Inútil é não se preparar para o futuro

Essas soluções que estão sendo implementadas foram amplamente discutidas durante anos nos Comitês de Bacias e pelos municípios

Heitor Brandão de Azevedo
Superintendente do DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado de São Paulo)

qua, 10/04/2019 - 16h14 | Do Portal do Governo

A matéria publicada na edição de ontem, 9 de abril, intitulada “Ex-presidente da ANA questiona barragem” traz algumas declarações do ex-presidente da Agência Nacional de Águas que não condizem com a realidade do projeto.

O ex-presidente afirmou que a construção da barragem em Pedreira, no rio Jaguari, para 32 milhões de metros cúbicos de água, seria “inútil” e que um sistema adutor iria impactar em 30% da tarifa, o que inviabilizaria o empreendimento.

Para ilustrar ao amigo leitor, somente o volume de água do reservatório citado que será construído é suficiente para abastecer uma população como a de Campinas por mais de 100 dias e de Pedreira por cinco anos.

O estudo de viabilidade técnica, econômica e ambiental, contratado pelo DAEE – Departamento de Águas e Energia Elétrica, leva em conta vários condicionantes para determinar o traçado do possível e viável sistema adutor. O estudo contempla consultas aos municípios e operadoras de saneamento para os ajustes necessários, como a tarifa que será cobrada das cidades para o uso da água do sistema.

Ao contrário ainda do que o ex-presidente afirma, a barragem de Pedreira não tem por objetivo atender apenas a cidade de Campinas, e sim reforçar o sistema hídrico de toda a região.

A construção das barragens de Pedreira e Duas Pontes têm o objetivo de criar mais dois reservatórios para acumulação de água na bacia do PCJ com capacidade total de 85,5 milhões de metros cúbicos, e permitir uma vazão regularizada de 13,8 metros cúbicos de água por segundo.

Essas represas vão possibilitar ao Governo de São Paulo aprimorar a operação do Sistema Cantareira e reduzir a dependência dos municípios da bacia do PCJ, especialmente nas épocas de estiagem, atendendo 1,7 milhão de moradores de 23 municípios na região.

Essas soluções que estão sendo implementadas foram amplamente discutidas durante anos nos Comitês de Bacias e pelos municípios no sentido de evitar a ocorrência de outra crise hídrica.

O DAEE apresentou o pedido de outorga para a barragem de Pedreira em dezembro de 2015 durante a gestão do ex-presidente. Em 2016, obteve a dispensa do Certificado de Avaliação da Sustentabilidade da Obra Hídrica (CERTOH), a Outorga Preventiva em agosto de 2017 e a autorização final em março deste ano.

Portanto, as declarações do ex-presidente causam surpresa, uma vez que todos os questionamentos poderiam ser feitos durante sua gestão à frente da ANA. A tendência de consumo na região é crescente. A água é um bem essencial para a vida e que não queremos deixar faltar.