Entrevista do governador Serra em Santa Bárbara d’Oeste

Pronunciamento aconteceu na quarta-feira, 13, após anúncio de liberação de verba para construção de hospital na região

qui, 14/06/2007 - 16h46 | Do Portal do Governo

José Serra autorizou nesta quarta-feira, 13, em Santa Bárbara D’Oeste, a Secretaria Estadual de Saúde a destinar R$ 5 milhões para o início das obras de construção de um Hospital Dia no município. O objetivo é utilizar o espaço da Unidade Modular de Saúde local para implantação de um centro de referência em pequenas cirurgias, que atenderá a população dos municípios de Americana, Nova Odessa e Santa Bárbara d´Oeste, no noroeste do Estado. O anúncio do repasse foi formalizado durante visita do governador e do secretário estadual da Saúde, Luiz Roberto Barradas, ao município.

José Serra – … Estamos trazendo recursos para Santa Bárbara, para fazer um Hospital Dia, que vai atender o município e a região. São R$ 5 milhões: R$ 2,5 milhões para a construção e R$ 2,5 milhões para os equipamentos. Aqui serão feitas muitas cirurgias, serão sete equipes cirúrgicas para fazer cirurgias rápidas,  cirurgias leves, sendo que há muita carência no interior de São Paulo em relação a esses serviços na área da saúde. Nós temos certeza que vai funcionar, porque temos boa parceria com a Prefeitura. Vai ser o pessoal que está cuidando do Hospital do Sumaré que vai cuidar desse hospital e os médicos serão os médicos da Unicamp. Estamos anunciando também a nossa parceria no que se refere ao mamógrafo. O Governo do Estado entrou com R$ 280 mil e o município com R$ 35 mil para um mamógrafo novo, para atender a saúde das mulheres daqui do município. Já está se recuperando o atraso que existia nessa área. Esta é uma parceria que vai dar certo em benefício, não apenas de Santa Bárbara, eu insisto, mas de toda essa região que precisa melhorar seu atendimento na área da saúde.

Repórter – Governador, essa negociação com a (inaudível) pode ajudar de alguma forma?

José Serra – Olha, eu insisti muito com os japoneses para que venham para São Paulo e dei meu aval para que venham para Santa Bárbara. Agora, é uma decisão da empresa, a empresa está ai avaliando. Hoje, há dois municípios que ficaram; um deles é Santa Bárbara. Quer dizer, está afunilando. Mas eles têm que tomar uma decisão de vir para São Paulo em primeiro lugar, para o estado de São Paulo, e nós estamos oferecendo também boas condições para que venham para o estado, no que se refere aos tributos estaduais. Mas achamos que aqui é um lugar muito apropriado. Isso vai significar mais empregos na região e também mais receitas de impostos, sem aumento da Carga Tributária para a Prefeitura. 

Repórter – E quanto ao rodoviário aqui para Santa Bárbara, como que estão as negociações?

Serra – Nós temos interesse nesse assunto e vamos examinar com muito carinho.

Repórter – Assim como o acesso à Bandeirantes?

Serra – O acesso à Bandeirantes, a firma concessionária disse que não está no contrato dela fazer. Esse é um tema que teremos que ver especialmente se a Toyota vier para cá. Ai vai ser realmente imprescindível.

Repórter –Eu queria que o senhor falasse um pouquinho da importância da nova secretaria para o deficiente.

Serra – Nós enviamos a mensagem para a Assembléia Legislativa. Eu espero que seja criada, eu criei no município de São Paulo e deu muito certo, porque é o trabalho de organização de todo setor. Esse nosso setor da população e de motivação da sociedade e do próprio governo pra criar as condições para que as pessoas que tenham alguma deficiência física possam exercer plenamente sua cidadania, seu estudo e seu trabalho. Nós esperamos, com essa Secretaria, mobilizar todos os municípios do estado para essa direção, que cada município passe a ter depois a sua Secretaria, o seu departamento cuidando dessa área.

Esta é uma parcela muito importante da nossa população, é gente valiosa e nós tizemos os melhores resultados possíveis na cidade de São Paulo. Inclusive, com a Mara Gabrilli que foi a secretaria e é tetraplégica e foi de uma competência enorme. Hoje, ela é vereadora, porque era suplente, assumiu, e está levando o trabalho dela agora para o plano legislativo.

Repórter – Eu queria que o senhor falasse um pouquinho da sua posição a respeito do setor têxtil.

Serra – O setor têxtil está muito prejudicado pela política econômica federal: a política dos juros, a política do câmbio, com o dólar que encarece os custos do setor em dólar; assim, fica mais caro exportar e mais barato importar. Isso prejudica gravemente o emprego, a região, o estado de São Paulo e o Brasil. O Governo Federal está anunciando medidas de compensação fiscal, impostos, devolver, aliviar etc. Eu sou a favor, mas tenhamos claro: não resolve; é fazer um curativo, é um paliativo para uma doença que precisa ser cortada pela raiz que é equívoco da política econômica.

Repórter – … e quanto ao projeto de isenção do IPVA para quem pedir nota fiscal?

Serra – Não é só isso, pode ter também o dinheiro na conta. É uma maneira que a gente tem de melhor a arrecadação, a eficiência, combater a sonegação e diminuir a carga tributária por individuo, através da informatização e da incorporação ao sistema formal da micro, média e pequena empresa. Vamos ter 500 mil empresas neste regime. Se Deus quiser, a Assembléia vai aprovar e nós vamos implantar. Vão ser 100 mil empresas por mês durante cinco meses. Vai fazer muito bem para São Paulo!