Programas do governo oferecem formação a jovens atletas

No Ginásio do Ibirapuera, esportistas recebem apoio para se dedicar aos estudos e ao esporte

ter, 18/03/2008 - 10h30 | Do Portal do Governo

O sonho de se sobressair numa modalidade esportiva e defender o nome do Brasil numa Olimpíada está agora mais perto para 1,3 mil jovens paulistas. O governo do Estado lançou o Programa Jovem Atleta e ampliou o número de vagas oferecidas pelo Centro de Excelência, ambos voltados para a formação de atletas com idades entre 14 e 18 anos, nas modalidades de vôlei, basquete, futebol, judô, atletismo e natação. As oportunidades são oferecidas na capital, no Conjunto Desportivo Constâncio Vaz Guimarães (Ginásio do Ibirapuera), e nos municípios de Presidente Prudente, Marília, Bragança Paulista, Rio Claro, Piracicaba e Bauru. No Interior, as atividades são desenvolvidas em unidades da Universidade Estadual Paulista (Unesp).

O Centro de Excelência é uma ampliação do Projeto Futuro, criado há 24 anos e que já revelou campeões como Aurélio Miguel (judô) e Maurren Maggi e Jadel Gregório (atletismo). “Atendíamos 150 jovens pelo Projeto Futuro, mas, depois de mais de 15 anos, já não tinha mais sentido chamá-lo de projeto. Então, ampliamos para 600 o número de vagas – 300 na capital e 300 no interior – e redefinimos o nome para Centro de Excelência, termo mais alinhado à nossa proposta”, afirma o diretor do Ginásio, Eduardo Anastasi.

Bom atleta, bom aluno – O Programa Jovem Atleta foi criado quando se tornou evidente a necessidade de receber jovens com aptidões também para esportes coletivos, como futebol, vôlei e basquete, já que o Centro de Excelência atende a apenas modalidades individuais, como natação, judô e atletismo. Oferece 80 vagas para vôlei, 80 para basquete e 120 para o futebol. “Em maio criaremos oportunidades também para tênis, esgrima e arco e flecha, elevando para 680 o número de vagas. “Passaremos de 150 atletas em 2007 para 1,3 mil em 2008, quantidade quase dez vezes maior”, comemora Anastasi.

A cada ano, são realizadas provas seletivas, por meio das quais são escolhidos os melhores esportistas. No atletismo e no judô, elas contemplam o Estado inteiro, e os melhores atletas são trazidos para o programa. Ficam então alojados no Ginásio, onde recebem, além de morada, cinco refeições diárias, uniformes, assistência médica, odontológica, psicológica e nutricional. Para ser selecionado, porém, não basta ser o melhor. Todos os atletas devem estar matriculados em uma escola regular e no ato da seleção precisam tornar-se federados por alguma entidade pertencente ao Estado de São Paulo.

O incentivo educacional, segundo Anastasi, é a marca dos programas. Ao ser reprovado na escola, o aluno é automaticamente desligado das atividades no Ginásio. “Em alguns quesitos, somos mesmo bem rígidos. Nos alojamentos, por exemplo, é tudo bem dividido, com andar masculino e andar feminino. Namoro aqui está fora de cogitação”.

Manter a ordem e a disciplina nem sempre é tarefa fácil. Que o diga o supervisor Carlos Marcelo Pistoresi, encarregado de coordenar os alojados quanto a questões, como, comportamento, horário, uniformes, rendimento escolar; enfim, tudo a que se refere o regulamento. “Sabemos que são jovens, querem namorar, passear, mas eles precisam lembrar-se de que têm compromissos aqui dentro”. No geral, segundo ele, o diálogo e o respeito prevalecem, salvo uma ou outra exceção.

Idade e potencial – A faixa etária de 14 a 18 anos justifica-se, segundo Anastasi, porque essa é a fase em que o jovem tem mais capacidade para desenvolver seus potenciais esportivos. Depois dos 18, aqueles que atingirem capacidade máxima são encaminhados, porque é nessa idade que a maioria dos atletas de nível passa a integrar os grandes clubes. “Depois dos 18, permanecem no Centro apenas os cinco mais bem colocados nos rankings das federações brasileiras de cada modalidade, já que a parte técnica dos programas é desenvolvida pelas federações, em parceria conosco”. Os que conseguirem manter suas posições no ranking podem, eventualmente, ficar até depois dos 20 anos.

Os atletas treinam de duas a seis horas por dia, de acordo com a necessidade de cada um. No atletismo, por exemplo, trabalham em dois períodos: de manhã e à tarde, totalizando uma média de seis horas diárias. “Esse é o caso dos atletas adultos, que já estão objetivando os Jogos Olímpicos”, explica Marcelo Lima, técnico da equipe. Atualmente, há 48 atletas nessa modalidade, que inclui, entre outras competições, corrida, salto a distância, salto em altura, salto com vara, corrida com barreiras e corrida de revezamento.

Roseane Barreiros

Da Agência Imprensa Oficial