O futuro do turismo e o turismo do futuro

É hora de ousar, de pensar grande e garantir que o futuro do turismo inclua todos os brasileiros

Vinicius Lummertz
Secretário de Turismo e Viagens do Estado de São Paulo

seg, 03/08/2020 - 16h00 | Do Portal do Governo

Estamos em meio à maior crise econômica, sanitária, social, política e ideológica dos últimos tempos. É hora de todos se unirem com o propósito único de defender a vida e garantir um futuro melhor para a humanidade.

O turismo é hoje o mais importante movimento de tolerância do mundo. As pessoas viajam para buscar o outro, o diferente, contrariando as tendências de isolamento e xenofobia que infelizmente se fazem presentes em quase todos os países. Ele é fundamental para a construção de uma nova sociedade e deve ser pensado como uma política transversal e unificadora.

O futuro do turismo previa uma avalanche de gente em barcos, aviões e grandes meios de transporte ocupando praias, parques, cidades, shows, hotéis e restaurantes num crescente que tendia à destruição. O turismo do futuro, pós-pandemia, deve ser sustentável, individualizado, digital e feito a duas mãos, a do produtor e a do consumidor.

Precisamos de um novo setor público, desburocratizado, participativo, transparente, sem travas e sem receio de se abrir para o mundo e para o investimento externo. Precisamos também de um novo setor privado, digital e com um comércio muito mais personalizado, para um consumidor-produtor. Os dois devem andar juntos para que rapidamente passemos de uma economia de sobrevivência para aquilo que o economista francês Jacques Attali define como a economia da vida. Para Attali, o consumidor vai ressurgir transformado pela crise: sairemos do padrão quantitativo-padronizado para o qualitativo-personalizado – o novo paradigma vai do possuir para o vivenciar.

O segmento de Viagens e Turismo, responsável por um em cada cinco empregos criados no mundo nos últimos anos, foi o mais duramente impactado pela atual crise. No entanto, ele pode e será a alavanca para a retomada da economia e dos empregos. As pessoas, mais do que nunca, vão precisar sair do confinamento e experienciar novas formas de usufruir da natureza e da cultura. São necessidades básicas, com baixo impacto no ambiente e alto impacto na saúde e economia de qualquer sociedade.

O Governo do Estado de São Paulo hoje investe no crescimento do turismo de proximidade, no contato com a natureza, na visitação de parques e na valorização de culturas regionais. Programas como o de Distritos Turísticos e o de Rotas Cênicas foram pensados para dar sentido e rumo ao desenvolvimento do turismo no estado, melhorando e potencializando a participação de municípios, de empreendedores e do governo. Estamos desenvolvendo um centro de inteligência e inovação para o turismo pós-crise, em que a viagem e as visitações poderão se dar dentro dos protocolos de segurança.

Nas medidas emergenciais, o foco foi na manutenção do setor, das empresas e dos empregos, com a adaptação do Programa de Crédito Turístico e a continuidade dos repasses financeiros para obras de melhoria dos destinos turísticos.

Lutamos ainda para melhorar o ambiente de negócios em nosso país. Reformas são urgentes. Nossos parques, por exemplo, atraem pouco mais de 12 milhões de visitantes por ano, enquanto países como os Estados Unidos, com três vezes menos cobertura vegetal e menos biomas, recebem mais de 300 milhões de pessoas em seus parques naturais. A presidente do Conselho Mundial do Turismo (WTTC), Gloria Guevara, afirmou, em evento organizado pela Secretaria de Turismo do Estado de São Paulo, que o Brasil está entre os cinco países mais promissores para negócios turísticos no pós crise.

São inúmeras as potencialidades e possibilidades para São Paulo e para o Brasil. É hora de ousar, de pensar grande e garantir que o futuro do turismo inclua todos os brasileiros.