapatos no Brasil – e não no exterior – devido às desvantagens de natureza de política econômica.

Bem, eu gostaria de dizer ao Milton Cardoso, da Abicalçados, que pode contar com o Governo paulista para aumentar ainda mais esses números todos que nós apresentamos aqui, ou foram já incluídos em outras apresentações. Mesmo porque nós temos muito trabalho pela frente.

Quero dizer que todos nós vamos gastar muita sola de sapato trabalhando pelo desenvolvimento do setor coureiro calçadista do Brasil e dos nossos Estados.

Um grande abraço a todos. Bom trabalho. E, acima de tudo, boas vendas.