Coletiva de José Serra sobre a interligação do córrego do Sapateiro ao interceptor Pinheiros

Pronunciamento aconteceu após anúncio da concretização de mais uma ação do Projeto Tietê

qui, 14/06/2007 - 20h56 | Do Portal do Governo

O Governo do Estado, por intermédio da Sabesp, concretizou nesta quinta-feira, 15, mais uma ação do Projeto Tietê, com a interligação do córrego do Sapateiro ao interceptor Pinheiros. A obra de R$ 20 milhões vai impedir que 400 litros/segundo de esgotos sejam despejados no rio Pinheiros, reduzindo a quantidade de dejetos lançados no rio.

O esgoto doméstico foi completamente eliminado agora do córrego do Sapateiro, ou ainda não?

José Serra – Não, ainda tem de uma favela. Mas vai ser. Está em pleno processo de limpeza nesse sentido. Está avançando muito. Esse é um trabalho no qual o município é fundamental. Sem a cooperação do município não funciona, porque as pessoas, quando ligaram seus esgotos ao córrego, não fizeram por mal, porque não tinham uma rede. Mas a inércia manda ficar e nós temos que quebrar essa inércia e você já pode ver que, com esse tratamento, a água já sai limpa. Até os peixes estão avançando para dentro do córrego do Sapateiro.

Repórter – E a qualidade de vida das pessoas?

José Serra – Melhora muito. Imagine eliminar o mau cheiro, poder voltar a beleza da água, voltar os peixes. Isso melhora a condição de vida e de moradia da cidade. E nós queremos avançar na despoluição do rio Pinheiros. Vão ser 400 litros por segundo de esgoto que serão tratados agora, que vão deixar de ir para o Pinheiros. O Pinheiros tem muito mais sujeira do que isso, mas, convenhamos, que já é um avanço muito grande. Não é brincadeira o volume que é jogado no rio Pinheiros.

Repórter – Governador, de que forma a população pode ajudar nessa despoluição?

José Serra – A população pode ajudar não jogando nada nos córregos, não jogando sujeira nos córregos, cuidando que a sua ligação se faça com a rede de esgoto da sua casa.

Repórter – É sempre difícil prever fim de poluição em rios já tão poluídos, mas o governo tem uma expectativa de um tempo para que isso seja resolvido?

José Serra – É ação de longo prazo. O importante é ter a melhora. Já está melhorando. O mau cheiro já diminuiu muito, a transparência da água aumentou e nós vamos trabalhando nessa direção. O dia final, onde vai ser tudo puro e limpo, ainda está distante. O importante é que cada dia seja melhor que no dia anterior. Essa que é a questão em matéria ambiental. A gente nunca vai produzir o meio ambiente perfeito, mas é preciso que cada ano seja melhor que o anterior e pior que o posterior, para que o avanço vá se caracterizando.

Há uma questão que eu quero falar ainda, com relação ao metrô. Queria dar um esclarecimento porque me foi perguntado isso e eu mandei averiguar. O metrô entrou ontem com uma cautelar na justiça do trabalho. A juíza Vilma Vaz, vice-presidente do tribunal de São Paulo, não deu a cautelar. Ela deixou para examinar depois. O que nós queríamos com a cautelar era uma prevenção em relação à greve e que a juíza impusesse o funcionamento mínimo do metrô. Que é também o que a população se pergunta. Ninguém é contra movimento reivindicatório. O que o pessoal é contra é o abuso do movimento reivindicatório com finalidades políticas para castigar, para punir a população trabalhadora de São Paulo. E a juíza não examinou a cautelar. Deixou para examinar depois. Se ela tivesse examinado, dado a cautelar e imposto uma margem mínima de serviço, a população não teria passado o dissabor que passou hoje.

Repórter – Governador, mas com um mínimo de trens circulando pode dar confusão, empurra-empurra…

José Serra – Não. Não é a orientação, não é a posição da diretoria do metrô.

Repórter – E o que o governo pretende fazer?

José Serra – A greve já acabou. Nós temos que montar, cada vez mais, esquemas de emergência para essas situações. Enfrentar politicamente o assunto, porque se trata de greve política, de abuso contra a população que não tem opções. O movimento reivindicatório na área publica pode e deve existir. Agora, não se deve fazer a custa do sacrifício da população trabalhadora de São Paulo, que já tem tantos problemas , e também para aqueles que têm automóvel, que acabam sendo engarrafados num trânsito emperrado até o infinito.

Repórter – Quem são essas forças políticas? Qual é o objetivo delas?

José Serra – Isso é facílimo você ver por todo mundo que está envolvido nisso.

Repórter – Lá no Pontal, tem alguma medida que o senhor vai anunciar?

José Serra – Tem muita coisa lá no Pontal. Eu não sou capaz de te reproduzir aqui agora. Entre outras coisas, nós vamos anunciar o novo projeto de lei com vista para a regularização fundiária e obras de diferentes naturezas, estradas, etc. Minha assessoria pode te passar. Envolve R$ 100 milhões numa das regiões mais preteridas do estado de São Paulo.

Repórter – Como o senhor recebeu essa informação do inquérito da corregedoria da polícia?

José Serra – A corregedoria da polícia de São Paulo está atuando, inclusive pediu quebra de sigilo desses supostos envolvidos, que são cerca de 21, inclusive a corregedoria está investigando junto com o Ministério Público, ou seja, é a corregedoria da polícia e mais dois procuradores do Ministério Público que estão fazendo essa investigação de maneira muito rigorosa. Vamos aguardar os resultados.

Repórter – Há alguma ação do governo que possa evitar outras possíveis corrupções dentro da instituição?

José Serra – Aí o próprio trabalho da corregedoria é que tem que nos alertar sobre a forma como esse processo vem sendo tocado. Quero dizer que aquele esquema de demissão rápida a bem do serviço público neste ano tem produzido resultados bastante marcantes, no sentido de afastar do serviço público aquelas pessoas que não se comportarem com honestidade.