Coletiva de Serra na posse dos conselhos da criança e dos negros

A entrevista foi concedida no Palácio dos Bandeirantes nesta segunda, 11, após a cerimônia

ter, 12/06/2007 - 17h40 | Do Portal do Governo

Coletiva concedida pelo governador José Serra na segunda-feira, 11, após a posse dos novos membros do Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente (Condeca) e do Conselho de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra (CPDCN), no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo. 

José Serra – Em São Paulo,  há dezenas de conselhos. Antes, eles estavam ligados à Casa Civil, uma secretaria com múltiplas tarefas. Então decidimos criar uma Secretaria de Relações Institucionais, especialmente para tratar desses conselhos, que têm um papel muito importante. Por exemplo, o Conselho da Criança e do Adolescente levou à criação, em todos os municípios, de conselhos municipais. Eles inclusive canalizam recursos do próprio Tesouro do estado, do orçamento e dos orçamentos municipais também. E têm feito um trabalho excelente de debate e discussão de novas idéias e de fiscalização. Este é o trabalho dos conselhos, que se desdobra por muitas áreas, inclusive a das pessoas deficientes. Aliás, foi daí que surgiu a idéia de criarmos uma secretaria especial, da qual já enviamos o projeto para a Assembléia Legislativa.

Repórter – Melhora alguma coisa com a criação dessa secretaria?

José Serra – Sem dúvida nenhuma. Melhora a organização, a relação com o governo não fica pulverizada, fica mais concentrada, com o pessoal dando toda a atenção necessária, inclusive entendendo melhor quais são as dificuldades e as especificidades de cada qual.

Repórter – Governador, com relação a essa nova secretaria, como está a tramitação na Assembléia?

José Serra – Nós enviamos o projeto e estamos aguardando que possa ser votado ainda este mês. É uma secretaria importante, deu muito certo na capital, foi uma bola no gol no município. Eu tenho certeza que será no estado também. Porque aí será um elemento de disseminação dos conselhos para as pessoas deficientes no estado inteiro e da vigilância, da conscientização do poder público, de toda a sociedade a respeito dos problemas específicos dessas pessoas. Eu não preciso aqui me alongar sobre a importância da Secretaria Municipal e da liderança que a Mara Gabrilli assumiu. Nós vamos fazer isso agora no plano estadual.

Repórter – Governador, há uma proposta de implantação de cotas, em dois projetos no Congresso Nacional, qual é a posição do senhor sobre isto?

José Serra – Eu não tenho estudado isso. Como não estou no Congresso, não estou a par para dar uma opinião como governador.

Repórter – O governo vai ter ações afirmativas para os negros?

José Serra – Sem dúvida nenhuma. O secretario Marrey já fez até seminários, já participou disso e estamos aí abertos para trocar idéias com os conselhos a esse respeito.

Repórter – Governador, os professores da USP decidiram que não estão mais em greve, mas os estudantes se mantêm na reitoria da USP. Como é que vai ser o procedimento e a conversa do Governo do Estado com esses estudantes?

José Serra – Olha, como eu já disse uma vez, esse assunto cansou. É uma ocupação, é uma violência sem propósito, e eu espero que ela possa ser desfeita logo. Especialmente agora que os diferentes setores começam a abandonar os próprios movimentos grevistas. É uma ocupação sem propósito. Ninguém hoje é capaz de dizer qual é o propósito dela, exceto alimentar a si mesma.

Repórter – O senhor acredita que com o fim da greve dos professores esse movimento se enfraquece?

José Serra – Aí são análises. O secretário Marrey pode falar mais sobre esse assunto.

Repórter – Há uma sindicalização?

José Serra – Há um aparelhamento indiscutível junto com a atuação do sindicato dos funcionários que não é a dos estudantes, que tem a liderança de fato, operacional, de todo esse processo.

Repórter – A manifestação geral da sociedade, de ter se mostrado contra essa ocupação, não deixa o governo numa posição mais confortável para de fato terminar com ela?

José Serra – Nós estamos analisando o conjunto das coisas. Preferimos sempre, até hoje, uma solução de entendimento. Infelizmente, ela não foi possível, não faltaram tentativas nessa direção e eu acho que hoje está cada vez mais claro para a sociedade que se trata de um movimento pelo movimento em si, não com nenhum propósito mais específico, especialmente relacionado ao ensino ou às universidades. Não tem esse propósito, exceto o propósito de fazer a própria ocupação e propagandeá-la.

Repórter – A matéria do ‘Estado’ no domingo disse que partidos de extrema esquerda estariam…

José Serra – O doutor Marrey pode fala mais sobre isso.

(Pergunta inaudível)

José Serra – É, eu fiquei sabendo de um assassinato bárbaro. Até liguei para o secretário, que me disse que foi feito um grupo especial para fazer a investigação. Estamos confiantes em descobrir os autores dessa barbaridade.

Repórter – Já um problema muito antigo de segurança naquela região de São Roque e Ibiúna….

José Serra – Sem dúvida. Houve um reforço da ação da secretaria região, que começou por Ibiúna. Não sou capaz de dizer exatamente agora sobre São Roque, mas há um esforço em toda essa região. É uma região com índices muito altos de criminalidade.

Repórter – Quando é que o senhor pretende publicar o decreto criando a agência de fomento no estado?

José Serra – Não tenho aqui de memória, mas a Paula pode te passar.

Repórter – Como é que o senhor acha que o PSDB deve proceder em relação a essa Operação “xeque – mate”?

José Serra – Olha, eu não vou opinar. O PSDB faz o seu trabalho de oposição. O Congresso sabe a melhor maneira de conduzir. Eu não vou daqui de São Paulo dizer como eles devem agir lá.