Entrevista coletiva do governador José Serra em Fernandópolis

Entrevista concedida em 1 de junho de 2007

sex, 01/06/2007 - 20h17 | Do Portal do Governo

Governador José Serra – Fizemos essa duplicação em Fernandópolis e anunciamos a duplicação da Euclides da Cunha, também em Votuporanga e Valentim Gentil. E, além disso, viemos anunciar estradas vicinais. Ademais da nova pavimentação e reforma de cerca de 280 km de estradas vicinais em toda a região. Trata-se de um programa que vai custar R$ 60 milhões, e que já começou. É um programa que se estenderá por todo o estado de São Paulo; teremos mais de 2.100 km de estradas vicinais refeitas.

Estradas vicinais significam emprego, conforto para as pessoas se deslocarem e facilidade para a atividade econômica. É a principal alavanca do progresso no interior do estado: fazer essas duplicações para melhorar a vida urbana e as estradas vicinais para escoar a produção e permitir mais segurança no deslocamento das pessoas.

Vim aqui também participar de uma espécie de inauguração (inaudível) da nossa ETEC, escola técnica aqui de Fernandópolis que, inclusive, vai fazer cursos, agora, com especialidade em açúcar e álcool. Nós vamos formar gente especializada na produção de açúcar e álcool. Portanto, isso vai preencher uma necessidade da nossa economia, melhorar a produtividade e aumentar a oferta de empregos também, porque, à medida que as empresas sabem que há gente competente e qualificada, vão contratar mais.

Repórter – Governador, o senhor vai colocar a PM para retirar os estudantes da reitoria da USP?

Olha aqui, é o seguinte, nós gastamos com as universidades cerca de R$ 4,2 bilhões neste ano. São as melhores universidades do Brasil. Não se justifica hoje, e nunca se justificou, nenhuma espécie de ocupação, de violência, de não deixar a universidade funcionar. É muito importante que os estudantes que fizeram tanto sacrifício para poder entrar em uma universidade pública tenham possibilidade de acesso. Uma coisa é falar, uma coisa é reivindicar; isso é perfeitamente natural. Agora, outra coisa é usar a violência. Ai, no caso se trata de uma ordem judicial, não é uma ordem dada pelo Governo do Estado. O que a polícia esta tentando fazer é procurar uma saída pacífica para esse assunto.

(pergunta inaudível) … nas universidades públicas?

(…) nunca houve aperto de controle; isso foi devidamente esclarecido. (…) O que nós queremos, isto está estabelecido, é que as universidades prestem conta daquilo que gastam em tempo real. Nada mais do que isso.

O decreto do senhor ontem praticamente esvazia a secretaria de Ensino Superior, não é?

Não. Ficou a mesma coisa. A única coisa do decreto de ontem foi esclarecer, porque estava causando uma certa confusão. Sem falar daqueles que  naturalmente dizem coisas malucas (inaudível), que as universidades não podiam contratar etc. Mas elas estão contratando desde o começo do ano e o que nós fizemos foi prestar um esclarecimento. Mas, o mais importante de tudo agora, é o seguinte: as universidades têm de voltar a funcionar normalmente, sem violência e sem quebra do estado de direito. Isso é o mais importante de tudo.

Como é que está a situação do Instituto Agrícola de Rio Preto?

(…) nós estamos vendendo uma área para a prefeitura, é uma bela parceria. Mas eu não sei te dizer qual era a situação disso ontem. Eu sei que é um trabalho que está sendo feito de parcerias, entre o Governo do Estado e a prefeitura.  

Sobre o alcoduto, o governo vai apoiar?

Sem dúvida nenhuma. Nós oferecemos a parceria, porque o Governo do Estado sabe da importância da utilização do leito das estradas para o alcoduto ser instalado, e também das questões ambientais. E nós estamos estimulando a iniciativa privada para que possamos fazer esse empreendimento, que custa mais de R$ 1 bilhão, e é um empreendimento privado porque se trata de um interesse dos exportadores de álcool, basicamente. Nós temos todo o interesse que isso seja feito e manifestamos todo o apoio possível a este projeto, inclusive eu conversei com o presidente da Petrobrás, porque a Petrobrás também quer fazer um alcoduto. Mas quer fazer um só para a produção adicional, não para a produção existente. Eu falei para o presidente da Petrobrás que não faz sentido, que o melhor é fazer um alcoduto maior, já que vai construir tudo. Falei isso inclusive para o presidente da República. Se a Petrobrás for fazer, vamos fazer um alcoduto maior.  

Governador, com o aumento da cana no estado, inclusive aqui na nossa região, como é que o senhor pretende coibir o aliciamento de trabalhadores e trabalho escravo?

Bem, essa é uma função das delegacias regionais de trabalho, do Ministério do Trabalho. Mas nós estamos dispostos a cooperar, a exercer essa função que não é propriamente do Governo Estadual, é do Governo Federal. Estamos abertos a isso. Agora, na segunda-feira próxima, anunciarei as medidas com relação às queimadas. Porque há muita queimada em São Paulo. Estima-seque as queimadas equivalem a cerca 10% do território de São Paulo, o que é muito. Então nós estamos fazendo um acordo com os produtores e vamos anunciar os termos de ajustamento de conduta dos produtores com o Governo do Estado para enfrentar a questão das queimadas e eu vou anunciar isso na próxima segunda-feira, em São Paulo.

Um grupo de prefeitos foi contra a concessão da Rodovia Euclides da Cunha.  

Bom, a concessão da Euclides da Cunha ainda não está estabelecida. Porque ela não tem um movimento que justifique uma concessão econômica, digamos. Portanto, não é um assunto que está na ordem do dia hoje. Eu até tenho curiosidade de saber qual o motivo dos prefeitos, porque quando tem uma rodovia concedida, o prefeito pode cobrar o ISS. Mas, de todo modo, devo dizer que esta questão não está na agenda imediata. Analisamos e concluímos que não se justifica do ponto de vista econômico a curto prazo.