Em época das Fake News, multiplicam-se mensagens disseminadas por grupos antivacinas, via redes sociais, e sem qualquer embasamento científico, contrários à prevenção de doenças por meio de imunização. Isso não tem o menor cabimento.
Além de ser um desserviço, esse tipo de movimento pode colocar em risco a saúde da população e até mesmo contribuir para o retorno de doenças já erradicadas ou controladas. No Brasil, por exemplo, foi por meio de grandes campanhas de vacinação que enfermidades como varíola e paralisia infantil deixaram de atingir a população.
As vacinas são uma conquista da Ciência e aliadas na promoção da saúde e prevenção de doenças e de epidemias. Nesse sentido, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde, criado em 1973, é considerado referência mundial em política de saúde pública, atuando no sentido de introduzir novos imunobiológicos ao calendário do SUS (Sistema Único de Saúde) e para ampliar a cobertura vacinal dos brasileiros.
No dia 10 de abril teve início a campanha de vacinação contra o vírus Influenza, causador da gripe. É fundamental que todos incluídos no grupo-alvo da campanha compareçam aos postos de saúde para receberem a dose, protegendo-se de complicações pela infecção pelo vírus, como pneumonias, otites e sinusites.
Devem ser imunizados gestantes, puérperas (mulheres que deram à luz nos últimos 45 dias), crianças maiores de seis meses, idosos, profissionais de saúde, indígenas, professores e portadores de doenças crônicas.
No Estado de São Paulo a expectativa é de imunizar 13,2 milhões de pessoas. Ainda estamos longe de atingir a nossa meta de vacinados e é importante uma grande mobilização.
O Instituto Butantan, unidade vinculada à Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, tem papel relevante no PNI. Como um dos maiores centros produtores de imunobiológicos do mundo, produz metade dos soros e vacinas distribuídas na rede pública de todo o Brasil.
O Butantan é responsável pela produção da vacina contra Influenza, utilizada na campanha nacional. Neste ano, o Instituto disponibilizou para o Ministério da Saúde 64 milhões de doses. Trata-se de uma vacina eficaz e segura, que protege contra os três tipos de vírus da gripe mais prevalentes em circulação no país: A (H1N1), A (H3N2) e B.
Neste ano, o Governo do Estado entregou a ampliação e modernização da fábrica de vacina contra a gripe do Butantan, que passa a ser a maior do Hemisfério Sul, com capacidade instalada para a produção de 140 milhões de doses anuais.
A vacina contra o Influenza é produzida com o vírus inativado, ou seja, capaz de elevar os anticorpos que protegem o organismo das pessoas, sem, no entanto, causar gripe.
O Estado de São Paulo está mobilizado para imunizar os brasileiros que aqui vivem. Se você se enquadra em um dos grupos da campanha, não espere. Tome a vacina e proteja-se.
*colaborou Dimas Tadeu Covas, diretor do Instituto Butantan
