Entrevista de José Serra sobre o arrendamento da usina de Piratininga

Entrevista coletiva do governador em 27/04/2007

sex, 27/04/2007 - 21h24 | Do Portal do Governo

José Serra – Nós assinamos um contrato de arrendamento da usina de Piratininga para a Petrobras. Esse contrato visa proporcionar à Emae (Empresa Metropolitana de Águas e Energia) R$ 45 milhões por ano. É uma empresa do estado. Além disso, a empresa será remunerada em mais R$ 15 milhões para fazer um trabalho de manutenção. Serão, portanto, R$ 60 milhões por ano. É um contrato que dará à Petrobras, após 12 anos, a opção de comprar, eventualmente, a usina. O contrato dura, no total, 17 anos. É um bom acordo para a Petrobras, um bom acordo para a Emae e um bom acordo para São Paulo.

Para o povo de São Paulo, o que esse contrato muda em termos de fornecimento?

A usina ficará mais competente para efeito do abastecimento de energia se houver falta de energia hidrelétrica. Porque as usinas termelétricas,  de gás ou óleo, entram em funcionamento se faltar energia hidrelétrica.  Se houver problema nessa área, a usina entra em operação para que não falte energia. Essa é a função das termelétricas hoje no Brasil.

Governador, sobre a sua ida para os Estados Unidos está previsto na sua agenda algum encontro com o ex-governador Geraldo Alckmin?

Acredito que sim.

Será discutida a questão da aproximação do PMDB com o presidente Lula? Isso está na pauta?

Não. Não há nenhuma pauta. É um encontro de amigos. Hoje há uma matéria em um jornal que é pura ficção. É muito “tititi”, muita invenção. Não tem nada de especial. Eu falo com o Alckmin por telefone, já nos encontramos antes quando ele esteve por aqui. É bater papo. Não tem nada de especial nisso.

O que o senhor achou sobre a redução da maioridade penal na Comissão de Constituição e Justiça do Senado?

Eu acho que isso não resolve. Eu acho que a nossa proposta é mais abrangente e não precisa mudar a Constituição. Não está sujeita a essas controvérsias que hoje estão dividindo o país e nem necessita mudança constitucional, que é de ampliar o período de retenção do adolescente que cometeu um crime por mais tempo. Isso é mais efetivo. Isso só exige mudar o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente). Agora, eu acho legítima a preocupação com a violência e com as formas de deter a violência, de diminuir a violência, inclusive da necessária repressão. Mas creio que o caminho da mudança do ECA é um caminho mais efetivo e mais fácil de ser trilhado.

Na sua viagem, o senhor vai tratar de questão de financiamento com o Banco Mundial?

Vou. Com o Banco Interamericano, porque nós temos vários financiamentos engatilhados, inclusive para o Metrô e para a CPTM. Então nós vamos tratar desses assuntos e vamos tratar também do etanol em Nova York, onde faremos uma palestra asobre as perspectivas do etanol no Brasil e em São Paulo, uma vez que São Paulo é o Estado que mais produz álcool e açúcar. 75% das exportações desses produtos saem daqui do estado.

Quanto ao Metrô, alguma novidade de financiamento?

Não. Estamos trabalhando aceleradamente para isso. Inclusive, temos na Cofiex, hoje em Brasília, o pedido da segunda parte do financiamento da linha amarela do Metrô, que está pendente disso. Está na Cofiex e esperamos que venha a ser aprovado no dia 10. São Paulo tem pressa para melhorar o seu transporte de Metrô e da CPTM, porque isso é fundamental para a nossa população.