Coletiva de Serra no lançamento da Virada Cultural do Interior

O evento aconteceu nesta quinta-feira, 19, na Secretaria Estadual da Cultural, em São Paulo

qui, 19/04/2007 - 18h21 | Do Portal do Governo

O evento aconteceu nesta quinta-feira, 19, na Secretaria Estadual da Cultural, em São Paulo

Repórter: Governador, por que uma virada no dia 5 (a da Capital) e outra no dia 19 (a do Interior). Por que não fazer tudo no mesmo dia?

Serra: Para facilitar a ida de gente que participa em São Paulo para o interior. E também porque tem o Papa no meio, o ideal era adiar uma semana e atrasar outra, mas com a visita do Papa no meio não deu.  

Repórter: O Senhor falou que é um evento que mexe também com a economia, que tem outros benefícios além da cultura.

Serra: Sem dúvida, aumenta a auto-estima, a atividade dentro da cidade, dá oportunidade para o pessoal envolvido com arte e cultura da cidade, traz gente de fora. É um bom sopro animador na vida de cada cidade.  

Repórter: O senhor espera que os prefeitos tomem a frente nesse processo?

Serra: Não há outra hipótese, a gente está colaborando com recursos, com artistas, que nós mesmos contratamos, quer dizer, com o Kit que se faz uma Virada. Aproveitou-se muito a experiência aqui da capital.  

Repórter: A intenção agora é levar às outras cidades?

Serra: A intenção é  espalhar realmente isso em São Paulo. Depois a gente tem as cidades que têm em torno de 100 mil habitantes, que são muitas. Aí multiplica bastante, não dava para fazer no início da administração, que ainda tem tanta coisa a se fazer (…) Portanto, esta é uma experiência piloto. Estamos também contando com a colaboração dos Sesc, que é fundamental.  

Repórter: Governador, no caso dos museus o governo pretende fazer uma renovação dos museus de São Paulo, com essa história do MAC…

Serra: Na verdade, isto não foi notado hoje pela imprensa, mas nós já esvaziamos, quando eu estava na prefeitura, a Prodan, que tinha um belo prédio no Ibirapuera. A Bienal Alternativa já foi na Prodan. Então, nós temos também o prédio da Prodan, que vai ser um espaço para museu. Sendo uma área concentrada evita aquela dispersão de fazer muita coisa espalhada pela cidade, que acaba sendo inacessível. Portanto, a gente quer reforçar o (Parque do) Ibirapuera, que é essencial para essa cidade como área de lazer e cultural. E eu quero agradecer publicamente a USP pela força que tem dado nisso. A reitora logo de início aceitou. Essa não era uma questão tranqüila no passado. A USP está muito cooperativa, até porque o MAC é dela, na verdade, virá a USP para o Ibirapuera.  

Repórter: Como está a negociação com a Secretaria da Segurança Pública para essa mudança de endereço do Detran?

Serra: Está adiantada. Isto vai ser simultâneo com uma reforma do Detran. Porque, na verdade, existe o Detran que a gente conhece e tem também o Cidetran, que é um outro organismo. Nós vamos separá-los e vamos avançar na modernização e eficiência do Detran. A idéia preliminar, não sei dizer se já foi concluído, era de ir para a área que hoje é ocupada pela Sub-Prefeitura da Sé, que é uma área boa de fácil acesso,  próximo ao Metrô.  

Repórter: São diversos andares, nove se eu não me engano. O acervo do MAC é tão grande assim?

Serra: Não sei te dizer. Mas o acervo é grande, eu não acho que vai sobrar muito espaço não. Até porque você pode fazer uma arrumação mais adequada ao espaço. Agora tem muito acervo para apresentar. O MAC é um dos melhores acervos. É um museu adormecido, que agora vai ter a possibilidade de se materializar de forma plena. Ele é quase tão importante quanto a Pinacoteca.  

Repórter: O senhor discutiu ontem com a Ministra (Casa Civil) Dilma (Roussef) a questão da capacidade de endividamento do estado…

Serra: Com ela e com o presidente Lula. Acontece que a Lei de Responsabilidade Fiscal estabelece um limite do endividamento do estado, que equivale a 2. Isto significa que nós podemos ter 2 de dívida para cada um de receita. A dívida não pode ser mais do que o dobro da receita. São Paulo está abaixo disso, tem capacidade de endividamento. Nós temos que comprar trens para ampliar a capacidade do Metrô e da CPTM, dos trens urbanos. Os vagões do Metrô são muito bons, mas os trens  metropolitanos não, como a Linha F e todas as linhas aqui da área da Grande São Paulo. Até os Emirados Árabes que nadam em dinheiro, se forem comprar, vão comprar a crédito. São Paulo e outros estados não podem pegar crédito para isso, porque eles estão dentro da lei de responsabilidade e poderiam. Só que o tesouro não deixa, com base em um acordo que foi feito anteriormente a Lei de Responsabilidade Fiscal, que diz que a dívida e  a receita tem que ser um a um a longo prazo. O que é esse longo prazo não se sabe direito. Com isso nós e vários outros estados não vamos poder investir em várias outras questões essenciais. O governo fez o PAC com vistas a turbinar os investimentos. Muito bem, mas se quer realmente ampliar essa ação em relação aos investimentos, é muito importante devolver aos estados o mínimo de capacidade para tomar crédito.  

Repórter: Agora isso depende de uma nova redação do acordo?

Serra: Isso depende de uma votação no Congresso. Nós apresentamos a emenda, não passou porque a base do governo não deixou passar na Câmara, nós vamos recolocar no Senado. E esperamos uma reconsideração da parte do governo em relação a isso.  

Repórter: Como o governo (federal) se mostrou?

Serra: Eu diria que foi um acolhimento positivo, mas não teve uma resposta definitiva. 

Repórter: O senhor se reuniu ontem com senadores do PSDB, o senhor tratou do pedido da CPI?

Serra: Lá foi falado, mas eu especificamente não tratei. Mas falou-se no almoço a esse respeito. 

Repórter: Governador, o senhor ficou decepcionado com o programa de recapacitação, como a Folha traz hoje a denúncia.

Serra: Eu não vi. Mas acredito que a prefeitura e o Gilmar (Viana, ex-secretário Municipal do Trabalho) , que era um excelente secretário, têm todas as condições de dar as explicações.  

Repórter: Como caíram as liminares que permitiam o funcionamento dos bingos em São Paulo,  eles serão fechados pela Secretaria de Segurança pública? 

Serra: Eu acho que a Prefeitura é o principal nesse caso, porque se trata de alvará de funcionamento. Mas a Secretaria está atuando muito, inclusive, com mega-apreensões, que são muito importantes nessa faixa. E agora nós estamos vendo aí que isto é até objeto de crime organizado.  

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