Abertura da 20ª Bienal Internacional do Livro

Feira literária começou nesta quinta-feira, 15, no Pavilhão de Exposições do Anhembi, zona norte de SP

qui, 14/08/2008 - 19h09 | Do Portal do Governo

O governador José Serra abriu nesta quinta-feira, 14, a 20ª edição da Bienal Internacional do Livro de São Paulo. no no Parque de Exposições do Anhembi, zona norte da capital. Na ocasião, Serra fez o seguinte pronunciamento.

Governador: Queria dar meu boa tarde a todos e a todas, minhas boas vindas. Todos aqui já foram citados várias vezes, de maneira que eu vou saltar esta etapa, mas queria cumprimentar enfaticamente a todos os organizadores e aos principais convidados desta reunião de abertura da Bienal do Livro.     

A simbologia do livro é tão forte que o livro sagrado, em várias religiões, é o que as fundamenta não apenas como obra de Deus, mas também como dos seus atributos, assim como a sua onipotência, onisciência e a sua misericórdia. Isto historicamente, no caso de algumas religiões, tem esse significado.

Mas eu diria que, para o momento presente, o grande desafio que nós temos é realmente tornar o livro um acessório indispensável à formação intelectual das pessoas, à ampliação das suas liberdades, pois só o conhecimento traz a liberdade. E também como instrumento de lazer, instrumento de felicidade, que é o que a leitura nos permite.      

Um bom livro é como uma espécie de isca, um anzol que arrebata o espírito das pessoas e as conduz para outros mundos, que são o nosso próprio. Esta Bienal é uma boa isca. Ela traz novidades, traz encontros, debates, uma legião de visitantes, de compradores, que este ano deverá passar, segundo as estimativas, de oitocentas mil pessoas.

Presta, assim, um serviço inestimável, uma grande contribuição à cultura e também ao trabalho, porque se o ato de ler dilata as fronteiras intelectuais, como eu disse, escrever e editar também gera milhares de empregos. Esta é uma questão que tem que ser lembrada aqui.

É uma grande honra para nós, aqui em São Paulo, que a vigésima Bienal Internacional do Livro, a segunda do mundo, tenha sido precedida pelo Sétimo Congresso Ibero-mericano de Editores, realizado pela primeira vez no nosso País.         

Eu venho a este evento numa tripla condição. Primeiro, de leitor inveterado e interessado em novos lançamentos editoriais. Segundo, na condição de editor também, porque a editora da Imprensa Oficial do Estado, conduzida pelo Hubert Alquéres, já publicou mais de quinhentos títulos e conquistou trinta e cinco Prêmios Jabuti. Mais uma vez, nossa editora está aqui presente, com uma estante que lançará quinze novos títulos. E finalmente, eu compareço também, em nome do Governo de São Paulo, na condição de um grande comprador de livros.

Nós temos uma compra de livros não didáticos, de cerca de R$ 80 milhões, portanto dando um grande impulso ao mercado editorial. São recursos do próprio Governo do Estado, uma vez que o Ministério da Educação entrega livros didáticos. E eu não estou me referindo aqui a livros didáticos, mas à literatura propriamente dita.

Temos mais de cinco milhões de alunos na rede estadual de ensino e estamos dando, a esses jovens, acesso às obras de referência que vão enriquecer as atividades das escolas e a formação das crianças e jovens. Temos dois programas específicos para leituras de livros: um para jovens da quinta à oitava série do ensino fundamental e outro para jovens do terceiro ano do ensino médio.

As crianças de primeira à quarta série têm acesso a publicações mais especializadas para o público infantil, abrangendo também publicações em quadrinhos para aproximá-las da leitura. Eu quero dizer que a minha introdução pessoal, por exemplo, a ler livros foi pelas histórias em quadrinhos.  Só os mais antigos aqui se lembram de Edição Maravilhosa, Epopéia, etc. que eram livros em quadrinhos que nos introduziam à literatura. Se eu fosse somar o que eu li de livros ao que eu li de histórias em quadrinhos, sem dúvida eu poderia disputar um campeonato de leitura.

Aliás – e no intuito de contribuir cada vez mais na formação do público leitor – a Secretaria da Educação fez uma parceria com este evento. A Prefeitura vai enviar vinte mil estudantes e nós vamos enviar mais dez mil para conhecerem a Bienal. Cada aluno vai receber um vale para a aquisição de um livro. Portanto, vamos ajudar também a Bienal a vender, desde que seja, evidentemente, um livro adequado à sua faixa etária.

Eu lembro que, quando comecei a ler livros, foi por meio de uma coisa chamada Clube do Livro. Não sei se tem alguém aqui nesse auditório que se lembra disso. A gente pagava o equivalente ao que seria hoje uns R$ 5 por mês, e recebia um livro mensalmente. Como na minha casa não tinha livros, eram os livros que eu tinha para ler. Então eu lia o que caía na mão: desde A Fome, do Knut Hamsun, A Mão e a Luva, do Machado de Assis, a Tom Sawyer, de Mark Twain. Era muito difícil ter acesso a livros nessa época. Hoje nós temos nas escolas, temos um afluxo muito grande de livros, de literatura. O problema, às vezes, está na organização e fazer chegar aos alunos. E não ficarem empacotados ou inutilizados em bibliotecas trancadas.

Por isso mesmo, em relação a bibliotecas, como em relação a salas de informática, nós vamos contratar estagiários para que, mediante uma remuneração, trabalhem durante quatro horas por dia, orientando os alunos, tomando conta dos equipamentos e dos livros.

Creio que não tardará que o público da Bienal Internacional de Livro ultrapasse os 800 mil. É o que nós estamos desejando. Eu tive a sorte, como prefeito, de abrir a possibilidade de que a Bienal, em vez de ser feita lá no Centro de Exposições Imigrantes, passasse aqui para o Anhembi, coisa que foi materializada na gestão do Gilberto Kassab e com o Caio Carvalho, que preside a SPTuris. Aqui é um lugar maior, mais acessível, mais tradicional, mais bonito e vai dar sorte.

Eu acho que nós vamos ultrapassar a marca dos 800 mil. Isso é tudo que nós desejamos, dando de novo parabéns aos organizadores a aos expositores, para que Bienal seja mais uma vez um grande sucesso.

Muito obrigado.

Não apenas como editor do Governo do Estado, mas também na área de bibliotecas, a Secretária da Cultura, com o João Sayad, está organizando uma Biblioteca Modelo aqui em São Paulo, que será localizada no Parque da Juventude. Será um marco dentro da rede de bibliotecas do Estado.

Sem falar do reaparelhamento e auxílio às bibliotecas municipais e do prêmio São Paulo de Melhor Livro, cujo objeto é não só premiar e estimular autores, como também ativar, entre o público, a leitura e a importância da literatura aqui produzida.

Muito obrigado.